Subida dos juros da dívida dos EUA dita queda em Wall Street
A preocupação com a evolução da inflação está a refletir-se nos juros da dívida norte-americana. Esta segunda-feira Wall Street até arrancou no verde, mas fechou a sessão no vermelho.
A incerteza sobre a evolução da taxa de inflação nos Estados Unidos voltou a dominar a sessão bolsista em Wall Street. A taxa de juro das obrigações norte-americanas a dez anos subiu para os 1,6% e a 30 anos para 2%, sinalizando que os investidores esperam uma subida das taxas de juro para breve por causa do aumento dos preços, ainda que a Reserva Federal tenha argumentado que esta subida é temporária.
“A evolução do mercado obrigacionista esta segunda-feira é um indicador do quão fluida é a historia da inflação“, diz Charlie Ripley, analista da Allianz Investment Management, à CNBC, referindo que, apesar de a Fed ainda não ter tornado claro qual é o próximo passo, “os mercados continuam a ajustar-se” face às expectativas que têm do que fará a Fed.
Normalmente, quando os juros da dívida sobem as cotadas tecnológicas descem e foi isso que aconteceu nesta sessão, ao contrário do que indicavam os primeiros minutos de negociação. O Nasdaq, o índice tecnológico, desvalorizou 0,04% para os 15.853,85 pontos e o Dow Jones caiu 0,04% para os 36.087,45 pontos. Já o S&P 500 ficou inalterado nos 4.682,8 pontos.
Esta queda acontece após uma semana de perdas provocada pelo maior aumento anual do índice de preços no consumidor em três décadas, divulgado na semana passada, uma subida superior ao esperado. A consequência foi a primeira desvalorização semanal dos principais índices em cinco semanas.
Na sessão desta segunda-feira, entre as cotadas, o destaque vai para a Tesla, cujas ações desceram quase 2%, após Elon Musk ter trocado tweets durante o fim de semana com o senador democrata de Vermont, Bernie Sanders, acerca da cobrança de impostos aos mais ricos. A cotada já tinha perdido 15% na semana anterior, a maior queda semanal desde março de 2020, com a notícia de que Musk vendeu um total de 6,9 mil milhões de dólares em ações da empresa de carros elétricos.
Já nos ganhos, destaca-se a Boeing, fabricante norte-americana de aviões, com uma valorização de mais de 5%, face a notícias sobre mais encomendas dos seus aviões.
Os investidores aguardam agora pelos números desta semana relativos aos resultados das grandes retalhistas norte-americanas como a Target, Lowe’s, Walmart e Home Depot. Esta semana os investidores vão saber ainda quanto é que os consumidores estão a gastar com a divulgação das vendas no retalho assim como a evolução do mercado imobiliário. Os próximos dias serão marcados também por várias declarações públicas de membros da Reserva Federal norte-americana.
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