Inflação da Turquia chega aos 48,7%, um máximo de 2002
O presidente Erdogan tem sido acusado de encorajar o aumento dos preços ao pressionar o banco central turco a baixar quase sistematicamente as taxas de juro nos últimos meses.
A taxa de inflação anual da Turquia atingiu em janeiro os 48,7%, o nível mais alto desde abril de 2002, revelou o Instituto de Estatística da Turquia (TurkStat) esta quinta-feira, citado pelo Daily Sabah. Erdogan tem sido acusado de encorajar o aumento dos preços ao pressionar o banco central turco a baixar quase sistematicamente as taxas de juro nos últimos meses.
O índice de preços ao consumidor anual naquele país subiu para 48,7% em janeiro, em termos homólogos, acima dos 36,1% registados em dezembro. A taxa de inflação mensal foi de 11,1% em janeiro.
Um grupo de 20 economistas já tinha projetado um aumento médio mensal até aos 48,42% em janeiro e o próprio Banco Central da República da Turquia (CBRT) já tinha revisto em alta na semana passada as previsões de inflação anual para este ano e também para o próximo.
A estimativa para o índice de preços ao consumidor no final de 2022 foi revista em alta para 23,2% e, no último relatório, em outubro, o banco central previu que a inflação cairia para 11,8% até ao final de 2022. O banco prevê uma taxa de inflação de 8,2% em 2023 e um regresso à meta oficial de 5% um ano depois, diz o jornal turco.
Mas, enquanto isso não acontece, os dados mostram que a inflação deve aproximar-se dos 50% em janeiro, atingir um pico próximo dos 55% em maio e depois cair acentuadamente no terceiro trimestre.
A inflação tornou-se um tema quente na Turquia a menos de 18 meses das próximas eleições presidenciais, com a oposição e alguns economistas turcos e estrangeiros a acusarem o Gabinete Nacional de Estatística (Tüik) de subestimar a sua dimensão em mais de metade.
O Chefe de Estado tem sido acusado de encorajar o aumento dos preços ao pressionar o banco central turco a baixar quase sistematicamente as taxas de juro nos últimos meses. Para justificar a sua política de “juros baixos”, Erdogan tem invocado repetidamente os preceitos do Islão, que proíbe a usura. Ao contrário das teorias económicas clássicas, o Presidente turco acredita que taxas de juro elevadas encorajam a inflação.
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