Talento português tem de fazer mais contas e continuar formação depois do canudo
Carlos Oliveira realça que formação ao longo da vida "pode pôr o país em crescimento", enquanto Sofia Tenreiro lembra que jovens não se formam em tecnologia devido ao medo da matemática.
Não há dúvidas que Portugal tem talento, mas é imperativo que as pessoas apostem na educação ao longo da vida e que as empresas assumam que têm um papel fundamental nesse caminho. Apesar do talento, a matemática ainda continua a ser um bicho-de-sete-cabeças e existe a necessidade de combater este estigma e estimular os mais novos a interessar-se por este tipo de disciplinas.
Sofia Tenreiro, investidora e administradora da American Chamber of Commerce Portugal, alerta que “um dos grandes motivos pelos quais os jovens não ingressarem nas tecnologias, é o medo da matemática” e que existe um “grande gap entre usar a indústria e contribuir para a indústria”, realça na 4.ª edição da conferência Fábrica 2030, organizada pelo ECO no Palácio da Bolsa, no Porto.
Na ótica da ex-administradora da Cisco Portugal e da Galp, os mais novos “adoram utilizar as tecnologias”, mas não querem contribuir para a mesma devido à aversão à matemática. Sofia Tenreiro realça que Portugal tem que “perceber como convencer os jovens e colocar-lhe esta paixão antes de eles terem uma opinião formada e o medo pela matemática ser suficientemente grande para já nem questionarem se faz sentido”.
De forma a estruturar o pensamento e a incutir a linguagem de programação desde tenra idade, Sofia Tenreiro é a favor de ensinar código às crianças a partir dos cinco ou seis anos. “Ao mesmo tempo que as crianças começam a ler era importante começarem a ter noções básicas de código, de uma forma muito simples”, afirma.
Educação ao longo da vida é fundamental para o crescimento do país
Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves, acredita, por outro lado, que a “educação e a formação é aquilo que pode pôr o país em crescimento e desenvolvimento”.
“Acreditamos muito que só com pessoas mais qualificadas e competências ajustadas às necessidades do mercado de trabalho é que país poderá crescer”, destaca o ex-secretário do Estado do Empreendedorismo.
O presidente executivo da Fundação José Neves lamenta que apenas uma em cada dez pessoas tenha feito formação no último ano. E quem quer ganhar mais competências são os portugueses mais qualificados. “Temos uma enorme responsabilidade de requalificar as pessoas que já estão no mercado de trabalho”, destaca Carlos Oliveira.
Perante um mundo em constante evolução, Carlos Oliveira não tem dúvidas que a “educação e as qualificações ao longo da vida são fundamentais”. “Educação existe para ajudar o país a crescer e a desenvolver-se. Devemos promover a aprendizagem ao longo da vida”, conclui o antigo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação.
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