Zelensky convida Biden a visitar Kiev nos próximos dias

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2022

O Presidente da Ucrânia convidou o Presidente dos EUA a visitar Kiev, afirmando que seria um "sinal poderoso" para aliviar as tensões militares envolvendo a concentração de tropas da Rússia.

O Presidente da Ucrânia convidou o seu homólogo norte-americano a visitar Kiev nos próximos dias, alegando que isso seria um “sinal poderoso” para aliviar a tensão devido à ameaça de um ataque militar russo.

“Estou convencido de que sua chegada a Kiev nos próximos dias, que são cruciais para estabilizar a situação, será um sinal poderoso e contribuirá para a desescalada” da tensão, disse Volodymyr Zelensky a Joe Biden numa conversa telefónica de quase uma hora que decorreu na tarde de domingo, citada pela Efe.

De acordo com a Presidência ucraniana, os dois chefes de Estado discutiram a situação de segurança na Ucrânia, face ao destacamento de mais de 100 mil soldados russos junto à fronteira do país e trocaram informações sobre a ameaça da Rússia de uma eventual invasão.

Segundo a mesma fonte, os líderes ucranianos e norte-americano também reafirmaram a unidade de posições sobre a “importância de continuar os esforços políticos e diplomáticos para desbloquear o processo de paz” para o leste da Ucrânia e restaurar a estabilidade na zona.

Segundo a Casa Branca, na conversa telefónica, Joe Biden reiterou o seu compromisso com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia face a um eventual ataque da Rússia e garantiu que os Estados Unidos responderão de forma “rápida e decisiva”, em conjunto com os seus aliados, a uma eventual agressão militar. bJoe Biden garantiu ainda a Volodymyr Zelensky que os EUA responderão de forma “rápida e decisiva”, em conjunto com os seus aliados, a uma eventual agressão militar russa na Ucrânia.

Na conversa telefónica, que durou cerca de 51 minutos, os líderes norte-americano e ucraniano decidiram ainda manter a via diplomática como forma de diminuir a tensão que resulta da concentração de forças militares russas junto à fronteira com a Ucrânia.

No sábado, os Presidentes dos EUA e Rússia mantiveram a divergência sobre a Ucrânia, com Biden a avisar Putin para “custos severos e rápidos” se Moscovo invadir a Ucrânia e o Kremlin a denunciar a “histeria dos EUA”.

No domingo, em entrevista ao canal televisivo CNN, o conselheiro nacional de segurança da administração dos Estados Unidos, Jake Sullivan, referiu que uma invasão russa da Ucrânia pode acontecer “a qualquer momento”. “Não podemos prever o dia exatamente, mas uma invasão russa da Ucrânia pode começar a qualquer momento, inclusive nesta semana”, avançou Jake Sullivan.

O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas junto às fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho. Os EUA alertaram na sexta-feira que um ataque russo pode acontecer “a qualquer momento” e pediram aos seus cidadãos que abandonassem o país rapidamente. Desde então, dezenas de governos, incluindo o de Portugal, aconselharam os seus cidadãos a sair da Ucrânia.

A Rússia nega pretender invadir a Ucrânia, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança. Essas exigências incluem garantias juridicamente válidas de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO e o regresso das tropas aliadas nos países vizinhos às posições anteriores a 1997. Os EUA e os seus aliados da NATO e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) recusam tais exigências.

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