Preços da luz e gás na União Europeia disparam 25% no espaço de um ano

Eurostat revela que o preço da importação de energia na Zona Euro mais do que duplicou (115%) entre 2020 e 2021. Na produção doméstica os preços aumentaram 73%.

Entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021, o preço da importação de energia na Zona Euro mais do que duplicou (115%), revelam os dados divulgados pelo Eurostat esta quinta-feira. Ao mesmo tempo, os preços da energia na produção doméstica (ou seja, ao nível de cada país) também aumentaram quase três quartos (73%).

Como consequência, sublinha o gabinete de estatísticas da União Europeia (UE), “os preços ao consumidor na eletricidade, gás e outros combustíveis aumentaram 25% entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021”.

“O desenvolvimento recente não tem precedentes. Os preços da importação de energia, embora sejam bastante voláteis, até agora nunca subiram mais do que 30% no espaço de um ano. E os preços ao produtor doméstico também nunca variaram mais do que cerca de 10% ao ano”, sublinha o Eurostat.

Olhando para a década anterior, esta evolução, entre 2020 e 2021, contrasta fortemente com a relativa estabilidade dos preços de importação de energia entre 2010 e 2019 (em 2020, por exemplo, os preços caíram 31%, devido à pandemia).

Nesse espaço de tempo, o aumento anual dos preços no produtor doméstico de energia foi também relativamente baixo (0,9%), enquanto em 2020, os preços dos produtores de energia caíram quase 10%. Esta informação provém de dados sobre importação industrial e preços ao produtor que foram publicados recentemente pelo Eurostat.

Europa continua totalmente dependente da importação de energia

O Eurostat revela também que, em 2020, a UE importou 57,5% da energia que consumiu, um decréscimo de quase 3 pontos percentuais face a 2019, quando este indicador atingiu um máximo histórico de 60,5%.

O decréscimo foi resultado da variação dos principais componentes deste indicador: as importações líquidas caíram -12,6% e a energia bruta disponível registou uma queda -8,1%, esta última influenciada principalmente pela redução da produção primária. Essas mudanças estiveram, sobretudo, ligadas à redução da procura devido às restrições da pandemia e à crise económica que se instalou.

Os combustíveis mais importantes no mix energético da UE em 2020 foram o petróleo e os produtos petrolíferos (34,5%) e o gás natural (23,7%), que são, sobretudo, importados.

A taxa de dependência de importação do petróleo bruto, matéria-prima essencial para a indústria petroquímica e para a produção de combustíveis utilizados no transporte, foi a mais alta de todos os combustíveis e diminuiu apenas ligeiramente de 96,8% em 2019 para 96,2% em 2020, interrompendo uma tendência ascendente que se tinha iniciado em 2015 (95,2%).

O gás natural, importante na Europa para a produção de eletricidade e aquecimento, teve a segunda maior taxa de dependência de importações de 83,6% em 2020, uma queda de 6 pontos percentuais em relação aos 89,6% em 2019, o ano com a maior quota de importação desde 1990.

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