Tribunal declara insolvência da fábrica de bicicletas Esmaltina, em Anadia
O Juízo de Comércio de Aveiro fixou “em 30 dias o prazo para a reclamação de créditos” por parte dos credores e considerou não ser necessário a realização da assembleia de credores.
O Juízo de Comércio de Aveiro declarou a insolvência da fábrica de bicicletas Esmaltina, requerida pela empresa de Anadia, que viu as suas instalações destruídas por um incêndio em janeiro.
Segundo um anúncio publicado no Portal Citius, a que a Lusa teve acesso esta quarta-feira, a sentença de declaração de insolvência foi proferida na segunda-feira. O juiz fixou “em 30 dias o prazo para a reclamação de créditos” por parte dos credores e considerou não ser necessário a realização da assembleia de credores.
A Esmaltina avançou com o pedido de insolvência na quinta-feira, três semanas depois de a empresa ter sido atingida por um incêndio, que destruiu o “pavilhão principal” da fábrica situada em Sangalhos. O alerta para o incêndio industrial, que foi combatido por mais de 100 bombeiros com o apoio de 30 viaturas, foi dado cerca das 23 horas do dia 26 de janeiro. O fogo foi dado como dominado cerca das 03h30 do dia seguinte.
Na altura, a presidente da Câmara de Anadia disse estar desolada perante a destruição que as chamas deixaram na fábrica de bicicletas. “É uma grande perda para os proprietários, para os trabalhadores e para o concelho. Pelo que conseguimos analisar do exterior, a fábrica está praticamente toda destruída: o que está em pé é basicamente a parte de escritórios”, referiu.
Em declarações à Lusa, a autarca contou então que já tinha estado com os proprietários da Esmaltina, que se encontravam “em estado de choque e a tentar perceber a dimensão dos prejuízos”. “Não sabem o que possa ter causado o incêndio. O proprietário, ao chegar ao local durante a noite, pensou que o incêndio estava localizado num determinado ponto e quando se aperceberam já corria quase a nave principal”, lamentou na ocasião.
A presidente da Câmara Municipal de Anadia destacou ainda que este incêndio ocorreu numa altura em que “a empresa tinha material pronto para entrega” e “o armazém com stocks que garantiam a continuidade da produção”. “Os funcionários também estão chocados e obviamente preocupados, pelo que pude ver, mas demonstram ter grande vontade de dar a mão e ajudar. É preciso ter muita coragem e apoios para poderem voltar a erguer-se, com a motivação e empenho de todos os seus colaboradores, que já são mais de uma centena”, acrescentou.
A Esmaltina é uma das mais antigas empresas de bicicletas do país. Fundada em 1970, possui um volume de faturação de cerca de 10 milhões de euros e emprega atualmente pouco mais de 50 pessoas. Produz cerca de 200 mil veículos por ano, sobretudo para o mercado ibérico. “A Esmaltina já produziu mais de três milhões de bicicletas para os seus clientes na Europa, África e América do Sul”, lê-se no site da empresa.
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