França em alerta energético. Preço grossista da luz toca 3.000 euros/MWh
Com quase metade dos reatores nucleares offline, França viu os preço da eletricidade no mercado grossista a tocar máximos históricos. Governo garante que luz não vai subir mais do que 4% em 2022.
Com quase metade dos reatores nucleares offline para manutenção e perante uma vaga de frio inesperada, França enfrenta esta segunda-feira fortes constrangimentos no seu sistema elétrico. A situação levou mesmo o preço spot da eletricidade no mercado grossista a tocar um máximo histórico de quase 3.000 euros por megawatt-hora (MWh) ao início da manhã.
No sábado, a Rede de Transporte de Energia Elétrica (RTE), equivalente à REN em Portugal, já tinha pedido aos cidadãos para que aproveitassem o fim de semana para ligar as máquinas de lavar loiça e roupa, para poupar eletricidade esta segunda-feira, segundo a Bloomberg.
Ora, de acordo com os dados oficiais, o preço spot da eletricidade no mercado grossista francês chegou a tocar nos 2.987,89 euros/MWh entre as oito e as nove da manhã (horas locais). O preço médio para o dia fixou-se em 551,43 euros/MWh. A título comparativo, esta segunda-feira, o preço médio da eletricidade no mercado grossista ibérico é de 251,41 euros/MWh para Portugal, de acordo com os dados da Omie, o operador do Mibel, longe do recorde alcançado a 8 de março, quando o MWh tocou nos 542,78 euros.
Estimava-se que o consumo de eletricidade em França rondasse os 73 mil MW pelas 9h locais, aquém dos 65 mil MW de geração elétrica previstos para essa altura e dos 11 mil MW que poderiam ser importados. Perante estas perspetivas, a RTE declarou o nível de alerta laranja para ameaças de risco de abastecimento elétrico, fruto da paralisação das centrais nucleares e de uma vaga de frio, que leva os franceses a consumirem mais energia. Neste contexto, foi ainda pedido às empresas e às populações que reduzissem o consumo de energia elétrica, “em particular entre as 7h e as 10h” locais.
França tem o segundo maior sistema elétrico da Europa, sendo apenas ultrapassado pelo alemão, pelo que esta situação vai obrigar o país a importar mais eletricidade dos países vizinhos. Contudo, Emmanuel Macron já veio sinalizar que a eletricidade não vai subir mais de 4% em 2022, segundo o El País, com os aumentos que acontecerem a partir dessa meta a serem absorvidos pela empresa de energia público-privada Électricité de France (EDF).
Uma das empresas que está a cortar o consumo de eletricidade é o Carrefour. A empresa decidiu reduzir a iluminação e o aquecimento nos escritórios, segundo a Bloomberg.
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