Exportações de bens crescem 5,2% até novembro face a 2019

Registou-se um aumento nas exportações e importações de produtos para fornecer a indústria, segundo destaca o INE.

As exportações de bens cresceram 5,2% no acumulado do ano até novembro, face ao mesmo período de 2019, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta segunda-feira. Já as importações aumentaram 0,9%. Para este resultado pesou o aumento nos fluxos de produtos para fornecer a indústria e o decréscimo no material de transporte.

O comércio internacional continua assim a ficar acima do nível registado no pré-pandemia, como já tem sido tendência nos últimos meses. O INE destaca o acréscimo de fornecimentos industriais, que foi de 12,2% comparativamente a 2019. Por outro lado, as exportações de material de transporte recuaram 11,0%.

Nas importações, foram as mesmas categorias de produtos que influenciaram o resultado no acumulado do ano. As compras de produtos para fornecer a indústria aumentaram 19,9%, enquanto se registou um decréscimo de 32,3% nas importações de material de transporte.

Já olhando para os dados mensais, é possível verificar que em novembro de 2021, as exportações e as importações de bens registaram subidas homólogas de 15,7% e 32,3%, respetivamente, segundo nota o INE. Se a comparação for com novembro de 2019, “verificaram-se variações de +15,1% nas exportações e +17,0% nas importações”.

Nesse mês, nas exportações volta a destacar-se o aumento de fornecimentos industriais, “sobretudo de produtos transformados, principalmente para Espanha”, adianta o gabinete de estatísticas. Já nas importações, é de notar o acréscimo de combustíveis e lubrificantes, algo que reflete o aumento dos preços.

Desta forma, o défice da balança comercial atingiu 2.097 milhões de euros em novembro, um aumento de 1.162 milhões de euros face ao mesmo mês de 2020. Já relativamente a novembro de 2019, o défice da balança comercial aumentou 389 milhões de euros.

Quanto aos países com quem Portugal faz comércio, Espanha mantém-se o principal parceiro, tendo mesmo havido um aumento nas exportações e nas importações com o país vizinho (+23,2% e +27,6%, respetivamente, face a novembro de 2020), principalmente nas importações de combustíveis e lubrificantes e nas trocas de fornecimentos industriais.

Além disso, é também de salientar o aumento nas importações provenientes da China: 122,5% face ao mesmo mês de 2020 e de 114,8% face a novembro de 2019. Esta subida observa-se principalmente em máquinas e outros bens de capital.

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira diz que subida “impressionante” das exportações mostra que empresas estão a superar dificuldades. “Estes dados demonstram que as empresas portuguesas, numa conjuntura internacional que tem tido algumas dificuldades, têm sido capazes de conquistar quota de mercado e enfrentar da melhor maneira as dificuldades de abastecimento de matérias-primas ou de componentes críticas”, realça o ministro da Economia.

Vestuário de malha suporta recuperação nas exportações

As exportações portuguesas de vestuário, de janeiro a novembro do ano passado, revelam um crescimento acima de 20% nas vendas de vestuário ao exterior em comparação com o mesmo período de 2020, alcançaram 2,87 mil milhões de euros. Apesar da recuperação, as exportações de vestuário ficaram ainda 28 milhões de euros abaixo do valor registado em 2019.

Esta tendência continua a ser dinamizada pelo vestuário de malha, com o vestuário de tecido ainda muito aquém dos valores de 2019. Nos onze meses do ano, as exportações de produtos de vestuário de malha evidenciaram um desempenho muito mais dinâmico do que os produtos de vestuário de tecido, acumulando um crescimento de 26,3% em relação a 2020 e de 8,3% quando comparadas com 2019.

No caso do vestuário de tecido, houve um reforço do crescimento em relação a 2020 (aumento de 5,7%), mas as exportações estão a evidenciar “sérias dificuldades” para recuperar o valor verificado em 2019 (descida de 20,9%).

Fonte: análise do CENIT com base nos dados do INEINE / ANIVEC

“No conjunto das exportações de vestuário temos assistido a desempenhos muito interessantes em mercados de referência, como o francês, o germânico, o italiano, o holandês e o norte-americano. Mas continuamos a salientar que esta evolução está fundamentalmente suportada no vestuário de malha”, destaca César Araújo, presidente da Associação Nacional das Industrias de Vestuário e Confecção (Anivec).

Entre os principais mercados de destino das exportações de vestuário, destaca-se o caso da Espanha que, apesar de permanecer 20,6% abaixo do valor de 2019, já recuperou 15,5% das exportações em relação a 2020. Também de salientar o desempenho do mercado francês, com crescimentos de 15,2% em relação a 2019 e de 23% em comparação com 2020, bem como do mercado italiano, com crescimentos de 15,5% e de 28,8%, respetivamente.

Ano 2021 foi “um dos melhores de sempre” para exportações de têxteis e vestuário

As exportações da indústria têxtil e de vestuário somaram 4.979 milhões de euros até novembro, mais 16,0% do que em 2020 e 2,8% acima de 2019, devendo registar em 2021 “um dos melhores anos de sempre”, segundo a associação setorial.

“Os dados das exportações de têxteis e vestuário para 2021 deverão ultrapassar os 5.300 milhões de euros, um dos melhores anos de sempre em termos de exportações”, refere a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) num comunicado divulgado hoje, com base em dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com a associação liderada por Mário Jorge Machado, considerando apenas o mês de novembro passado, o país exportou 503 milhões de euros de têxteis e vestuário, um valor 16% superior ao registado em 2019.

Já no acumulado dos primeiros onze meses do ano, as exportações do setor ascendem a 4.979 milhões de euros, superando o mesmo período de 2019 em 2,8%, “sobretudo devido aos bons resultados de têxteis para o lar e vestuário de malha”.

Analisando os mercados, França lidera a lista de destinos com melhor performance, com um aumento de 98 milhões de euros (+16%), seguida dos EUA (mais 93 milhões de euros, equivalente a +29%) e de Itália (aumento de 47 milhões de euros, ou seja, +16%). Espanha continua a destacar-se pelos piores resultados, com uma quebra de 225 milhões de euros (-15%).

Exportações de componentes automóveis caem 13,6% em novembro

As exportações de componentes automóveis caíram 13,6% em novembro de 2021 face a igual mês de 2020, para 812 milhões de euros, tendo diminuído 9,2% relativamente a 2019, segundo dados divulgados esta segunda-feira pela Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA).

“Desta forma, e analisando as vendas ao exterior nos primeiros onze meses do ano, verifica-se que apenas nos meses de fevereiro e março é que as exportações se mantiveram acima do nível verificado em 2019 [período pré-pandemia. Comparando 2021 com 2020, percebe-se que no segundo semestre de 2021 as exportações diminuíram sempre face ao ano anterior”, refere a AFIA.

Segundo a associação, no acumulado até novembro de 2021, as exportações de componentes automóveis atingiram os 8.427 milhões de euros, refletindo uma diminuição de 7,9% face ao mesmo período do ano de 2019, o período anterior à pandemia.

“Os problemas nas cadeias de abastecimento continuam a afetar toda a indústria automóvel que, devido à falta de ‘chips’, componentes eletrónicos e também à escassez de outras matérias-primas têm levado a graves problemas nesta indústria com as construtoras automóveis a interromperem temporariamente a laboração”, explica a AFIA.

Relativamente aos países de destino das exportações, de janeiro a novembro de 2021, face ao mesmo período de 2019, Espanha continua no topo, com vendas de 2.438 milhões de euros (+0,2%), seguida da Alemanha, com 1.729 milhões de euros (-11,1%).

(Notícia atualizada às 19h07 com exportações de componentes automóveis)

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