Fornecedores da CALB interessados em investir em Portugal

O ministro da Economia comunicou que, de acordo com a CALB, há fornecedores desta empresa que estão a considerar Portugal como destino de investimento.

O ministro da Economia, Pedro Reis, indica que, de acordo com a presidente da CALB, Liu Jingyu, “muitos fornecedores da CALB consideram investir em Portugal”. O ministro falava, esta segunda-feira, na cerimónia de lançamento do projeto para a construção de uma fábrica de baterias de lítio de última geração em Sines, num investimento de aproximadamente dois mil milhões de euros.

O ministro da Economia, Pedro Reis, acompanhado pela chairman da CALB, Liu Jingyu, durante o lançamento do projeto da nova fábrica de baterias de lítio em Sines, Lisboa, 24 de fevereiro de 2025. A CALB, líder global na produção de baterias de iões de lítio, lança o projeto para a construção de uma fábrica de baterias de lítio de última geração em Sines. ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

Isto é daqueles big bangs de investimento que de vez em quando acontecem, e que neste momento, para Portugal, é tremendamente importante, não só pelo que faz acontecer, [mas também] pelo que sinaliza a outros setores“, afirmou Pedro Reis, em declarações à imprensa, à margem do evento.

Questionado sobre mais detalhes em relação a estes fornecedores, o ministro escusou-se a avançá-los, afirmando que dizer mais “seria dar trunfos à nossa concorrência internacional” já que, nestes momentos, há “uma corrida altamente competitiva pelo investimento externo”.

No discurso que fez no evento, o responsável pela pasta de Economia afirmou que Portugal é crescentemente visto como porto de abrigo para investimentos e uma plataforma estratégica para exportação: “Algo se passa de positivo com a economia portuguesa para que o mundo cá esteja a reforçar o investimento”. No entanto, assinalou, o desafio é não ficar pela exportação de eletrões, mas também incorporar o valor acrescentado nos serviços e economia nacional.

Ainda à margem, Madalena Oliveira e Silva, administradora da AICEP, afirmou que a contratualização dos incentivos ao projeto terá de ocorrer ainda em 2025. Pedro Reis indicou que o apoio pode ir até 35% do total de incentivos disponíveis, o correspondente a 350 milhões de euros, mas isso não significa que seja atingida essa fasquia. Segue-se a avaliação nos próximos meses.

(Notícia atualizada às 16:44)

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Carregamento para carros elétricos vai instalar mais 80 pontos em 18 municípios

Operadores de Pontos de Carregamento têm até 21 de março para apresentarem as propostas. Prevê-se que os postos entrem em funcionamento até ao final deste ano.

A Mobi.E, entidade gestora da rede de mobilidade elétrica, lançou um novo concurso internacional para instalação e exploração de 40 postos de carregamento, num total de 80 pontos, para veículos elétricos. Os equipamentos ficarão localizados em 18 municípios que manifestaram interesse na adesão.

Nesta segunda fase da iniciativa “Ruas Elétricas”, o orçamento é de 540 mil euros, de um total de 2,3 milhões de euros que não foram esgotados na fase inicial, verba cofinanciada pelo Fundo Ambiental.

Em comunicado, a Mobi.E adianta que a “iniciativa visa dotar de postos de carregamento ruas em zonas urbanas, residenciais ou comerciais, onde predominam edifícios sem parqueamento próprio, criando as condições necessárias para que os moradores destas zonas possam vir a adquirir veículos elétricos”.

“É também uma forma de sensibilizar os municípios para o papel central que desempenham na transição para uma mobilidade sustentável, incentivando-os a criar procedimentos para reforço da rede pública de carregamento”, avança a entidade gestora da rede de mobilidade elétrica.

Em Paços de Ferreira, serão instalados quatro postos de carregamento, ao passo que Mirandela e Ourém receberão, cada, três postos. O reforço da infraestrutura incluirá ainda dois postos em 15 outros concelhos. A saber: Borba, Carregal do Sal, Castanheira de Pera, Constância, Crato, Fundão, Marvão, Mora, Oleiros, São João da Pesqueira, Santa Cruz das Flores, Sertã, Sousel, Tábua e Trofa.

Cada um destes equipamentos terá uma potência de 22 kW, com dois pontos de carregamento em simultâneo, devendo permitir carregamentos sem necessidade de contrato prévio com um Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica.

O concurso determina um prazo de 30 dias, até 21 de março, para que os Operadores de Pontos de Carregamento (OPC) apresentem as suas propostas através da plataforma de compras públicas acinGov. Prevê-se que os postos entrem em funcionamento até ao final deste ano.

A primeira fase do projeto está em fase de implementação e prevê a instalação de um total de 156 postos de carregamento (312 pontos) em 62 municípios. Os lotes, que foram a concurso em setembro último, foram adjudicados à EDP Comercial, Wowplug, Ecoinside, Mota-Engil Renewing, Galp e Wenea.

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“Motivos de ordem técnica” impedem validação de faturas para o IRS

Portal e-Fatura não está a permitir registar as despesas e o prazo termina já esta terça-feira. "Por favor tente mais tarde", sugere o site.

“Motivos de ordem técnica” estão a impedir os contribuintes de validar as despesas para o IRS no portal e-Fatura. O prazo termina esta terça-feira. O ECO já questionou o Ministério das Finanças sobre a causa deste erro e se equaciona estender o período para o registo das faturas e aguarda resposta.

Depois de queixas de alguns contribuintes que não estavam a conseguir validar as faturas, o ECO fez um teste e obteve o mesmo problema. Ao tentar registar uma despesa o site emite a seguinte mensagem: “Por motivos de ordem técnica não nos é possível responder ao seu pedido. Por favor tente mais tarde”.

 

 

Caso o Governo não alargue o prazo, só tem até esta terça-feira, dia 25, para validar as faturas. Se falhar este passo não irá beneficiar de todas as deduções à coleta, no acerto de contas com a Autoridade Tributária (AT). Ou seja, poderá ser pago um reembolso menos significativo ou até ter que pagar imposto.

Para validar as faturas, o contribuinte deve entrar no portal e-Fatura, inserir os dados de autenticação, que são os mesmos para aceder ao portal das Finanças. Depois, deve consultar as faturas que lhe aparecem pendentes (em destaque no topo da página) e terminar o preenchimento atribuindo a cada uma das 13 categorias disponíveis: saúde, educação, lares, imóveis, reparação de automóveis, reparação de motociclos, restauração e alojamento, cabeleireiros, atividades veterinárias, passes mensais, ginásios, jornais e revistas. Existe ainda a opção ‘outros’ que deve ser usada para despesas gerais e familiares em supermercados.

Há faturas que já aparecem automaticamente categorizadas mas outras continuam pendentes. Por isso, deve verificá-las para garantir que todas as deduções são aproveitadas ao máximo.

Por exemplo, as faturas de supermercado normalmente surgem quase sempre como pendentes assim como as de portagem ou estacionamento. Neste caso, deve selecionar a categoria ‘outros’ que diz respeito às despesas gerais e familiares. Também recibos de restaurante costumam estar pendentes.

Para registar corretamente a despesa, tem de entrar na respetiva fatura, correr a página até ao fim, clicar no botão ‘alterar’ e selecionar a opção pretendida. Também tem a possibilidade de inserir manualmente uma despesa. Para tal, deve escolher o botão ‘registar nova fatura’.

Se for trabalhador independente, poderá ainda escolher as faturas que dizem à sua atividade profissional. No futuro, já não será preciso este passo, porque o Governo está a trabalhar, no âmbito do pacote de simplificação fiscal, num mecanismo que irá permitir que o contribuinte indique um NIF diferenciado para a categoria B. Isto fará com que seja possível a classificação automática de faturas para contribuintes com rendimentos de trabalho independente, de modo a dispensar o contribuinte da obrigação de classificar todas as faturas, consoante sejam a título pessoal ou profissional.

Se tem filhos deve consultar também as páginas deles para validar as faturas emitidas com o seu NIF, atribuindo-lhes a categorias adequadas. Pode ainda ter a necessidade de associar receitas médicas a algumas das despesas de saúde do agregado e é por isso que não deve deixar para o último dia esta tarefa. É ainda possível reaver parte do IVA pago em ginásios e em assinaturas de jornais e revistas.

E se as faturas não estiverem disponíveis? Depois de 25 de fevereiro, no caso de haver despesas que não apareçam no e-Fatura até 31 de março, o contribuinte deverá introduzi-las manualmente na declaração de IRS durante a época de preenchimento, que decorre de abril a junho.

A partir de 16 de março, o portal das Finanças disponibiliza a listagem das despesas para dedução à coleta do IRS apuradas pela Autoridade Tributária. Caso verifique alguma omissão ou inexatidão reclame até 31 de março.

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Mais dívida, corte de subsídios e impostos. Como Merz quer pôr a Alemanha na rota do crescimento

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Fevereiro 2025

Friedrich Merz quer formar um novo Governo na Alemanha até à Páscoa. Os sociais-democratas e os Verdes são possíveis parceiros de coligação, para fazer o país voltar a ser o motor da economia do euro.

Friedrich Merz vai tornar-se, aos 69 anos, o próximo chanceler da maior economia da Zona Euro, após sair vencedor das eleições legislativas antecipadas deste domingo. Natural do mais populoso dos 16 estados da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestefália, este conservador formado em Direito, mas que desde cedo se tem dedicado à política e com experiência no mundo empresarial, quer formar um Governo que consiga reformar o travão constitucional à dívida do país para o pôr no caminho do crescimento económico.

Até chegar à liderança da União Democrata-Cristã (CDU), a qual conquistou apenas à terceira tentativa, foi eleito deputado ao Parlamento Europeu em 1989 antes de se dedicar à política nacional como membro do Parlamento federal alemão, cinco anos mais tarde. Chegou a estar afastado da política ativa após 2009, período em que exerceu advocacia e trabalhou no setor privado, na filial alemã da BlackRock.

No entanto, Merz chega agora a primeiro-ministro da Alemanha sem experiência governativa, depois de “herdar” a CDU da ex-chanceler Angela Merkel em 2021, com quem as diferenças ideológicas e estratégicas foram evidentes ao longo do tempo.

Os resultados provisórios já divulgados ditam uma vitória do bloco conservador da União Democrata-Cristã (CDU) e do partido “irmão” União Social-Cristã na Baviera (CSU), que, juntos, conquistaram 208 lugares dos 630 que compõem o Bundestag. Longe da maioria absoluta, Merz vai ter de se coligar com pelo menos mais um partido para conseguir formar Governo.

Mas, diante de um Parlamento mais fragmentado, com o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) a duplicar os resultados das eleições anteriores e a tornar-se a segunda força política, pode tornar-se ainda mais difícil para o próximo quadro governativo inverter o cenário de contração económica dos últimos dois anos para passar a uma taxa de crescimento anual de 2%.

O principal desafio reside no facto de a AfD e o Die Linke (A Esquerda) deterem um total combinado de 216 assentos – mais de um terço do Bundestag –, o que lhes confere a capacidade de vetar quaisquer alterações constitucionais, quando para aumentar o teto da dívida — um passo crucial para financiar o reforço dos investimentos em Defesa e Infraestruturas — é necessária uma maioria de dois terços dos 630 deputados.

“A AfD é contra uma reforma do travão à dívida. O Die Linke é contra um aumento nos gastos com Defesa, embora possa apoiar uma reforma do travão da dívida para aumentar o investimento”, assinala o economista Niklas Garnadt.

Com uma postura mais conservadora socialmente, mas mais favorável às empresas em comparação com Olaf Scholz e mesmo Angela Merkel, o líder da CDU defende a redução das prestações sociais, como do subsídio de desemprego, bem como da burocracia e do número de funcionários públicos. Simultaneamente, apoia cortes nos impostos sobre os rendimentos pessoais e das empresas, o que, a concretizar-se, baixaria as receitas do Estado para criar mais investimento.

Outra preocupação para Friedrich Merz é a relação transatlântica e a revitalização do eixo franco-alemão. A sua prioridade absoluta é “criar unidade na Europa” face às pressões vindas da nova Administração norte-americana e de Moscovo.

“Concordo plenamente com todos aqueles que estão a exigir mais liderança da Alemanha e, francamente, estou disposto a fazê-lo porque estou a ver que a Alemanha está numa posição estratégica no centro da Europa”, disse o próximo chanceler alemão, na Conferência de Segurança de Munique.

Como descreve o Politico, Merz é um “atlantista convicto” que “vê o estatuto da Alemanha como a maior economia da Europa como uma oportunidade para ‘não ser anão’ em comparação com um Trump ‘imprevisível'”.

Não obstante, no primeiro discurso após a vitória, afirmou: “A prioridade absoluta será reforçar a Europa o mais depressa possível, para que, passo a passo, possamos mesmo alcançar a independência face aos Estados Unidos”.

Quanto à China, a posição do líder dos conservadores parece menos flexível em comparação com Olaf Scholz, tendo mesmo reconhecido que a Alemanha tem uma grande dependência do gigante asiático.

Exemplo disso é o peso do mercado chinês nas vendas da Volkswagen, atualmente em situação de crise, com cortes salariais e fecho de fábricas, e sobre a qual Merz já disse estar “fora de questão” o Estado ajudar economicamente.

Além disso, os analistas argumentam que os resultados eleitorais deste domingo não são favoráveis a grandes reformas económicas. “É difícil ver o próximo Governo a ser capaz de entregar muito mais à economia do que um impacto positivo de curta duração de alguns cortes de impostos, pequenas reformas e um pouco mais de investimento”, disse Brzeski, do ING, que considera uma reforma do sistema de pensões “altamente improvável”.

Mas um dos primeiros atos de Merz após a vitória nas eleições de domingo já está a gerar polémica: convidou Benjamin Netanyahu para uma visita à Alemanha, quando o Tribunal Penal Internacional emitiu há meses um mandado de captura contra o primeiro-ministro israelita.

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Ministro da Agricultura contra cortes na PAC que é uma questão de “segurança alimentar e defesa”

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

O ministro da Agricultura insistiu que não se pode “destruir o que funciona bem" e que a Política Agrícola Comum "é segurança alimentar, mas também é defesa”.

O ministro da Agricultura insurgiu-se esta segunda-feira contra cortes na Política Agrícola Comum, considerando que é, não só uma questão de “segurança alimentar” para os países da União Europeia (UE), mas é “também defesa”.

“A Política Agrícola Comum [PAC] é segurança alimentar, mas também é defesa”, disse José Manuel Fernandes, no âmbito de uma reunião ministerial, em Bruxelas, capital da Bélgica e sede das principais instituições da UE.

“Nesse sentido, consideramos que não são aceitáveis cortes na PAC”, completou o governante, insistindo que são necessários apoios “para os agricultores” e para fomentar o investimento.

O ministro da Agricultura insistiu que não se pode “destruir o que funciona bem” e que a pandemia demonstrou que a PAC resulta. Sobre a adesão da Ucrânia à UE e eventuais alterações que seja necessário fazer para incorporar o país, José Manuel Fernandes disse que a inclusão vai “reforçar a autonomia estratégica” da UE.

“Tornar-nos-á mais fortes”, completou, no dia do terceiro aniversário desde o princípio da invasão russa.

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Vendas de bens penhorados na plataforma e-Leilões atingem 629 milhões em 2024

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

O segmento imobiliário "manteve-se como o mais dinâmico", com um volume de vendas de 593,5 milhões de euros, indica a Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução.

O volume de vendas de bens penhorados na plataforma online da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução (OSAE), apelidada de e-Leilões, atingiu os 629,3 milhões de euros em 2024, foi anunciado esta segunda-feira.

A plataforma criada pela OSAE para agilizar a venda de bens que foram alvos de penhora, através de leilões eletrónicos, registou, no ano passado, 10.170 sessões de leilão, com 169.150 licitações, segundo adiantou a ordem em comunicado.

O segmento imobiliário “manteve-se como o mais dinâmico”, indicou a OSAE, com um volume de vendas de 593,5 milhões de euros, o que reflete “a elevada procura e a confiança dos investidores”.

Já os bens de direito alcançaram 24,8 milhões de euros em vendas, com 4.559 licitações, enquanto o setor automóvel totalizou vendas no valor de 8,08 milhões de euros, impulsionado por 36.340 licitações.

No segmento dos equipamentos e maquinaria, a comercialização de equipamentos atingiu 1,6 milhões de euros, enquanto as máquinas registaram 449 mil euros em vendas. Finalmente, o mobiliário “alcançou 769 mil euros em volume de vendas, confirmando a diversidade da oferta na plataforma”.

Anabela Veloso, bastonária da OSAE, defende que, com “os bens vendidos a valores justos, à luz do mercado atual, a entrada em funcionamento do e-Leilões trouxe o reforço da proteção dos direitos e interesses de exequentes e executados”, em declarações citadas em comunicado.

A responsável destaca também o apoio do Ministério da Justiça e a cooperação que mantida com a área governativa e as mais diversas entidades envolvidas nesta plataforma.

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Trabalhadores das Lajes rejeitam indisponibilidade dos EUA para rever tabelas salariais

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

O sindicato pede uma "postura de maior exigência ao Estado português em relação aos Estados Unidos da América", acusando os sucessivos governos da República de "subserviência sistemática".

Os trabalhadores portugueses na base das Lajes, nos Açores, recusam-se a aceitar que Portugal não reivindique junto dos Estados Unidos uma revisão das tabelas salariais, com vencimentos base abaixo do mínimo praticado no país, informou um dos sindicatos.

Quer o sindicato, quer os trabalhadores não aceitam como resposta a indisponibilidade da parte americana. É sempre possível tentar um diálogo e, neste caso, da parte portuguesa é possível fazer perceber aos norte-americanos que não é uma questão de disponibilidade, é uma questão de justiça, de direito internacional e de mínimos”, afirmou o dirigente sindical Vítor Silva.

O coordenador do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio e Escritórios, Hotelaria, Turismo e Transportes dos Açores (SITACEHTT), falava, em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Desde 2021 que o sindicato alerta para o facto de alguns níveis da tabela salarial das Feusaçores (forças norte-americanas destacadas na base das Lajes) apresentarem valores abaixo do salário mínimo nacional e do salário mínimo regional nos Açores, que tem um acréscimo de 5%.

Para evitar que os trabalhadores portugueses aufiram menos do que o salário mínimo regional, foi criado um suplemento, para atingir esse valor, mas, segundo o sindicato, isso significa que trabalhadores com 10 e 15 anos de serviço perdem direito às diuturnidades.

Em janeiro, o deputado do PSD eleito pelos Açores Francisco Pimentel questionou o ministro da Defesa Nacional, numa pergunta, por escrito, na Assembleia da República, sobre esta situação.

“Está o Ministério da Defesa ao corrente desta situação e disponível para diligenciar no sentido de avançar com a revisão imediata da estrutura salarial destes trabalhadores, sem dependência de recurso a complementos que se fundem e confundem com diuturnidades?”, questionou.

Na resposta, o Governo disse que as remunerações dos trabalhadores portugueses na base das Lajes dependiam do acordo de cooperação e defesa entre Portugal e os Estados Unidos, “não tendo qualquer mecanismo de atualização automática ou indexação perante as alterações remuneratórias nacionais”, e que não existia “disponibilidade da parte dos EUA para avançar com a mesma, atenta a complexidade desta revisão”.

Segundo Vítor Silva, se foi possível criar um suplemento sem rever o acordo, também é possível “criar uma norma que diga que nenhum trabalhador português na base das Lajes pode ter um salário base inferior à retribuição mínima mensal garantida nos Açores”.

O SITACEHTT/Açores pede uma “postura de maior exigência ao Estado português em relação aos Estados Unidos da América”, acusando os sucessivos governos da República de “subserviência sistemática”.

“É fundamental que, ao contrário do que aconteceu até aqui, o Estado português assuma uma atitude de maior firmeza e exigência na defesa dos interesses do país, dos Açores e dos direitos laborais dos trabalhadores portugueses”, vincou.

O dirigente sindical vai reunir-se, na terça e quarta-feira, com as forças políticas com representação na Assembleia da República, para pedir “total empenhamento” na defesa dos assuntos laborais na base das Lajes.

Os trabalhadores reivindicam a “revisão da tabela salarial e a consagração do primeiro nível de todas as tabelas salariais igual ou superior à retribuição mínima mensal garantida praticada nos Açores”.

“Este ano, faz 30 anos do acordo de cooperação e defesa e consequentemente do acordo laboral. Isso significa que há 30 anos que não é revista a tabela salarial. É mesmo urgente fazer-se alguma coisa”, alertou Vítor Silva.

Segundo o sindicalista, atualmente, existem nove funcionários com vencimentos base abaixo do salário mínimo regional, mas o número poderá aumentar, tendo em conta que o salário mínimo em Portugal tem vindo a aumentar todos os anos.

“Os valores que estão a ser pagos na base das Lajes aos trabalhadores portugueses são extremamente baixos. Em média, são 25% inferiores àqueles que são praticados noutras bases dos Estados Unidos na Europa”, salientou.

O sindicato exige também a consagração de prazos de resposta pelos diferentes níveis de resolução de conflitos, “garantindo que os trabalhadores possam recorrer, em tempo útil, às instâncias judiciais”.

Em setembro de 2022, os trabalhadores com salários base abaixo do salário mínimo regional apresentaram queixas, mas depois de passarem pelos comandos português e norte-americano e pela comissão laboral, foram encaminhadas para a comissão bilateral, que ainda não deu resposta.

O SITACEHTT/Açores reivindica ainda o estabelecimento de um contingente mínimo de trabalhadores portugueses na base das Lajes, numa proporção de três por cada militar norte-americano, que nunca desça abaixo dos atuais 450 funcionários.

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Ministério da Justiça abre 181 vagas para formação de magistrados

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

O Ministério da Justiça abriu 181 vagas para formação de magistrados, 46 das quais no novo polo de Vila do Conde do Centro de Estudos Judiciários, que vai ainda funcionar em instalações provisórias.

O Ministério da Justiça abriu 181 vagas para formação de magistrados, 46 das quais no novo polo de Vila do Conde do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), que vai ainda funcionar em instalações provisórias.

A portaria da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, que está para publicação em Diário da República, determina a abertura de 75 vagas para a magistratura judicial, 52 das quais na sede do CEJ, em Lisboa e 23 no novo polo de Vila do Conde.

Para a magistratura dos tribunais administrativos e fiscais são abertas 31 vagas, todas em Lisboa, e para a magistratura do Ministério Público abrem 75 lugares, 52 em Lisboa e 23 em Vila do Conde.

As 181 vagas abertas para o curso de formação de magistrados que se deve iniciar no último quadrimestre de 2025 representam um aumento em relação às 104 abertas no curso de 2024.

Em Vila do Conde, o centro de formação provisório do CEJ será instalado no Centro de Atividades do Parque João Paulo II, instalações cedidas pela autarquia enquanto não estão concluídas as obras no Convento do Carmo, onde o novo polo passará a funcionar em permanência, com capacidade para 60 candidatos.

O parlamento aprovou a 24 de janeiro o diploma que altera as regras de ingresso no CEJ. Uma das principais alterações previstas no diploma passa por dar a possibilidade de ingresso no CEJ aos licenciados em Direito pós-processo de Bolonha, mediante a aprovação na parte curricular de um mestrado ou doutoramento da área jurídica. Até agora, era necessária a conclusão, na íntegra, de um dos ciclos de estudos avançados – doutoramento ou mestrado.

A proposta do Governo aprovada contempla ainda a constituição de reservas de recrutamento para ingressar na formação inicial de magistrados, a atribuição do regime de segurança social do Estatuto do Bolseiro de Investigação a auditores de justiça (formandos) não abrangidos por qualquer regime de proteção e mudanças na estrutura diretiva do CEJ.

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EDP tem até 1,5 milhões para apoiar inovação na transição energética

Cada um dos finalistas do Hope Fund poderá ser financiado com até 500 mil euros. Projetos deverão ser implementados em Portugal, Espanha e América Latina.

A EDP abriu até 30 de março as candidaturas ao Hope Fund. Através deste programa, dirigido a entidades com soluções inovadoras que abordem questões sociais no contexto da transição energética a implementar em Portugal, Espanha e América Latina, a elétrica tem um bolo de 1,5 milhões de euros de financiamento.

“Na EDP, estamos comprometidos com uma transição energética justa e com o apoio a projetos que gerem um impacto positivo nas comunidades. A 2.ª edição do Hope Fund reflete esse compromisso, ao promover soluções inovadoras alinhadas com a nossa missão. O sucesso da primeira edição, onde estamos a apoiar iniciativas como a distribuição de fogões elétricos para reduzir o uso de biomassa e a criação de oportunidades profissionais no setor das energias renováveis para jovens em risco de exclusão social, reforça a importância de programas como este no avanço da transição energética”, diz Vera Pinto Pereira, administradora executiva da EDP, citada em comunicado.

Cada um dos finalistas poderá ser financiado com até 500 mil euros. A elétrica procura soluções na área de “eficiência energética e acesso a energia limpa, fiável, segura e acessível a comunidades carenciadas e/ou pessoas desfavorecidas”; que promova “a formação e requalificação para as indústrias de transição energética com modelos de propinas acessíveis”; e fomente “a preservação e restauração de florestas e biodiversidade, gerando um impacto social positivo, especialmente em áreas carenciadas”, lê-se no site da iniciativa.

Lançada em junho do ano passado, a 1.ª edição do Hope Fund recebeu mais de 150 candidaturas, tendo selecionado mais de 10 projetos para mentoria e dois para financiamento: a Clean Cooking Technologies, que combate as alterações climáticas através de tecnologias como um fogão de indução inteligente; e a Generamés, uma associação sem fins lucrativos que emprega jovens em risco de exclusão no setor das energias renováveis.

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Pilotos acusam gestão da TAP de “fechar a porta ao diálogo” antes da privatização

"Está à vista de todos que há uma intervenção política na TAP", afirma a nova direção do sindicato dos pilotos, que acusa a gestão de estar a "empurrar" os profissionais para "quebrar a paz social".

Apresentação da nova direção do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).Hugo Amaral/ECO

A nova direção do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusa a comissão executiva da TAP de ter mudado de atitude em relação ao diálogo sobre as condições dos trabalhadores, depois da chegada do novo Governo e com o aproximar do processo de privatização. Seja qual for a percentagem da companhia a ser vendida, a gestão deve ser independente e livre de pressões políticas, defende.

Hélder Santinhos preside ao SPAC desde julho de 2024, depois da lista que encabeçava ter vencido as eleições realizadas no mês anterior, na sequência da demissão antecipada da direção liderada por Tiago Farias Lopes. Sete meses depois, a nova liderança, que inclui ainda Frederico Saraiva de Almeida (vice-presidente), Nuno Esteves de Matos, João Lira Abreu e Bruno Batista, decidiu divulgar publicamente as preocupações e prioridades do sindicato.

“Notamos uma diferença na postura desta comissão executiva depois de haver eleições. Antes havia uma grande preocupação com a paz social e neste momento encontramos uma porta fechada. Deixou de haver abertura para o diálogo“, afirmou Hélder Santinhos num encontro com jornalistas, esta segunda-feira, na sede do SPAC. “A decisões são apresentadas como já tomadas pela gestão”, lamentou.

Foi dado o exemplo da alteração no valor das ajudas de custo — já criticada também pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) — sem qualquer diálogo prévio com os pilotos, ou o facto de a gestão da TAP apontar a via judicial para questões laborais particulares, quando anteriormente havia disponibilidade para soluções com base no diálogo. O SPAC tem, neste momento, vários processos a correr em tribunal contra a TAP.

Uma mudança de atitude que a direção do sindicato diz estar “abraçada à janela da privatização e ser fruto de um twist político”. Ainda assim, como em qualquer processo de privatização, à medida que o processo se aproxima diminui a margem para novos compromissos laborais.

A insatisfação com a gestão levou o SNPVAC a declarar o fim da paz social na companhia aérea, no dia 13 de fevereiro. Uma hipótese que os pilotos não afastam. “Nós sentimos que estamos a ser empurrados para quebrar a paz social. O SPAC não quer quebrar a paz social, mas representamos na TAP 1.200 pilotos e a nossa obrigação é representar a vontade dos associados. Se o caminho continuara a ser esse, podemos ter de quebrar a paz social. Se calhar não seria a altura ideal, tendo em conta a privatização, mas se for necessário…”, diz Hélder Santinhos. O presidente do sindicato disse ainda que foi pedida uma reunião ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, mas que não foi ainda marcada por falta de agenda.

Para o SPAC, o pré-aviso de greve a tempo parcial para os dias 12 a 27 de março emitido pelo Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA), que representa a maioria dos pilotos da Portugália, também resulta da indisponibilidade para o diálogo da gestão da TAP.

“Era importante a comissão executiva da TAP deixasse estas questões de lado. Quem tem de se entender sobre a privatização é o PS e o PSD. São os partidos que face ao atual cenário vão decidir e a comissão executiva devia deixar o processo decorrer normalmente”, considera Hélder Santinhos.

Privatização tem de assegurar gestão independente

A liderança do SPAC diz-se neutral em relação à venda da TAP a privados. “Em relação à privatização estamos neutrais, não temos ideologia a favor ou conta”, garante Hélder Santinhos. Mas o sindicato estará vigilante em relação ao processo e quer que o comprador cumpra três condições: ter idoneidade financeira, idoneidade técnica e um histórico de idoneidade na relação com os trabalhadores, enumera o vice-presidente do SPAC. “Se considerarmos que existe algum perigo ou alguma coisa que não esteja adequada nas condições de trabalho iremos denunciar”, diz o presidente.

Para Hélder Santinhos se é vendida a maioria ou minoria do capital “não é tema”, o importante é que a gestão tenha autonomia. “Da experiência que temos, está mais do que evidenciado que comissões executivas nomeadas por políticos não são boas para nós. Um dos melhores períodos para a companhia e pilotos foi durante gestão privada”, afirmou. “O Governo tem de assegurar que, independentemente da posição do Estado que for vendida, a gestão é independente”, defendeu.

A direção do SPAC não se quis pronunciar sobre os interessados na TAP já conhecidos — Grupo IAG, Lufthansa e Air France- KLM — mas disse que está já em contacto com os sindicatos destas companhias para recolher informação.

O SPAC está também a acompanhar a privatização da SATA, deixando elogios à gestão. “A administração da SATA está a fazer tudo o possível para melhorar a empresa. Vemos um grande esforço e legítimo para melhorar as condições da empresa”, afirmou o presidente do sindicato. Questionado sobre a possibilidade da TAP vir a ter um papel no processo, caso a companhia não seja vendida até ao final deste ano como prevê o acordo de reestruturação, Helder Santinhos considerou que “o poder político devia fazer reflexão sobre se faz sentido para um país desta dimensão ter uma TAP, uma Portugália e uma SATA. A tendência é para uma consolidação no setor”.

Pagamento antecipado de 60 milhões merece críticas

O presidente do SPAC disse que o sindicato quer “garantir a defesa de todos os pilotos independentemente das companhias ou cargos”. E. quis deixar claro que os salários adiantados que os pilotos receberam em contrapartida pela revisão do Regulamento do Recurso à Contratação Externa (RRCE), no valor de 60 milhões, foram um mau negócio para estes profissionais.

Obrigada a pagar aos pilotos sempre sempre que a contratação de companhias externas excedesse 8% das horas totais de voo, entre elas a Portugália, a TAP pediu que a cláusula fosse alterada para um limite de 20% (no ano passado estes serviços pesaram 17,6%). Em contrapartida foram pagos seis salários base, que segundo o SPAC não abrangeram todos os pilotos.

“Esses salários foram um adiantamento pela perda de rendimento futuro. Alguns pilotos consideraram que essa perda é superior aos seis salários”, refere o presidente do SPAC. “Para um piloto que ainda vá voar 20 ou 30 anos há uma perda de dinheiro”, acrescenta João Lira Abreu.

Segundo a nova direção, foram as divergências sobre este acordo celebrado com a TAP em março de 2024 que levaram à queda da anterior.

Sobre a negociação de um novo Acordo de Empresa, o que poderá acontecer a partir de 2026, o SPAC diz que não irá denunciar o atual. Só se a TAP o fizer é que existirão negociações.

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Portugal perdeu mais de um terço dos genéricos essenciais numa década

Mais regulação e pressão sobre as tabelas de preços levou a que, nos últimos dez anos, 33% destes medicamentos foram retirados do mercado, de acordo com uma análise da farmacêutica israelita Teva.

Mais de um terço (33%) dos medicamentos genéricos essenciais foram retirados do mercado português nos últimos dez anos, de acordo com uma análise da farmacêutica israelita Teva divulgada esta segunda-feira. O desinvestimento do setor deve-se à pressão sobre os preços e ao aumento das exigências regulamentares e ambientais.

Entre 2014 e 2024, quase metade (46%) dos genéricos da lista de medicamentos essenciais da União Europeia (UE) foram disponibilizados por apenas um fornecedor, um número que quase duplica quando se analisam as empresas com a maioria (60%) da quota de mercado. É a própria Teva, uma das maiores empresas de genéricos do mundo, que encabeça esse fornecimento, enquanto a Sandoz lidera na produção europeia.

O estudo “Generic Health Check Europe 3.0” conclui que existem dois grandes problemas na indústria: a rapidez da concentração dos medicamentos genéricos essenciais, três vezes mais célere do que a dos outros genéricos, o que constitui um “risco real efetivo” para a segurança do abastecimento na Europa, e a falta de fornecimento diversificado (de diferentes fabricantes) dos genéricos essenciais em áreas como a cardiologia, a oncologia, a saúde mental ou os antibióticos.

Segundo a empresa IQVIA, de investigação clínica, relatórios comerciais e tecnologia para saúde, 83% dos produtos genéricos vêm do mesmo fornecedor.

“Uma incerteza que aumenta ainda mais devido ao nível preocupante de consolidação de fornecedores e à saída do mercado de alguns genéricos essenciais, tendência que se tem verificado nos últimos anos, nomeadamente devido a tensões geopolíticas, desafios económicos e novas exigências políticas, o que coloca os cuidados de saúde dos doentes em risco”, assinalam os autores.

Embora o preço dos bens de consumo tenha aumentado 30% nessa década, os valores médios dos medicamentos genéricos sujeitos a receita médica caíram quase 8%.

“Os doentes dependem de um acesso fiável a tratamentos de elevada qualidade e a preços acessíveis, mas a consolidação, em curso, dos fornecedores e a saída do mercado de medicamentos essenciais ameaçam esse acesso”, alerta a diretora geral da Teva Portugal, num comentário publicado com o relatório científico.

“A redução das pressões sobre os fabricantes de medicamentos genéricos é essencial para proteger os cuidados prestados aos doentes e garantir a sustentabilidade a longo prazo dos sistemas de saúde europeus. Para os medicamentos genéricos essenciais, é ainda mais importante que exista uma rede de abastecimento fiável e diversificada”, apela Marta González, criticando a ausência de flexibilidade dos preços.

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Tiago Lourenço é o novo diretor comercial e marketing da Asisa Portugal

  • ECO Seguros
  • 24 Fevereiro 2025

Tiago Lourenço vai liderar equipas com o objetivo de criar novas oportunidades de negócio, fortalecer o relacionamento com parceiros e consolidar a presença da marca ASISA no mercado português.

A Asisa Portugal anunciou em comunicado a nomeação de Tiago Lourenço como novo Diretor Comercial e Marketing. Com uma carreira extensa no setor segurador, Lourenço acumula experiência nas áreas comercial e de marketing, estando agora responsável por impulsionar o crescimento estratégico da empresa.

Tiago Lourenço é o novo diretor comercial e marketing da ASISA Portugal, tem 25 anos de experiência em seguros.Asisa

Na sua nova função, será responsável pela liderança da rede de parceiros e pela gestão da área de marketing, com o objetivo de criar novas oportunidades de negócio, fortalecer o relacionamento com parceiros e consolidar a presença da marca ASISA no mercado português.

Licenciado em Economia pela Universidade Lusíada Portuguesa e com uma pós-graduação em Gestão de Retalho pelo ISCTE, Tiago Lourenço soma mais de 25 anos de experiência no setor segurador. Durante a sua trajetória profissional, ocupou diversas funções na Companhia de Seguros Tranquilidade (atual Generali Tranquilidade) e na Ageas Seguros, onde, nos últimos três anos e meio, exerceu o cargo de Diretor Comercial da Região Sul e Ilhas.

Com esta nomeação, a ASISA Portugal afirma reforçar “o seu compromisso com o crescimento e a inovação, com o objetivo de fortalecer a sua posição no setor da saúde e seguros em Portugal”

A ex-diretora de marketing e comercial nacional da ASISA Portugal, Paula Serra, assumiu o cargo de Diretora Comercial da Universalis – Acrisure em Portugal no final do ano passado.

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