Crescimento da economia abrandou no arranque do ano. Incerteza das tarifas já se terá feito sentir

Economistas apontam para, no primeiro trimestre, um crescimento do PIB entre 2,4% e 2,8% na comparação homóloga e 0,1% e 0,6% na comparação em cadeia.

A deterioração da confiança dos consumidores perante um contexto de elevada incerteza internacional terá afetado já a economia portuguesa no primeiro trimestre. É pelo menos esta a expectativa da generalidade dos economistas, que já antecipavam um abrandamento do crescimento face ao forte desempenho registado no final de 2024, com uma queda esperada no consumo privado.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta sexta-feira a estimativa rápida da evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no arranque do ano. A publicação chegou a estar prevista para quarta-feira, mas foi adiada “devido à falha de energia que impediu a conclusão dos trabalhos”.

As estimativas dos economistas consultados pelo ECO apontam para um intervalo de entre 2,4% e 2,8% na comparação homóloga e 0,1% e 0,6% na comparação em cadeia. O desempenho abaixo do registado nos últimos três meses do ano passado já era esperado, devido ao efeito de base, uma vez que nesse período a atividade acelerou 1,5% face ao trimestre anterior e 2,8% na comparação homóloga. No entanto, a conjuntura internacional também terá tido impacto.

O Banco de Portugal prevê que a taxa de variação em cadeia do PIB seja de 0,2% no trimestre inicial de 2025. “No primeiro trimestre de 2025, o rendimento disponível nominal deverá reduzir-se 1,2% — revertendo parcialmente o aumento do quarto trimestre — e refletir-se numa retração do consumo privado, já corroborada pelos indicadores de conjuntura disponíveis“, escreve a instituição liderada por Mário Centeno no “Boletim Económico de março“.

Uma projeção na mesma linha do NECEP – Católica Lisbon Forecasting Lab e que, na comparação homóloga, aponta para 2,5%. Por seu lado, o Barómetro de conjuntura económica CIP/ISEG antecipa “uma desaceleração significativa” para um valor entre 0,1% e 0,2% no primeiro trimestre deste ano na comparação em cadeia e para um intervalo entre 2,4% e 2,5% em termos homólogos.

Os três primeiros meses do ano ficam marcados pela deterioração dos níveis de confiança dos consumidores, bem como pelo agravamento, comum aos diversos setores de atividade, do clima e perspetivas económicas do setor empresarial“, aponta.

O Fórum para a Competitividade admite um cenário mais otimista, estimando que a economia terá desacelerado nos primeiros três meses do ano, para entre 0,3% e 0,6% em cadeia, a que corresponde uma variação homóloga entre 2,5% e 2,8%. “No primeiro trimestre, o consumo privado parece ter mantido um dinamismo significativo, mas não tão dinâmico como no final do ano, enquanto o sector da construção terá mantido um bom desempenho”, justifica a análise.

O Fórum assinala também que “as exportações começaram o ano de forma favorável, mas com uma volatilidade significativa“. A venda de bens ao exterior cresceu 7,8%, enquanto as importações subiram 7,1% no primeiro trimestre do ano, face ao mesmo período do ano passado, segundo os dados divulgados pelo INE na terça-feira.

O cenário internacional degradou-se profundamente desde janeiro, sobretudo devido às medidas do novo presidente dos EUA. As novas políticas, já aplicadas ou anunciadas, envolvem as relações comerciais, a defesa, a desregulamentação e a imigração, entre outras. Para já, as mais gravosas têm sido as novas tarifas, muito elevadas, aplicadas de forma mais intensa sobre aliados do que sobre os outros países”, recorda o Fórum para a Competitividade, destacando que “sem clareza não há investimento nem contratações por parte das empresas, nem há grandes compras por parte dos consumidores“.

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a intenção de impor tarifas de 25% às importações de alumínio e aço. A decisão abrange também os países da União Europeia (UE), tendo entrado em vigor em março. A tensão comercial escalou e após anúncios de retaliação, negociações e avanços e recuos, a Administração Trump suspendeu as taxas adicionais.

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CGTP diz que vida dos trabalhadores “está mais difícil” após um ano de Governo da AD

Nas celebrações do Dia do Trabalho, o secretário-geral da CGTP enfatizou que salários e reformas dos portugueses continuam baixos.

O secretário-geral da CGTP salientou esta quinta-feira que a vida dos trabalhadores e dos reformados “está hoje mais difícil”, após um ano de Governo de Luís Montenegro. Nas celebrações do Dia do Trabalhador, Tiago Oliveira chamou a atenção para as eleições legislativas marcadas para 18 de maio, considerando-as “uma oportunidade”.

“Depois de um ano da governação, o Governo da AD aprofundou a política de direita. A vida dos trabalhadores, dos jovens e dos reformados está hoje mais difícil“, sublinhou o dirigente sindical, num discurso proferido em Lisboa.

Na visão de Tiago Oliveira, os empregadores têm aproveitado a “situação geral” para “atacar os direitos” dos trabalhadores e perpetuar os baixos salários. “Os salários continuam magros, e as reformas são uma miséria”, afirmou o secretário-geral da CGTP.

Perante este cenário, o dirigente sindical realçou a importância das eleições legislativas de 18 de maio, considerando que são “uma oportunidade para quem trabalha e trabalhou de derrotar a política de direita“.

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Conselheiro de segurança nacional dos EUA estará de saída

"Reuters" cita quatro fontes, que indicam que Mike Waltz está a ser forçado a sair do cargo de conselheiro de segurança nacional dos EUA. Adjunto também deverá deixar posição.

O conselheiro de segurança nacional da administração de Donald Trump estará de saída, segundo avança a Reuters esta quinta-feira, citando quatro fontes. Isto depois de Mike Waltz ter adicionado um jornalista a um grupo de mensagens na rede social Signal no qual altos responsáveis de segurança discutiam o plano de ataque aos Houthis. O adjunto, Alex Wong, também deverá o cargo que ocupa atualmente, de acordo com a mesma agência.

Estas serão as primeiras baixas no círculo próximo de Donald Trump, sendo que Mike Waltz tem enfrentado críticas dentro da Casa Branca desde que foi noticiado que tinha adicionado um jornalista da revista The Atlatinc ao referido grupo.

Mas esse não é o único motivo de queixa contra o responsável. A Reuters cita uma fonte que indica que Mike Waltz é visto nas várias agências como alguém que não está a coordenar de forma eficaz a política externa.

Segundo a Reuters, isto não é certo quem substituirá Mike Waltz no papel. Uma opção é Steve Witkoff, que tem estado envolvido tanto na diplomacia na Rússia e Ucrânia, como no Médio-Oriente.

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Pedro Nuno Santos acusa Governo de usar dinheiro público para fazer campanha

  • Lusa
  • 1 Maio 2025

"Este Governo em plena campanha, em plena campanha eleitoral, usa dinheiro público e recursos públicos para fazer campanha", afirmou Pedro Nuno Santos.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acusou hoje o Governo de utilizar dinheiros públicos para fazer campanha eleitoral e criticou a falta de seriedade sem limites da Aliança Democrática (AD) devido ao evento “São Bento em Família”.

“A falta de seriedade do Governo da AD não tem limites. Este Governo em plena campanha, em plena campanha eleitoral, usa dinheiro público e recursos públicos para fazer campanha. O espetáculo que nós hoje estamos a assistir em São Bento é inaceitável”, afirmou Pedro Nuno Santos, durante um almoço-comício, em Ponta Delgada, nos Açores, na pré-campanha para as eleições de dia 18.

O líder socialista referia-se ao evento “São Bento em família”, que resultou do adiamento, devido à morte do Papa Francisco, dos momentos celebrativos do 25 de Abril previstos para a residência oficial do primeiro-ministro.

Pedro Nuno Santos criticou a postura de Luís Montenegro, que esteve a “cantar com Tony Carreira”, e considerou que a AD não tem respeito pelo 25 de Abril.

O secretário-geral do PS comparou o nome daquele evento com o programa televisivo “Conversas em Família”, de Marcelo Caetano, emitido durante o Estado Novo. “Temos um Governo que não é sério e não tem pudor na forma como se relaciona com o povo”, reforçou.

O socialista considerou que existem vários exemplos da “falta de seriedade” do Governo, como o anúncio da redução do IRS no início da legislatura ou a alteração às tabelas de retenção daquele imposto.

Pedro Nuno Santos voltou a classificar Luís Montenegro como o “principal fator de instabilidade política” devido aos casos que “envolvem pessoalmente” o primeiro-ministro.

“Se acontecesse uma vitória de Luís Montenegro, coisa que não vai acontecer, continuaríamos a viver numa situação de instabilidade política e ao mínimo aperto aquilo que faria foi o que fez, ao atirar o país para eleições”, sublinhou.

O secretário-geral do PS enalteceu o papel dos idosos e das mulheres e destacou a importância de “governar para todos”, realçando que o partido pretende “reduzir impostos para todas as famílias e não para uma minoria”.

“Queremos concentrar o esforço fiscal na redução do IVA para os bens alimentares para zero. Para zero”, insistiu.

A propósito da visita aos Açores, Pedro Nuno Santos defendeu a revisão da Lei de Finanças Regionais e das Obrigações de Serviço Público e a criação de uma estratégia para combater as dependências. “Queremos definir a política do mar com os Açores e os açorianos”, acrescentou.

Já Francisco César, líder do PS/Açores e cabeça de lista no arquipélago, garantiu que os deputados socialistas não se vão desviar do interesse regional e apelou ao voto útil “sem rodeios”.

O Livre, o BE, o PAN e a CDU, sabemos todos, estão muito longe de poder eleger um deputado nos Açores. Votar no PS nos Açores e não nesses partidos é o voto que vale. É o voto que pode fazer diferença. É um único voto que pode impedir a eleição do Chega“, avisou.

Nas eleições de março de 2024, a coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu no círculo eleitoral dos Açores, com 39,84% dos votos dos 106.273 eleitores, elegendo dois deputados, seguindo-se o PS, com 29,18% e dois deputados, e o Chega com 15,76% dos votos, com um deputado (Miguel Arruda, que passou a independente por suspeita do furto de malas em aeroportos).

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Apagão. Ministras de Espanha e Portugal reúnem-se na sexta-feira

  • Lusa
  • 1 Maio 2025

O encontro acontece depois de Sara Aagesen, cujo ministério lidera o comité que analisa as causas do apagão, se ter reunido com o presidente da Comissão Nacional de Mercados e Concorrência de Espanha.

As ministras do Ambiente e Energia de Portugal, Graça Carvalho, e da Transição Ecológica de Espanha, Sara Aagesen, vão reunir-se na sexta-feira para discutir o apagão que afetou os dois países, divulgaram fontes do ministério espanhol.

O encontro acontece depois de Sara Aagesen, cujo ministério lidera o comité que analisa as causas do apagão, se ter reunido com o presidente da Comissão Nacional de Mercados e Concorrência de Espanha (CNMC), divulgou a agência EFE.

A comissão realizou sua primeira reunião na quarta-feira, no Ministério da Transição Ecológica, e realizará a próxima reunião, no sábado, na sede da empresa espanhola Red Eléctrica.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do ‘apagão’.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade anunciou hoje que vai criar um comité para investigar as causas do ‘apagão’ “excecional e grave” que deixou Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade e também uma parte do território de França.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade acrescentou que também será feito um relatório que vai apresentar de maneira exaustiva todos os detalhes do incidente.

O comité vai incluir investigadores de vários países da União Europeia e os que estiveram envolvidos no incidente, assim como as entidades nacionais dos países afetados.

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Apagão: Seguros multirriscos podem não cobrir perdas das empresas

Ainda que a cobertura base multirriscos ofereça cobertura de danos materiais, apenas subscrições complementares à padrão poderão cobrir os danos provocados pelo apagão. Mas há condições excluentes.

Máquinas avariadas, bens perecíveis perdidos e portas encerradas. Foi este o cenário com que alguns empresários de hotelaria, restauração e retalho se depararam após a quebra do fornecimento de energia que paralisou Portugal Continental durante várias horas no dia 21 de abril. Perante os prejuízos, impõe-se a dúvida: o seguro contratado cobre estas perdas?

A resposta, para muitos, será negativa. As apólices multirriscos são desenhadas “para indemnizar danos materiais em edifícios ou conteúdos, próprios, decorrentes de causas súbitas, aleatória e imprevistas”, no entanto, isso não significa que todas as situações estejam automaticamente cobertas, explica Luís Costa, Head of Technical Lines & Complex Claims da Verlingue Portugal.

No caso dos danos provocados pela falta de fornecimento de energia, existem exclusões significativas nas coberturas base. “Normalmente, o conjunto de garantias que compreende a cobertura Base, não responde por danos em máquinas, sejam ou não decorrentes de efeitos de energia elétrica, nem por danos em produtos que exigem refrigeração, seja por ausência no fornecimento de energia ou pela avaria na máquina que conserva os bens perecíveis em refrigeração”, sublinha o responsável da Verlingue.

Ou seja, se a empresa tem uma apólice padrão, é pouco provável que os prejuízos com equipamentos danificados ou bens perecíveis sejam ressarcidos, no entanto, importa salientar que “é pouco provável que a falta de fornecimento de energia tenha provocado danos no objeto imóvel”.

Para que exista possibilidade de indemnização, é necessário que a apólice inclua garantias adicionais como Bens Refrigerados (multirriscos industrial /multirrisocs empresas), Avaria de Frigoríficos e Arcas Congeladoras – (Multirriscos Habitação) e Riscos Elétricos.

As soluções de seguro “desenhadas para empresas/industria , associam sempre a garantia de Bens Refrigerados à garantia de Avaria de Máquinas, ou seja, na indústria e nas empresas, só há possibilidade de acionar Bens Refrigerados se suportados por uma garantia de Avaria de Máquinas”, explica o responsável da Verlingue.

Outro aspeto crítico prende-se com a duração da interrupção. Grande parte das seguradoras apenas considera coberturas de danos por falha de energia quando esta ultrapassa 12 horas consecutivas, o que não se verificou no incidente desta segunda-feira. Há no mercado outras coberturas, como para falhas que ultrapassem as 8 horas.

“Analisando estritamente as cláusulas mais comuns do mercado de Bens Refrigerados e de Avaria de Frigoríficos e Arcas Congeladoras, embora com denominações distintas, ambas excluem danos por ausência ou interrupção no fornecimento de energia elétrica da rede pública”, explica o especialista.

“Analisando o acontecido pelo lado do restabelecimento no fornecimento de energia, caso os objetos seguros que consomem energia elétrica sofram danos em virtude de efeitos diretos de corrente elétrica, nomeadamente sobretensão e sobreintensidade, poderá haver lugar a obrigação de indemnizar ao abrigo da garantia complementar de Riscos Elétricos, mas sempre limitado à máquina ou ao equipamento que sofre o dano, não cabendo nesta garantia a indemnização por danos em bens refrigerados”, afirma Luís Costa.

É fundamental que cada empresa analise cuidadosamente a apólice que tem em vigor, em conjunto com o mediador ou seguradora. Só assim será possível perceber com exatidão quais os riscos efetivamente cobertos e que medidas poderão ser tomadas para proteger o negócio de futuras situações semelhantes.

Tirando as apólices obrigatórias, de conteúdo uniforme, todos os produtos seguradores gozam de liberdade contratual, ou seja, ainda que denominemos todas de Multirriscos, o seu conteúdo varia em função da qualidade do produto disponibilizado e da apetência do Segurador pelos riscos que aceita subscrever, indica Luís Costa.

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Blackstart. O mecanismo que tirou o país do apagão e vai exigir mais 8 milhões até 2030

O sistema elétrico nacional reanimou, esta segunda-feira, devido ao chamado 'blackstart'. Um mecanismo que vai exigir mais oito milhões até 2030.

Ao dia de hoje, existem apenas duas centrais em Portugal que são capazes de reiniciar o sistema elétrico quando este vai abaixo, a Tapada do Outeiro e Castelo de Bode. Fazem-no através de um sistema chamado blackstart, o qual tem estado no centro da discussão desde que o país ficou sem eletricidade esta segunda-feira, durante mais de dez horas.

No dia do apagão, a primeira central a conseguir arrancar na Península Ibérica foi a de Castelo de Bode, uma central hídrica, o que permitiu que Abrantes fosse a primeira região a receber eletricidade no país. Só foi possível à terceira tentativa. Seguiu-se a Tapada do Outeiro, uma central a gás plantada perto do Grande Porto, que reagiu à terceira tentativa.

Em declarações à Rádio Observador, a ministra do Ambiente explicou que esta não era uma história de insucesso, até porque Espanha, que também tem este tipo de mecanismo, não conseguiu reiniciar as suas centrais — recorreu a eletricidade de França e Marrocos, algo que não está ao alcance de Portugal por falta de interligações, para voltar a pôr o seu sistema de pé. “É mesmo assim. É difícil recomeçar, porque a rede está sem carga. É começar do zero“, indicou Maria da Graça Carvalho.

António Vidigal, consultor na área de energia, corrobora ao ECO que “é extremamente difícil fazer o arranque”, até porque são situações que acontecem tão raramente que os profissionais não estão treinados para fazer o serviço. “Esta geração de pessoas nunca assistiu a um blackout. É uma manobra muito difícil de fazer para os operadores“, afirma. Além disso, concede que a rede é cada vez mais complexa, acrescentando dificuldade à tarefa. É tão complicada que ainda não existe um sistema automático para dar resposta nestas situações. “É um caminho para a inteligência artificial”, diz. Além disso, pode-se apostar em mais treino para estas situações através de simuladores.

Foram dez horas de espera até ao país voltar a ter luz, algo que os especialistas consideram um espaço de tempo muito razoável, sobretudo em comparação com incidentes recentes no estrangeiro — Reino Unido e Itália — que, apesar de terem tido menores dimensões, não foram resolvidos tão rapidamente. Contudo, em termos práticos, dez horas sem luz têm custos significativos, que no caso da Península Ibérica ainda estão por apurar. No entanto, nas declarações ao Observador, a ministra apontou, por exemplo, que o abastecimento de água estaria ameaçado caso a situação se tivesse prolongado por muito mais tempo.

Mais blackstart para um reinício mais rápido

Face ao transtorno, o Governo decidiu alargar o número de centrais com o sistema de blackstart, de duas para quatro. À Tapada do Outeiro e Castelo de Bode vão juntar-se as hídricas de Alqueva e do Baixo Sabor, anunciou o primeiro-ministro, sendo que a primeira vai ter o contrato prolongado até 2030, já que só está ativo até 2026.

Em entrevista à CMTV, a ministra explicou que “a probabilidade de uma recomeçar mais rapidamente é maior com as quatro, espalhadas geograficamente“. Desta forma, haverá uma no Norte, outra no Centro, mais uma no Alentejo e outra no Algarve. A ideia é que as “ilhas” de eletricidade que vão crescendo à volta destas centrais, depois do reinício, se unam mais rapidamente permitindo chegar a todo o país com maior celeridade.

Em termos relativos [face a Espanha], Portugal está mais limitado — tanto em número de unidades como em cobertura geográfica”, considera a Selectra. Esta empresa especializada no mercado energético estima que a capacidade disponível para blackstart em Portugal ronde os 300 a 500 megawatts (MW), embora esse valor possa variar consoante a manutenção e o estado operacional das unidades. Em Espanha, aponta uma capacidade instalada para arranque autónomo superior a 1.000 MW.

“Ter mais centrais black start (ou adaptar infraestruturas existentes com essa capacidade) aumentaria a resiliência do sistema elétrico nacional e reduziria o tempo de recuperação em caso de apagão generalizado”, atesta a Selectra.

[As quatro centrais com capacidade de blackstart devem manter-se] enquanto não existem todos os meios para diminuir probabilidade blackout. À medida que haja mais resiliência, até podemos voltar a ter duas.

Maria da Graça Carvalho

Ministra do Ambiente e Energia

Confrontada com a questão de se a existência de apenas duas centrais com capacidade de blackstart foi imprudente, a ministra considerou que não, em declarações ao ECO/Capital Verde. Isto porque a recomendação, inscrita no decreto-lei 15 de 2022, aponta precisamente para a existência de duas centrais nestes termos. As centrais do Baixo Sabor e do Alqueva haviam sido propostas pela REN como alternativa “há alguns meses”, indicou, mas em substituição das primeiras duas. Na sequência do apagão, retirou-se a “lição” que fez o Governo decidir pela coexistência de quatro sistemas de blackstart.

Esta situação, de ter quatro centrais com este sistema, deve prolongar-se “enquanto não temos todos os meios para diminuir probabilidade blackout. À medida que haja mais resiliência, até podemos voltar a ter duas”, admite Maria da Graça Carvalho.

Custos do blackstart sobem 1,7 milhões por ano e passam os 22 milhões

De acordo com a ministra, a central de Castelo de Bode recebe 2,4 milhões de euros a cada ano pelo sistema de blackstart. Já no caso da Tapada do Outeiro, a mesma não dispõe de um valor discriminado: contam-se 20,4 milhões de euros anuais entregues a esta central, que incluem tanto o blackstart como o serviço de garantia de potência, que dita que a central está disposta a ligar-se sempre que solicitada, se o sistema assim o necessitar.

As novas centrais a juntar-se ao grupo do blackstart exigem 578 mil euros anuais, no caso de Baixo Sabor, e 1,1 milhões de euros, no caso de Alqueva. A diferença de valores tem a ver com a capacidade“, explicou a ministra ao ECO/Capital Verde.

Isto significa que, anualmente, as novas centrais vão acrescentar 1,7 milhões de euros aos custos com blackstart, 8,4 milhões até 2030. Contabilizando o valor dado para a Tapada de Outeiro, apesar de não dizer exclusivamente respeito ao Blackstart, vão acarretar-se custos de 22,3 milhões anualmente e de 112 milhões no horizonte até 2030, no conjunto das quatro centrais.

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Portugal contribuiu com 1,6 milhões para os lucros da Mapfre no primeiro trimestre

  • ECO Seguros
  • 1 Maio 2025

A seguradora indica que o volume de prémios emitidos em Portugal subiu 6,1%, em termos homólogos, para 134 milhões de euros. Somados os números de Espanha, a Mapfre faturou nesta região 3.450 milhões.

O negócio da Mapfre para a Ibéria registou lucros de 121 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, representando um crescimento de 65,6% face ao período homólogo. Portugal contribuiu com 1,6 milhões de euros para este resultado, enquanto Espanha atingiu 119,4 milhões de euros de lucro. A significativa recuperação do ramo automóvel permitiu alcançar um rácio combinado de 95,6%, uma melhoria de 4,1 pontos percentuais (p.p).

Estes dados constam no comunicado enviado pela seguradora que revelam que em Espanha o volume de prémios emitidos aumentou 2,7% em termos homólogos para 3.316,3 milhões de euros. Em Portugal, a subida foi de 6,1% para cerca de 134 milhões de euros. Somados os valores dos dois países, a Mapfre faturou nesta região mais 2,9% dos prémios face ao ano anterior para 3.450,6 milhões de euros.

Luis Anula, CEO da Mapfre Portugal: “Os resultados trimestrais da Mapfre em Portugal acompanham os bons resultados na Ibéria. Estamos seguros de que o caminho da eficiência e das boas práticas de gestão é o caminho certo para conseguir resultados positivos numa época imprevisível como a que vivemos”.

Note-se que há disparidades entre ramos. Enquanto os prémios Não Vida cresceram 5,2%, os Vida registaram uma queda de 2,9%. O crescimento dos seguros Não Vida foi impulsionado por um aumento de 8% nos seguros gerais, com destaque para o crescimento do ramo Empresas e o bom desempenho do ramo Automóvel.

Por outro lado, a queda dos prémios vida foi influenciada “pela emissão excecional de apólices de Poupança de Grupo em anos anteriores”. Já os prémios de Vida Risco registaram um crescimento de 3,2%. Não obstante, ramo Vida contribuiu de forma positiva para o resultado da seguradora na região, quer no segmento Poupança, quer no segmento Risco, este último com um rácio combinado de 64,5% (uma melhoria de 2,9 pontos percentuais). Até um rácio combinado (RC) de 100% as empresas registam lucro, assim, os resultados do grupo foram melhores em termos homólogos porque quanto mais essa percentagem cai significa que mais recebe do que paga

O rácio combinado Não Vida diminui 4,1 pontos percentuais para os 95,6%. No ramo Automóvel, o rácio combinado melhorou para 98,3% (-7,4 p.p.), refletindo as “medidas técnicas implementadas”. Já nos ramos Saúde e Acidentes, o RC registou uma redução de 13,9 pontos percentuais, atingindo 90,4%. Por sua vez, os Seguros Gerais apresentaram um rácio combinado de 96,7%, o que representa um aumento de 2,9 pontos percentuais.

“Os resultados trimestrais da Mapfre em Portugal acompanham os bons resultados na Ibéria. Estamos seguros de que o caminho da eficiência e das boas práticas de gestão é o caminho certo para conseguir resultados positivos numa época imprevisível como a que vivemos”, assinalou Luis Anula, CEO da Mapfre Portugal.

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Deputado socialista acede a dados de Montenegro horas antes do debate

  • ECO
  • 1 Maio 2025

Deputado Pedro Delgado Alves assumiu ter tido acesso ao processo de Luís Montenegro, segundo avança o "Observador". PS garante, porém, que não divulgou dados à comunicação social.

O deputado socialista Pedro Delgado Alves assumiu ter acedido aos dados de Luís Montenegro horas antes do debate do líder social-democrata com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. A notícia é avançada pelo Observador, que indica que o deputado em causa admitiu ter tido acesso ao processo numa reunião no Parlamento, depois de Hugo Carneiro ter pedido os registos de quem acedeu aos dados do primeiro-ministro no Parlamento.

O PSD ficou indignado com o facto de o documento enviado por Luís Montenegro à Entidade para a Transparência, que devia estar sob sigilo, ter sido divulgado, pelo que Hugo Carneiro pediu que fossem solicitados os acessos ao processo. Ora, segundo o Observador, nessa reunião, o vice-presidente da bancada do PS, Pedro Delgado Alves, assumiu de imediato ter acesso aos dados em causa e ter partilhado informação com o bloquista Fabian Figueiredo.

Ainda assim, o deputado garante ao Observador que “tudo isto é o procedimento habitual, pelo que naturalmente” deu “logo nota ao Grupo de Trabalho quando o deputado Hugo Carneiro colocou a questão sobre quem tinha acedido, não tem nada de secreto ou de invulgar”. “Mais do que atacar terceiros ou fazer insinuações, o PSD poderia pedir desculpa aos portugueses pelo padrão de falta de transparência revelado pelo Primeiro-ministro, cuja conduta devia ser exemplar”, atira o mesmo.

Em reação a esta notícia, o primeiro-ministro declarou: “quanto à divulgação da informação que eu disponibilizei por solicitação da própria à Entidade para a Transparência, não promovi nenhuma publicitação e não tive nenhuma atitude que pudesse condicionar, de que forma fosse, o debate. Fui até acusado do líder do PS, quando, afinal de contas, parece — não tenho a certeza — que o PS tem muito mais que ver com isso do que eu“.

PS garante que não divulgou lista dos clientes de Montenegro

Em conferência de imprensa, Marcos Perestrello, porta-voz da candidatura do PS, garantiu esta tarde que não foi o Partido Socialista que divulgou a lista de empresas clientes da Spinumviva à comunicação social, mas acrescentou que, de seu ponto de vista, isso nem é “um facto essencial”.

“O deputado do PS já afirmou perentoriamente que não divulgou. Informou que consultou, porque foi notificado assim que a informação foi entregue. Essa informação é entregue para ser conhecida pelos deputados e, depois, pelo público“, assegurou o responsável.

E acrescentou: “continuamos sem saber se é a lista completa, o valor dos contratos e as datas em que esses contratos foram celebrados“.

Na visão de Marcos Perestrello, em causa está “um padrão de opacidade e falta de transparência“. “Para o PSD, parece haver um problema pelo facto de a lista de clientes da empresa do primeiro-ministro ter sido tornada pública, mas não vê problema algum no facto dessa lista ter estado escondida durante um ano”, atirou Marcos Perestrello, que exige que o primeiro-ministro explique também os picos de faturação dos clientes da Spinumviva ao Estado registados no último ano.

(Notícia atualizada às 17h58 com reações do primeiro-ministro e do PS)

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“Trabalho deve ser sinónimo de dignidade, segurança e realização pessoal”, insta secretário-geral da UGT

Nas celebrações do Dia do Trabalhador, Mário Mourão apelou ao combate à precariedade, aos horários desregulados, ao desemprego jovem e aos baixos salários.

O secretário-geral da UGT afirmou esta quinta-feira que “o trabalho deve ser sinónimo de dignidade, segurança e realização pessoal“. No tradicional discurso do Dia do Trabalhador, Mário Mourão argumentou que é preciso combater a precariedade, os horários desregulados, o desemprego jovem e os baixos salários.

“Precisamos de manter o combate ao trabalho precário, à contratação a prazo sem regras, aos recibos verdes sem proteção, aos horários desregulados, ao desemprego jovem. Precisamos de combater os salários mínimos de uma geração altamente qualificada e ter uma política de habitação que lhes permita realizar os seus planos futuro”, afirmou o dirigente sindical.

Nas celebrações do Dia do Trabalhador, Mário Mourão sublinhou que a luta “continua viva e profundamente necessária“, sendo esta data também “um ato de resistência“. “Os tempos que vivemos exigem de nós a mesma coragem que outros tiveram no passado. Não podemos baixar os braços, nem deixar adormecer as novas reivindicações“, enfatizou o líder da UGT.

Mário Mourão salientou também que esse caminho tem de ser feito a pensar nos jovens, que “têm vistos adiados e destruídos planos de uma vida no nosso país“. “Temos de ter um país onde todos, incluindo os jovens, consigam viver do rendimento do trabalho”.

O secretário-geral deixou claro ainda que o trabalho digno “tem de ser a regra, não a exceção”, que a democracia “também se constrói nos locais de trabalho” e que a valorização dos trabalhadores “não é um custos” para as empresas, “mas um investimento estratégico”.

Já a pensar no próximo Governo, o dirigente sindical deixou o recado de que os acordos assinados nos últimos anos na Concertação Social para a valorização dos salários são mesmo para cumprir, ainda que a atual legislatura tenha terminado de forma antecipada. A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, também já assumiu uma posição idêntica.

(Notícia atualizada às 16h18)

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Ryanair ameaça cancelar encomenda à Boeing se preços aumentarem devido a tarifas

CEO da Ryanair ameaça cancelar encomenda à Boeing e avaliar outros fornecedores (incluindo, chineses), caso tarifas de Donald Trump resultem num aumento significativo dos preços.

A transportadora aérea Ryanair ameaçou, esta quinta-feira, cancelar a encomenda de centenas de aviões à Boeing, caso a guerra comercial promovida pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, leve a aumentos significativos dos preços. A notícia é avançada pela Reuters, que indica que a Ryanair admite optar por fornecedores chineses.

“Se o Governo dos Estados Unidos prosseguir com o seu plano imprudente de impor tarifas, e se estas tarifas afetarem de modo significativo os preços dos aviões exportados pela Boeing para a Europa, então certamente que reavaliaremos tanto as encomendas atuais, como a possibilidade de fazer encomendas a outros fornecedores“, avisou o CEO, Michael O’Leary, numa carta enviada às autoridades norte-americanas.

A Reuters destaca que a Ryanair é um dos maiores clientes da Boeing, sendo esta ameaça o sinal mais recente de uma potencial reorganização da indústria aeroespacial mundial, face às tarifas anunciadas por Donald Trump. Até ao momento, a Boeing ainda não reagiu.

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Rede europeia que gere redes elétricas cria comité para investigar apagão

  • Lusa
  • 1 Maio 2025

Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade vai "investigar as causas essenciais, elaborar uma análise exaustiva e avançar com recomendações num relatório final" sobre o apagão.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade vai criar um comité para investigar as causas do ‘apagão’ “excecional e grave” que deixou Portugal e Espanha às escuras na segunda-feira, foi hoje anunciado.

A organização disse que vai “investigar as causas essenciais, elaborar uma análise exaustiva e avançar com recomendações num relatório final” sobre o incidente de segunda-feira que deixou Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade e também uma parte do território de França.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade acrescentou que também será feito um relatório que vai apresentar de maneira exaustiva todos os detalhes do incidente.

O comité vai incluir investigadores de vários países da União Europeia e os que estiveram envolvidos no incidente, assim como as entidades nacionais dos países afetados.

Nas redes sociais, o comissário europeu para a Energia, Dan Jørgensen, saudou “o anúncio da Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade de criar um painel de especialistas para investigar o ‘apagão’ em Espanha e Portugal, que vai atualizar regularmente a Comissão Europeia”.

O membro do executivo comunitário acrescentou que “é necessário apurar as causas do incidente”, depois de estar reestabelecida a eletricidade nos dois países: “São necessárias medidas para melhorar, com base na informação que seja disponibilizada”.

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