Mesmo em pandemia, futebol contribuiu mais 11,3% para o PIB português
O Anuário do futebol português da época 2020/2021 mostra que a pandemia não impediu esta indústria de apresentar melhorias ao nível financeiro em relação ao ano anterior. O passivo, contudo, aumentou.
Mesmo em plena pandemia e com os estádios despidos de adeptos, o futebol profissional português foi capaz de gerar 792 milhões de euros na época 2020-2021, contribuindo cerca de 550 milhões de euros para o PIB português, o que representa um acréscimo de 11,3% comparado com a temporada anterior. O passivo dos clubes da Liga Bwin, porém, aumentou, segundo os dados da 5.ª edição do Anuário do Futebol, elaborado pela Liga Portugal e pela consultora EY.
“A Liga Portugal e as Sociedades Desportivas geraram 792 milhões de euros em volume de negócios, o que se traduziu numa contribuição de cerca de 550 milhões de euros para o PIB português (0,25%) em 2020-21, retomando-se valores pré-pandemia, apesar da ausência de adeptos nos estádios”, salienta o relatório.
Apesar de ter havido uma queda nas receitas de bilheteira, devido ao complicado contexto pandémico do país, registou-se um aumento dos rendimentos. Uma situação que, de acordo com o mesmo relatório, deveu-se aos “rendimentos de direitos televisivos (variação de 47 milhões de euros) e da presença e desempenho nas competições europeias (variação de 11 milhões de euros), nomeadamente a presença do FC Porto nos quartos de final da UEFA Champions League”.
Com um volume de negócios de 792 milhões de euros na época passada, o futebol profissional produziu mais de 192 milhões de euros em impostos para o Estado português, o que significa uma subida de 2,5% face à época anterior (187 milhões de euros). Um valor que foi suportado essencialmente pela Liga Bwin, que contribuiu com cerca de 177 milhões de euros, o equivalente a 92% do impacto fiscal total estimado.
É também reforçado no relatório que a Liga SABSEG e a Liga Bwin foram responsáveis diretamente pelo número recorde de 3.729 postos de trabalho, o que representa um aumento de 4,2% na empregabilidade da indústria face à temporada anterior.
“As Sociedades Desportivas da Liga Portugal Bwin são responsáveis pela maioria dos postos de trabalho criados. Empregam 2.946 pessoas, das quais 1.155 são jogadores, 267 treinadores e 1.524 funcionários afetos às áreas de suporte, gestão e administração,” é explicado no Anuário do futebol, onde é ainda salientado que “os atletas são os agentes desportivos com maior remuneração, auferindo um valor total agregado em salários de 238 milhões de euros, seguidos dos funcionários e dos treinadores”.
Passivo com destinos diferentes nas Ligas profissionais
Todavia, analisando o total dos passivos das ligas profissionais em Portugal, as conclusões têm um sabor agridoce. No caso das Sociedades Desportivas da Liga Bwin, o passivo acumulado foi de 1.520 milhões de euros, um aumento de 18,8% comparativamente a 2019/2020. Uma subida explicada no Anuário pelo “maior endividamento junto da banca e fornecedores”.
Já na segunda divisão de futebol, a realidade é outra. O total do passivo dos clubes que atuam na Liga SABSEG diminuiu para 53,2 milhões de euros, uma redução de 2,3% em relação ao período homólogo. A redução do passivo é e consequência da “diminuição das dívidas a associados na ordem dos 18,2 milhões de euros (maioritariamente passivo corrente)” e “com o impacto líquido da subida de divisão de clubes com dívidas superiores à média.”
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Mesmo em pandemia, futebol contribuiu mais 11,3% para o PIB português
{{ noCommentsLabel }}