Startups nacionais captaram 82,6 milhões até março. Investimento caiu para metade

Com a guerra das tarifas a deixar as bolsas à beira de um ataque de nervos, que impacto esta turbulência está a ter no investimento no ecossistema e na capacidade dos fundos em levantar capital?

Nos primeiros três meses do ano as startups nacionais captaram 82,6 milhões de euros, uma descida de 38,8% face aos 135 milhões de euros registados no último trimestre do ano passado e um recuo de 49,9% em relação aos 165 milhões levantados há um ano junto dos investidores, segundo dados da Dealroom. Business as usual ou efeito da guerra comercial e da turbulência nos mercados financeiros? E que impacto o atual ambiente de incerteza poderá ter na capacidade os fundos em levantar capital?

“Com a incerteza económica provocada pela entrada em cena em janeiro da nova Administração norte-americana, é natural que haja uma maior prudência quanto a novos investimentos”, considera Stephan Morais, managing partner da Indico Capital, quando instado a comentar os dados de investimento no primeiro trimestre no ecossistema de empreendedorismo português.

“Estes números refletem um abrandamento da atividade de investimento, que não nos surpreende. Temos vindo a observar uma retração generalizada dos investidores, muito influenciada pelo contexto macroeconómico e mais recentemente, por fatores de instabilidade geopolítica”, aponta Vasco Pereira Coutinho. Mas o CEO da Lince Capital ressalva. “É importante não ler estes dados de forma isolada. O ecossistema tem ciclos naturais e, muitas vezes, estes momentos de correção são também oportunidades para consolidar projetos mais sólidos e eficientes. Continuamos a ver talento, inovação e propostas de valor interessantes no mercado — o capital poderá ter abrandado, mas não desapareceu.”

Temos vindo a observar uma retração generalizada dos investidores, muito influenciada pelo contexto macroeconómico e mais recentemente, por fatores de instabilidade geopolítica.

Vasco Pereira Coutinho

CEO da Lince Capital

Depois de, no ano passado, o ecossistema de empreendedorismo ter levantado 463 milhões de euros, praticamente o dobro do captado em 2023, o arranque de 2025 tem sido marcado por uma guerra comercial, com impacto nos mercados. Um clima de incerteza marca a economia. “A queda é certamente significativa, mas não inesperada. O primeiro trimestre é, normalmente, mais lento em termos de atividade de negócios, e a incerteza macroeconómica mais ampla teve claramente um papel. O que é importante sublinhar é que esta é provavelmente uma descida temporária, e não uma inversão a longo prazo”, acredita Thijs Povel, CEO e fundador da Dealflow.eu e managing partner da Ventures.eu.

Não é o único investidor a desvalorizar a curva descendente no arranque do ano. “No que diz respeito ao venture capital em particular, a dimensão do mercado não aconselha a uma análise trimestral — um único deal de maior dimensão pode distorcer por completo a leitura dos números”, alerta Pedro Ribeiro Santos, partner da Armilar.

O mesmo diz Ricardo Jacinto. “O mercado de venture capital inclui empresas em estágio muito inicial e empresas que levantam rondas de dezenas de milhões, pelo que uma janela temporal curta tende a ter distorções dos outliers“, alerta o managing partner da Shilling. “Uma comparação mais realista seria excluir esses outliers e perceber como se está a comportar o mercado entre pré-seed e seed, o core do mercado português, e por períodos mais longos para evitar o impacto de rondas ainda não anunciadas ou o efeito de final do ano que pode acelerar algum deployment de fundos. Nesse sentido, não vemos com preocupação esses dados (que podem ser ainda precoces para retirar conclusões)”, sintetiza.

No que diz respeito ao venture capital em particular, a dimensão do mercado não aconselha a uma análise trimestral — um único deal de maior dimensão pode distorcer por completo a leitura dos números.

Pedro Ribeiro Santos

Partner da Armilar

“A volatilidade e incerteza que têm marcado os últimos meses no mercado de capitais a nível global acarretam questões de liquidez a médio e longo prazo. Esta situação impacta toda a cadeia de valor de investimento, consequentemente afetando classes de ativos ilíquidas e de maior risco, como o capital de risco. Esta é uma tendência global que também se reflete em Portugal”, começa por admitir António Miguel, fundador e managing partner da Maze Impact.

Mas para o investidor, a razão da queda trimestral poderá ser outra. “Tanto no trimestre homólogo do ano anterior como no último trimestre de 2024, existiram rondas de investimento significativas (uma de 70 milhões de euros e outra de 100 milhões de euros) em cada trimestre, que impactaram o montante total mobilizado — são outliers”, ressalva o managing partner da Maze Impact, destacando os 100 milhões de euros levantados pela Powerdot em fevereiro do ano passado e a ronda de mais de 70 milhões da Tekever em novembro. “Se olharmos para o número de rondas de investimento, as diferenças existem, mas não são tão acentuadas”, conclui. Na ordem das 20 operações.

Investimento no ecossistema de empreendedorismo nacional

Fonte: Dealroom.com. Dados até 21 de abril de 2025

A maioria dos investidores afasta a ideia de que a guerra das tarifas, quase todos os dias com novos episódios, e a agitação nos mercados financeiros estejam a ter impacto nas suas decisões de investimento.

“A volatilidade faz parte do jogo de quem trabalha com capital de risco. Mais do que travar investimentos, estas mudanças globais criam novas oportunidades: cadeias de valor que mudam, novos mercados que se abrem, novas necessidades que surgem”, defende Luís Gutman. “Estamos atentos e queremos apoiar fundadores que queiram alavancar estas mudanças. A incerteza é terreno fértil para criar disrupção e novas soluções. A nossa forma de investir, com base em tecnologia, permite-nos ser rápidos e eficientes mesmo num contexto instável. E é isso que o mercado precisa: menos burocracia, mais ação”, diz o managing partner da OW Ventures, joint venture entre a M4 Ventures e a Olisipo Way que arrancou atividade este ano e, através do Terralis Fund, quer investir 20 milhões de euros em oito anos com foco na sustentabilidade e tecnologia.

Uma linha de pensamento partilhada por Thijs Povel. “A turbulência pode afetar o timing dos negócios e o apetite pelo risco entre coinvestidores, mas não alterou a nossa tese central. Na verdade, estes períodos muitas vezes representam melhores oportunidades de entrada para investidores de longo prazo”, considera o managing partner da Ventures.eu.

A turbulência pode afetar o timing dos negócios e o apetite pelo risco entre coinvestidores, mas não alterou a nossa tese central. Na verdade, estes períodos muitas vezes representam melhores oportunidades de entrada para investidores de longo prazo.

Thijs Povel

Managing partner da Ventures.eu

“Estes fatores têm impacto a nível macro e no sentimento geral do ecossistema. Contudo, o maior impacto reside sempre nas empresas em estágios mais avançados, mais próximas dos múltiplos praticados nos mercados públicos. Após a estabilização do mercado europeu, parece-nos que os estágios pré-seed e seed continuam bastante ativos e com recuperação nos termos de investimento”, considera Ricardo Jacinto. Situação que, assegura, não tem tido impacto na atividade da Shilling. “Continuamos ativos e a apoiar empresas que encaixem na tese do Fundo, com três novas empresas já investidas este ano”, adianta.

Mas não faltam alertas à navegação.Na Bynd temos uma lógica de investimento a longo prazo, pelo que as flutuações económicas imediatas acabam por ter pouco peso nas nossas decisões de investimento. Como investimos num horizonte temporal de 8-10 anos, o que procuramos entender são os impactos que estas políticas poderão ter no longo prazo a nível de tendências macroeconómicas, estratégia geopolítica ou redistribuição do talento”, sublinha Lurdes Gramaxo.

Ainda assim, a partner da Bynd admite que o atual contexto pode ter impactos no ecossistema. “A perda de confiança e de previsibilidade vão afetar os mercados financeiros e é possível que haja um spillover que pode vir a ter consequências nesta classe de ativos, principalmente no que toca a operações de M&A, levando os investidores e as próprias startups a atrasar decisões”, reconhece.

É também essa a análise de Stephan Morais. “A instabilidade bolsista afeta sempre as decisões de investimento de private equity e de venture capital e o valor que os fundos estão dispostos a pagar pelas empresas. Perturba também o ambiente para a saída das empresas investidas, levando por vezes os fundos a adiar a sua venda”, afirma o managing partner da Indico.

A perda de confiança e de previsibilidade vão afetar os mercados financeiros e é possível que haja um spillover que pode vir a ter consequências nesta classe de ativos, principalmente no que toca a operações de M&A, levando os investidores e as próprias startups a atrasar decisões.

Lurdes Gramaxo

Partner da Bynd

“O que se tem passado, não abranda, nem acelera, as decisões de investimento no imediato”, assegura Pedro Ribeiro Santos. “Dito isto, cada decisão de investimento leva em conta uma avaliação do risco, naturalmente influenciada pela perceção do que pode ser o futuro — e é ainda incerto dizer se o futuro será estruturalmente diferente a nível da globalização em que temos vivido. Portanto, essa incerteza (a estrutural, não a turbulência bolsista) passa naturalmente a incorporar-se na avaliação do risco dos investimentos em curso; passa a ser uma variável a ter em conta, com possíveis impactos, uns positivos, outros negativos, na avaliação da oportunidade de investimento”, admite o partner da Armilar.

António Miguel reconhece que, face ao atual cenário, determinados parâmetros são mais ponderados na hora de injetar capital numa startup. “A situação a que assistimos faz com que nas nossas decisões de investimento pesem mais questões relacionadas com a resiliência e defensibilidade das cadeias de valor e fornecimento, no sentido de garantir que as empresas que trabalham em áreas de hardware, inovação científica e indústria, estão preparadas para esta nova realidade”, diz.

“Estamos também cada vez mais a incorporar nas nossas decisões de investimento a capacidade das empresas atraírem outras fontes de capital, não dilutivo, que permita financiar o seu crescimento, investigação, e desenvolvimento de produto, em especial aquelas empresas que têm soluções mais intensivas do ponto de vista de consumo de capital”, acrescenta o managing partner da Maze Impact.

A situação a que assistimos faz com que nas nossas decisões de investimento pesem mais questões relacionadas com a resiliência e defensibilidade das cadeias de valor e fornecimento, no sentido de garantir que as empresas que trabalham em áreas de hardware, inovação científica e indústria, estão preparadas para esta nova realidade.

António Miguel

Managing partner da Maze Impact

Turbulência complica a vida aos fundos na hora de levantar capital?

E até que ponto o atual momento económico, afeta a capacidade dos fundos de levantar capital junto dos investidores? Stephan Morais não tem grandes dúvidas. “É evidente que momentos de mercado com maior incerteza tornam mais difícil o levantamento de capital no mercado”, atira o managing partner da Indico.

E o mesmo admite Lurdes Gramaxo. “Naturalmente, a instabilidade económica leva à incerteza nos mercados e conduz alguns investidores a adiar decisões de investimento”, diz a partner da Bynd VC. “Do nosso lado, temos como aspeto positivo a performance alcançada em fundos anteriores, que passaram também por períodos económicos turbulentos como a pandemia global ou a Guerra na Ucrânia. Estamos próximos do target de dimensão do nosso fundo e a fechar os últimos tickets de investidores privados até final do ano”, acrescenta.

Pedro Ribeiro Santos fala de um “impacto direto”. E explica porquê. “A turbulência bolsista tem um impacto direto na liquidez (por exemplo, fechando a ‘janela’ para IPO, que se vinha reabrindo depois de um período em que as entradas em bolsa foram muito escassas), e isso afeta diretamente a disponibilidade dos investidores privados e institucionais para considerar novos compromissos com fundos de investimento”, justifica o partner da Armilar.

Dúvidas houvesse, o adiamento do IPO da Klarna é disso indicativo. Depois de, em novembro, ter iniciado o processo de entrada na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA para uma oferta pública inicial, em abril a fintech sueca suspendeu os planos quando a onda de choque do efeito das tarifas impostas por Trump começou a alastrar na economia mundial.

Mas não só. “Os exits sentirão primeiro a dor das tarifas e de forma mais acentuada”, aponta uma análise da Pitchbook, “Tariffs and European VC: IPO Window Threatened First”. “Esperamos repercussões também em outras áreas do ecossistema. O levantamento de capital europeu e os fluxos de investidores americanos podem ser afetados, à medida que os investidores americanos se retiram para os mercados domésticos“, aponta ainda, dando como exemplo desse movimento o fecho do escritório da capital de risco Andreessen Horowitz no Reino Unido no rescaldo da eleição de Donald Trump.

Um foco mais doméstico poderá inibir investimento transfronteiriço bem como o levantamento de capital”, alerta ainda a análise da Pitchbook.

“Não temos sentido grande impacto, até ao momento”, assegura António Miguel da Maze Impact. “Existe interesse — talvez com um perfil de risco um pouco mais conservador — mas há apetite por oportunidades bem estruturadas, com equipas fortes e modelos de negócio resilientes”, diz Vasco Pereira Coutinho. “Estamos a preparar o lançamento de novos veículos que respondam precisamente a esta procura por segurança com retorno, com um enfoque em setores que demonstraram resistência ou até crescimento em períodos de incerteza”, revela.

Uma potencial recessão ou a potencial subida da taxa de juros podem levar os investidores a procurar ativos de menor risco. Em Portugal esse impacto não foi muito sentido, tanto pelo programa SIFIDE II como o lançamento do programa de Venture Capital por parte do Banco Português de Fomento, mas no longo prazo pode fazer sentido os programas de incentivo ao investimento em capital de risco terem uma componente contracíclica para mitigar volatilidade pronunciada no ecossistema.

Ricardo Jacinto

Managing partner da Shilling

“Mais do que levantar capital, estamos a reinventar a forma como se constroem fundos. A Angels Way é um exemplo: um fundo ágil, com acesso rápido e transparente, orientado por tecnologia”, diz Luís Gutman. O grupo de mais de 400 investidores — havia um ticket mínimo de 1.200 euros para entrar no fundo — já decidiu investimento em três startups que irão cada 50 mil euros. “Estamos a lançar outros veículos igualmente inovadores. Acreditamos que o futuro do venture capital passa por fundos mais eficientes, mais rápidos e mais alinhados com os empreendedores”, diz o cofundador da OW Ventures.

“Uma potencial recessão ou a potencial subida da taxa de juros podem levar os investidores a procurar ativos de menor risco. Em Portugal esse impacto não foi muito sentido, tanto pelo programa SIFIDE II como o lançamento do programa de Venture Capital por parte do Banco Português de Fomento, mas no longo prazo pode fazer sentido os programas de incentivo ao investimento em capital de risco terem uma componente contracíclica para mitigar volatilidade pronunciada no ecossistema”, recomenda Ricardo Jacinto, da Shilling.

Thijs Povel desvaloriza o impacto do atual momento na capacidade dos fundos em levantar capital. “Esta volatilidade nos mercados bolsistas é, na verdade, muito benéfica para os fundos de capital de risco, uma vez que a bolsa tem sido um dos principais concorrentes pelo capital de risco disponível. Além disso, os fundos de capital de risco beneficiam da turbulência e superam a média graças à queda nas avaliações e às oportunidades correspondentes”, explica o managing partner da Ventures.eu. Mais, argumenta, “os fundos de capital de risco têm ciclos de vida mais longos e os melhores vintages tendem a investir em períodos de turbulência e a sair em períodos de exuberância”.

Em fevereiro, a Dealflow.eu estava a levantar capital para o fundo Ventures.eu com uma meta global de 60 milhões. “No que diz respeito ao nosso fundo, a nossa capacidade de identificar oportunidades de elevada qualidade e com risco mitigado, provenientes do ecossistema apoiado pela UE, ressoa particularmente bem junto dos LP que procuram um elevado potencial de retorno em investimentos em fase inicial”, diz.

“Embora o primeiro fecho ainda não tenha sido alcançado, o fundo está a ser lançado e os primeiros investimentos já estão a ser realizados, caso a caso, pelos investidores comprometidos”, acrescenta. Thijs Povel não revela qual o montante ambicionado para o primeiro fecho, nem quanto foi já levantado, mas adianta que já têm “três startups em fase avançada de due diligence e esperamos concluir o nosso primeiro investimento nos próximos meses”.

Recuperação em 2024 irá manter-se?

Apesar de um arranque de trimestre aparentemente pouco auspicioso, os fundos mantêm um otimismo q.b quanto à manutenção da curva de recuperação do investimento no ecossistema ocorrida no ano passado. Nesse ano, o ecossistema captou quase 500 milhões de euros, bem acima dos 205 milhões de euros levantados pelas startups em 2003, embora longe do pico de 1,5 mil milhões atingido em 2021, ano em que o ecossistema viu várias startups nacionais voar para unicórnio, para valorizações de mil milhões de dólares.

“Mesmo que se verifique uma redução face a 2024, acreditamos no potencial intrínseco desta classe de ativos e dos empreendedores portugueses”, diz o managing partner da Shilling, Ricardo Jacinto.

Thijs Povel acredita que 2025 será um ano de continuidade na recuperação. “Especialmente em setores como a inteligência artificial, deep tech e inovação verde, onde a Europa se está a tornar cada vez mais competitiva. O apoio dos instrumentos da União Europeia, como o EIC e o Horizonte Europa, continua a impulsionar o dinamismo nas fases iniciais, mesmo quando os mercados globais estão mais hesitantes”, afirma. “Os nossos relatórios com a Dealroom mostram um pipeline sólido de empresas em fase de crescimento a emergir destes programas, com um claro compromisso por parte dos decisores políticos em desbloquear capital de risco adicional proveniente de fundos de pensões, seguradoras e novos programas de financiamento”, reforça.

Estamos otimistas. Com mais fundos founders-friendly , mais capital inteligente e mais ambição dos empreendedores, acreditamos que 2025 será um ano de consolidação e crescimento. Portugal pode tornar-se um ecossistema vibrante com capacidade real de gerar unicórnios. Mas para isso temos de arriscar, sair da zona de conforto e apoiar os melhores com tudo: capital, rede, conhecimento e confiança.

Luís Gutman

Managing partner da OW Ventures

“O ecossistema português tem mostrado vitalidade, tanto na criação de startups inovadoras como na captação de capital por parte de fundos destinados a apoiar o seu crescimento. Neste contexto, antecipamos uma evolução positiva no número e volume de oportunidades de investimento até ao final do ano”, aponta Lurdes Gramaxo da Bynd VC.

“Estamos otimistas”, diz Luís Gutman. “Com mais fundos founders-friendly, mais capital inteligente e mais ambição dos empreendedores, acreditamos que 2025 será um ano de consolidação e crescimento. Portugal pode tornar-se um ecossistema vibrante com capacidade real de gerar unicórnios. Mas para isso temos de arriscar, sair da zona de conforto e apoiar os melhores com tudo: capital, rede, conhecimento e confiança”, refere o responsável da OW Ventures.

Vasco Pereira Coutinho acredita que a evolução positiva ocorrida no ano passado irá manter-se este ano, embora “talvez a um ritmo mais moderado do que inicialmente antecipado”. “Em 2025, veremos uma continuação dessa tendência, mas com um ‘filtro’ mais exigente por parte dos investidores. As empresas que conseguirem demonstrar métricas sólidas, tração comercial e uma visão clara de rentabilidade continuarão a captar capital. O mercado está mais maduro e isso, a médio prazo, é positivo para todos”, considera o CEO da Lince Capital.

É impossível dizer neste momento se [a atual turbulência] é um efeito passageiro ou se terá consequências a médio-longo prazo. Esperemos que seja passageiro.

Stephan Morais

Managing partner da Indico Capital

“Prefiro não fazer previsões, mas à partida (e mais uma vez, cingindo-me ao setor do venture capital), continuando a haver capacidade de investimento e continuando a haver muitas novas oportunidades de investimento, pela simples lógica de oferta e procura, não vejo razão para que volte a retrair-se”, considera Pedro Ribeiro Santos, da Armilar. “Não tenho dúvidas de que as boas empresas sempre encontram financiamento.”

Stephan Morais, da Indico, não tem tantas certezas sobre se o atual momento terá, ou não, um impacto duradouro na evolução do investimento em 2025. “É impossível dizer neste momento se é um efeito passageiro ou se terá consequências a médio-longo prazo. Esperemos que seja passageiro.”

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Portuguesa EAD quer entrar na bolsa de Madrid após comprar mais empresas em Espanha

Paulo Veiga, CEO da gestora de arquivos e documentos, diz ao ECO que o objetivo é ganhar escala para dispersar o capital em bolsa.

A empresa portuguesa de arquivos e gestão de documentos EAD decidiu avançar com uma fusão com a sociedade Papiro, que tinha comprado há cinco anos, para que o grupo possa ganhar escala de forma a continuar a fazer aquisições em Espanha. O objetivo no médio prazo é atingir um volume de negócios de 50 milhões de euros e entrar na bolsa de Madrid.

“Continuamos às compras em Espanha, mas já não estamos a olhar para pequenos operadores regionais, porque chegou a altura de preparar a nova era da empresa, que é olhar para a Península Ibérica como um mercado único. Temos perspetivas mais ambiciosas, como a dispersão de capital quando faturarmos, pelo menos, 50 milhões”, avançou ao ECO o CEO da EAD.

Paulo Veiga descarta o índice PSI e almeja uma investida na bolsa de Madrid, onde “o mercado de capitais não está alicerçado em empréstimos obrigacionistas”, mas só em 2028. Até lá, a empresa que lidera e na qual detém uma participação de 30% vai focar-se no crescimento inorgânico num mercado de nicho como é o de quem gere e guarda documentos das empresas.

A EAD está a ser assessorada nas questões de project finance por um fundo de investimento português com ativos em Espanha, embora o nome não tenha sido revelado por questões de confidencialidade contratual. O plano é fazer novos investimentos no país vizinho. “Se estamos no Top 5 da gestão documental… Temos de olhar para os quartos, terceiros…”, diz Paulo Veiga ao ECO.

Os maiores players da gestão documental em Espanha são a multinacional norte-americana Iron Mountain, que em 2024 viu as receitas do negócio de centros de dados aumentarem 25% para os 620 milhões de dólares (545 milhões de euros). Seguem-se empresas de menor dimensão, o principal alvo da EAD, como a Adea, os galegos da Servicio Mobil, a Docout – comprada em 2024 pelo fundo português Vallis Capital Partners – e a AGS Records Management.

A primeira etapa – estratégica e administrativa – foi a integração da totalidade da Papiro na estrutura do grupo EAD através de um processo de fusão para simplificar a organização e lutar pela liderança do ranking da gestão documental. “Visa consolidar todos os ativos, clientes e operações do grupo sob uma única entidade, aumentando a eficiência e robustez da organização. O negócio não envolve qualquer despedimento ou alteração nos serviços prestados aos clientes”, esclarece a EAD.

A Papiro passa a ser uma marca, mantendo-se na área da gestão de salas de correspondência (mailrooms) físicos e digitais, documentos e desmaterialização de processos em empresas e organismos do Estado, bem como destruição de papel e outros ficheiros, entregas expresso e end-to-end finishing (ciclo completo do produto).

A responsabilidade pela marca Papiro fica a a cargo de Daniel Alves, que havia sido nomeado diretor da unidade de negócio e pretende “continuar a valorizar” a (agora) insígnia, “dar-lhe escala, recursos e capacidade de desenvolvimento dentro de um grupo sólido”, salientou, num comunicado de imprensa publicado esta aquando da fusão, que serve para dar resposta à pressão que a indústria tem enfrentado das clouds e data centers (nuvens e servidores).

Custódia de informação vale sete mil milhões

A EAD projeta uma faturação de 18 milhões de euros para este ano. Em 2024, teve um volume de negócios de 14 milhões de euros, quase o dobro dos 7,8 milhões de euros registados em 2023 com a prestação de serviço de custódia e gestão de arquivos, sala de cofres com maior segurança, consultoria em ciências documentais, reciclagem de documentação e digitalização (passar documentos físicos para versão online) e desenvolvimento e venda de softwares de gestão documental.

No mês passado, a EAD – Empresa de Arquivo de Documentação anunciou um investimento de 1,5 milhões de euros na aquisição de dois novos armazéns no Porto e contratação de 44 colaboradores. O crescimento na região norte é um sinal de proximidade à Galiza, que é uma zona estratégica para a expansão do grupo em Espanha, onde opera através das empresas Deletedoc (Barcelona, Madrid, Valencia e Bilbau) e DID Confidencial (Pontevedra), compradas em 2023 e 2024, respetivamente.

A média tem sido uma aquisição anual, tendo em conta que em 2021 foi a Fernandes & Canhoto e no ano que ficou marcado pelo início da pandemia foi a Papiro. Questionado sobre se teve ofertas no sentido contrário, inclusive uma proposta de compra da Iron Mountain, o CEO da EAD foi pragmático: “Várias vezes. Não estou vendedor”.

Globalmente, o mercado da gestão de documentos vale cerca de 7,16 mil milhões de dólares (2024) segundo a Fortune Business Insights.

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Valentim de Carvalho vende terrenos por 8,4 milhões para pagar dívidas

Grupo quer vender imobiliário para saldar dívida que ascende a 20 milhões de euros. Mas nem todos os credores estão a favor do plano de recuperação da empresa.

A enfrentar um quadro financeiro desafiante, a Valentim de Carvalho tem em mãos uma proposta de 8,4 milhões de euros para parte dos terrenos onde se encontram os seus estúdios, em Paço de Arcos. É com este dinheiro que a empresa pretende fazer o saneamento de uma dívida que ascende a 20 milhões de euros e ainda relançar a sua atividade, mas o plano de recuperação não é consensual entre todos os credores.

O novo Plano Especial de Revitalização (PER) da Estúdios Valentim de Carvalho – Gravações e Audiovisuais apresentado aos credores não revela o nome do investidor interessado naqueles terrenos, indicando apenas que o loteamento em causa – de maior valor comercial — será destinado à habitação e que o projeto já foi aprovado pela Câmara de Oeiras.

Os equipamentos audiovisuais que se encontram no lote a ser vendido vão ser transferidos para novas instalações que a empresa irá alugar, numa operação que visa concentrar toda a atividade operacional e novas áreas de negócio, apontando-se para investimentos de 1,5 milhões nos próximos anos, de acordo com o plano submetido no tribunal.

Há ainda um segundo lote (de valor comercial inferior) onde o grupo manterá a sede, serviços centrais e apoio administrativo, mas onde prevê a realização de obras de ampliação e a manutenção da atividade relacionada com histórico estúdio.

A Estúdios Valentim de Carvalho assegura que a proposta de 8,4 milhões de euros se “tornará efetiva com a aprovação e transito em julgado do presente plano de revitalização” e que as verbas vão ajudar “a normalizar o passivo” e a “relançar a atividade” que foi profundamente afetada nos últimos anos com os problemas financeiros da generalidade das empresas que compõem o grupo, a pandemia e massificação da oferta de conteúdos em streaming, segundo explica.

O plano perspetiva uma recuperação paulatina do negócio nos próximos anos, passando de uma faturação de 700 mil euros em 2024 para perto dos cinco milhões em 2029.

Lisgarante contra PER

Com as dívidas ascenderam a mais de 20 milhões de euros, nem todos estão satisfeitos com as condições impostas pela nova versão do PER, que teve de ser ajustado para responder às exigências dos credores.

À cabeça da lista encontram-se a Autoridade Tributária (2,73 milhões de euros), a Segurança Social (2,57 milhões) e os trabalhadores (203 mil euros), dívidas que a empresa se compromete a pagar na íntegra, juros incluídos, em 180 dias a contar a partir da homologação do plano.

Deve ainda 1,3 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos (CGD), dos quais 240 mil euros correspondem a juros que a Valentim de Carvalho quer que sejam perdoados.

Entre os credores garantidos estão ainda a Sony Pictures (2,3 milhões) e outras instituições financeiras, como o Abanca (230 mil euros) e a Lisgarante (600 mil euros) e aos quais pede um perdão parcial de dívida (além do perdão de juros). Em relação a esta última, a Estúdios Valentim de Carvalho acusa-a de quer inviabilizar o PER “em função exclusivamente dos seus interesses egoísticos”, segundo a carta que enviou à juíza do tribunal de Sintra, onde o processo corre termos.

“A Lisgarante coloca no mesmo plano todos os credores hipotecários, omitindo despudoradamente que a posição deles é distinta em função do respetivo grau hipotecário”, alega.

Acrescenta que “os credores da mesma categoria beneficiam do mesmo tratamento existindo apenas tratamentos diferenciados para situações também elas distintas, pelo que a acusação de que existe violação do princípio da igualdade entre credores é totalmente infundada”.

Nesse sentido, a Estúdios Valentim de Carvalho pede ao tribunal para indeferir o pedido de não homologação do PER apresentado pela Lisgarante “por total falta de fundamento”.

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The Core oferece um dia exclusivo com Suja, uma referência do Fortnite, para inspirar os jovens criadores

  • Servimedia
  • 23 Abril 2025

No dia 26 de abril, o núcleo organiza um dia gratuito com workshops e atividades para mergulhar no mundo da comunicação, da criação de conteúdos audiovisuais e dos jogos de vídeo.

The Core, a escola de audiovisual pertencente à rede de ensino superior Planeta Formación y Universidades, realizará uma jornada aberta no dia 26 de abril com uma proposta muito especial para os amantes do ambiente digital e criativo.

Nesta ocasião, o protagonista do encontro será Suja, um dos streamers e criadores de conteúdos de Fortnite mais reconhecidos em Espanha, que partilhará a sua experiência profissional com os participantes.

Os participantes aprenderão a criar mapas Fortnite, jogarão com o mapa “The Core”, tornando-se a primeira escola com um mapa das suas instalações no videojogo, criado para a ocasião por Suja e Algon Games; e discutirão com Suja sobre Fortnite, a sua marca pessoal e a economia digital. Juan Pablo Guzmán, CEO da Infinite Thread Games, também dará uma palestra sobre psicologia e videojogos.

O Fortnite Open Day by Suja destina-se a jovens que queiram dar os primeiros passos no setor digital ou que procurem orientação para desenvolver uma carreira profissional em áreas como os eSports, a criação de conteúdos, a comunicação digital, o design de videojogos ou a produção audiovisual.

Para além de participarem nas diferentes atividades, os participantes poderão visitar os cenários da escola, as salas de aula técnicas e as áreas comuns do campus, conhecer o pessoal docente e conversar com os atuais alunos. Receberão também informações em primeira mão sobre os cursos de videojogos, comunicação digital e criação audiovisual do The Core.

“Este evento com Suja é uma forma de abrir as portas da nossa escola a jovens talentos, mostrando-lhes que podem transformar a sua paixão pelos videojogos numa verdadeira carreira profissional com futuro”, afirmou Mercedes Agüero, reitora do The Core.

A indústria dos videojogos tornou-se uma das principais forças do entretenimento em Espanha, impulsionando o crescimento económico e gerando emprego. De acordo com o Libro Blanco del Desarrollo Español del Videojuego, prevê-se que em 2025 o setor atinja os 13.000 postos de trabalho diretos, o que dá origem a uma procura contínua de perfis qualificados que respondam ao dinamismo, criatividade e inovação que este setor exige, com o objetivo de conseguir a sua consolidação. As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser efetuadas através do site oficial do The Core.

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Insurtech Lovys arranca 2025 com crowdfunding e novos seguros

A mediadora digital, nascida em Leiria, conseguiu novo financiamento através da Croudcube e reforça notoriedade entre as insurtechs europeias. Resposta aos clientes melhorou e tem seguro para lançar.

“Março de 2025 foi o melhor mês da história da Lovys”, garante fonte da insurtech nascida em Leiria pela vontade do empreendedor João Cardoso. O motivo é “reflexo direto da trajetória de consolidação que iniciámos em 2024. Para este ano, o nosso objetivo é continuar a crescer de forma sustentável, investindo no lançamento de novos produtos, como o seguro para scooters, e reforçando a nossa tecnologia e o desenvolvimento das nossas equipas”.

A equipa tecnológica da Lovys está fundamentalmente no ambiente da Startup Leiria, as vendas estão maioritariamente em França.

A Lovys começou o ano com boas notícias. Tentou uma operação na Crowdcube, uma relevante plataforma britânica de equity crowdfunding, utilizada para diversificar fontes de financiamento, envolver a comunidade e aumentar a notoriedade de uma marca. A campanha de financiamento da Lovys na Crowdcube foi lançada em novembro de 2024 e encerrou em 17 de dezembro de 2024.

Durante esse período, a Lovys arrecadou 865.109,25 euros atraindo a participação de 123 investidores. Este valor corresponde a 3,4% do capital da Lovys, na altura avaliada em 24,7 milhões de euros, sendo a gestora de fundos FinTLV a maior acionista com 25% do capital. À partida, a empresa pretendia angariar apenas 640 mil euros.

No seu prospeto de apresentação a potenciais investidores do Crowdcube, a Lovys declarou que em 2023 obteve um volume de negócios 2,8 milhões de euros, quase o dobro do ano anterior, enquanto prejuízos atingiram 917 mil euros – em 2021 e 2022, teve resultados líquidos negativos de cerca de nove milhões de euros. Nesse período a dívida da Lovys baixou de 18 milhões de euros para seis milhões, pressupondo o princípio do fim da maior fase de investimento.

O reforço de capital da empresa, que hoje diz competir com a Leocare, Acheel ou Lemonade, complementa uma história que começou em 2017. Em 2019, realizou uma operação inicial (seed) de 3,3 milhões de euros, motivando a Portugal Ventures, a Maif Avenir (hoje Ternel), entidades que um ano depois também estiveram numa operação de financiamento Série A no valor de 17 milhões de euros. Nesta também aderiram a FinTLV, MS&AD, e a Advinta, entre outras.

Uma forte campanha publicitária passou em 15 canais TV em França, com criatividade e produção portuguesa.

Sendo mediadora supervisionada em França, Espanha e em Portugal, a Lovys trabalha com as seguradoras Generali, Allianz e Wakam, esta uma companhia que resultou da transformação da tradicional La Parisienne Assurances numa seguradora B2B2C, com produtos de marca branca para distribuidores, entre eles insurtechs com relacionamento direto com os clientes finais.

Este ano vai lançar em França um seguro para scooter, aumentando a sua atual oferta de coberturas habitação, automóvel, cão e gato, smartphone, saúde, seguro de crédito e bicicleta. Em Espanha oferece por enquanto seguro habitação, enquanto em Portugal já tem oferta de seguro para smartphone.

A equipa da Lovys tinha 40 pessoas no final de 2024, dos quais 23 dedicados a tecnologia e ao produto, 4 a seguros e 7 a operações e, de todos, 15 estavam baseados em Leiria, no centro de investigação onde nasceu a Lovys.

Startup Leiria continua a ser a casa da tecnologia

Embora sediada e com maior parte da seu negócio a ser conseguido em França, a ligação da Lovys à Startup Leiria é significativa. A empresa está inserida na IDDnet, uma incubadora de empresas e é considerada uma das scale-ups de maior destaque na região.

Em 2020, a Lovys anunciou a entrada no polo tecnológico em Leiria, uma associação criada pelo Instituto Politécnico de Leiria, a Câmara Municipal de Leiria e a NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria. A iniciativa visava reforçar a presença da Lovys em Portugal e apoiar a sua expansão internacional.

“Temos contado com o apoio da Startup Leiria, cuja parceria tem sido um pilar importante no nosso crescimento”, comenta fonte da Lovys. “Tem-nos proporcionado acesso a mentoria estratégica, networking, espaço físico e, sobretudo, a uma rede valiosa de parceiros e investidores”, acrescenta.

Este suporte, segundo a mesma fonte, “tem sido fundamental para o nosso desenvolvimento operacional e para a nossa expansão nacional e internacional, dado que já beneficiámos de conexões com parceiros globais através da Startup Leiria”, conclui.

A investigação tecnológica de Leiria já produziu resultados evidentes. A Lovys anunciou que em dezembro de 2024 o bot do seu site já resolvia 85% das interações com os clientes, quando em três anos apenas 20% eram solucionadas e as restantes a serem resolvidas por contacto direto com os clientes.

No mesmo período aumentaram de 50% para 85% as solicitações de clientes tratadas em menos de 5 minutos, levando a que o indicador NPS (resultado de um inquérito realizado a mais de mil utilizadores, de entre os seus 45 mil clientes) elevava-se a 61, uma positiva diferença proporcional entre clientes que recomendavam a Lovys e os que não a recomendavam.

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“Não tenho intenção de o despedir”, diz Trump sobre Powell

“Gostaria de o ver ser um pouco mais ativo em termos da sua ideia de baixar as taxas de juro”, sublinhou o presidente dos EUA sobre o presidente da Reserva Federal.

Donald Trump afirmou esta terça-feira que não tem planos de demitir o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, mas sublinhou que quer que as taxas de juros sejam mais baixas.

“Não tenho intenção de o despedir”, disse o presidente dos Estados Unidos aos jornalistas, na Sala Oval, citado pela agência Reuters.

“Gostaria de o ver ser um pouco mais ativo em termos da sua ideia de baixar as taxas de juro”, acrescentou.

O presidente da Fed disse recentemente que as tarifas anunciadas por Trump são “significativamente maiores do que o esperado” e que irão acelerar a inflação e travar a economia, criando incerteza sobre o rumo das taxas de juro. “É demasiado cedo para dizer qual será o caminho apropriado para a política monetária”, avisou Powell.

A postura do banco central norte-americano não tem agradado a Trump, que avisou Powell diversas vezes para cortar juros e disse mesmo que não vê a hora para o seu mandato terminar, adiantando mesmo que poderia despedir Powell, afirmações que aceleraram um sell-off nos mercados, com os investidores a recearem que esteja em causa a independência da Fed.

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OMS anuncia reorganização e despedimentos devido a redução de financiamento dos EUA

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

“A recusa dos EUA em pagar as suas contribuições para 2024 e 2025" deixou um défice "entre 560 e 650 milhões de dólares" nas contas da organização internacional, avança o diretor-geral.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou esta terça-feira que os cortes orçamentais dos EUA estão a deixar as contas da agência da ONU no vermelho, obrigando-a a reduzir operações e a despedir pessoal.

A recusa dos EUA em pagar as suas contribuições para 2024 e 2025, combinada com os cortes na ajuda pública ao desenvolvimento de alguns outros países, significa que enfrentamos um défice na folha de pagamentos para o biénio 2026-2027 entre 560 e 650 milhões de dólares”, disse Tedros Ghebreyesus aos Estados-membros, de acordo com uma transcrição do seu discurso.

A agência de saúde das Nações Unidas prepara-se há já algum tempo para a retirada total dos Estados Unidos, historicamente de longe o seu maior doador, em janeiro próximo. Entretanto, a administração do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também se recusou a pagar as quotas acordadas para 2024 e 2025, congelando praticamente toda a ajuda externa dos EUA, incluindo um apoio considerável a projetos de saúde em todo o mundo.

Vários outros países reduziram igualmente as suas despesas de ajuda ao desenvolvimento. Perante esta situação, a OMS começou a refletir sobre a sua nova organização, que o seu diretor-geral apresentou ao pessoal e aos Estados-membros. O défice da massa salarial “representa atualmente cerca de 25% dos custos com o pessoal”, afirmou, sublinhando, no entanto, que “isto não significa necessariamente uma redução de 25% do número de postos de trabalho”.

Não disse quantos postos de trabalho seriam cortados, mas afirmou que o maior impacto seria esperado na sede da Organização em Genebra. “Estamos a começar com cortes na gestão, embora estas sejam decisões muito dolorosas para nós”, acrescentou. “Estamos a reduzir a equipa de gestão da sede de 12 para sete membros e o número de departamentos passará de 76 para 34, uma redução de mais de metade”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Os Estados Unidos cortaram 83% dos programas da agência de desenvolvimento norte-americana, a USAID, que era responsável por 42% da ajuda humanitária desembolsada em todo o mundo. Em 10 de abril a OMS alertou para perturbações nos serviços de saúde em 70% das delegações nacionais inquiridas, “resultado das suspensões e reduções súbitas da ajuda pública ao desenvolvimento para a saúde”.

A OMS fez saber nessa comunicação no início do mês que as avaliações feitas “suscitam a preocupação de efeitos potencialmente mais profundos e prolongados nos sistemas e serviços de saúde em todo o mundo, especialmente em contextos vulneráveis e frágeis” e apelam a uma “ação urgente”, bem como uma “resposta internacional”.

Nesse balanço realizado entre março e abril deste ano que envolveu 108 representações da OMS em vários países, sobretudo em países de rendimento baixo e médio-baixo, demonstra que os países estão a realocar financiamento proveniente de fontes internas e externas.

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Câmara de Sintra aprova contrato com PSP para 144 câmaras de videovigilância

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

O projeto, submetido pela Direção Nacional da PSP e pelo município para aprovação, "previa a instalação de 144 câmaras de vídeo, em pontos identificados pela PSP como necessários.

O executivo municipal de Sintra aprovou esta terça-feira o contrato de cooperação com a PSP para o sistema de videovigilância urbana em várias freguesias do concelho, mas a instalação das 144 câmaras depende do concurso público para a sua aquisição.

Segundo uma proposta do vice-presidente da câmara, Bruno Parreira (PSD), foi aprovada por unanimidade a minuta do contrato interadministrativo de cooperação com a PSP que visa “regular a utilização dos equipamentos afetos ao sistema de videovigilância”, destinado à proteção “de pessoas e bens públicos e privados, no concelho de Sintra”, bem como o “acordo de subcontratação de dados pessoais”.

O município de Sintra e a PSP identificaram os locais onde se justifica a instalação de câmaras de videovigilância, “tendo por intuito prevenir e reprimir a criminalidade de combater o sentimento de insegurança vivido em algumas freguesias do concelho”, refere-se na minuta de contrato interadministrativo, a que a Lusa teve acesso.

De acordo com a Lei de Segurança Interna, os sistemas de videovigilância apenas podem ser usados “para proteção da segurança das pessoas, animais e bens, em locais públicos ou de acesso público, e a prevenção da prática de factos qualificados pela lei como crimes, em locais em que exista razoável risco da sua ocorrência”.

O projeto, submetido pela Direção Nacional da PSP e pelo município para aprovação, “previa a instalação de 144 câmaras de vídeo, em pontos identificados pela PSP como necessários, tendo em consideração o número de incidentes criminógenos” em cada um dos locais, lê-se no documento.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), em parecer de junho de 2024, pronunciou-se pela “conformidade do sistema proposto com os requisitos técnicos do equipamento” previsto, assim como quanto “ao cumprimento dos princípios de utilização das câmaras”.

No âmbito do contrato, o município instala todo o sistema de videovigilância, mediante a aquisição da rede privada de fibra ótica a utilizar pela Rede Nacional de Segurança Interna, e das câmaras de vídeo, enquanto nas instalações da PSP é criado um centro de gestão e controlo, para gravação e visualização das imagens recolhidas.

O sistema aprovado tem autorização de funcionamento durante três anos, contados desde a entrada efetiva em operação, altura em que entra em vigor o contrato entre o município e a PSP. Na reunião de câmara, o vereador social-democrata Luís Patrício congratulou-se por se dar “mais um passo”, numa proposta apresentada “logo no início do mandato” pelo PSD, que demorou, mas “está a andar”.

O vereador Maurício Rodrigues (CDS-PP) também se manifestou contente com a proposta, apesar de o presidente da autarquia e o executivo socialista nunca terem considerado “de grande importância a videovigilância”, criticando o facto de ter estado “parada no gabinete” do vice-presidente desde final de 2024.

O vice-presidente da câmara admitiu que o PSD se tem batido ao longo dos anos “pela vídeo proteção”, mas salientou que a PSP reconheceu que, no processo de Sintra, tiveram que “andar de telefone na mão à procura de interlocutor”. Além disso, prosseguiu, “não foi fácil” concluir um protocolo que juridicamente “tem de ser visto e revisto”, pois das obras da central de visionamento à instalação dos equipamentos, “tudo e mais alguma coisa é da responsabilidade do município”.

Em termos políticos, Bruno Parreira alertou para o risco de se dar a entender que algumas situações “não aconteceriam se houvesse um sistema de vídeo proteção”, no que será o “pior dos caminhos”, pois estar-se-á “a enganar as pessoas”.

“As câmaras não vão estar nem todas as ruas nem em todas as esquinas”, apontou o autarca socialista, recusando que, obviamente, se passe “a viver numa espécie de um ‘Big Brother'”.

Para Bruno Parreira, a videovigilância “pode ajudar a resolver problemas” e os contratos locais de segurança já a previam, mas não se pode esquecer as medidas de “integração social” e “apoio às forças de segurança”, com a criação de condições para os agentes, meios à sua disposição e “salubridade das esquadras”.

“É um caminho que hoje dá mais um passo, mas que deve ser dado este passo não abrindo flanco nenhum ao populismo e à demagogia”, advogou, considerando que “uma câmara não substitui nunca a presença de um ser humano” e “não pode nunca dar uma sensação errada de que estamos todos a ser observados a todo o momento”.

O presidente da câmara, Basílio Horta (PS), referiu que, na Área Metropolitana de Lisboa, “tendo em conta a área de Sintra e a população”, o município é “número um em termos de segurança, com uma exceção” que “deve envergonhar, que é a violência doméstica”, em que não é “dos piores”, mas não é “o melhor”.

“Não sou fã, como sabem, da vigilância eletrónica”, que “é útil em sítios onde há uma alta criminalidade”, admitiu o autarca, defendo que é mais uma medida a juntar às forças de segurança, mas que, quando “dispensa a polícia e as forças de segurança, às vezes, não só não é útil como até é prejudicial”.

A instalação das câmaras avançará após a conclusão do concurso público para a sua aquisição, ficando assim para o próximo executivo camarário.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 63 milhões de euros

  • ECO
  • 22 Abril 2025

O jackpot desta terça-feira é de 63 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 63 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 22 de abril:

Números: 7, 28, 33, 37 e 47

Estrelas: 9 e 12

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Admiral Group vende negócio de seguros automóvel dos EUA à J.C. Flowers

  • ECO Seguros
  • 22 Abril 2025

O grupo segurador indica que a transação faz parte da estratégia da Admiral Group de focar-se nas suas atividades no Reino Unido e na Europa Ocidental.

A Admiral Group anunciou esta terça-feira ter acordado vender o seu negócio de seguros automóvel nos Estados Unidos à empresa de investimentos privados J.C. Flowers & Co. A transação ainda está sujeita à aprovação regulamentar e espera-se que seja concluída no quarto trimestre deste ano.

Costantino Moretti, Head of International Insurance da Admiral Group: “Esta transação permitir-nos-á concentrarmo-nos nas oportunidades que vemos para proporcionar um crescimento sustentável a longo prazo nas nossas atividades no Reino Unido e na Europa continental”,.

Segundo o comunicado do grupo segurador britânico, o acordo contempla a venda da seguradora Elephant Insurance Company e da respetiva marca, Elephant nos EUA. O valor da aquisição não foi revelado, mas avançam que representa aproximadamente o valor líquido dos ativos da Elephant.

O anúncio destaca que a transação faz parte da estratégia da Admiral Group de focar-se nas suas atividades no Reino Unido e na Europa Ocidental. “Esta transação permitir-nos-á concentrarmo-nos nas oportunidades que vemos para proporcionar um crescimento sustentável a longo prazo nas nossas atividades no Reino Unido e na Europa continental”, afirma Costantino Moretti, Head of International Insurance da Admiral Group.

Sediada na Virgínia, a Elephant é conhecida pela sua abordagem digital-first, oferecendo uma experiência online para a cotação, contração, gestão de apólices e atendimento ao cliente.

“Estamos muito entusiasmados por estarmos a unir forças com a J.C. Flowers. Esta parceria permitir-nos-á beneficiar da sua vasta experiência, que desempenhará um papel fundamental na próxima fase da nossa estratégia de crescimento e acrescentará valor aos nossos clientes, mantendo ao mesmo tempo a nossa cultura distintiva”, afirma Alberto Schiavon, CEO da Elephant Insurance.

Por sua vez, Eric Rahe, managing director e co-president da J.C. Flowers, afirmou que “a J.C. Flowers tem um longo e distinto historial de investimento no setor dos seguros, e vamos aproveitar a nossa experiência para ajudar a Elephant Insurance a gerar novas oportunidades como empresa autónoma”

O Admiral Group é um grupo internacional de seguros e serviços financeiros fundado em 1993 no Reino Unido, com sede no País de Gales, que atua principalmente nos segmentos de seguros automóveis, residenciais, de viagem e empréstimos pessoais, atendendo mais de 11 milhões de clientes em países como Reino Unido, França, Itália, Espanha e EUA. É a única empresa do País de Gales no principal índice da Bolsa de Valores de Londres, o FTSE 100. No ano passado registou um lucro antes de impostos de 839 milhões de libras esterlinas (978 milhões de euros), um aumento de 90% em relação ao ano anterior, impulsionado pelo desempenho do seguro automóvel britânico e expansão em outras linhas de negócio.

A J.C. Flowers & Co. é uma gestora norte-americana fundada em 1998 pelo seu CEO J. Christopher Flowers, com sede em Nova Iorque, especializada em investimentos no setor de serviços financeiros, incluindo bancos, seguradoras e instituições de crédito, tendo investido mais de 18 mil milhões de dólares (mais de 15 mil milhões de euros) em cerca de 68 empresas.

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Fundación Mapfre tem 160 mil euros em prémios para distinguir impacto social e inovação

  • ECO Seguros
  • 22 Abril 2025

As candidaturas estão abertas até às 22h59 dia 31 de maio. Cada prémio tem a dotação de 40 mil euros e a cerimónia de entrega está prevista para o último trimestre do ano.

A Fundación Mapfre anunciou a edição de 2025 dos Prémios Sociais Fundación Mapfre, uma iniciativa que reconhece e celebra o compromisso social de pessoas e instituições que se dedicam à melhoria da vida em sociedade.

Com um valor total de 120 mil euros, os Prémios Sociais Fundación Mapfre distribuem-se por três categorias, cada uma com uma dotação de 40 mil euros. As candidaturas estão abertas até às 22h59 dia 31 de maio de 2025.

Entre as distinções atribuídas está o Prémio a toda uma vida social José Manuel Martínez Martínez, que homenageia uma carreira profissional dedicada a apoiar causas. A nomeação para esta categoria é feita exclusivamente por antigos vencedores, membros dos júris desta edição, membros dos principais órgãos diretivos da Fundación Mapfre e outras personalidades ou instituições convidadas.

A fundação distingue ainda a Melhor Instituição pela sua Trajetória Social, reconhecendo organizações que se destaquem pelo impacto duradouro e significativo em áreas como a cultura, saúde, segurança rodoviária ou prevenção de acidentes.

Já o Prémio para o Melhor Projeto ou Iniciativa pelo seu Impacto Social destina-se a destacar projetos inovadores que apresentem resultados concretos na melhoria da qualidade de vida das pessoas e comunidades onde atuam.

Além destes, esta edição incluí o XII Prémio Internacional de Seguros Julio Castelo Matrán, criado em homenagem ao antigo presidente da Mapfre. Com periodicidade bienal e também no valor de 40 mil euros, este prémio distingue trabalhos científicos — inéditos ou publicados nos últimos três anos — que contribuam para o desenvolvimento do setor segurador e para a promoção da estabilidade económica e da solidariedade social.

A entrega dos prémios está prevista para o último trimestre do ano, numa cerimónia que reunirá os vencedores e representantes de entidades de referência do setor social. As candidaturas devem ser submetidas dentro do prazo estabelecido e respeitar os critérios definidos no regulamento oficial. Para mais informações, aqui.

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Sessão do 25 de Abril, durante luto nacional, respeita legado de Francisco, diz Aguiar-Branco

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

O facto de haver luto nacional na próxima sexta-feira não colide com a realização da sessão solene comemorativa da revolução de 25 de Abril de 1974, de acordo o presidente da Assembleia da República.

O presidente da Assembleia da República considerou esta terça-feira que a manutenção da sessão solene do 25 de Abril no parlamento, mesmo em pleno luto nacional, respeita o legado deixado pelo Papa Francisco em defesa do pluralismo democrático. Esta posição foi defendida por José Pedro Aguiar-Branco em declarações aos jornalistas à porta da Nunciatura Apostólica da Santa Sé, em Lisboa, onde assinou o livro de condolências pela morte do Papa.

Perante os jornalistas, o presidente da Assembleia da República confirmou que estará no sábado, no Vaticano, no funeral do Papa Francisco, juntamente com o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. E confirmou também a decisão de manter a sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no parlamento, apesar de sexta-feira ser o segundo de três dias de luto nacional.

“Na sessão solene do 25 de abril haverá um momento de tributo ao Papa Francisco, através de um voto que eu próprio irei apresentar. Deste modo, num momento que é tão solene para Portugal e para o povo português – o dia 25 de Abril – numa sessão tão importante para Portugal, esse voto significa também a particular gratidão e o particular apreço que o povo português tinha para por este Papa”, sustentou o presidente do parlamento.

De acordo com o presidente da Assembleia da República, o facto de haver luto nacional na próxima sexta-feira não colide do ponto de vista jurídico com a realização da sessão solene comemorativa da revolução de 25 de Abril de 1974.

“Creio até que vai ao encontro do sentido do legado do Papa Francisco – um legado caracterizado por estar sempre disponível pela via do diálogo, pela via do respeito pela diferença, pela via do confronto de ideias e não do confronto das armas. Na casa da democracia, a casa da palavra – espaço maior de respeito pela diferença e de respeito pelas ideias dos outros –, vamos prestar uma homenagem ao legado de um pontificado marcado pela palavra”, advogou.

José Pedro Aguiar-Branco adiantou também que o cerimonial tradicional inerente à sessão solene do 25 de Abril vai manter-se, designadamente os momentos de hino nacional.

É um cerimonial de honraria, e nesta situação é em si também um registo de homenagem, porque é o nosso hino nacional. Esta é a sessão por excelência da democracia portuguesa, em que tributamos também a nossa democracia, o nosso direito à diferença, a força da palavra para resolver os problemas, a força daquilo que é a troca de opiniões numa sociedade que, sendo plural, deve tentar os consensos para chegar às soluções. Isto é o legado do Papa Francisco, do ponto de vista daquilo que foi a sua arma principal ao longo do seu pontificado: a palavra”, insistiu.

O presidente da Assembleia da República fez ainda questão de salientar que o voto de pesar pela morte do Papa Francisco é um voto dos representantes do povo português. “Vamos fazer uma sessão que dignifica também a própria situação e, de modo algum, põe em causa o luto que o país sente e que também os deputados sentem em relação a este momento”, acrescentou.

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