Gás de botija nunca foi tão caro em Portugal. Cozinhar ou aquecer a casa custa entre 29 e 120 euros por garrafa

Quem comprou uma botija de gás butano de 13 kg, esta segunda-feira, a mesma custou 29,17 euros, enquanto uma garrafa de 45 kg de propano estava a valer 120 euros, segundo preços da ENSE.

Os preços das botijas de gás estão a subir em flecha e a bater máximos históricos. A tendência tem vindo a verificar-se pelo menos nos últimos três meses, com a alta de preços a começar logo em setembro e a afetar dois terços das famílias portuguesas que ainda dependem do gás engarrafado, butano ou propano, e não têm acesso ao gás natural.

No entanto, esse também viu o seu preço aumentar, tanto no mercado regulado, com a ERSE a ditar uma subida de 0,3% a partir de outubro, e várias comercializadoras do mercado livre a seguirem o exemplo e a atualizarem a suas tarifas de gás natural, como a Galp e a EDP.

De acordo com o site da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), que tem os preços de venda ao público atualizados diariamente, o preço do propano estava esta segunda-feira, 6 de dezembro, a bater recordes nos 2,665 euros por kg (no final de outubro era de apenas 2,571 €/kg), com um preço de referência de 0,982 euros e uma margem bruta de 1,683 euros.

Significa isto que, ao dia de hoje, uma botija de 11 kg de gás propano estava a custar 29,31 euros e uma de 45 kg batia já os 120 euros.

No butano, diz a ENSE, que o preço de venda ao público estava nesta segunda-feira estava nos 2,244 euros por kg, com um preço de referência de 1,028 euros/kg e uma margem bruta de 1,229 euros/kg.

Fazendo as contas a uma botija de 13 kg de butano, a mais comum nos lares portugueses, ao dia de hoje estava a valer um valor inédito de 29,17 euros. No final de outubro o preço por kg era de apenas 2,156 euros, o que resultava num preço de 28 euros.

Conclusão: nunca as famílias portuguesas pagaram tanto pelo gás engarrafado que consomem nas suas casas, sendo que em lares com famílias numerosas uma única botija não chega a durar um mês, pesando assim ainda mais no orçamento. A culpa é dos preços do petróleo nos mercados internacionais, que têm estado também em alta.

Em fevereiro deste ano, com Portugal em pleno confinamento, a mando do Governo, os preços das botijas de gás foram fixados pela ERSE: as garrafas de butano de 12,5 kg e 13 kg não podiam custar mais de 23,18 euros e 24,10 euros (menos cerca de 6 euros, face aos preços atuais), respetivamente; no propano, uma garrafa de 9 kg custava no máximo 20,27 euros e de 11 kg valia 24,77 euro. Sem esta medida de controlo, as garrafas de gás estariam a custar em média nessa altura 25 euros em Portugal, segundo dados da ERSE. Menos cinco euros do que agora.

Neste preciso momento, e depois da medida travão para conter as margens nos combustíveis e no gás engarrafado ter passado na Assembleia da República, a ERSE está em processo de criar a regulamentação específica para o efeito, que permita operacionalizar a medida e que será colocada em consulta pública e do conselho para os combustíveis.

Só depois disto a medida-travão poderá ser usada, e sempre por iniciativa da ERSE, quando verificar que há margens que fogem ao razoável, tanto no gás, como nos combustíveis. Aí, faz então uma proposta ao Governo que fixa os máximos por portaria, consultando sempre a Autoridade da Concorrência.

Enquanto isso, as faturas do gás engarrafado vão subindo.

Segundo o mais recente boletim da ERSE, em outubro, o preço médio de venda ao público nas garrafas mais comercializadas (11kg e 13kg, respetivamente) de gás propano e butano sofreu uma atualização de 1,5% e de 1,8%, respetivamente, seguindo a tendência crescente das cotações de propano e de butano nos mercados internacionais. No que respeita às garrafas de gás de 45kg de propano, o preço médio de venda ao público do propano registou uma atualização de 1,9%,

Desagregação dos preços de gás propano (ERSE)

 

Desagregação dos preços de gás butano (ERSE)

 

Já de acordo com o dados recolhidos pela da Deco Proteste, a subida mais acentuada no último trimestre foi na botija de gás propano de 45 kg, mais usada em restaurantes e estabelecimentos comerciais, mas que começa também a ser opção para muitas famílias: aumentou 6,62 euros para muito perto dos 100 euros (97,65 euros), isto em preços médios nacionais.

Segue-se a garrafa de 11 kg de propano, que aumentou, em três meses, subiu 3,14 euros, para bem perto da marca dos 30 euros (29,11 euros). Por seu lado, a botija de 13 kg de butano (a mais comum) aumentou 1,62 euros para os 27,89 euros.

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