Confiança dos consumidores dispara no arranque de 2022 antes da guerra na Europa

Num período marcado pelas eleições legislativas, o indicador de confiança beneficiou sobretudo das expectativas dos consumidores portugueses em relação à evolução futura da situação económica do país.

Depois da quebra registada no último trimestre do ano passado, o indicador de confiança dos consumidores aumentou em janeiro e em fevereiro, de acordo com os dados disponibilizados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Esta evolução resultou do contributo positivo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país, da situação financeira do agregado familiar e quando ainda não havia ideia até que ponto ia evoluir a escalada de tensão na Ucrânia. Em sentido contrário, o indicador foi pressionado pelas expectativas relativas à evolução futura da realização de compras importantes e pelas opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar.

A mesma publicação do INE salienta ainda que “o saldo das opiniões dos consumidores sobre a evolução passada dos preços aumentou nos últimos cinco meses, prolongando a trajetória marcadamente ascendente iniciada em março de 2021 e atingindo o valor máximo desde julho de 2008”.

Quanto ao indicador de clima económico, os dados apontam igualmente para um crescimento no mês passado, em que atingiu um nível idêntico ao observado em fevereiro de 2020 (antes do início da pandemia), após ter “apresentado um comportamento irregular entre julho e janeiro”.


Os indicadores de confiança aumentaram em fevereiro na indústria transformadora – sobretudo devido às apreciações relativas aos stocks de produtos acabados e às perspetivas de produção – e também nos serviços, neste caso pelo “significativo contributo positivo das perspetivas relativas à evolução da procura”.

Por outro lado, na construção e obras públicas foi interrompida a trajetória ascendente que se registava desde maio de 2020 — conduziu ao valor máximo desde dezembro de 2001 –, justificada pela avaliação feita à carteira de encomendas e sobre as perspetivas de emprego.

Também o comércio por grosso e a retalho viu diminuir em fevereiro o indicador de confiança. “A evolução do último mês resultou do contributo negativo de todas as componentes, perspetivas de atividade da empresa, apreciações sobre o volume de stocks e opiniões sobre o volume de vendas”, justifica o INE.

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