Valentim de Carvalho vende terrenos por 8,4 milhões para pagar dívidas

Grupo quer vender imobiliário para saldar dívida que ascende a 20 milhões de euros. Mas nem todos os credores estão a favor do plano de recuperação da empresa.

A enfrentar um quadro financeiro desafiante, a Valentim de Carvalho tem em mãos uma proposta de 8,4 milhões de euros para parte dos terrenos onde se encontram os seus estúdios, em Paço de Arcos. É com este dinheiro que a empresa pretende fazer o saneamento de uma dívida que ascende a 20 milhões de euros e ainda relançar a sua atividade, mas o plano de recuperação não é consensual entre todos os credores.

O novo Plano Especial de Revitalização (PER) da Estúdios Valentim de Carvalho – Gravações e Audiovisuais apresentado aos credores não revela o nome do investidor interessado naqueles terrenos, indicando apenas que o loteamento em causa – de maior valor comercial — será destinado à habitação e que o projeto já foi aprovado pela Câmara de Oeiras.

Os equipamentos audiovisuais que se encontram no lote a ser vendido vão ser transferidos para novas instalações que a empresa irá alugar, numa operação que visa concentrar toda a atividade operacional e novas áreas de negócio, apontando-se para investimentos de 1,5 milhões nos próximos anos, de acordo com o plano submetido no tribunal.

Há ainda um segundo lote (de valor comercial inferior) onde o grupo manterá a sede, serviços centrais e apoio administrativo, mas onde prevê a realização de obras de ampliação e a manutenção da atividade relacionada com histórico estúdio.

A Estúdios Valentim de Carvalho assegura que a proposta de 8,4 milhões de euros se “tornará efetiva com a aprovação e transito em julgado do presente plano de revitalização” e que as verbas vão ajudar “a normalizar o passivo” e a “relançar a atividade” que foi profundamente afetada nos últimos anos com os problemas financeiros da generalidade das empresas que compõem o grupo, a pandemia e massificação da oferta de conteúdos em streaming, segundo explica.

O plano perspetiva uma recuperação paulatina do negócio nos próximos anos, passando de uma faturação de 700 mil euros em 2024 para perto dos cinco milhões em 2029.

Lisgarante contra PER

Com as dívidas ascenderam a mais de 20 milhões de euros, nem todos estão satisfeitos com as condições impostas pela nova versão do PER, que teve de ser ajustado para responder às exigências dos credores.

À cabeça da lista encontram-se a Autoridade Tributária (2,73 milhões de euros), a Segurança Social (2,57 milhões) e os trabalhadores (203 mil euros), dívidas que a empresa se compromete a pagar na íntegra, juros incluídos, em 180 dias a contar a partir da homologação do plano.

Deve ainda 1,3 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos (CGD), dos quais 240 mil euros correspondem a juros que a Valentim de Carvalho quer que sejam perdoados.

Entre os credores garantidos estão ainda a Sony Pictures (2,3 milhões) e outras instituições financeiras, como o Abanca (230 mil euros) e a Lisgarante (600 mil euros) e aos quais pede um perdão parcial de dívida (além do perdão de juros). Em relação a esta última, a Estúdios Valentim de Carvalho acusa-a de quer inviabilizar o PER “em função exclusivamente dos seus interesses egoísticos”, segundo a carta que enviou à juíza do tribunal de Sintra, onde o processo corre termos.

“A Lisgarante coloca no mesmo plano todos os credores hipotecários, omitindo despudoradamente que a posição deles é distinta em função do respetivo grau hipotecário”, alega.

Acrescenta que “os credores da mesma categoria beneficiam do mesmo tratamento existindo apenas tratamentos diferenciados para situações também elas distintas, pelo que a acusação de que existe violação do princípio da igualdade entre credores é totalmente infundada”.

Nesse sentido, a Estúdios Valentim de Carvalho pede ao tribunal para indeferir o pedido de não homologação do PER apresentado pela Lisgarante “por total falta de fundamento”.

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The Core oferece um dia exclusivo com Suja, uma referência do Fortnite, para inspirar os jovens criadores

  • Servimedia
  • 23 Abril 2025

No dia 26 de abril, o núcleo organiza um dia gratuito com workshops e atividades para mergulhar no mundo da comunicação, da criação de conteúdos audiovisuais e dos jogos de vídeo.

The Core, a escola de audiovisual pertencente à rede de ensino superior Planeta Formación y Universidades, realizará uma jornada aberta no dia 26 de abril com uma proposta muito especial para os amantes do ambiente digital e criativo.

Nesta ocasião, o protagonista do encontro será Suja, um dos streamers e criadores de conteúdos de Fortnite mais reconhecidos em Espanha, que partilhará a sua experiência profissional com os participantes.

Os participantes aprenderão a criar mapas Fortnite, jogarão com o mapa “The Core”, tornando-se a primeira escola com um mapa das suas instalações no videojogo, criado para a ocasião por Suja e Algon Games; e discutirão com Suja sobre Fortnite, a sua marca pessoal e a economia digital. Juan Pablo Guzmán, CEO da Infinite Thread Games, também dará uma palestra sobre psicologia e videojogos.

O Fortnite Open Day by Suja destina-se a jovens que queiram dar os primeiros passos no setor digital ou que procurem orientação para desenvolver uma carreira profissional em áreas como os eSports, a criação de conteúdos, a comunicação digital, o design de videojogos ou a produção audiovisual.

Para além de participarem nas diferentes atividades, os participantes poderão visitar os cenários da escola, as salas de aula técnicas e as áreas comuns do campus, conhecer o pessoal docente e conversar com os atuais alunos. Receberão também informações em primeira mão sobre os cursos de videojogos, comunicação digital e criação audiovisual do The Core.

“Este evento com Suja é uma forma de abrir as portas da nossa escola a jovens talentos, mostrando-lhes que podem transformar a sua paixão pelos videojogos numa verdadeira carreira profissional com futuro”, afirmou Mercedes Agüero, reitora do The Core.

A indústria dos videojogos tornou-se uma das principais forças do entretenimento em Espanha, impulsionando o crescimento económico e gerando emprego. De acordo com o Libro Blanco del Desarrollo Español del Videojuego, prevê-se que em 2025 o setor atinja os 13.000 postos de trabalho diretos, o que dá origem a uma procura contínua de perfis qualificados que respondam ao dinamismo, criatividade e inovação que este setor exige, com o objetivo de conseguir a sua consolidação. As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser efetuadas através do site oficial do The Core.

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Insurtech Lovys arranca 2025 com crowdfunding e novos seguros

A mediadora digital, nascida em Leiria, conseguiu novo financiamento através da Croudcube e reforça notoriedade entre as insurtechs europeias. Resposta aos clientes melhorou e tem seguro para lançar.

“Março de 2025 foi o melhor mês da história da Lovys”, garante fonte da insurtech nascida em Leiria pela vontade do empreendedor João Cardoso. O motivo é “reflexo direto da trajetória de consolidação que iniciámos em 2024. Para este ano, o nosso objetivo é continuar a crescer de forma sustentável, investindo no lançamento de novos produtos, como o seguro para scooters, e reforçando a nossa tecnologia e o desenvolvimento das nossas equipas”.

A equipa tecnológica da Lovys está fundamentalmente no ambiente da Startup Leiria, as vendas estão maioritariamente em França.

A Lovys começou o ano com boas notícias. Tentou uma operação na Crowdcube, uma relevante plataforma britânica de equity crowdfunding, utilizada para diversificar fontes de financiamento, envolver a comunidade e aumentar a notoriedade de uma marca. A campanha de financiamento da Lovys na Crowdcube foi lançada em novembro de 2024 e encerrou em 17 de dezembro de 2024.

Durante esse período, a Lovys arrecadou 865.109,25 euros atraindo a participação de 123 investidores. Este valor corresponde a 3,4% do capital da Lovys, na altura avaliada em 24,7 milhões de euros, sendo a gestora de fundos FinTLV a maior acionista com 25% do capital. À partida, a empresa pretendia angariar apenas 640 mil euros.

No seu prospeto de apresentação a potenciais investidores do Crowdcube, a Lovys declarou que em 2023 obteve um volume de negócios 2,8 milhões de euros, quase o dobro do ano anterior, enquanto prejuízos atingiram 917 mil euros – em 2021 e 2022, teve resultados líquidos negativos de cerca de nove milhões de euros. Nesse período a dívida da Lovys baixou de 18 milhões de euros para seis milhões, pressupondo o princípio do fim da maior fase de investimento.

O reforço de capital da empresa, que hoje diz competir com a Leocare, Acheel ou Lemonade, complementa uma história que começou em 2017. Em 2019, realizou uma operação inicial (seed) de 3,3 milhões de euros, motivando a Portugal Ventures, a Maif Avenir (hoje Ternel), entidades que um ano depois também estiveram numa operação de financiamento Série A no valor de 17 milhões de euros. Nesta também aderiram a FinTLV, MS&AD, e a Advinta, entre outras.

Uma forte campanha publicitária passou em 15 canais TV em França, com criatividade e produção portuguesa.

Sendo mediadora supervisionada em França, Espanha e em Portugal, a Lovys trabalha com as seguradoras Generali, Allianz e Wakam, esta uma companhia que resultou da transformação da tradicional La Parisienne Assurances numa seguradora B2B2C, com produtos de marca branca para distribuidores, entre eles insurtechs com relacionamento direto com os clientes finais.

Este ano vai lançar em França um seguro para scooter, aumentando a sua atual oferta de coberturas habitação, automóvel, cão e gato, smartphone, saúde, seguro de crédito e bicicleta. Em Espanha oferece por enquanto seguro habitação, enquanto em Portugal já tem oferta de seguro para smartphone.

A equipa da Lovys tinha 40 pessoas no final de 2024, dos quais 23 dedicados a tecnologia e ao produto, 4 a seguros e 7 a operações e, de todos, 15 estavam baseados em Leiria, no centro de investigação onde nasceu a Lovys.

Startup Leiria continua a ser a casa da tecnologia

Embora sediada e com maior parte da seu negócio a ser conseguido em França, a ligação da Lovys à Startup Leiria é significativa. A empresa está inserida na IDDnet, uma incubadora de empresas e é considerada uma das scale-ups de maior destaque na região.

Em 2020, a Lovys anunciou a entrada no polo tecnológico em Leiria, uma associação criada pelo Instituto Politécnico de Leiria, a Câmara Municipal de Leiria e a NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria. A iniciativa visava reforçar a presença da Lovys em Portugal e apoiar a sua expansão internacional.

“Temos contado com o apoio da Startup Leiria, cuja parceria tem sido um pilar importante no nosso crescimento”, comenta fonte da Lovys. “Tem-nos proporcionado acesso a mentoria estratégica, networking, espaço físico e, sobretudo, a uma rede valiosa de parceiros e investidores”, acrescenta.

Este suporte, segundo a mesma fonte, “tem sido fundamental para o nosso desenvolvimento operacional e para a nossa expansão nacional e internacional, dado que já beneficiámos de conexões com parceiros globais através da Startup Leiria”, conclui.

A investigação tecnológica de Leiria já produziu resultados evidentes. A Lovys anunciou que em dezembro de 2024 o bot do seu site já resolvia 85% das interações com os clientes, quando em três anos apenas 20% eram solucionadas e as restantes a serem resolvidas por contacto direto com os clientes.

No mesmo período aumentaram de 50% para 85% as solicitações de clientes tratadas em menos de 5 minutos, levando a que o indicador NPS (resultado de um inquérito realizado a mais de mil utilizadores, de entre os seus 45 mil clientes) elevava-se a 61, uma positiva diferença proporcional entre clientes que recomendavam a Lovys e os que não a recomendavam.

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“Não tenho intenção de o despedir”, diz Trump sobre Powell

“Gostaria de o ver ser um pouco mais ativo em termos da sua ideia de baixar as taxas de juro”, sublinhou o presidente dos EUA sobre o presidente da Reserva Federal.

Donald Trump afirmou esta terça-feira que não tem planos de demitir o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, mas sublinhou que quer que as taxas de juros sejam mais baixas.

“Não tenho intenção de o despedir”, disse o presidente dos Estados Unidos aos jornalistas, na Sala Oval, citado pela agência Reuters.

“Gostaria de o ver ser um pouco mais ativo em termos da sua ideia de baixar as taxas de juro”, acrescentou.

O presidente da Fed disse recentemente que as tarifas anunciadas por Trump são “significativamente maiores do que o esperado” e que irão acelerar a inflação e travar a economia, criando incerteza sobre o rumo das taxas de juro. “É demasiado cedo para dizer qual será o caminho apropriado para a política monetária”, avisou Powell.

A postura do banco central norte-americano não tem agradado a Trump, que avisou Powell diversas vezes para cortar juros e disse mesmo que não vê a hora para o seu mandato terminar, adiantando mesmo que poderia despedir Powell, afirmações que aceleraram um sell-off nos mercados, com os investidores a recearem que esteja em causa a independência da Fed.

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OMS anuncia reorganização e despedimentos devido a redução de financiamento dos EUA

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

“A recusa dos EUA em pagar as suas contribuições para 2024 e 2025" deixou um défice "entre 560 e 650 milhões de dólares" nas contas da organização internacional, avança o diretor-geral.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou esta terça-feira que os cortes orçamentais dos EUA estão a deixar as contas da agência da ONU no vermelho, obrigando-a a reduzir operações e a despedir pessoal.

A recusa dos EUA em pagar as suas contribuições para 2024 e 2025, combinada com os cortes na ajuda pública ao desenvolvimento de alguns outros países, significa que enfrentamos um défice na folha de pagamentos para o biénio 2026-2027 entre 560 e 650 milhões de dólares”, disse Tedros Ghebreyesus aos Estados-membros, de acordo com uma transcrição do seu discurso.

A agência de saúde das Nações Unidas prepara-se há já algum tempo para a retirada total dos Estados Unidos, historicamente de longe o seu maior doador, em janeiro próximo. Entretanto, a administração do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também se recusou a pagar as quotas acordadas para 2024 e 2025, congelando praticamente toda a ajuda externa dos EUA, incluindo um apoio considerável a projetos de saúde em todo o mundo.

Vários outros países reduziram igualmente as suas despesas de ajuda ao desenvolvimento. Perante esta situação, a OMS começou a refletir sobre a sua nova organização, que o seu diretor-geral apresentou ao pessoal e aos Estados-membros. O défice da massa salarial “representa atualmente cerca de 25% dos custos com o pessoal”, afirmou, sublinhando, no entanto, que “isto não significa necessariamente uma redução de 25% do número de postos de trabalho”.

Não disse quantos postos de trabalho seriam cortados, mas afirmou que o maior impacto seria esperado na sede da Organização em Genebra. “Estamos a começar com cortes na gestão, embora estas sejam decisões muito dolorosas para nós”, acrescentou. “Estamos a reduzir a equipa de gestão da sede de 12 para sete membros e o número de departamentos passará de 76 para 34, uma redução de mais de metade”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Os Estados Unidos cortaram 83% dos programas da agência de desenvolvimento norte-americana, a USAID, que era responsável por 42% da ajuda humanitária desembolsada em todo o mundo. Em 10 de abril a OMS alertou para perturbações nos serviços de saúde em 70% das delegações nacionais inquiridas, “resultado das suspensões e reduções súbitas da ajuda pública ao desenvolvimento para a saúde”.

A OMS fez saber nessa comunicação no início do mês que as avaliações feitas “suscitam a preocupação de efeitos potencialmente mais profundos e prolongados nos sistemas e serviços de saúde em todo o mundo, especialmente em contextos vulneráveis e frágeis” e apelam a uma “ação urgente”, bem como uma “resposta internacional”.

Nesse balanço realizado entre março e abril deste ano que envolveu 108 representações da OMS em vários países, sobretudo em países de rendimento baixo e médio-baixo, demonstra que os países estão a realocar financiamento proveniente de fontes internas e externas.

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Câmara de Sintra aprova contrato com PSP para 144 câmaras de videovigilância

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

O projeto, submetido pela Direção Nacional da PSP e pelo município para aprovação, "previa a instalação de 144 câmaras de vídeo, em pontos identificados pela PSP como necessários.

O executivo municipal de Sintra aprovou esta terça-feira o contrato de cooperação com a PSP para o sistema de videovigilância urbana em várias freguesias do concelho, mas a instalação das 144 câmaras depende do concurso público para a sua aquisição.

Segundo uma proposta do vice-presidente da câmara, Bruno Parreira (PSD), foi aprovada por unanimidade a minuta do contrato interadministrativo de cooperação com a PSP que visa “regular a utilização dos equipamentos afetos ao sistema de videovigilância”, destinado à proteção “de pessoas e bens públicos e privados, no concelho de Sintra”, bem como o “acordo de subcontratação de dados pessoais”.

O município de Sintra e a PSP identificaram os locais onde se justifica a instalação de câmaras de videovigilância, “tendo por intuito prevenir e reprimir a criminalidade de combater o sentimento de insegurança vivido em algumas freguesias do concelho”, refere-se na minuta de contrato interadministrativo, a que a Lusa teve acesso.

De acordo com a Lei de Segurança Interna, os sistemas de videovigilância apenas podem ser usados “para proteção da segurança das pessoas, animais e bens, em locais públicos ou de acesso público, e a prevenção da prática de factos qualificados pela lei como crimes, em locais em que exista razoável risco da sua ocorrência”.

O projeto, submetido pela Direção Nacional da PSP e pelo município para aprovação, “previa a instalação de 144 câmaras de vídeo, em pontos identificados pela PSP como necessários, tendo em consideração o número de incidentes criminógenos” em cada um dos locais, lê-se no documento.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), em parecer de junho de 2024, pronunciou-se pela “conformidade do sistema proposto com os requisitos técnicos do equipamento” previsto, assim como quanto “ao cumprimento dos princípios de utilização das câmaras”.

No âmbito do contrato, o município instala todo o sistema de videovigilância, mediante a aquisição da rede privada de fibra ótica a utilizar pela Rede Nacional de Segurança Interna, e das câmaras de vídeo, enquanto nas instalações da PSP é criado um centro de gestão e controlo, para gravação e visualização das imagens recolhidas.

O sistema aprovado tem autorização de funcionamento durante três anos, contados desde a entrada efetiva em operação, altura em que entra em vigor o contrato entre o município e a PSP. Na reunião de câmara, o vereador social-democrata Luís Patrício congratulou-se por se dar “mais um passo”, numa proposta apresentada “logo no início do mandato” pelo PSD, que demorou, mas “está a andar”.

O vereador Maurício Rodrigues (CDS-PP) também se manifestou contente com a proposta, apesar de o presidente da autarquia e o executivo socialista nunca terem considerado “de grande importância a videovigilância”, criticando o facto de ter estado “parada no gabinete” do vice-presidente desde final de 2024.

O vice-presidente da câmara admitiu que o PSD se tem batido ao longo dos anos “pela vídeo proteção”, mas salientou que a PSP reconheceu que, no processo de Sintra, tiveram que “andar de telefone na mão à procura de interlocutor”. Além disso, prosseguiu, “não foi fácil” concluir um protocolo que juridicamente “tem de ser visto e revisto”, pois das obras da central de visionamento à instalação dos equipamentos, “tudo e mais alguma coisa é da responsabilidade do município”.

Em termos políticos, Bruno Parreira alertou para o risco de se dar a entender que algumas situações “não aconteceriam se houvesse um sistema de vídeo proteção”, no que será o “pior dos caminhos”, pois estar-se-á “a enganar as pessoas”.

“As câmaras não vão estar nem todas as ruas nem em todas as esquinas”, apontou o autarca socialista, recusando que, obviamente, se passe “a viver numa espécie de um ‘Big Brother'”.

Para Bruno Parreira, a videovigilância “pode ajudar a resolver problemas” e os contratos locais de segurança já a previam, mas não se pode esquecer as medidas de “integração social” e “apoio às forças de segurança”, com a criação de condições para os agentes, meios à sua disposição e “salubridade das esquadras”.

“É um caminho que hoje dá mais um passo, mas que deve ser dado este passo não abrindo flanco nenhum ao populismo e à demagogia”, advogou, considerando que “uma câmara não substitui nunca a presença de um ser humano” e “não pode nunca dar uma sensação errada de que estamos todos a ser observados a todo o momento”.

O presidente da câmara, Basílio Horta (PS), referiu que, na Área Metropolitana de Lisboa, “tendo em conta a área de Sintra e a população”, o município é “número um em termos de segurança, com uma exceção” que “deve envergonhar, que é a violência doméstica”, em que não é “dos piores”, mas não é “o melhor”.

“Não sou fã, como sabem, da vigilância eletrónica”, que “é útil em sítios onde há uma alta criminalidade”, admitiu o autarca, defendo que é mais uma medida a juntar às forças de segurança, mas que, quando “dispensa a polícia e as forças de segurança, às vezes, não só não é útil como até é prejudicial”.

A instalação das câmaras avançará após a conclusão do concurso público para a sua aquisição, ficando assim para o próximo executivo camarário.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 63 milhões de euros

  • ECO
  • 22 Abril 2025

O jackpot desta terça-feira é de 63 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 63 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 22 de abril:

Números: 7, 28, 33, 37 e 47

Estrelas: 9 e 12

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Admiral Group vende negócio de seguros automóvel dos EUA à J.C. Flowers

  • ECO Seguros
  • 22 Abril 2025

O grupo segurador indica que a transação faz parte da estratégia da Admiral Group de focar-se nas suas atividades no Reino Unido e na Europa Ocidental.

A Admiral Group anunciou esta terça-feira ter acordado vender o seu negócio de seguros automóvel nos Estados Unidos à empresa de investimentos privados J.C. Flowers & Co. A transação ainda está sujeita à aprovação regulamentar e espera-se que seja concluída no quarto trimestre deste ano.

Costantino Moretti, Head of International Insurance da Admiral Group: “Esta transação permitir-nos-á concentrarmo-nos nas oportunidades que vemos para proporcionar um crescimento sustentável a longo prazo nas nossas atividades no Reino Unido e na Europa continental”,.

Segundo o comunicado do grupo segurador britânico, o acordo contempla a venda da seguradora Elephant Insurance Company e da respetiva marca, Elephant nos EUA. O valor da aquisição não foi revelado, mas avançam que representa aproximadamente o valor líquido dos ativos da Elephant.

O anúncio destaca que a transação faz parte da estratégia da Admiral Group de focar-se nas suas atividades no Reino Unido e na Europa Ocidental. “Esta transação permitir-nos-á concentrarmo-nos nas oportunidades que vemos para proporcionar um crescimento sustentável a longo prazo nas nossas atividades no Reino Unido e na Europa continental”, afirma Costantino Moretti, Head of International Insurance da Admiral Group.

Sediada na Virgínia, a Elephant é conhecida pela sua abordagem digital-first, oferecendo uma experiência online para a cotação, contração, gestão de apólices e atendimento ao cliente.

“Estamos muito entusiasmados por estarmos a unir forças com a J.C. Flowers. Esta parceria permitir-nos-á beneficiar da sua vasta experiência, que desempenhará um papel fundamental na próxima fase da nossa estratégia de crescimento e acrescentará valor aos nossos clientes, mantendo ao mesmo tempo a nossa cultura distintiva”, afirma Alberto Schiavon, CEO da Elephant Insurance.

Por sua vez, Eric Rahe, managing director e co-president da J.C. Flowers, afirmou que “a J.C. Flowers tem um longo e distinto historial de investimento no setor dos seguros, e vamos aproveitar a nossa experiência para ajudar a Elephant Insurance a gerar novas oportunidades como empresa autónoma”

O Admiral Group é um grupo internacional de seguros e serviços financeiros fundado em 1993 no Reino Unido, com sede no País de Gales, que atua principalmente nos segmentos de seguros automóveis, residenciais, de viagem e empréstimos pessoais, atendendo mais de 11 milhões de clientes em países como Reino Unido, França, Itália, Espanha e EUA. É a única empresa do País de Gales no principal índice da Bolsa de Valores de Londres, o FTSE 100. No ano passado registou um lucro antes de impostos de 839 milhões de libras esterlinas (978 milhões de euros), um aumento de 90% em relação ao ano anterior, impulsionado pelo desempenho do seguro automóvel britânico e expansão em outras linhas de negócio.

A J.C. Flowers & Co. é uma gestora norte-americana fundada em 1998 pelo seu CEO J. Christopher Flowers, com sede em Nova Iorque, especializada em investimentos no setor de serviços financeiros, incluindo bancos, seguradoras e instituições de crédito, tendo investido mais de 18 mil milhões de dólares (mais de 15 mil milhões de euros) em cerca de 68 empresas.

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Fundación Mapfre tem 160 mil euros em prémios para distinguir impacto social e inovação

  • ECO Seguros
  • 22 Abril 2025

As candidaturas estão abertas até às 22h59 dia 31 de maio. Cada prémio tem a dotação de 40 mil euros e a cerimónia de entrega está prevista para o último trimestre do ano.

A Fundación Mapfre anunciou a edição de 2025 dos Prémios Sociais Fundación Mapfre, uma iniciativa que reconhece e celebra o compromisso social de pessoas e instituições que se dedicam à melhoria da vida em sociedade.

Com um valor total de 120 mil euros, os Prémios Sociais Fundación Mapfre distribuem-se por três categorias, cada uma com uma dotação de 40 mil euros. As candidaturas estão abertas até às 22h59 dia 31 de maio de 2025.

Entre as distinções atribuídas está o Prémio a toda uma vida social José Manuel Martínez Martínez, que homenageia uma carreira profissional dedicada a apoiar causas. A nomeação para esta categoria é feita exclusivamente por antigos vencedores, membros dos júris desta edição, membros dos principais órgãos diretivos da Fundación Mapfre e outras personalidades ou instituições convidadas.

A fundação distingue ainda a Melhor Instituição pela sua Trajetória Social, reconhecendo organizações que se destaquem pelo impacto duradouro e significativo em áreas como a cultura, saúde, segurança rodoviária ou prevenção de acidentes.

Já o Prémio para o Melhor Projeto ou Iniciativa pelo seu Impacto Social destina-se a destacar projetos inovadores que apresentem resultados concretos na melhoria da qualidade de vida das pessoas e comunidades onde atuam.

Além destes, esta edição incluí o XII Prémio Internacional de Seguros Julio Castelo Matrán, criado em homenagem ao antigo presidente da Mapfre. Com periodicidade bienal e também no valor de 40 mil euros, este prémio distingue trabalhos científicos — inéditos ou publicados nos últimos três anos — que contribuam para o desenvolvimento do setor segurador e para a promoção da estabilidade económica e da solidariedade social.

A entrega dos prémios está prevista para o último trimestre do ano, numa cerimónia que reunirá os vencedores e representantes de entidades de referência do setor social. As candidaturas devem ser submetidas dentro do prazo estabelecido e respeitar os critérios definidos no regulamento oficial. Para mais informações, aqui.

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Sessão do 25 de Abril, durante luto nacional, respeita legado de Francisco, diz Aguiar-Branco

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

O facto de haver luto nacional na próxima sexta-feira não colide com a realização da sessão solene comemorativa da revolução de 25 de Abril de 1974, de acordo o presidente da Assembleia da República.

O presidente da Assembleia da República considerou esta terça-feira que a manutenção da sessão solene do 25 de Abril no parlamento, mesmo em pleno luto nacional, respeita o legado deixado pelo Papa Francisco em defesa do pluralismo democrático. Esta posição foi defendida por José Pedro Aguiar-Branco em declarações aos jornalistas à porta da Nunciatura Apostólica da Santa Sé, em Lisboa, onde assinou o livro de condolências pela morte do Papa.

Perante os jornalistas, o presidente da Assembleia da República confirmou que estará no sábado, no Vaticano, no funeral do Papa Francisco, juntamente com o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. E confirmou também a decisão de manter a sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no parlamento, apesar de sexta-feira ser o segundo de três dias de luto nacional.

“Na sessão solene do 25 de abril haverá um momento de tributo ao Papa Francisco, através de um voto que eu próprio irei apresentar. Deste modo, num momento que é tão solene para Portugal e para o povo português – o dia 25 de Abril – numa sessão tão importante para Portugal, esse voto significa também a particular gratidão e o particular apreço que o povo português tinha para por este Papa”, sustentou o presidente do parlamento.

De acordo com o presidente da Assembleia da República, o facto de haver luto nacional na próxima sexta-feira não colide do ponto de vista jurídico com a realização da sessão solene comemorativa da revolução de 25 de Abril de 1974.

“Creio até que vai ao encontro do sentido do legado do Papa Francisco – um legado caracterizado por estar sempre disponível pela via do diálogo, pela via do respeito pela diferença, pela via do confronto de ideias e não do confronto das armas. Na casa da democracia, a casa da palavra – espaço maior de respeito pela diferença e de respeito pelas ideias dos outros –, vamos prestar uma homenagem ao legado de um pontificado marcado pela palavra”, advogou.

José Pedro Aguiar-Branco adiantou também que o cerimonial tradicional inerente à sessão solene do 25 de Abril vai manter-se, designadamente os momentos de hino nacional.

É um cerimonial de honraria, e nesta situação é em si também um registo de homenagem, porque é o nosso hino nacional. Esta é a sessão por excelência da democracia portuguesa, em que tributamos também a nossa democracia, o nosso direito à diferença, a força da palavra para resolver os problemas, a força daquilo que é a troca de opiniões numa sociedade que, sendo plural, deve tentar os consensos para chegar às soluções. Isto é o legado do Papa Francisco, do ponto de vista daquilo que foi a sua arma principal ao longo do seu pontificado: a palavra”, insistiu.

O presidente da Assembleia da República fez ainda questão de salientar que o voto de pesar pela morte do Papa Francisco é um voto dos representantes do povo português. “Vamos fazer uma sessão que dignifica também a própria situação e, de modo algum, põe em causa o luto que o país sente e que também os deputados sentem em relação a este momento”, acrescentou.

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Governo deixou o SNS “pior do que a maioria absoluta” do PS, diz Mariana Mortágua

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

"Chegados ao fim dos 11 meses em que só conseguiram piorar o serviço [SNS], a única solução que têm para apresentar é passar valências para o privado", diz a coordenadora do BE.

A coordenadora do BE considerou esta terça-feira que o Governo deixou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) pior do que a maioria absoluta do PS e que a única solução que apresenta “é passar valências para o privado”.

“O Governo do PSD fez pior do que a maioria absoluta do PS no SNS”, afirmou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Almada-Seixal. À porta do hospital Garcia de Orta, a coordenadora do BE afirmou que aquele é um exemplo de como os problemas do SNS decorrem, em grande parte, da falta de profissionais de saúde.

“A manta é pequena demais. Na margem sul, em obstetrícia em particular, há serviços que quando o Garcia de Orta não presta, porque estão encerrados, mais nenhum hospital presta. Não se trata de um serviço em rede, trata-se de um serviço que é deficiente na capacidade de abarcar todo o território e dar uma resposta”, sublinhou.

O Garcia de Orta é um dos cinco hospitais públicos que o Governo pretende que passem a ser geridos por Parcerias Público-Privadas a partir de 2026, uma opção criticada pelo BE, que acusa o executivo de não ter respostas para o SNS. “Chegados ao fim dos 11 meses em que só conseguiram piorar o serviço, a única solução que têm para apresentar é passar valências para o privado, entregar ao privado aquilo que o SNS precisa de conseguir fazer”, afirmou Mariana Mortágua.

Por outro lado, a bloquista lamentou também o que considerou ser o desinvestimento nas carreiras dos profissionais de saúde e o recurso a médicos tarefeiros para assegurar resposta aos utentes. É uma “fonte de despesa e ineficiência do SNS”, considerou Mariana Mortágua, defendendo que a alternativa exige investimento, mas um investimento que “no final do dia, é mais barato (…) do que um SNS em retalhos que depende dos serviços privados”.

“Também tem a ver com os modelos de gestão”, acrescentou, defendendo o reforço da autonomia das unidades de saúde para tomarem decisões que permitam fixar os profissionais de saúde.

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IL aposta todas as fichas na redução do IRS e IRC e desafia AD a ir mais longe. Só assim é possível “criar riqueza”

Rui Rocha está disponível para dar a mão a um Governo de Montenegro para que a legislatura dure quatro anos, mas exige maior ambição na descida dos impostos sobre o trabalho e as empresas.

“A descida de impostos deve ser feita nas áreas que são capazes de criar riqueza no país. A aposta deve ser na redução dos impostos sobre o trabalho e sobre as empresas”. Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal (IL), quer que “todas as fichas” sejam colocadas na baixa do IRS e IRC e desafia a AD, coligação formado por PSD e CDS, a ir mais longe no alívio fiscal, afirmou esta terça-feira, durante a 9.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência promovida pelo ECO no Centro Cultura de Belém em Lisboa, dedicada ao tema “A economia no dia seguinte às eleições”.

“Há uma diferença de ambição, estou a falar da AD e da Iniciativa Liberal, de capacidade de fazer uma redução mais ou menos pronunciada“, constatou o líder dos liberais, referindo-se aos programas com que ambas as forças políticas concorrem às eleições legislativas de 18 de maio.

Enquanto a AD defende uma redução da taxa do IRC, de 20% para 17%, até 2029, ao ritmo de um ponto percentual ao ano. A IL repescou a proposta anterior de Luís Montenegro que estabelecia uma descida mais ambiciosa, de dois pontos anuais, para 15%.

Em relação ao IRS, o programa da AD refere apenas que o objetivo é dar um alívio fiscal, ao longo da legislatura, de dois mil milhões de euros, dos quais 500 milhões com efeito já em 2025, sem indicar, contudo, de que forma o imposto irá baixar.

Em entrevista ao ECO, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, indicou que a redução será por via do corte nas taxas dos escalões, mas não detalhou mais. Já os Liberais defendem a criação de dois escalões: um de 15% para rendimentos entre o salário mínimo nacional e os 26.768 mil euros de matéria coletável e outro, com uma taxa de 28%, para ganhos superiores.

Há uma diferença de ambição, estou a falar da AD e da Iniciativa Liberal, de capacidade de fazer uma redução mais ou menos pronunciada.

Rui Rocha

Presidente da IL

Rocha ainda saudou o IVA zero a um conjunto de bens alimentares essenciais, proposta pelo PS, porque se trata de uma redução de impostos. No entanto, considerou a “estratégia errada”, porque “desconsidera completamente a necessidade de criar riqueza, a necessidade de captar investimento estrangeiro”.

“É absolutamente ineficaz para que as pequenas e médias empresas portuguesas possam crescer, que as médias possam ser grandes, que as grandes possam ser multinacionais”, reforçou. Não é possível “criar riqueza e reter talento com uma carga fiscal punitiva para as pessoas”. Neste âmbito, Rui Rocha considera que o foco deve ser na redução da “progressividade” do IRS sobre os salários, que “é alta”.

“Todos sabemos que a vantagem de uma promoção, de um aumento, é muitas vezes comida por aquilo que se paga a mais”, exemplificou.

Em relação às empresas, para além da descida do IRC, a IL reclama o fim da derrama estadual: “Não podemos ter uma fiscalidade progressiva sobre o crescimento e o sucesso das empresas. Temos de ter o contrário. Não faz sentido que a derrama exista como existe, que tenha uma nota tão acentuada de progressividade na tributação das empresas portuguesas”.

Para além disso, defende um alívio nas tributações autónomas, as quais, critica, “assentam num princípio de desconfiança do Estado sobre as empresas”.

“A solução não é desconfiar das empresas, é desagravar a tributação do trabalho. Se há empresas fantasma que não trazem atividade, que são meros veículos para reduzir a tributação, ataque-se do lado certo”, defende.

Rui Rocha, Presidente da Iniciativa Liberal na chegada à conferência Fábrica 2030Hugo Amaral/ECO

Bloqueios da máquina do Estado ao crescimento das empresas

A simplificação e desburocratização da máquina do Estado é outra das condições, elencadas por Rui Rocha, para impulsionar o crescimento de Portugal. E, neste ponto, o líder da IL assumiu “algumas embirrações de base”.

“Algumas entidades públicas são verdadeiras fórmulas de atrasar o desenvolvimento, como o IPAMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, que não cumpre a sua missão. Podia ser um ponta de lança fundamental par as PME que exportam, mas não cumpre a sua missão”, aponta.

Algumas entidades públicas são verdadeiras fórmulas de atrasar o desenvolvimento, como o IPAMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, que não cumpre a sua missão.

Rui Rocha

Presidente da IL

Para além disso, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) “é fundamentalista na aplicação das suas regras”, critica. “Não podemos demorar dois ou três anos a licenciar atividades. Isto é um verdadeiro martírio, verdadeiro inferno. Não podemos dizer aos empresários que estejam quietos”, sublinha. Por isso, defende “uma refundação” das instituições.

Os atrasos nos tribunais administrativos é outra das “embirrações” de Rui Rocha. “Temos praticamente o dobro do tempo da decisão em primeira instância nos tribunais administrativos e isto gera incerteza e insegurança junto dos cidadãos e também das empresas”, sinalizou. “A Inteligência Artificial e a automação devem ser apostas do Estado para desburocratizar e simplificar”, defende.

Rui Rocha, Presidente da Iniciativa Liberal, na conferência Fábrica 2030Hugo Amaral/ECO

IL disponível para dar a mão a um Governo minoritário de Montenegro

Face a um possível cenário de instabilidade político pós-eleições, os Liberais estão disponíveis a apoiar um Governo minoritário da AD, liderado por Luís Montenegro. “No dia seguinte [às eleições] vamos ser um fator de estabilidade para o país”, prometeu Rui Rocha, cujo número de deputados que vier a eleger poderá ser determinante para uma solução de estabilidade governativa.

“O sentido de responsabilidade em todo este processo é o mesmo que teremos para uma solução de governabilidade do país. Não desejo que esta instabilidade e continue e espero que a próxima legislatura dure quatro anos”, sublinhou.

No dia seguinte [às eleições] vamos ser um fator de estabilidade para o país.

Rui Rocha

Presidente da IL

Rui Rocha recusou, no entanto, ir mais longe na definição do futuro. “Este é o momento de apresentar as propostas, seria pouco sensato contaminar a discussão das propostas com as contas parlamentares do dia seguinte”, às eleições.

De lembrar que a IL foi o único partido que, ao lado da AD, votou favoravelmente a moção de confiança apresentada pelo atual Executivo demissionário de Montenegro.

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