“Não podemos perder o foco no esforço nacional de recuperação”, diz Costa na mensagem de Natal aos portugueses
Na sua mensagem de Natal, Costa pede cuidados nos festejos, elogia os profissionais de saúde e os portugueses, principalmente por causa da vacinação, e diz que é preciso manter o foco na retoma.
Sob o “especial dever de ser contido” neste período pré-eleitoral, dado que “teria muito mais” a dizer aos portugueses na pele de candidato socialista às eleições de 30 de janeiro, o primeiro-ministro divulgou este sábado uma curta mensagem de Natal, que foi emitida na RTP às 21h, onde fala da pandemia, da vacinação e da recuperação económica, elogia os portugueses e os profissionais de saúde e admite algumas falhas no percurso.
“Seguramente não conseguimos chegar sempre a tempo, nem sarámos ainda todas as feridas“, confessa António Costa, após ter referido as várias áreas da sociedade que foram afetadas pela pandemia, seja nas escolas, na solidão dos idosos, no desporto, na formação, cultura, setor solidário, empresas, entre outros. Para o primeiro-ministro “as escolas, as entidades do setor solidário, as autarquias locais, o Estado e a União Europeia fizeram o possível – e até o que tantas vezes parecia impossível – para acorrer a todos nas diversas vicissitudes que enfrentaram”.
Na frente económica, Costa alerta que, “apesar do emprego já ter recuperado plenamente e de termos retomado um crescimento robusto, não podemos perder o foco no esforço nacional de recuperação“. “E devemos fazê-lo com a confiança de um Povo que, tendo superado cada etapa desta pandemia, é capaz de se superar, de encarar o futuro com esperança, continuando a ser extraordinário nos tempos de normalidade e tranquilidade porque todos ansiamos“, diz, elogiando os portugueses.
O primeiro-ministro aproveita esta mensagem, que coincide com o dia em que arrancam mais restrições, para agradecer o “extraordinário civismo dos portugueses”, tanto na adesão à vacinação como no cumprimento das regras da pandemia. “Faz depois de amanhã um ano que se iniciou o processo de vacinação“, recorda Costa, elogiando os “inexcedíveis” profissionais de saúde e “muito em especial os enfermeiros na notável operação de vacinação”.
"Apesar do emprego já ter recuperado plenamente e de termos retomado um crescimento robusto, não podemos perder o foco no esforço nacional de recuperação.”
“Sei bem que posso falar em nome de todos os portugueses, sem exceção, dirigindo a todos os profissionais de saúde um muito, muito obrigado“, acrescentou, argumentando que “a vivência tão intensa destes dois anos neste posto de comando, só reforçou o meu orgulho nos portugueses e a minha confiança no nosso SNS“.
Para os próximos meses assegura que “é fundamental acelerar a vacinação à escala global e prosseguir o reforço vacinal em Portugal” uma vez que a vacina, a qual é uma “extraordinária vitória da Ciência”, “provou ser a arma mais eficaz no combate à pandemia”. “Há milhões de seres humanos em todo o Mundo que ainda não tiveram acesso à vacina e, enquanto assim for, o vírus continuará ativo e persistirá o risco de se transformar em novas variantes“, avisa.
Festejos com “todas as cautelas”
No início da mensagem de Natal, Costa reforçou a mensagem que tem transmitido aos portugueses na última semana de que devem ter festejos “com todas as cautelas”. “O melhor presente que podemos oferecer a qualquer um dos nossos familiares e aos nossos amigos é proteger a sua saúde“, considera o primeiro-ministro, admitindo que “nem sempre é fácil”.
“Há um ano, eu próprio passei a minha noite de Natal em solidão, em isolamento profilático, longe da minha mulher, dos meus filhos, da minha mãe, … de toda a minha família. Mas sei, todos sabemos, que, difícil, verdadeiramente difícil, é a dor de quem sofre a perda de um ente querido ou as provações de quem está doente, tantas vezes carecendo de internamento hospitalar“, recorda.
“São estas dores e estas provações que nenhum de nós quer sofrer e que todos desejamos que os que nos são mais queridos nunca sofram”, concluiu.
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