Rio exige que Costa diga o que fará sem maioria absoluta

O líder do PSD considera que António Costa tem de esclarecer os portugueses sobre o que fará se não tiver maioria absoluta. Rio pede transparência e acusa PS de ter "escondido" a geringonça em 2015.

A um dia do debate decisivo entre os dois candidatos ao lugar de primeiro-ministro, o presidente do PSD desafia novamente o secretário-geral do PS para clarificar junto dos portugueses o que fará se não tiver uma maioria absoluta. “Se tiver uma maioria relativa, [António Costa] não diz o que vai fazer“, disse Rui Rio esta quarta-feira, após um encontro com a Ordem dos Enfermeiros.

Para o candidato social-democrata é Costa quem “está em desvantagem”, e não o próprio, por não ter uma “resposta clara” para o pós-eleições, seja qual for o resultado. “Eu tenho uma resposta clara para cada situação em concreto”, garante Rio, criticando o líder socialista por apenas ser claro no cenário em que perde eleições — nesse caso, vai embora. “A partir daí não tem resposta clara para mais nada e refugia-se dizendo que quer uma maioria absoluta. Isso também eu quero. Queremos todos“, rematou.

O presidente do PSD tem apelado a todos os partidos para que haja diálogo no pós-eleições para criar condições de governabilidade. E o que fará o PSD? Se não ganhar com maioria absoluta, tentará um acordo à direita com CDS e Iniciativa Liberal e deixou no ar nos debates que poderá encostar o Chega à parede para que este escolha se quer um Governo de direita ou de esquerda, caso este potencial Governo vá a votos no Parlamento (moção de censura, por exemplo). Se não houver maioria à direita, o PSD mostra-se disponível para negociar com o PS, mas os socialistas não têm dado sinais de abertura, focando-se no discurso da maioria absoluta. Se o PS vencer mas sem maioria absoluta, o PSD quer viabilizar o Governo de Costa para não o deixar nas mãos do PCP e do Bloco.

Para Rio, António Costa “devia ser confrontado” com esses cenários de governabilidade “em todos os debates” e não só no debate desta quinta-feira entre os dois principais candidatos. Isto porque o socialista “tem historial”: “Em 2015 perdeu as eleições e foi primeiro-ministro com base num acordo parlamentar que durante a campanha escondeu e nunca disse que o podia fazer”, acusa o social-democrata, argumentando que “em nome da transparência devemos dizer para o que estamos abertos, o que se aceita ou não, em função de cada resultado“.

António Costa tem ainda mais de ser claro. Não está a dar a essa resposta. Se tiver uma maioria relativa, não diz o que vai fazer“, concluiu.

Sobre o debate desta quinta-feira, Rio disse ser “lógico” que há “alguma preparação” específica para este momento, até porque seria uma “falta de responsabilidade se não o fizesse”. Porém, “as mensagens a transmitir nada diferem” do que já tem vindo a dizer. “Tenho consciência clara de quais devem ser as prioridades para a governação do país nos próximos quatro anos”, garante, dando prioridade ao crescimento económico, à descida da carga fiscal e à melhoria dos serviços públicos, através da implementação de reformas.

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