Rácio de malparado da banca portuguesa recua para 3,6% no final de 2021
O rácio de empréstimos não produtivos bruto (NPL) diminuiu 0,4 pontos percentuais face ao trimestre anterior, para 3,6%, de acordo com o Banco de Portugal.
O rácio de crédito malparado da banca portuguesa diminuiu para 3,6% no final de 2021, menos 0,4 pontos percentuais do que em setembro e 1,3 pontos percentuais abaixo de 2020, divulgou esta quinta-feira o BdP.
De acordo com o último relatório do Banco de Portugal (BdP) sobre o sistema bancário português, relativo ao quarto trimestre de 2021, o rácio de empréstimos não produtivos bruto (NPL) diminuiu 0,4 pontos percentuais face ao trimestre anterior, para 3,6%, refletindo a diminuição dos NPL e o aumento dos empréstimos produtivos, com contributos de -0,3 pontos percentuais e -0,1 pontos percentuais, respetivamente. O rácio de NPL líquido de imparidades situou-se em 1,7% (1,8% em setembro de 2021).
Os dados divulgados pelo BdP apontam que o valor bruto do crédito malparado dos bancos portugueses recuou 1.012 milhões de euros entre setembro e dezembro de 2021, situando-se nos 12.032 milhões de euros no final do ano passado. Em termos homólogos, a diminuição do valor dos empréstimos não produtivos foi de 2.384 milhões de euros.
Líquidos de imparidades, os empréstimos não produtivos somaram 5.747 milhões de euros no final de 2021, abaixo dos 5.775 milhões de euros de setembro e dos 6.494 milhões de euros homólogos. Segundo o BdP, os rácios de NPL brutos das empresas (sociedades não financeiras – SNF) e dos particulares cifraram-se em 8,1% (-0,3 pontos percentuais) e 2,8% (-0,2 pontos percentuais), respetivamente, tendo a sua variação “refletido, em particular, a redução dos NPL”.
O rácio de cobertura dos NPL por imparidades diminuiu 3,5 pontos percentuais face ao trimestre anterior, para 52,2%, refletindo “a diminuição das imparidades acumuladas, parcialmente compensada pela redução dos NPL”.
Nas empresas registou-se uma diminuição de 3,8 pontos percentuais, para 52,9%, enquanto nos particulares o rácio de cobertura diminuiu para 50,9%, observando-se um acréscimo de 0,3 pontos percentuais no consumo e outros fins, para 64,8%, e uma diminuição de 1,5 pontos percentuais no segmento da habitação, para 32,6%.
De acordo com o BdP, em 2021, a rendibilidade do ativo (ROA) da banca portuguesa (índice que representa a capacidade de gerar lucro com os ativos detidos) aumentou 0,41 pontos percentuais face a 2020, para 0,46%, refletindo “a diminuição das imparidades para crédito e, em menor grau, o aumento dos resultados com operações financeiras”.
“Após o aumento significativo em 2020, associado ao surgimento da pandemia, o custo do risco de crédito diminuiu 0,68 pontos percentuais, para 0,33% em 2021”, refere o banco central. No ano passado, a rendibilidade do capital próprio (ROE) do sistema bancário português aumentou 4,9 pontos percentuais relativamente ao ano anterior, para 5,4%, enquanto o resultado de exploração se manteve estabilizado face a 2020.
Já o rácio ‘cost-to-income’ “manteve a tendência de redução iniciada em 2019, situando-se, em 2021, em 53,4% (-4,4 pontos percentuais face a 2020)”, tendo contribuído para esta redução “sobretudo o aumento do produto bancário e, em menor grau, a redução dos custos operacionais”.
No quarto trimestre de 2021, o ativo total do sistema bancário português aumentou 1% face ao trimestre anterior, sobretudo devido ao crescimento das disponibilidades em bancos centrais (1,3 pontos percentuais).
O rácio de transformação diminuiu 1,2 pontos percentuais, para 81,2%, em resultado de um aumento em 1,9% dos depósitos de clientes, atenuado por um aumento em 0,4% dos empréstimos a clientes. O peso do financiamento obtido junto de bancos centrais aumentou 0,1 pontos percentuais, passando a representar 9,4% do ativo.
Em dezembro de 2021, o rácio de cobertura de liquidez cifrou-se em 260%, aumentando dois pontos percentuais face a setembro, “fruto em especial do aumento dos ativos líquidos”.
Ao nível da solvabilidade, no quarto trimestre de 2021, os rácios de fundos próprios totais e de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) aumentaram 0,2 pontos percentuais e 0,3 pontos percentuais, para 18,0% e 15,5%, respetivamente. “Para esta evolução contribuiu a diminuição dos ativos ponderados pelo risco, parcialmente compensada pela diminuição dos fundos próprios”, explica o BdP.
O ponderador médio de risco diminuiu 1,7 pontos percentuais, para 44,0%, “em resultado do aumento do ativo e da redução dos ativos ponderados pelo risco”, e o rácio de alavancagem diminuiu 0,2 pontos percentuais face ao trimestre anterior, para 7,0%.
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