Economia acelera na primeira semana de fevereiro

Após um arranque de janeiro com o pé esquerdo, ainda que com uma recuperação na segunda quinzena, a economia portuguesa entrou em fevereiro com o pé direito: a crer no indicador avançado do Banco de Portugal, a atividade económica acelerou na primeira semana de fevereiro. Contudo, é de notar que a comparação homóloga é feita com um período (fevereiro de 2021) de confinamento generalizado em Portugal.

“Na semana terminada a 6 de fevereiro, o indicador diário de atividade económica (DEI) aponta para uma taxa de variação homóloga da atividade superior à observada na semana anterior“, revela o Banco de Portugal esta quinta-feira na atualização deste indicador que criou durante a pandemia.

Segundo os dados do banco central, a média móvel semanal do DEI a 3 de fevereiro registava um crescimento de 8,8%. Já o último valor diário, relativo a 6 de fevereiro, apontava para um crescimento homólogo de 14,9%, um dos maiores das últimas semanas.

Atividade económica acelera na primeira semana de fevereiro

Além disso, o banco central assinala que a “correspondente taxa de variação bienal recuperou no mesmo período”. Contudo, apesar de ter recuperado, a taxa bienal continua a ser negativa, o que indica que ainda não há uma recuperação total face aos valores pré-pandemia (fevereiro de 2020 ainda é antes da pandemia).

A média móvel semanal a 3 de fevereiro apresentava uma queda de 2,3%, o que ainda assim representa uma melhoria face às semanas anteriores.

DEI continua a registar quedas face à média dos dois anos anteriores

Anteriormente, os dados do DEI mostraram uma desaceleração da economia no final de 2021 e no início de 2022. Apesar disso, o Instituto Nacional de Estatística (INE) veio depois a divulgar que o PIB tinha crescido 4,9% em 2021, acima do esperado pela maioria das previsões. Tal aconteceu também porque o INE reviu em alta o desempenho da economia nos trimestres anteriores em 2021.

Para o primeiro trimestre de 2022, as novas previsões da Comissão Europeia divulgadas esta quinta-feira antecipam uma travagem para um crescimento em cadeia de 0,5%, após os 1,6% registados no quarto trimestre de 2021. Contudo, depois haverá uma aceleração, o que leva o executivo comunitário a rever em alta o PIB do conjunto do ano para 5,5%. A Comissão antecipa que Portugal vai recuperar o nível pré-pandemia no segundo trimestre deste ano.

Este novo indicador divulgado pelo banco central incorpora diversas séries de informação, como o tráfego de pesados de mercadorias nas autoestradas, o tráfego de correio nos aeroportos nacionais ou as compras efetuadas com cartões bancários. O impacto da pandemia gerou uma maior necessidade de recurso a este tipo de indicadores económicos de divulgação mais frequente, como é o caso do DEI. Isto acontece porque um dos mais relevantes, o Produto Interno Bruto (PIB), é apenas apurado e divulgado trimestralmente. A próxima divulgação do DEI está marcada para 17 de fevereiro.