É o último dia para trocar escudos. Veja quanto valem

A nota mais baixa que ainda se pode trocar vale 2,49 euros, enquanto a mais alta chega perto dos 50 euros. As casas de numismática ouvidas pelo ECO não esperam um "boom" na procura.

O ciclo dos escudos em Portugal termina oficialmente esta segunda-feira, com a prescrição da série dos Descobrimentos. Este é o último conjunto de notas de escudos que ainda pode ser trocado, com valores que vão desde cerca de dois euros (pela nota de 500 escudos) a 50 euros (pela de 10 mil escudos).

O escudo deixou as mãos dos portugueses a 1 de março de 2002, quando foi completamente substituído pelo Euro, terminando assim este ano o prazo de troca, que é de 20 anos após a retirada de circulação.

A taxa de câmbio que o Banco de Portugal aplica é a que foi fixada na altura, apelidada de “irrevogável”, que dita que um euro vale 200,482 escudos. Assim, a nota mais baixa que ainda se pode trocar vale 2,49 euros, enquanto a mais alta é de 49,88 euros.

Os últimos dados conhecidos do banco central português revelavam que existem ainda 11,4 milhões de notas de escudo que não foram entregues, que correspondem a aproximadamente 95 milhões de euros, sendo que mais de um terço deste valor representa notas de cinco mil escudos. As notas que já prescreveram atingiram um valor 92,86 milhões de euros, pelo que se estes 95 milhões não forem trocados, poderão gerar uma poupança de 187,52 milhões de euros aos cofres do Estado.

O último conjunto de notas de escudos, da série dos Descobrimentos, prescreve a 1 de março de 2022, pelo que pode ser trocado até 28 de fevereiro. As notas de escudo que ainda podem ser trocadas são cinco: 10.000 escudos efígie Infante D. Henrique, 5.000 escudos efígie Vasco da Gama, 2.000 escudos efígie Bartolomeu Dias, 1.000 escudos efígie Pedro Alvares Cabral e 500 escudos efígie João de Barros.

Para além de ir às tesourarias do Banco de Portugal, quem tem destes escudos também tem a opção de enviar por correio, como indicado na página da instituição. As notas devem ser acondicionadas em envelope fechado, que indique o que está a ser enviado, colocado dentro de outro envelope com as informações de quem envia, nomeadamente os dados para a realização de transferência bancária.

Casas de numismática não esperam boom na procura

A partir de 1 de março, as notas de escudos servirão apenas para colecionismo. Mas as lojas de numismática ouvidas pelo ECO não antecipam um grande impacto na procura por conta da prescrição da última série ainda disponível, sinalizando que daqui a alguns anos é que poderá surgir algum interesse.

Cátia Silva, da Numismática Diamantino, sinaliza ao ECO que não deverá existir um “boom na procura”, até porque “neste momento o que vai prescrever é só as últimas notas”. São “as mais pequenas que fizeram antes de entrar o Euro, para as pessoas se começarem a habituar”, aponta. Por outro lado, “tem é havido boom de pessoas que acham que vai prescrever tudo e têm medo que não valha nada”, admite.

A responsável adianta ainda que as notas “foram emitidas em grande quantidade”, pelo que “neste momento há muito mais gente a vender do que a comprar”. Além disso, há também que considerar o estado de conservação, já que “o que as pessoas têm já tem manchas e vincos e não tem grande valor”. Já os “numismatas foram adquirindo stock porque havia muita quantidade, para poderem vender em novo”, acrescenta. Assim, a maioria “são coisas relativamente baratas, a não ser as notas de 10 mil”.

Atualmente, “a procura não é especificamente por ser escudos”, sendo que “há pessoas colecionadoras de moedas, dentro disso fazem de ciosas diferentes, outras de moedas até ao euro, outras da monarquia”. No entanto, há cada vez menos colecionadores, diz, porque “o público que coleciona são as pessoas de faixa etária mais avançada”. A “descendência vem vender em vez de continuar a coleção”, aponta.

Já no Irmãos Carvalho Colecionismo, também antecipam ao ECO que vá “ficar tudo igual”, já que os “escudos saíram há 20 anos, a maior parte dos colecionadores já os tem”. Desta forma, “daqui a uns anos é que vão ter interesse”, aponta. Com a pandemia, o negócio tem também tido alguma modernização, sendo que “há mais procura online“.

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