Quem são os vencedores e os perdedores na luta pelo clima?

Dos países do G20, apenas o Reino Unido, Índia, Alemanha e França estão entre os de elevado desempenho, enquanto seis países do G20 têm desempenho muito baixo.

De acordo com o Índice de Desempenho de Alterações Climáticas (Climate Change Performance Index) divulgado esta terça-feira em Glasgow, os países escandinavos alcançaram os melhores resultados, principalmente graças aos seus excelentes esforços em energia renovável. A Noruega destaca-se como o único país a receber uma classificação “muito elevada” nesta categoria.

A República Islâmica do Irão e a Federação Russa são os países com pior desempenho em energia renovável, com uma classificação “muito baixa”.

Reino Unido e Marrocos, 7.º e 8.º na seriação geral, estão entre os líderes em todas as categorias. O Reino Unido é até líder na redução das emissões de gases de efeito estufa. Porém, o Reino Unido está apenas no meio do ranking com relação à energia renovável e carece de políticas para atingir os seus próprios objetivos. Isso mostra que nenhum país pode descansar face aos resultados do Índice.

Na classificação geral, Austrália, Coreia do Sul e Rússia estão entre os piores desempenhos, juntamente com Cazaquistão e Arábia Saudita. É de notar que a Austrália recebe classificações “muito baixas” em todas as categorias da CCPI e cai quatro lugares na classificação geral. Holanda e Grécia são os que mais sobem, enquanto Letónia, Croácia, Bielorrússia e Argélia caíram na maioria dos rankings da categoria.

Dos países do G20, apenas o Reino Unido, Índia, Alemanha e França estão entre os de elevado desempenho, enquanto seis países do G20 têm desempenho muito baixo. Hungria, Polónia, República Checa e Eslovénia são os países da União Europeia com pior desempenho neste ano.

Os mesmos países que estão entre aqueles com pior desempenho climático coincidem com os maiores exportadores de combustíveis fósseis globalmente e grandes utilizadores de combustíveis fósseis como os EUA, Arábia Saudita, Rússia e Austrália. Esses países também pertencem ao grupo dos que têm o maior consumo de energia per capita e emissões de CO2 de combustíveis fósseis, bem como conquistas de energia renovável e eficiência energética muito menores.

Na categoria de Política Climática do CCPI, vários estados embarcaram decididamente em caminhos para a neutralidade climática, incluindo os estados escandinavos, Marrocos, Holanda, Portugal e França.

A Alemanha e a UE seguem com alguma distância nos níveis médios superiores. No
entanto, cinco Estados da UE também recebem a classificação de “muito baixos”, a pior classificação: Bulgária, Hungria, Polónia, Roménia e República Checa. Na parte inferior da tabela estão: Austrália – com a pior pontuação possível de 0,0 – atrás de Brasil e Argélia.

O maior emissor de dióxido de carbono do mundo, a China, caiu quatro posições para 37.º lugar com uma classificação geral de “baixa”. As áreas mais problemáticas são as elevadas emissões e a baixa eficiência energética. Em ambas as áreas, as metas para 2030 também estão longe de ser um caminho compatível com o Acordo de Paris. Em contraste, a tendência da China em energia renovável é muito boa.

Para o segundo maior emissor, os Estados Unidos da América, o primeiro ano do governo Biden teve um impacto positivo. No CCPI do ano passado, os EUA estavam na última posição, mas este ano subiram seis lugares para o 55.º, embora permaneçam “muito baixos” na classificação.

A melhoria dos EUA no índice deve-se inteiramente à sua muito melhor classificação no que respeitas às políticas climáticas. É necessário ver nos próximos anos se as políticas de Biden realmente darão frutos em energias renováveis, eficiência energética e, em última instância, em emissões.

A Índia mantém o seu 10.º lugar no ranking e tem um elevado desempenho, exceto na categoria de energia renovável, onde é classificada como “média”. O país ainda beneficia das suas emissões per capita relativamente baixas.

O Índice de Desempenho de Alterações Climáticas (Climate Change Performance Index) é da responsabilidade da organização não-governamental de ambiente alemã Germanwatch e do NewClimate Institute, e é publicado em conjunto com a Rede Internacional de Ação Climática (CAN International).

O índice faz uma seriação de 60 países e da União Europeia, responsáveis coletivamente por cerca de 92% das emissões globais de gases de efeito de estufa (GEE).

As quatro categorias avaliadas são:

  • Emissões de gases com efeito de estufa (GEE) (40%),
  • Energia Renovável (20%),
  • Uso de Energia (20%);
  • Política Climática (20%);

Este último é baseado em avaliações de especialistas de organizações não-governamentais e grupos de reflexão dos respetivos países. Dentro das categorias Emissões, Energia Renovável e Uso de Energia, o CCPI também avalia que medidas estão a ser tomadas ou não para o objetivo global do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global bem abaixo de 2°C.

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