“Bancos consideram transferências imediatas um serviço premium. Não devia ser”, diz Hélder Rosalino
Administrador do Banco de Portugal, Hélder Rosalino, adiantou que Portugal deve ter uma estratégia nacional para a migração das transferências SEPA para as transferências imediatas.
“Em Portugal, as transferências imediatas são consideradas um serviço premium pelos bancos. Não deviam ser”, alertou o administrador do Banco de Portugal Helder Rosalino na conferência New Money, organizada pelo ECO.
Rosalino sublinhou que um dos desafios de Portugal passa por criar uma “estratégia nacional” para se fazer uma migração das transferências de crédito (SEPA) para transferências imediatas, mas este processo tem de ter um baixo custo para os consumidores.
“Temos o hábito de fazer transferências a crédito, mas têm um delay de 24 horas. Em Portugal, as transferências imediatas estão disponíveis desde 2018, possível em 10 segundos, mas ainda não são usadas por todos nós”, explicou o administrador que tem o pelouro dos meios de pagamentos do supervisor bancário.
“As transferências imediatas e os dispositivos serão o novo normal”, disse na conferência que teve lugar na sociedade de advogados Morais Leitão, em Lisboa.
Um dos serviços de transferências mais utilizados em Portugal é o MB Way, disponibilizado pela SIBS. Contudo, os bancos começaram a cobrar comissões por operações realizadas através da plataforma da SIBS, isentando, ainda assim, as transações feitas nas suas próprias aplicações.
Rosalino quer que os bancos portugueses continuem na linha da frente na área dos pagamentos e das soluções inovadores, pois é “uma área central do negócio bancário” e que ajuda a atrair os clientes.
Europa quer alternativa à Visa e Mastercard
Rosalino revelou ainda que a nível europeu se está a avançar para uma revisão da diretiva de pagamentos, naquilo que será a PSD3. “Procurará corrigir aquilo que não foi conseguido com a PSD2”, disse.
Um dos objetivos desta revisão passa pela criação de uma solução de pagamentos europeia, capaz de responder aos grandes operadores americanos, a Mastercard e a Visa.
Bruxelas quer “criar uma marca europeia de pagamentos”, mas o “processo é complexo e difícil”, reconheceu Rosalino. “Está numa fase ainda muito embrionária”, disse.
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