EUA lançam 50 milhões de barris de petróleo no mercado para baixar preços

Num plano coordenado com outros países, os EUA vão lançar 50 milhões de barris de petróleo nos mercados para tentar baixar os preços dos combustíveis.

A Casa Branca anunciou esta terça-feira que nos próximos meses vai disponibilizar nos mercados 50 milhões de barris de petróleo da sua reserva estratégica de emergência. O objetivo do Governo dos EUA é ajudar a baixar os preços dos combustíveis, após a pressão das últimas semanas. Esta decisão, que é coordenada com outros países, não deverá agradar à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

O Presidente [Joe Biden] está disposto para tomar medidas adicionais, se necessário, e está preparado para usar a sua autoridade total na coordenação com o resto do mundo de forma a manter uma oferta adequada à medida que saímos da pandemia“, lê-se no comunicado da Casa Branca, onde também se refere o pedido feito aos reguladores para investigar potenciais práticas anticoncorrenciais no mercado interno dos postos de combustível nos EUA.

Logo após esta notícia, a cotação do barril de petróleo negociado em Nova Iorque, no WTI, descia 1,38% para os 75,69 dólares. Já o Brent, negociado em Londres, descia 0,77% para os 79,09 dólares. A cotação tem estado abaixo dos 80 dólares por barril durante este mês, depois de ter atingido um máximo de três anos a 25 de outubro ao chegar aos 86 dólares.

Evolução do preço do Brent em Londres:

Este passo sem precedentes dado pela maior economia do mundo — em coordenação com China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido — deverá causar estragos na relação com a OPEP. Esta segunda-feira especulava-se sobre se o cartel iria ajustar os seus planos para aumentar a produção caso fossem lançadas para o mercado as reservas destes países ou se a pandemia vier a novamente diminuir a procura energética.

A Índia também anunciou que vai lançar para os mercados cinco milhões de barris de petróleo da sua reserva estratégica e outros países se seguirão, de acordo com a Casa Branca. Ainda que os 50 milhões anunciados pelos EUA fiquem acima das expectativas dos mercados, o analista da UBS, Giovanni Staunovo, recorda à Reuters que já estava planeada a libertação de 18 milhões de barris, notando que os “detalhes” deste anúncio sinalizam que o efeito pode ser mais temporário do que duradouro.

O ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al-Mazrouei, disse esta terça-feira que “não havia lógica” em aumentar a produção de petróleo neste momento uma vez que os dados técnicos recolhidos para a próxima reunião da OPEP+ em dezembro apontam para um excedente de petróleo no mercado no primeiro trimestre de 2022. Tal dependerá também da evolução da pandemia, nomeadamente na Europa onde já há países a avançarem para restrições mais apertadas, o que tem impacto na procura por combustível.

(Notícia atualizada às 13h37 com mais informação)

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