Lucros da Sonae sobem 45,6% para 268 milhões em 2021, o valor mais alto em oito anos
Face a estes resultados, a Sonae propõe um dividendo de 0,0511 euros por ação, 5% acima do dividendo distribuído em 2020. Volume de negócios superou os sete mil milhões pela primeira vez.
Os lucros da Sonae aumentaram para 268 milhões de euros em 2021, um crescimento de 45,6% face ao ano anterior. Este é o valor mais elevado dos últimos oito anos. O volume de negócios consolidado da empresa liderada por Cláudia Azevedo subiu 5,3% e atingiu um valor recorde, ultrapassando os sete mil milhões de euros.
Para estes resultados contribuíram sobretudo a MC (subsidiária do retalho alimentar – Continente) e a Worten, “que registaram novamente desempenhos operacionais muito positivos e reforçaram as suas posições de liderança”, refere a empresa num comunicado.
A Sonae propõe um dividendo de 0,0511 euros por ação, 5% acima do dividendo distribuído em 2020, justificando que “corresponde a uma dividend yield de 5,1%, com base na cotação de fecho de 31 de dezembro de 2021 (que se situou em 1,003 euros), e a um payout ratio de 38% do resultado direto consolidado”.
A Sonae terminou o ano com quatro mil milhões de euros de valor líquido do portefólio (NAV), 1,2% acima do valor no final do terceiro trimestre e 4,5% acima do valor no final de 2020. O retorno acionista, por seu lado, atingiu 61% em 2021, “com um forte desempenho do preço das ações de mais de 50%, num ano marcado pela incerteza e volatilidade nos mercados de capitais”, nota a empresa de Cláudia Azevedo.
Já os investimentos ascenderam a um total de 474 milhões de euros no último ano, sendo que o capex operacional cresceu 5,8%, para 279 milhões de euros. Na atividade de gestão do portefólio, foram investidos 195 milhões de euros, o que permitiu um encaixe de 663 milhões com a alienação de ativos, nomeadamente com a venda da participação minoritária da MC.
“Em suma, o free cash flow (FCF) da Sonae (antes do pagamento de dividendos), em 2021, situou-se em 681 milhões de euros, o qual, após o pagamento de dividendos (em maio 2021) conduziu a uma redução de mais de 500 milhões de euros da dívida líquida consolidada, para 563 milhões de euros”, lê-se no comunicado.
As vendas online agregadas tiveram um aumento de 33% em termos homólogos e ascenderam aos 640 milhões de euros, o que, segundo a Sonae, comprova “o sucesso do percurso de digitalização do grupo”.
Quanto ao EBITDA, o subjacente atingiu 603 milhões de euros e o consolidado subiu 18,4% em relação a 2020, crescendo para 738 milhões de euros. São valores que traduzem o “desempenho operacional positivo, juntamente com uma recuperação dos negócios consolidados pelo método de equivalência patrimonial e as mais-valias significativas da atividade de gestão de portefólio”, assinalou o maior grupo privado português.
Citada no comunicado, a CEO Cláudia Azevedo sublinhou os “grandes progressos” alcançados apesar das restrições pandémicas. “2021 foi um ano notável para a Sonae. Um ano de grandes progressos em circunstâncias muito desafiantes. Apesar das fortes restrições relacionadas com a pandemia e da manutenção de ambientes extremamente competitivos, continuámos a reforçar as nossas quotas de mercado em todo o portefólio. Fizemo-lo através da nossa dedicação e capacidade de execução, inovando na forma como servimos os nossos clientes, acelerando a digitalização em todo o grupo e, sobretudo, trabalhando juntos com renovada energia e ambição”, reagiu a presidente executiva da Sonae, Cláudia Azevedo, numa mensagem que acompanha os resultados enviados à CMVM. A gestora destaca também o progresso nas metas de sustentabilidade e redução da alavancagem.
“Coletivamente, investimos mais de mil milhões de euros durante o ano para melhorar parques de lojas, renovar canais digitais, preparar instalações logísticas para o futuro, garantir as melhores redes digitais de nova geração e expandir o nosso portefólio de empresas para novas áreas de crescimento”, descreve também.
Cláudia Azevedo aborda ainda a situação na Ucrânia: “Enquanto escrevo estas palavras, a Europa está a enfrentar uma guerra. Uma guerra imposta a um país soberano sem qualquer motivo legítimo.” Acrescenta que a empresa fará a sua “parte” na “defesa dos valores da democracia e da paz, apoiando os mais afetados” pelo conflito.
“2022 não trará menos incerteza nem menos desafios do que nos últimos dois anos. Mas, mais do que nunca, estou confiante que estamos preparados para o futuro. Temos empresas muito fortes e líderes nos seus setores, conduzidas por equipas de elevada qualidade. Temos ainda uma situação financeira muito estável, o que nos permite explorar novas e atrativas oportunidades”, conclui a CEO da Sonae.
(Notícia atualizada pela última vez às 7h25)
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