CGD: Polémica com anterior administração foi “acidente de percurso”

  • Lusa
  • 2 Março 2017

Rui Vilar acabou por renunciar ao cargo em dezembro para, em 2017, iniciar um novo mandato no banco público, mas já integrado na equipa de Paulo Macedo.

O presidente do Conselho de Administração da CGD, Rui Vilar, descreve a polémica em torno da curta gestão de António Domingues como um “acidente de percurso” utilizado para “luta política” que, contudo, não afetou a imagem do banco público. “Há acidentes de percurso nas instituições, como há na vida de cada um de nós, e o importante é que hoje há condições para encararmos o futuro positivamente”, afirmou o ‘chairman’ da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em declarações à agência Lusa à margem do I Encontro Fora da Caixa, que decorreu esta quinta-feira no Porto.

Recorrendo à expressão utilizada momentos antes pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (que participou na sessão de abertura do encontro), Rui Vilar enquadrou toda a polémica gerada em torno da demissão da equipa liderada por António Domingues – que o próprio Vilar integrou, como vice-presidente não executivo, e que saiu de funções na sequência da exigência de entrega das declarações de rendimentos e de património junto do Tribunal Constitucional – na “espuma dos dias” que é o “combate político”.

“Uma coisa é a espuma dos dias, é o combate político, outra coisa é a realidade e o bom senso com que as pessoas avaliam a luta política e a sabem distinguir dos interesses fundamentais do país”, disse à Lusa. E, neste caso, considerou, “os factos foram utilizados para a luta política e não julgados de uma maneira objetiva e serena, como seriam noutro contexto”.

O que nós devemos é olhar de uma maneira positiva para o futuro, aproveitando todas as virtualidades de uma grande instituição em que os portugueses têm confiança.

Rui Vilar

Chairman da CGD

Para Rui Vilar, “o importante” é que este processo “foi ultrapassado” e hoje “a Caixa tem uma administração estável, que está a cumprir um programa com uma visão de futuro”. “O que nós devemos é olhar de uma maneira positiva para o futuro, aproveitando todas as virtualidades de uma grande instituição em que os portugueses têm confiança”, sustentou, salientando que a imagem da CGD enquanto “instituição de referência” no país “não foi posta em causa porque os portugueses continuaram a confiar” no banco público.

Relativamente à constituição de uma nova comissão de inquérito para apreciar a atuação do Governo na nomeação e demissão da anterior administração da CGD – pedida por PSD e CDS-PP e que toma posse no dia 14 – Vilar diz que “é um direito do parlamento” e assegurou à Lusa que “a Caixa prestará os esclarecimentos que lhe forem solicitados, desde que não ponham em causa princípios fundamentais da profissão e do dever de sigilo para com os clientes”.

Após ter entrado em 2016 para a CGD como vice-presidente não executivo na administração liderada por António Domingues – cujo mandato deveria ter vigorado até 2019, mas que se demitiu em novembro passado na sequência da polémica em torno da entrega das declarações de rendimentos e de património junto do Tribunal Constitucional – Rui Vilar acabou por renunciar ao cargo em dezembro para, em 2017, iniciar um novo mandato no banco público, mas já integrado na equipa de Paulo Macedo.

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