Trabalho temporário recupera 14% em 2021. Mas continua abaixo dos níveis de 2019
No ano passado registaram-se 388.230 colocações de trabalho temporário, o que representa uma subida de 14% em comparação com 2020. Mas os valores continuam abaixo dos apurados em 2019, antes da Covid.
No ano passado registaram-se 388.230 colocações em regime de trabalho temporário, o que representa um crescimento global de 14% em comparação com 2020, ano em que houve 341.540 contratações. Ainda assim, os valores estão abaixo dos registados em 2019, ainda antes da pandemia, segundo o Barómetro do Trabalho Temporário, da Associação Portuguesa das Empresas do Setor Privado de Emprego e de Recursos Humanos (APESPE-RH) e pelo ISCTE.
“A recuperação global registada nas contratações em 2021 é positiva, no entanto temos de considerar que a comparação é feita com 2020, e esse foi um ano difícil. Apenas a partir de meados de 2020 é que se verificou uma recuperação e um crescimento desde que se sentiram os efeitos da pandemia. Ou seja, apesar de tudo, estamos ainda com valores de contratação abaixo de 2019 e o mercado de trabalho temporário necessita ainda de estabilizar, nesta nova fase de reabertura total das atividades, sem restrições”, defende Afonso Carvalho, presidente da APESPE-RH, citado em comunicado.
O índice de trabalho temporário continuou a diminuir progressivamente no último trimestre de 2021, aproximando-se de 1, o que significa que o número de contratos foi mais semelhante aos do mesmo trimestre de 2020, segundo os dados dos Barómetro do Trabalho Temporário relativo aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2021, bem como a análise global de 2021.
O quarto trimestre de 2021 foi um período de uma certa estabilização nas colocações de trabalho temporário, comparativamente ao mesmo período de 2020. Os aumentos foram “ligeiros”, somando-se mais 2.250 pessoas em outubro (aumento de 7%), 1.540 pessoas em novembro (subida de 4%) e 300 pessoas em dezembro (crescimento de apenas 1%).
No total, o aumento no número de colocações no 4.º trimestre de 2021 face ao período homólogo foi de 4,3% (94.714 em 2020 versus 98.804 em 2021). De salientar, todavia, que este período regista uma diminuição de 1,7% relativamente às colocações do trimestre anterior, período em que foram registadas 100.480 colocações. Esta diminuição “pode ser explicada pela contratação sazonal no verão”, justifica a APESPE-RH no Barómetro.
Já o Índice do Trabalho Temporário (Índice TT) diminuiu progressivamente a partir de maio de 2021, quando atingiu o valor mais elevado da série. “Essa diminuição deve ser analisada num contexto em que, nos meses homólogos de 2020, se começou a verificar uma recuperação nas contratações após o período de confinamento”, alerta.
Ligeiro aumento de mulheres e profissionais com mais de 30 anos
Relativamente à caracterização dos trabalhadores temporários, verifica-se uma ligeira subida da contratação de trabalhadoras do género feminino em outubro (46,6%), novembro (47,1%) e dezembro (47,4%).
Já ao nível da distribuição etária, o Barómetro revela também um aumento, ainda que ligeiro, da idade média dos colocados acima dos 30 anos. Ao longo do último trimestre do ano, essa percentagem sobe de 52,3% em setembro para 53,7% em dezembro. Este valor diminuiu, por exemplo, em agosto (51,7%), quando se verificou mais contratação de jovens.
O ensino básico continua a ser o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (67% a 68% no último trimestre do ano 2021), seguindo-se o ensino secundário (cerca de 25%).
As empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições” sobem de segundo para primeiro lugar no último trimestre de 2021 (cerca de 9%). Já as empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” passam para segundo lugar e continuam a baixar em relação aos trimestres anteriores, representando cerca de 7% a 9% das contratações. No 1.º trimestre representavam 14%.
Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, no 4º trimestre de 2021 destacam-se as “Outras profissões elementares” (entre 20% e 23%), seguindo-se os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (cerca de 19%) e os “Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares” (cerca de 11%).
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