ANA sem plano B caso aeroporto no Montijo seja chumbado
A ANA - Aeroportos de Portugal diz já ter um projeto para a instalação de um aeroporto no Montijo mas que, caso essa opção seja chumbada, terá de começar tudo de novo.
O novo aeroporto de Lisboa continua a ser um tema quente entre o Governo e os players do setor. Quando ficará concluído mas, sobretudo, onde, são as duas principais questões em cima da mesa, num processo que se arrasta há anos. A ANA – Aeroportos de Portugal continua a defender que instalar um hub no Montijo é a melhor opção e que tem tudo pronto para avançar com esse investimento. Mas, caso essa localização seja excluída, a empresa diz ter de começar tudo de novo, uma vez que não tem um plano B.
O Governo pediu em março uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) para o novo aeroporto de Lisboa, estando a ser estudadas três opções: Portela como aeroporto principal e Montijo como complementar; Montijo como principal e Portela como complementar; novo e único aeroporto em Alcochete. E o Executivo aponta para 2023 a entrega desse documento, ou seja, antes de 2023 não haverá um novo aeroporto.
O Montijo como um aeroporto complementar é a hipótese defendida pela maioria, incluindo pela própria empresa. “É a solução mais rápida e mais barata e a que tem menor impacto ambiental”, disse o CEO da ANA, Thierry Ligonnière, esta quinta-feira, durante o 32.º Congresso da Hotelaria e Turismo. “Mas o que vai estar em cima da mesa será o que o Governo decidir. Nós somos uma concessionária e não decidimos”, acrescentou.
Thierry Ligonnière afirmou que a ANA já tem o projeto feito para a instalação de um hub no Montijo, com empreiteiros acordados e tudo. “No caso do Montijo já temos o projeto. Se, efetivamente, depois da AAE, outra opção for seguida, obviamente que isto vai demorar mais tempo“, apontou.
Sobretudo porque a ANA não tem um plano B, disse. “É preciso fazer um novo projeto de aeroporto e um novo estudo de impacte ambiental. Um novo projeto são dois anos”, explicou o CEO da concessionária, alertando que “tempo é dinheiro”.
E, neste caso, o que está em causa é “muito dinheiro”: são centenas de milhões de euros para a economia nacional em três ou quatro anos de atraso numa decisão. “Nós temos vontade de investir, temos o projeto pronto [para o Montijo]. Obviamente que uma solução mais cara vai ser mais difícil encontrar soluções de financiamento“, explicou Thierry Ligonnière.
No final de setembro, o presidente do Conselho de Administração da ANA, José Luís Arnaut, afirmou que um novo aeroporto não deverá estar concluído antes de 2035 ou 2040. Dias depois, o ministro das Infraestruturas afirmou que tem de haver uma nova infraestrutura aeroportuária antes desse ano.
Esta quinta-feira, o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) disse acreditar que haverá um novo aeroporto em 2025. “A minha expectativa, como português, é que isso ocorra no prazo de três anos”, disse Raul Martins.
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