Juros da dívida a dez anos aliviam após máximo de dois meses

Juro das obrigações portuguesas a dez anos estavam a subir há cinco sessões, tendo atingido máximo de dois meses na sexta-feira. Aliviam na primeira sessão de 2022.

Os juros da dívida a dez anos estão a aliviar ligeiramente na primeira sessão de 2022, depois de um “rally” no final do ano passado que atirou a yield para o valor mais elevado desde o início de novembro, há dois meses.

Depois de subir consecutivamente por cinco sessões, a taxa das obrigações portuguesas a dez anos, a referência no mercado, está a deslizar dois pontos base esta segunda-feira, para 0,464%. Tinha fechado 2021 nos 0,485%, que era a taxa mais alta desde 1 de novembro.

No prazo a cinco anos também se registam descidas: a taxa, que se encontra em valores negativos, cai ainda mais para -0,243%.

Taxa a 10 anos alivia após subida no final de 2021

Fonte: Reuters

Depois de os juros da dívida terem atingido mínimos históricos nos últimos anos, à boleia da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), os analistas acreditam que se está perante uma inversão das taxas e que os próximos anos trarão custos de financiamento mais elevados para os países da Zona Euro, com o banco central a ser pressionado para aumentar as taxas diretoras por causa da aceleração dos preços. Isto tenderá reflexos também nos custos dos empréstimos para as famílias e empresas.

Neste sentido, não é só Portugal que vem registando um aumento dos juros da dívida no mercado secundário nas últimas semanas.

A taxa da dívida a dez anos de Espanha desliza ligeiramente para 0,58%, mas também está no valor mais alto desde o início de novembro. O mesmo acontece com Itália, que regista uma taxa nos 1,166%, e a Alemanha, a referência dos investidores para a Zona Euro, que tem a taxa das bunds nos -0,182.

O Banco de Portugal e o Governo já avisaram que os próximos anos poderão trazer maior pressão para os encargos do Estado com o serviço da dívida pública. Em outubro, Portugal tinha uma dívida pública acima dos 271 milhões de euros, representando 130% do PIB no final do terceiro trimestre. O indicador é atualizado esta segunda-feira pelo banco central liderado por Mário Centeno.

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