Companhias aéreas dos EUA temem “interferências do 5G”
Os dirigentes das transportadoras aéreas dos EUA inquietam-se com as consequências da 5G nos aviões devido a possíveis perturbações nos instrumentos de bordo.
Os dirigentes de 10 transportadoras aéreas dos EUA manifestaram na segunda-feira a sua preocupação, às autoridades federais, sobre o potencial “caos” que pode resultar da presença da tecnologia de internet móvel ultrarrápida 5G junto dos aeroportos.
Em carta obtida pela AFP, aqueles dirigentes escreveram: “Uma intervenção imediata é necessária para impedir uma importante perturbação operacional para os passageiros, os transportadores, as cadeias de aprovisionamento e o fornecimento de produtos médicos essenciais”.
Este alerta foi feito a dois dias da entrada em funcionamento do serviço do 5G.
Os atores do setor aéreo os EUA inquietam-se com as consequências da 5G nos aviões devido a possíveis perturbações nos instrumentos de bordo.
“Em um dia como o de ontem (domingo), mais de 1.100 voos e cem mil passageiros seriam sujeitos a anulações, desvios ou atrasos”, recearam nomeadamente os dirigentes das transportadoras American Airlines, Delta e Southwest e ainda as divisões aéreas dos conglomerados da distribuição FedEx e UPS.
“Considerando o pouco tempo restante e a importância desta calamidade económica, completamente evitável, pedimos respeitosamente que apoie e tome todas as ações necessárias para que o 5G seja desenvolvido, com exceção de quando as torres ficarem demasiado perto das pistas dos aeroportos”, escreveram, na missiva destinada ao governo federal, à agência de segurança na aviação (FAA, na sigla em Inglês) e ao regulador das telecomunicações (FCC).
Estes dirigentes pretendem também uma pausa, “até que a FAA possa determinar como o desenvolvimento pode ser conseguido com toda a segurança, sem perturbação catastrófica”.
No início de janeiro, as transportadoras aéreas tinham obtido um novo adiamento, até quarta-feira, para o desenvolvimento das novas bandas de frequência.
Por outro lado, através da sua federação Airlines 4 America, ameaçaram processar os conglomerados das telecomunicações AT&T e Verizon para obter este adiamento e as modificações técnicas no desenvolvimento desta última geração de internet móvel ultrarrápida.
As bandas de frequência 3,7-3,8 GHz foram atribuídas à AT&T e Verizon em fevereiro de 2021, depois de um leilão de várias dezenas de milhares de milhões de dólares.
Face às inquietações com potenciais problemas de interferências com os aparelhos que medem a altitude doa aviões, a FAA emitiu novas diretivas a limitar a utilização destes aparelhos de bordo em algumas situações.
Mas as transportadoras aéreas norte-americanas insurgiram-se contra os potenciais custos induzidos e apelaram às autoridades para que encontrem rapidamente uma solução.
Em dezembro, as transportadoras Airbus (europeia) e a Boeing (norte-americana) também tinham expressado a sua “inquietação” com possíveis perturbações nos instrumentos de bordo causadas pela 5G, em carta dirigida ao Departamento dos Transportes dos EUA.
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