Partidos aprovam sessão solene com Presidente da Ucrânia no Parlamento, exceto o PCP
Após ter falado nos Parlamentos da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Espanha, entre outros, chega a vez de Portugal. O convite será endereçado em breve por Marcelo a Zelensky.
A conferência de líderes aprovou esta quarta-feira, por maioria (e não por unanimidade), uma proposta do PAN que visa a realização de uma sessão solene para que o Presidente da Ucrânia se dirija à Assembleia da República. Esta decisão só é tomada agora, após Zelensky já ter falado em vários Parlamentos das democracias ocidentais, porque o Parlamento português esteve “suspenso” por causa das eleições legislativas antecipadas. A proposta vai ser enviada para Belém para que Marcelo Rebelo de Sousa faça o convite ao líder ucraniano.
Segundo o PAN, o Presidente da República demonstrou “imediata abertura” para convidar o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky para uma sessão solene de boas-vindas na Assembleia da República, “por via de meios à distância”. Marcelo Rebelo de Sousa já esteve em contacto com Zelensky desde que a invasão russa começou. O partido liderado por Inês Sousa Real considera que é urgente “gestos mais contundentes de apoio diplomático à Ucrânia”.
“No documento, assinado pela deputada e porta-voz do partido PAN, Inês Sousa Real salienta a bravura e heroicidade da resistência levada a cabo pelo povo ucraniano e defende que, atendendo àquela que tem sido a evolução desta guerra, a solidariedade para com o povo ucraniano e a luta por uma Ucrânia soberana, independente, livre e europeia exigem gestos diplomáticos mais simbólicos da parte de todos os países empenhados em tais desígnios“, descreve o partido numa nota enviada às redações.
Desde o início da guerra da Rússia, Zelensky tem discursado em diversos Parlamentos dos países ocidentais, incluindo Reino Unido, Canadá, EUA e Alemanha, através de streaming de vídeo, sendo que na terça-feira falou perante os deputados espanhóis. Em Portugal, os convites feitos a chefes de Estado de outros países têm de passar pela Presidência da República.
O PCP foi o único partido que se opôs ao requerimento do PAN. Os comunistas têm-se inibido de criticar e responsabilizar o regime russo de Vladimir Putin pela invasão na Ucrânia. No Parlamento, em declarações transmitidas pela CNN Portugal, Paula Santos, líder da bancada comunista, justificou que “a realização de sessões com intervenção de chefes de Estado na Assembleia da República, ao longo dos últimos anos, têm sido muito limitadas e sempre na sequência da realização de visitas institucionais ao nosso pais, coisa que neste caso concreto não ocorre”.
“A Assembleia da República deve ter um papel não para contribuir para a escalada da guerra, não para contribuir para o conflito e corrida aos armamentos. Deve ser exatamente o oposto. Deve ser em defesa da paz, numa posição para encontrar uma solução negociada para a resolução deste conflito e a proposta em cima da mesa não vai ao encontro destes objetivos”, acrescentou Paula Santos.
O requerimento do PAN já tinha sido entregue na anterior legislatura, logo após o início da invasão, mas a maioria dos partidos defendeu que deveria ser o novo Parlamento a tomar uma decisão.
(Notícia atualizada às 14h50 com justificação da oposição do PCP)
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