Rio desliga-se da disputa interna e dedica-se inteiramente às eleições de 30 de janeiro
Rui Rio anunciou que não vai fazer campanha para as eleições internas, dedicando-se inteiramente à preparação das eleições legislativas antecipadas marcadas para 30 de janeiro.
O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou esta terça-feira que vai dedicar-se inteiramente na preparação das eleições legislativas antecipadas marcadas para 30 de janeiro e à oposição ao Partido Socialista, o qual diz já estar em campanha eleitoral. Em segundo plano ficará a disputa interna contra Paulo Rangel, com eleições marcadas para 27 de novembro, da qual Rio se desligará. Com esta decisão, o líder social-democrata espera que o partido fique melhor preparado para as legislativas, mesmo que não seja o candidato, e que tenha uma melhor imagem externa ao “reduzir o nível de conflitualidade inerente a um processo eleitoral interno”.
“Compete-me prioritariamente preparar o partido para as eleições nacionais e não para a disputa interna“, afirmou Rui Rio numa conferência de imprensa que marcou esta terça-feira sobre o momento interno político do PSD, em declarações transmitidas pela RTP3, assinalando que os social-democratas não podem “desperdiçar a oportunidade de ganhar as eleições ao PS”. “É minha obrigação concentrar a minha atividade nas funções de presidente do PSD, seja na oposição ao PS, seja na organização da campanha eleitoral“, explicou.
Já a disputa com Rangel ficará a cargo da direção da sua campanha às eleições internas. “Eu, pessoalmente, vou dedicar-me apenas a ações políticas no quadro do exercício da oposição ao PS“, garantiu Rio, depois de ter passado os últimos dias a dizer que o primeiro-ministro iria aproveitar para fazer campanha enquanto o PSD estava em guerra interna. “Não se pode deixar o Dr. António Costa à solta”, afirmou, referindo-se à entrevista que este deu esta segunda-feira à RTP.
Questionado sobre se, ainda assim, aceitaria debater com Paulo Rangel, Rui Rio não respondeu diretamente mas argumentou que debates internos neste momento seriam prejudiciais para a imagem do candidato a primeiro-ministro do PSD que resulte das eleições internas, dando o exemplo dos debates entre António Costa e António José Seguro em 2015 antes das legislativas. A diferença é que esses debates foram a um ano das eleições enquanto estes seriam a dois meses, assinalou.
Para o atual líder da oposição o partido não deveria estar focado na disputa interna, mas na preparação das legislativas, até porque as listas dos candidatos a deputados terão de ser entregues um dia depois do congresso do PSD (17, 18 e 19 de dezembro), lembrou. “Dá-se uma vantagem enorme ao PS enquanto PSD se guerreia“, insistiu. Assim, Rio vai dar “concentração absoluta” na campanha, desde à construção de um programa eleitoral “sério” até ao “marketing e comunicação” a ser utilizado.
Apesar de recusar-se a criticar diretamente Paulo Rangel, o seu opositor que não tem poupado nas críticas ao atual líder, Rui Rio não deixou de mandar indiretas, assegurando que é o “melhor candidato” contra Costa. “Estou há quatro anos justamente a construir esse caminho, o qual não aparece feito em 15 dias ou num mês“, afirmou a certa altura, numa referência indireta a Rangel que poucas semanas terá para se afirmar como candidato a primeiro-ministro caso seja eleito presidente do PSD.
(Notícia atualizada às 16h42 com mais informação)
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