Consumo dita nova queda da taxa de poupança dos portugueses no terceiro trimestre

A taxa de poupança fixou-se nos 11,3% no terceiro trimestre de 2021, após ter atingido um máximo histórico de 14,2% no arranque do ano. No segundo trimestre já tinha descido para 11,7%.

No terceiro trimestre deste ano, período marcado pelo desconfinamento e a retirada de restrições ao consumo, a taxa de poupança dos portugueses baixou para 11,3% do rendimento disponível, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No primeiro trimestre a taxa tinha atingido os 14,2%, o valor mais elevado desde que a série estatística começou em 1999, tendo descido logo no segundo trimestre para 11,7%.

“A taxa de poupança das Famílias atingiu 11,3% do rendimento disponível, o que correspondeu a uma redução de 0,4 pontos percentuais relativamente ao trimestre anterior”, revela o INE, explicando que “este resultado foi consequência do aumento de 1,2% do consumo privado (variação de +4,5% no trimestre anterior) superior ao crescimento do rendimento disponível (0,8%)“.

Em 2020, a taxa de poupança dos portugueses aumentou para 12,8% do rendimento disponível, o valor mais elevado desde 2002, de acordo com a série histórica do INE. A pandemia provocou um aumento de 5,6 pontos percentuais face a 2019 por causa da “poupança forçada” pelas restrições de movimentação que levou no ano passado à maior queda do consumo desde 1995, ano em que arranca a série do INE.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

Esta queda da taxa de poupança, à medida que a situação pandémica melhora, era esperada pelos economistas. O desconfinamento do terceiro trimestre aliado ao avanço do processo de vacinação deu confiança dos particulares para gastarem mais e, assim, pouparem menos do seu rendimento, ao contrário do que tinha acontecido desde o início da pandemia. A expectativa é que a taxa continue a baixar à medida que a economia normalize, regressando para perto dos níveis pré-pandemia.

A taxa de poupança mede a parte do rendimento disponível que não é utilizado em consumo final, sendo calculada através do rácio entre a poupança bruta e o rendimento disponível (inclui ajustamento pela variação da participação líquida das famílias nos fundos de pensões). Ou seja, em termos simples, é a fatia do salário que não é gasta.

O INE revela ainda que o rendimento disponível bruto (antes de impostos) dos cidadãos, ajustado per capita, fixou-se nos 16,8 mil euros no ano terminado no terceiro trimestre de 2021, mais 1% do que no ano terminado no segundo trimestre de 2021 (16,6 mil euros).

“Note-se que o RDB ajustado difere do RDB por incluir o valor dos bens e serviços adquiridos ou produzidos pelas AP [administrações públicas] ou ISFLSF [instituições sem fins lucrativos) de e que se destinam ao consumo das Famílias, como sejam, por exemplo, comparticipações na aquisição de medicamentos pelas famílias”, explica o gabinete de estatísticas.

(Notícia atualizada às 12h37 com mais informação)

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