FC Porto gera lucro, Sporting foca em cedências e Benfica falha plantel reduzido
O FC Porto lucrou 40 milhões de euros no mercado de inverno de transferências, Sporting focou-se em saídas por empréstimo e Benfica falhou na redução do seu plantel com 30 jogadores.
O FC Porto gerou lucros de 40 milhões de euros no mercado de inverno de transferências de futebolistas, que fechou na segunda-feira, com o Sporting a privilegiar saídas por empréstimo e o Benfica a conservar um vasto plantel.
A necessidade de liquidez, agravada pela perda de 9,6 milhões de euros face à ausência dos ‘oitavos’ da Liga dos Campeões, bem como a ameaça da UEFA de exclusão por três épocas das provas europeias incitou os ‘dragões’ a deixarem sair três figuras do passado recente.
Melhor jogador da I Liga em outubro e novembro de 2021, o avançado colombiano Luis Díaz rumou aos ingleses do Liverpool por 45 milhões de euros, mais 15 milhões de euros por objetivos, montante inferior à cláusula de rescisão de 80 milhões, com o FC Porto a deter apenas 80% do passe.
O avançado mexicano Jesús Corona, eleito a melhor individualidade do campeonato há duas temporadas, ingressou a título definitivo nos espanhóis do Sevilha, por três milhões de euros, desfalcando o conjunto de Sérgio Conceição a apenas seis meses do fim do contrato.
Quanto ao médio internacional português Sérgio Oliveira, assinou pela Roma, de José Mourinho, com uma taxa de cedência de um milhão de euros e uma opção de compra de 13 milhões, do mesmo modo com que o ala guineense Nanu rumou aos americanos do Dallas, estando ainda em dúvida o futuro do argentino Renzo Saravía, recém-chegado do Internacional.
As quatro vendas permitiram ao FC Porto ser o terceiro clube a nível mundial com maior receita gerada em janeiro (49 milhões de euros), atrás dos italianos da Fiorentina (81,6 milhões de euros) e dos ingleses do Manchester City(55 milhões de euros), face aos nove milhões investidos em Galeno.
Suportado pela continuidade na Champions, o campeão nacional Sporting reteve peças nucleares como Pedro Gonçalves, João Palhinha, Matheus Nunes ou Gonçalo Inácio, cedendo ao estrangeiro dois atacantes cada vez menos utilizados por Rúben Amorim.
Tiago Tomás seguiu para os alemães do Estugarda, com uma opção de compra de 15 milhões de euros, e o cabo-verdiano Jovane Cabral foi anunciado pela Lazio pouco antes do fim do mercado em Itália, com uma taxa de empréstimo de um milhão de euros e uma cláusula de oito milhões.
O angolano Bruno Gaspar, a título definitivo, e o moçambicano Geny Catamo, cedido, rumaram ao Vitória de Guimarães, com os brasileiros Carlos Jatobá e Luiz Phellype a serem emprestados a Santo André e OFI Creta, respetivamente, enquanto o futuro do compatriota Renan Ribeiro, que treina à parte há época e meia, continua pendente.
Nos oitavos de final da Liga dos Campeões também está o Benfica, cuja meta de reduzir significativamente o plantel orientado por Nélson Veríssimo foi fracassada, ao ponto de apenas ter acertado o empréstimo do defesa Ferro para os croatas do Hajduk Split.
Nomes como Adel Taarabt ou Haris Seferovic, que a SAD contava transferir, visando a redução da folha salarial, vão continuar num plantel com 30 jogadores, que já está afastado das taças internas e com larga distância para o FC Porto no topo da I Liga.
De acordo com a imprensa desportiva, o Benfica recusou uma proposta de 40 milhões de euros, mais cinco milhões em variáveis, do West Ham pelo uruguaio Darwin Núñez, melhor marcador do campeonato, no derradeiro dia da janela invernal, em que manteve o impasse sobre Gedson e inscreveu o colombiano Yony González, chegado do empréstimo ao Ceará.
Pedro Ganchas (Paços de Ferreira), o venezuelano Jhonder Cádiz (Famalicão) e o luso-guineense Ronaldo Camará (Monza) foram vendidos definitivamente pelo clube da Luz, que cedeu pela terceira vez o argentino Germán Conti, desta feita ao América Mineiro.
Já o Sporting de Braga viu sair temporariamente o espanhol Mario González (Tenerife) e os brasileiros Raul Silva (Estoril Praia), Luan Gonçalves (Leixões) e Eduardo (Náutico), restando definir o futuro dos compatriotas Bruno Viana e Lucas Piazon e de Chiquinho.
A nível global, a I Liga é a quarta com mais receita gerada em janeiro, de quase 80 milhões de euros, atrás de Inglaterra (133,52 milhões de euros), Itália (127,4 milhões de euros) e França (99,15 milhões de euros), num lote em que, além do FC Porto, sobressai o Sporting de Braga, com nove milhões pela venda de Galeno.
Aos 7,67 milhões de euros de Marcus Edwards, o Vitória de Guimarães recebeu 1,3 milhões de euros pela saída definitiva de Pedro Henrique (Lion City Sailors) e 300 mil euros pela cedência do maliano Falaye Sacko (Saint-Étienne), à qual se juntou a cedência de André André (Al-Ittihad).
Filipe Soares (PAOK) e Abdu Conté (Troyes) renderam quase quatro milhões ao Moreirense, Chiquinho (Wolves) valeu 3,5 milhões ao Estoril e Tomás Ribeiro (Grasshoppers) um milhão ao Belenenses SAD, com Boavista e Famalicão a serem os únicos a descartarem vendas.
Se o Portimonense rentabilizou 3,5 milhões por Aylton Boa Morte (Khor Fakkan) e Fali Candé (Metz), as transferências do brasileiro Jean Patric e do venezuelano Jhon Murillo (San Luis), cujas quantias são desconhecidas, ajudaram Santa Clara e Tondela a equilibrar contas, ainda abaladas pela quebra de receitas provocada pela pandemia de Covid-19.
O mercado vai continuar ativo por algumas semanas em países como Turquia, Roménia, Hungria, Suíça, Rússia, Argentina, Polónia, Ucrânia ou Brasil, sendo que vários atletas terminam contrato no final da época e podem já assinar a custo zero com outro clube.
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