Pandemia e guerra sublinham ainda mais a necessidade de acelerar a transição verde e digital da UE
O BCE considera que as forças privadas reforçadas teriam de se juntar às públicas para assegurar inovação suficiente e preparar o terreno para financiar as transformações verdes e digitais.
A pandemia de Covid-19 e os recentes acontecimentos geopolíticos sublinharam ainda mais a necessidade de acelerar a “dupla transição” verde e digital da União Europeia (UE), conclui um relatório do Banco Central Europeu (BCE) divulgado esta quarta-feira.
No mais recente relatório sobre Integração e Estrutura Financeira na Zona Euro divulgado esta quarta-feira, o BCE conclui que, graças a respostas políticas decisivas, o financiamento das empresas e famílias da Zona Euro manteve-se durante a pandemia, embora isto tenha exigido um aumento significativo da dívida pública, adiantando que, além do apoio e garantias orçamentais, outro fator que ajudou as empresas não financeiras a estabilizar foi uma rápida mudança na sua combinação de financiamento para linhas de crédito bancárias e emissão de dívida das empresas, o que também foi facilitado por medidas de política monetária.
O programa NextGenerationEU proporciona uma oportunidade histórica única para levar os mercados privados de capital de risco na Zona Euro e na UE para níveis semelhantes aos de outras grandes economias, afirma o BCE, considerando que as forças privadas reforçadas teriam de se juntar às públicas para assegurar inovação suficiente e preparar o terreno para financiar as transformações verdes, digitais e outras transformações tecnológicas.
“As intervenções políticas mais influentes que inicialmente mantiveram a fragmentação financeira contida, e depois reconduziram a integração para os níveis pré-pandemia, foram a série de medidas de política monetária do BCE e o acordo da União Europeia sobre um importante fundo de recuperação do coronavírus”, afirmou.
A fragmentação financeira na Zona Euro que ocorreu no início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi invertida relativamente depressa, refere o BCE, concluindo que “a pandemia não prejudicou a integração financeira na área do euro” e que “a resposta orçamental e monetária combinada manteve a fragmentação financeira sob controlo durante a pandemia“.
“Uma vez recuperados os níveis de integração pré-pandemia, a integração financeira aumentou ainda mais e permaneceu resistente à pressão de novas vagas de contágios”, adianta o BCE.
O relatório bienal do BCE sobre Integração e Estrutura Financeira na Área do Euro centra-se na integração financeira, nas mudanças na estrutura financeira e no processo de desenvolvimento e modernização financeira e debate igualmente políticas selecionadas do setor financeiro, nomeadamente as relacionadas com a união bancária europeia e a união dos mercados de capitais.
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