PCP recusa “voltar atrás” com “medidas desgarradas” de confinamento

  • Lusa
  • 20 Novembro 2021

O secretário-geral do PCP defende que o caminho para combater o aumento dos casos de infeção por Covid-19 é a "vacinação mais rápida não só para os mais velhos, também para os mais jovens”.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje que o caminho para combater a pandemia é acelerar a vacinação e reforçar o SNS, manifestando “profundas reservas” com a ideia de “voltar atrás” com “medidas desgarradas” de confinamento.

À margem da manifestação convocada pela CGTP, que este sábado juntou cerca de 20 mil pessoas em Lisboa, segundo a organização, Jerónimo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre o que irá defender junto do primeiro-ministro, António Costa, que na terça e na quarta-feira recebe os partidos para abordar a situação epidemiológica, antes de aprovar medidas no Conselho de Ministros do dia seguinte.

“A melhor experiência que tivemos foi a aplicação das vacinas. É este o caminho, continuar a aprofundar essa garantia que resultou bem e, naturalmente, resistimos, temos profundas reservas em relação a confinamentos, voltar para trás”, respondeu.

Para o líder comunista, “o caminho é vacinação mais rápida não só para os mais velhos, também para os mais jovens” e “tomar medidas de reforço do SNS que deem resposta aos problemas” nos serviços públicos de saúde. “E cada um de nós, com sentido de responsabilidade, tomarmos medidas de proteção que entendermos necessárias”, acrescentou.

O objetivo, para Jerónimo de Sousa, deve passar por estas apostas e não por “medidas desgarradas, muitas vezes incompreensíveis de confinamento”.

Portugal regista este sábado 2.333 novos casos confirmados de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2, com dez mortes associadas à covid-19 e um aumento de internamentos em enfermaria e em cuidados intensivos, segundo dados oficiais. De acordo com o boletim da Direção-Geral da Saúde, estão agora internadas 544 pessoas, mais 16 do que na sexta-feira, das quais 88 em unidades de cuidados intensivos, mais nove do que nas últimas 24 horas.

O calendário para o chefe do Executivo receber os partidos com representação parlamentar, que ainda não foi oficialmente comunicado pelo executivo, ficou praticamente fechado após a reunião de sexta-feira à tarde entre especialistas e responsáveis políticos, no Infarmed, em Lisboa, num momento em que o país regista um crescimento das taxas de incidência e de transmissão (Rt) da covid-19.

No final da reunião do Infarmed, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa – ladeado pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e pelo primeiro-ministro, António Costa – afirmou que continua a haver “conjugação total dos órgãos de poder político” na resposta à covid-19, mas escusou-se a falar de medidas, remetendo essa decisão para o Governo, após consulta aos partidos.

Quanto às medidas a adotar, o chefe de Estado disse que “os especialistas apresentaram o que consideravam indispensável para esta fase” e que “a decisão sobre essa matéria pertencerá naturalmente ao Governo”, que “vai ouvir os partidos políticos e vai decidir”.

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