Nova variante tira 1,4 mil milhões à bolsa de Lisboa em dia negativo na Europa
PSI-20 caiu 2,5% em sessão muito negativa nos mercados internacionais. As bolsas de Madrid e Paris tombaram 5% e o petróleo afunda 10%. Tudo por causa da nova variante (mais perigosa) do coronavírus.
Foi um dia de intensa pressão nas bolsas europeias, com os investidores assustados com a potência da nova variante do coronavírus que ameaça a retoma da economia. Lisboa não foi exceção: perdeu mais de 2%, o equivalente a mais de 1,4 mil milhões de euros do valor de mercado das 19 cotadas nacionais. O petróleo está a afundar mais de 10%.
O PSI-20, o principal índice português, cedeu 2,44% para 5.425,07 pontos e até conseguiu um desempenho menos negativo que os seus pares: as praças de Paris e Madrid tombaram 5% e o Stoxx 600 recuou quase 4% com o setor energético e financeiro a liderarem as quedas.
“Os mercados internacionais voltam a ser assolados pelos receios sobre uma nova variante do coronavírus da África do Sul. Diz-se que a variante é mais transmissível do que outras variantes, como por exemplo Delta, e que é mais resistente aos anticorpos”, explica o analista Henrique Tomé, da XTB. “Se a nova variante é tão perigosa como se crê, parece ser apenas uma questão de tempo até que outros países decidam impor restrições. Como se viu durante as anteriores recaídas pandémicas, as viagens transfronteiriças tendem a ser o primeiro alvo de novas restrições”, acrescentou.
Por cá, a pressão vendedora traduziu-se numa perda superior a 1,4 mil milhões de euros na capitalização bolsista das empresas do PSI-20, com a Galp entre os maiores perdedores: afundou mais de 6% para 8,268 euros, ou seja, “emagreceu” numa sessão cerca de 400 milhões. Foi um dia bastante negativo para as petrolíferas, com o barril de petróleo a afundar mais de 10% com a possibilidade de as restrições ameaçarem a recuperação mundial e quebrarem o consumo. “A nova estirpe do coronavírus desencadeou preocupações quanto a potenciais restrições de viagem e novas medidas de confinamento que atenuariam a procura”, afirma Henrique Tomé.
Galp afunda 6%
Ainda no setor energético, a EDP (-1,48%) e a EDP Renováveis (0,53%) também protagonizaram as maiores perdas, “contraindo” em termos de market cap 290 milhões e 110 milhões de euros, respetivamente.
O BCP também caiu 4% para 0,1428 euros, correspondendo a uma desvalorização de 93 milhões de euros. O setor europeu da banca caiu mais de 6%, com o Santander, Deutsche Bank e BBVA a afundarem mais de 7%. “Os receios sobre o impacto económico ficaram bem patentes na descida das yields, mesmo numa altura em que as pressões inflacionistas persistem. O movimento afetou o setor da banca”, explicam os analistas da equipa de mercados do BCP.
Entre os pesos pesados, nota ainda para a Jerónimo Martins: a dona do Pingo Doce perdeu 1,46% para 19,255 euros, o equivalente a 180 milhões do seu valor em bolsa.
Os ativos com maior risco são os mais penalizados em tempos de incerteza. O mercado das criptomoedas foi sacudido esta sexta-feira, com a bitcoin a afundar 10% e as outras moedas digitais a registarem quedas superiores.
Por seu turno, o ouro valorizou 0,41% para 13791,4 dólares por onça.
(Notícia atualizada às 17h21)
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