Centeno tem “convicção grande” de que nova injeção no Novobanco “não se justifica”
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, mostra-se convicto de que o Novobanco não tem razões para um novo pedido de capital ao Fundo de Resolução.
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, mostra-se convicto de que o Novobanco não tem razões para um novo pedido de capital ao Fundo de Resolução, tendo a expectativa de que não irá haver uma nova injeção.
“O Novobanco ao longo de 2021 tinha todos os instrumentos e teve todos os instrumentos para garantir que o mecanismo contingente de capital não é acionado neste momento e eu acho que isso é fácil de demonstrar e daí a nossa expectativa de que não vai haver nenhuma injeção de capital este ano no Novobanco”, afirmou o responsável do Banco de Portugal (BdP), em entrevista ao Observador.
O Novobanco anunciou, em 9 de março, que vai pedir mais uma injeção de capital de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução (FdR) relativa a 2021, justificando a necessidade com o impacto do novo regime de contabilidade e com uma contingência relacionada com tributação dos seus imóveis.
“Face aos três ingredientes mais importantes que aconteceram em 2021 que foram os lucros, o fim do período de reestruturação do ponto de vista técnico e a nova imagem corporativa que, e bem, o Novobanco decidiu lançar, tudo isto leva-me a ter uma convicção grande de que o acionamento do mecanismo não se justifica face à realidade do banco em 2021”, justifica Mário Centeno.
Questionado pela Lusa sobre o pedido da instituição liderada por António Ramalho, fonte oficial do FdR disse, em 9 de março, que “não é devido qualquer pagamento relativamente às contas do exercício de 2021”.
Na longa entrevista ao Observador, divulgada na noite de sexta-feira, o governador do BdP admite ainda que o regulador irá rever em baixa de mais quatro décimas as perspetivas de crescimento económico para este ano, nas previsões que serão divulgadas na próxima quinta-feira, dia 24 de março.
Mário Centeno defende também, mais uma vez, que a prioridade do próximo Governo deve ser a redução da dívida pública.
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