Rácio de malparado atinge mínimo histórico de 4%

Rácio do malparado caiu três décimas, fixando-se em 4%, número que corresponde a um mínimo histórico. Isto entre julho e setembro, indica o Banco de Portugal.

O rácio do crédito malparado está em mínimos históricos. Entre julho e setembro, o rácio de empréstimos não produtivos bruto (NPL) fixou-se em 4%, o que representa uma quebra de 0,3 pontos percentuais (p.p.), indicam os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP) sobre o sistema bancário nacional.

“No terceiro trimestre, o rácio de NPL bruto diminuiu 0,3 p.p. para 4,0%, refletindo a diminuição dos NPL (-3,6%) e o aumento dos empréstimos produtivos (3,5%). O rácio de NPL líquido de imparidades situou-se em 1,8% (-0,1 p.p.)”, explica o BdP.

Na nota divulgada esta quinta-feira, é explicado também que o rácio de NPL bruto das sociedades não financeiras (SNF) baixou 0,4 p.p para 8,3% por efeito da redução dos NPL. Já nos particulares, o rácio de empréstimos não produtivos manteve-se em 3,1%.

O Banco de Portugal acrescenta ainda que o rácio de cobertura dos NPL por imparidades aumentou 0,2 p.p. para 55,7%, em resultado da diminuição dos NPL que foi compensada por uma redução relativamente menor das imparidades acumuladas. Em maior detalhe, nas SNF registou-se um recuo de 0,2 p.p. para 56,7% enquanto nos particulares o rácio cresceu para 51,6% (no consumo e outros fins houve um acréscimo de 0,4 p.p. para 64,5% enquanto na habitação verificou-se uma quebra de 0,3 p.p. para 34,2%).

Quanto à rendibilidade do ativo (ROA), nos três primeiros trimestres de 2021, registou-se um aumento homólogo de 0,31 p.p. para 0,46%. “O aumento do ROA deveu-se à diminuição das imparidades para crédito e, em menor grau, ao aumento dos resultados com operações financeiras”, sublinha o supervisor liderado por Mário Centeno.

Por outro lado, a rendibilidade do capital próprio (ROE) conseguiu mesmo atingir o nível mais alto dos últimos anos, recuperando do impacto da pandemia. Em causa está uma subida homóloga de 3,7 p.p. para 5,4%.

Já o custo do risco de crédito diminuiu 0,63 p.p., para 0,37%. Isto depois de o aumento significativo registado no ano passado, que se ficou a dever à pandemia. Quanto ao rácio cost-to-income, verificou-se uma diminuição de 4,7 p.p. face ao período homólogo para 53,3%. A explicar esta evolução está sobretudo o aumento dos resultados com operações financeiras.

No que diz respeito à solvabilidade, o Banco de Portugal dá conta de que, no terceiro trimestre, o rácio de fundos próprios totais se manteve em 17,8%. E acrescenta: “O rácio de fundos próprios principais de nível 1 diminuiu 0,1 p.p., para 15,2%. Para esta evolução contribuiu a diminuição dos fundos próprios principais de nível 1, parcialmente compensada pela diminuição dos ativos ponderados pelo risco”.

O supervisor indica ainda que o ponderador médio de risco diminuiu um p.p, para 45,7%, o que é explicado pelo aumento do ativo, mas também (embora em “menor grau”) pela redução dos ativos ponderados pelo risco. “O rácio de alavancagem diminuiu 0,1 p.p. face ao trimestre anterior para 7,3%”, destaca também o BdP.

Contas feitas, o Banco de Portugal adianta que, em setembro de 2021, o ativo total aumentou para 441 mil milhões de euros, à boleia dos contributos do aumento das disponibilidades em bancos centrais (1,5 p.p.) e dos empréstimos a clientes (0,5 p.p.), ainda que tenham sido atenuados pela diminuição da carteira de títulos de dívida pública (-1,0 p.p.).

Quanto ao rácio de transformação, em setembro permaneceu estável em 82,5%, “com contributos semelhantes dos empréstimos a clientes e dos depósitos de clientes”, salienta-se esta quinta-feira. Além disso, o peso do financiamento obtido junto de bancos centrais diminuiu 0,1 p.p. para 9,2% do ativo.

E no terceiro trimestre do ano, o rácio de cobertura de liquidez (LCR) subiu cerca de 2,4 p.p. para 257,7%, “fruto do aumento dos ativos líquidos”, observa o BdP.

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