O líder da Garrigues, João Miranda de Sousa, admite que a nova realidade está a revelar-se muito complexa, o que tornou as necessidades de apoio jurídico aos clientes mais intensas.
Para João Miranda de Sousa, managing partner da Garrigues Portugal, em 2022 as áreas ligadas à cibersegurança, proteção de dados, comércio online e desenvolvimento de aplicações tecnológicas em geral vão ser focos de investimento.
O líder da Garrigues admite que a nova realidade está a revelar-se muito complexa, o que tornou as necessidades de apoio jurídico aos clientes mais intensas. “Os clientes exigem respostas mais rápidas aos seus problemas, certeza na tomada de decisões e aviso proativo para potenciais obstáculos que possam surgir ao longo do caminho”, diz.
Que balanço faz do ano de 2021 no que toca ao mercado da advocacia de negócios?
Estamos satisfeitos com o desempenho da sociedade e com a resposta da nossa equipa. O nível de atividade, tanto em Portugal como a nível global, tem sido elevado num ano que não foi fácil. A incerteza provocada pela pandemia foi agravada por novas tensões, que estão a testar o sistema e a economia. As empresas enfrentam cenários incertos e os advogados têm de acompanhar as suas necessidades cada vez mais sofisticadas.
O que mudou no vosso escritório em termos de estratégia em 2021?
A nossa estratégia não mudou, uma vez que a razão de ser do nosso negócio mantém-se inalterada: a confiança dos nossos clientes, baseada na excelência do serviço, para a qual precisamos dos melhores profissionais. Em 2021, continuámos a aprofundar os fatores que norteiam o nosso modelo de negócio: digitalização, sustentabilidade e internacionalização. Demonstraram ser uma base muito sólida para enfrentar este período de incerteza e mudança contínua.
Quais foram os setores mais movimentados e cuja movimentação se refletiu em termos de faturação no escritório?
O ano tem corrido razoavelmente bem, com uma atividade considerável e transações relevantes na área de Corporate e M&A, envolvendo tanto empresas como fundos. O interesse de investimento manteve-se elevado, especialmente em setores como as energias renováveis, tecnologia, imobiliário, saúde, finanças e agroalimentar, e acreditamos que esta tendência irá continuar no próximo ano. Verificou-se também uma grande atividade nos domínios laboral e fiscal, com empresas a procurarem aconselhamento sobre como enfrentar à nova realidade pós-COVID.
Quais são as expectativas para 2022 em termos de volume de negócios?
Embora todos esperemos que 2022 seja o ano da recuperação pós-COVID, há nuvens suficientes no horizonte para conter o otimismo. A nova realidade, que ainda não podemos descrever como pós-pandémica e que temos vindo a experimentar desde há alguns meses, está a revelar-se muito complexa, o que tornou as necessidades de apoio jurídico dos nossos clientes ainda mais intensas do que antes. Os clientes exigem respostas mais rápidas aos seus problemas, certeza na tomada de decisões e aviso proactivo para potenciais obstáculos que possam surgir ao longo do caminho.
Que tipo de operações podem vir a acontecer?
Como resultado da aceleração da transformação digital em todos os aspetos da vida empresarial e social, a tecnologia desempenha hoje um papel muito relevante na economia. Áreas ligadas à ciber-segurança, proteção de dados, comércio online e desenvolvimento de aplicações tecnológicas em geral, virão a ser destinatários claros do investimento, intensificando uma tendência já experimentada em Portugal nos últimos anos.
Setores como a logística e as energias renováveis, dado o claro compromisso dos governos ocidentais com a energia limpa, devem também apresentar oportunidades interessantes de desenvolvimento e investimento. Tudo isto sem esquecer o impacto que o Plano de Recuperação e Resiliência terá sobre os agentes económicos portugueses, orientando muitas das suas futuras decisões empresariais.
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João Miranda de Sousa: “Há nuvens suficientes no horizonte para conter o otimismo”
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