BlackRock reforça na EDP e chega a 10% do capital

A BlackRock atingiu uma “participação qualificada de 10% do capital social e dos respetivos direitos de voto da EDP”, tendo esse patamar sido ultrapassado na segunda-feira, segundo um comunicado enviado esta noite à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Confirmada a concretização desta compra adicional de 2,63% da empresa comandada por Miguel Stilwell d’Andrade, a gestora de fundos de origem norte-americana aproxima-se da participação da China Three Gorges, que detém 20,22% do capital.

Nos últimos meses, este fundo gigante liderado por Larry Fink tem aumentado a sua exposição à empresa portuguesa. Em março do ano passado tinha anunciado um reforço para 5,71%, no final de abril para um valor próximo dos 7,1% e depois em agosto subiu para a casa dos 7,12%.

Em 2021, o lucro da EDP caiu 18%, para 657 milhões de euros. Apesar da diminuição do resultado, a administração decidiu manter o dividendo de 0,19 euros por ação. Isto é, distribuir mais de 750 milhões de euros aos acionistas, 100 milhões acima dos lucros que obteve no exercício.

Com mais de 800 milhões de ações e o estatuto de maior acionista, a China Three Gorges teve direito a um cheque de 152 milhões de euros por conta dos dividendos. A BlackRock e a Oppidum Capital, que tinham uma participação acima dos 7%, receberam da elétrica portuguesa um valor superior a 50 milhões.

No ano passado, a BlackRock alcançou o marco dos 10 biliões de dólares em ativos sob gestão, o equivalente a 8,7 biliões de euros. O presidente executivo, Larry Fink, garantiu em janeiro que o negócio da empresa é “o mais diversificado de sempre”, reforçando o estatuto da sociedade na indústria, com os ativos a cresceram depois da queda registada no final do terceiro trimestre.