Almoço de Costa com grandes empresas teve concordâncias e divergências
Reunião magna da associação que agrega 42 grandes empresas portuguesas incluiu almoço prolongado com o primeiro-ministro. Houve concordâncias, mas também pontos de vista diferentes.
As 42 empresas representadas na Associação Business Roundtable Portugal (BRP) estiveram reunidas em assembleia-geral na segunda-feira, em Lisboa, num dia de trabalho que incluiu um almoço com o primeiro-ministro, António Costa.
O conteúdo da conversa, que se prolongou muito para além do tempo previsto, não foi divulgado. Num encontro restrito de responsáveis da BRP com jornalistas, em que o que foi dito não podia ser atribuído, foi revelado apenas que se tratou de uma “conversa franca e aberta sobre os problemas do país com concordância em alguns aspetos e pontos de vista diferentes noutros“. A situação política do país não foi tema, com a discussão a centrar-se nos desafios de médio e longo prazo da economia portuguesa.
Esta foi a segunda reunião plenária e assembleia geral da BRP desde a sua constituição em junho e serviu para debater e aprofundar as conclusões preliminares dos grupos de trabalho sobre os três eixos prioritários definidos: pessoas, empresas e Estado.
Nos últimos meses foi realizado um trabalho de “identificação das principais problemáticas relacionadas com o fraco desenvolvimento económico e social de Portugal, bem como na recolha de informação relevante que conduza à apresentação de propostas concretas”, explica a BRP em comunicado.
O trabalho foi focado sobretudo na atração e retenção de talento, formação profissional, requalificação, crescimento, escala e internacionalização das empresas, justiça, burocracia e licenciamento, regulação e fiscalidade.
O tema da escala tem merecido especial atenção da associação. No encontro foi mesmo deixado um número sobre a importância de acelerar o desenvolvimento do tecido empresarial: um crescimento de 10% das empresas pode representar mais 3% do PIB. A fiscalidade é outra das prioridades, porque é “pouco competitiva e penaliza o sucesso, seja de pessoas, seja de empresas“.
Neste trabalho estiveram envolvidas mais de 170 pessoas, das quais cerca de 100 são quadros das empresas representadas no BRP. Participaram também académicos de universidades portuguesas e estrangeiras, consultoras de gestão, como a McKinsey, Deloitte, PwC ou EY e escritórios de advogados.
Primeiras conclusões em fevereiro
O trabalho nas diferentes áreas tem estados diferentes de maturação, estando mais avançado numas do que noutras. A apresentação das primeiras conclusões está prevista para fevereiro. A partir daí, a BRP pretende sensibilizar o Governo, sindicatos, patrões e a sociedade em geral para a importância da mudança de políticas. “Não estamos fechados a falar com quem queira falar connosco”, garante-se. Prevista está também a possibilidade de realizar pilotos com os associados em algumas medidas.
Um misto de think tank e grupo de pressão, a Business Roundtable Portugal (BRP) reúne 42 grandes empresas que em 2020 tiveram receitas acumuladas de 82 mil milhões de euros e empregavam 382 mil trabalhadores. A associação é liderada por Vasco de Mello, chairman do Grupo José de Mello, e tem Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, e António Rios Amorim, CEO da Corticeira Amorim, como vice-presidentes.
“Uma nova ambição para Portugal” foi o mote escolhido pela associação no seu lançamento em junho. A BRP pretende ajudar a colocar Portugal entre os 15 países com maior PIB per capita na União Europeia, através da promoção de políticas que permitam acelerar o crescimento económico do país.
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