“País não será mais competitivo num modelo de baixos salários”, diz António Costa
O primeiro-ministro afirmou que existe agora “total unanimidade” no país sobre a necessidade de valorização salarial e apontou as qualificações e a inovação como “os motores da recuperação do país”.
O primeiro-ministro considera que “o país superou finalmente o debate estéril” sobre quais devem ser os fatores para o seu desenvolvimento. Nesse sentido, António Costa aponta que “hoje há total unanimidade em reconhecer que o país não será mais competitivo num modelo de baixos salários e que os motores da recuperação do país assentam nas qualificações e na inovação”.
O governante falava esta terça-feira durante o 9.º Congresso Nacional da Ordem dos Economistas, em Lisboa, onde estimou que Portugal deve recuperar o nível do PIB pré-pandemia “em meados de 2022”. “Portugal pode regressar à trajetória de convergência que tinha interrompido em 2000. Convergimos em 2016, 2017, 2019. Tudo aponta que retomemos o caminho da convergência já em 2022, se não mesmo em 2021”, acrescentou.
António Costa sublinhou ainda que o país não pode “prescindir nem deixar para trás” a geração acima dos 50 anos, que, além da chamada “aprendizagem ao longo da vida”, precisa de um “enorme esforço de requalificação”, até para enfrentar as consequências laborais e sociais que advêm do fecho de algumas atividades poluentes como aconteceu na Petrogal, em Matosinhos, ou nas centrais a carvão do Pego e em Sines.
“O duplo desafio das transições climáticas e digital gera a necessidade que impõe a oportunidade. Não podemos perder a oportunidade de fazer o reskilling e o upskilling dessa população”, apontou o chefe do Executivo.
Formação e investimento para as empresas
Este ano letivo há 916 cursos técnicos superiores profissionais a decorrer em 134 localidades. Uma “rede em contínua expansão”, sublinhou Costa, que “assegura maior acessibilidade ao ensino superior, mas também e sobretudo uma maior interligação entre as instituições de formação e o tecido produtivo de cada região”.
Além disso, vai ser reforçada e modernizada a rede de centros tecnológicos especializados que beneficiam já 60 mil alunos por ano, para abranger, pelo menos, 23 mil formandos em formações curtas de âmbito superior no sistema politécnico até 2026, instalando uma dezena de escolas de pós-graduação em colaboração com as empresas. “Esta pretensão não é só uma ideia, mas é já uma obrigação contratualizada com a UE e precondição do PRR”, contextualizou.
Na área dos incentivos às empresas, António Costa sublinhou o “forte apoio de que as empresas podem beneficiar” no âmbito do PT 2030 e do PRR, em comparação com o PT 2020, contabilizando um aumento de 70% de verbas exclusivamente destinadas ao apoio das empresas, num total de 12 mil milhões de euros
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