ISEG vê PIB a crescer até 2% no quarto trimestre e a atingir meta anual do Governo

O ISEG admite que a meta do Governo para o crescimento da economia em 2021 ainda é alcançável. Para tal, o PIB teria de crescer 2% em cadeia no quarto trimestre.

O ISEG prevê que a economia portuguesa cresça entre 1 a 2% em cadeia (face ao trimestre anterior) no quarto trimestre, o que se traduz num crescimento de 5% a 6% em termos homólogos. Na síntese de conjuntura de outubro, os economistas admitem que ainda é possível o PIB português crescer 4,8% no conjunto do ano, tal como antecipava o Governo, mas só se crescer 2% na reta final do ano.

“Para o quarto trimestre de 2021, atendendo a que o mesmo trimestre do ano anterior foi penalizado por restrições de atividade, espera-se uma subida do crescimento homólogo para valores entre 5% a 6% e que o crescimento trimestral desacelere para valores entre 1% a 2%”, lê-se na síntese de conjuntura de outubro, concluindo-se que “para a totalidade de 2021, tendo em conta o desempenho registado até ao terceiro trimestre (4,3%), espera-se um crescimento final entre 4,4% e 4,8%”.

As contas do grupo de análise económica do ISEG confirmam os cálculos do ECO que, na semana passada, com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) do terceiro trimestre, apontavam para a necessidade de um crescimento em cadeia de 2% no quarto trimestre, o que corresponderia a um crescimento de 6,2% em termos homólogos, para se chegar à meta anual do Governo de 4,8%, igual à previsão do Banco de Portugal.

Porém, não são favas contadas. Há várias “limitações” no quarto trimestre, nomeadamente em “alguns setores da produção industrial”, ao passo que os serviços deverão continuar a “ter um forte crescimento homólogo”, fruto do aumento “substancial” da procura externa turística, assim como a produção na construção, segundo o grupo de análise económica do ISEG. “Em termos de procura, é esperada a continuada da recuperação do consumo privado, em especial no que toca à procura de serviços uma vez que a procura de bens duradouros e automóveis poderá estar limitada“, antecipam.

Fonte: ISEG.

Mesmo a confirmar-se o cenário mais positivo do ISEG no quarto trimestre, o PIB deverá mostrar uma desaceleração face ao terceiro trimestre. Entre julho e setembro, a economia portuguesa cresceu 2,9% face ao trimestre anterior e 4,2% em termos homólogos, de acordo com a estimativa rápida do INE, a qual poderá ser revista no final do mês.

Caso se concretize o crescimento de 2% no quarto trimestre, o PIB português estará, ainda assim, a 1,1% de alcançar o nível de produção líquida do quarto trimestre de 2019.

Na síntese de conjuntura, os economistas do ISEG lembram ainda que em outubro a confiança “cresceu e continuou alta” em Portugal e na Zona Euro — não se sabe qual o potencial impacto da atual crise política e orçamental na confiança dos agentes económicos. “Por setores económicos, o destaque mais recente vai para o crescimento pronunciado da confiança no setor dos serviços“, nota.

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