Nestlé cresce 9,3% em 2021 e alcança quota de mercado recorde

Nestlé cresceu 9,3% em 2021, um aumento de 60 milhões de euros e atingiu quota de mercado de 35,4%, a melhor de sempre. Empresa reconhece que custos subiram mas não tem impacto direto nos cereais.

A Nestlé cresceu 9,3% em 2021 e atingiu vendas totais no valor de 625 milhões de euros, um aumento de 60 milhões face a 2020, assente no sucesso dos cafés em cápsula, produtos plant-based, nutrição clínica e petfood, avançou esta quarta-feira a empresa. O diretor-geral da Nestlé Portugal garantiu que a guerra na Ucrânia ainda não teve um impacto direto na importação de cereais, mas reconheceu que os custos subiram devido ao aumento de preços da energia.

A gigante alimentar divulgou, em conferência de imprensa, ter atingido uma quota de mercado de 35,4% em 2021, nomeadamente no canal de retalho e nas categorias onde a Nestlé opera, o que representa um aumento de dez pontos percentuais face a 2020. O diretor-geral da Nestlé Portugal, Paolo Fagnoni, admite mesmo ser a “melhor quota alguma vez conseguida pela Nestlé”.

O crescimento da inovação (produtos lançados nos últimos 36 meses) foi responsável por 69 milhões do total das vendas, um aumento de 37,5% com um peso no total do negócio de 11%. Fagnoni sublinha ainda o lançamento de 446 novos produtos, que por sua vez permitem “ganhar quota de mercado em cima dos ganhos do ano passado”. No total, 76% dos novos produtos foram lançados nos segmentos Healthy, All Natural & Sustainable, Organic/Bio e em Premium.

Fagnoni deixa claro que o crescimento da Nestlé em 2021 foi superior ao registado nos anos anteriores – nos últimos três anos foi de 8%. As exportações, por sua vez, aumentaram 16 milhões de euros face a 2020, ou cerca de 20%, para os 102 milhões. Dentro das áreas com maior crescimento em 2021, o diretor-geral destaca a evolução positiva de 20% no segmento Healthcare Nutrition, e de 13% no negócio do café.

Para o diretor-geral da Nestlé Portugal, 2022 vai ser um ano diferente dado que a empresa está a sair da pandemia. “Pensamos que vamos crescer mais que 5 a 6%, provavelmente mais”, diz. Fagnoni acrescenta ainda que este crescimento irá ocorrer, maioritariamente, graças ao consumo fora do lar, visto que em Portugal “temos um negócio enorme, principalmente do café”. Em linha com estas declarações, está a recuperação do canal fora do lar, que no segundo semestre de 2021 registou um crescimento orgânico de cerca de 11,8%.

Carla Parreira, diretora financeira da Nestlé Portugal, explica que do crescimento registado em 2021, cerca de dois terços advêm de vendas internas, enquanto um terço se deve a exportações, com 50 milhões de euros acumulados nos últimos três anos. A responsável mostra-se mesmo orgulhosa pois “um terço do nosso crescimento vem de um quinto das vendas”. Só em vendas locais, nos últimos três anos, a gigante alimentar registou 80 milhões de euros, o que também se traduz numa média de 8 mil toneladas adicionais no mesmo período.

No entanto, Fagnoni também salienta o investimento feito pela empresa. Dos 219 milhões de euros investidos pela gigante alimentar em Portugal, cerca de 157,3 milhões de euros destinaram-se ao marketing e comunicação, ao passo que 61,4 milhões de euros foram canalizados para as operações. A fábrica da Nestlé, em Avanca, recebeu cerca de 60 milhões de investimento plurianual nos últimos três anos, nomeadamente na produção de café, numa nova linha de alimentação infantil, bem como numa linha de produção de cereal beverages (bebidas à base de cereais).

O resultado deste investimento, foi um aumento na capacidade de produção. Nos últimos três anos, as fábricas de Avanca e Porto cresceram 7,4% e 18%, respetivamente, mas só em 2021, os volumes aumentaram 5% e 8%, respetivamente. Além destes investimentos, também têm sido realizados outros no âmbito de poupar água e energia. Paolo Fagnoni explica que as embalagens foram redesenhadas para serem recicladas, sendo que neste momento “95% do packaging é considerado ready to recycle”.

(notícia atualizada com correção da evolução do negócio de café e healthcare nutrition)

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