CEO Greg Case substitui Eric Andersen na presidência da Aon

  • ECO Seguros
  • 30 Março 2025

O ex-presidente juntou-se à Aon há quase três décadas, quando a empresa comprou a Minet em 1997. Agora passa a ser consultor sénior do CEO Greg Case até junho do próximo ano.

A Aon anunciou que Eric Andersen deixou de ser presidente do grupo de corretagem tendo passado para o cargo de consultor sénior do CEO Greg Case até junho do próximo ano. É Case quem assume a presidência da companhia, avança a Aon em comunicado.

Eric Andersen, Greg Case
Eric Andersen deixou de ser presidente do grupo de corretagem, é agora cargo de consultor sénior do CEO Greg Case até junho do próximo ano. Já Greg Case junta às suas funções o da presidência da companhia.

O ex-presidente juntou-se à Aon há quase três décadas, quando a empresa comprou a Minet em 1997. De acordo com o comunicado, Anderson tem tido um “importante papel” na implementação da estratégia Aon United. A estratégia consiste em aproveitar a estrutura e capacidade de capital de risco e capital humano da empresa, integrar o modelo de liderança de clientes da Aon, aplicando todas as boas práticas desenvolvidas para clientes empresariais e levando essas mesmas práticas para o mercado de grandes e médias empresas e acelerar o nosso plano Aon Business Services, explicou Andersen.

Enquanto presidente, cargo que ocupou por mais de cinco anos, “Anderson ajudou a reunir as capacidades integradas de capital de risco (resseguro e risco Comercial) e de capital humano (saúde, riqueza e talento) da Aon e a operacionalizar o Plano 3×3 da Aon para ir mais longe, mais rápido para servir os clientes”.

“Em toda a nossa empresa global, é possível ver o impacto do Eric na força das nossas ofertas integradas e na nossa experiência”, afirma Greg Case.

“Com o Plano 3×3 da empresa e uma equipa executiva forte, juntamente com a integração bem-sucedida da NFP, agora é o momento certo para passar para uma função de consultoria e estou ansioso para ver a empresa continuar a crescer e ter sucesso nos próximos anos.”, afirma Andersen referindo-se à nova posição que vai ocupar na companhia.

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Ataque informático condiciona títulos da Notícias Ilimitadas e da Global Media

  • Lusa
  • 30 Março 2025

Vários títulos da Notícias Ilimitadas e da Global Media estão com alguns constrangimentos 'online' devido a um ataque informático, segundo informação disponível na página do JN.

Vários títulos da Notícias Ilimitadas e da Global Media estão com alguns constrangimentos ‘online’ devido a um ataque informático, segundo informação disponível na página do JN.

No seu ‘site’, o Jornal de Notícias (JN) refere que “os sistemas informáticos da Notícias Ilimitadas e da Global Media sofreram um ataque que afeta diversos serviços, incluindo sites noticiosos e edições e-paper dos jornais, bem como sistemas de emissão da TSF”.

Apesar dos constrangimentos, é ainda possível aceder às notícias ‘online’ do JN, O Jogo ou TSF, mas os ‘sites’ das revistas “Evasões”, “Notícias Magazine” e “Volta ao Mundo”, bem como dos títulos “Delas” e N-TV, estão indisponíveis, constatou a agência Lusa.

“As falhas afetam os títulos de ambos os grupos, dado que ainda existem muitas interconexões nas respetivas redes“, explica o JN na sua página, ao revelar ainda que no caso do JN e do desportivo O Jogo não é possível aceder à edição e-paper.

“O incidente já foi comunicado às autoridades competentes e estão a ser feitos todos os esforços para repor os serviços aos clientes, logo que tal seja possível”, informa o JN.

A agência Lusa tentou obter mais esclarecimentos junto da administração da Notícias Ilimitadas, mas sem sucesso.

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Redução do prazo médio de reembolso de IRS vai manter-se

  • Lusa
  • 30 Março 2025

Com um aumento de declarações pré-preenchidas, do IRS automático, o prazo médio do reembolso de IRS deverá diminuir face aos atuais 13 dias, revela a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais.

O caminho de redução do prazo médio do reembolso do IRS vai manter-se este ano, devendo diminuir face aos 13 dias de 2024, revelou a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, em entrevista à Lusa. “No ano passado, na campanha de 2024, por referência aos rendimentos de 2023, o prazo médio de reembolso situou-se um bocadinho abaixo dos 13 dias e, portanto, a expectativa é que continuemos este caminho de diminuição deste prazo, sobretudo no IRS automático”, disse à Lusa Cláudia Reis Duarte.

A secretária de Estado dos Assuntos Fiscais ressalvou, contudo, que o prazo médio de reembolso depende de declaração para declaração, estando relacionado com o caso concreto de cada contribuinte, a complexidade da sua situação fiscal ou até do número de anexos da declaração anual do imposto. Porém, referiu, o alargamento das situações abrangidas pelo IRS automático e a cada vez maior utilização dos contribuintes deste automatismo, permite que os prazos vão sendo encurtados.

Com um aumento cada vez maior de declarações pré-preenchidas, do IRS automático, a expectativa é sempre que consigamos vir paulatinamente a diminuir os tempos médios de reembolso”, precisou Cláudia Reis Duarte, numa altura em que se aproxima a campanha da entrega da declaração anual do IRS, que decorre entre 01 de abril e 30 de junho.

Em 2024, o prazo médio do reembolso das cerca de seis milhões de declarações liquidadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) até ao dia 01 de agosto foi de 24,2 dias, tendo este prazo médio sido de 12,9 dias no caso do IRS automático.

Lembrando que o IRS automático “tem vindo a ser paulatinamente alargado”, sendo cada vez maior o número de contribuintes que beneficiam deste automatismo, a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais especificou que esta tipologia de declaração agrega não só as pessoas com rendimentos da categoria A (trabalho dependente) como da categoria H (pensões) e alguns profissionais independentes, sendo uma forma “muitíssimo mais fácil de apresentar a declaração do IRS”.

Em 2024, o prazo médio do reembolso das cerca de seis milhões de declarações liquidadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) até ao dia 01 de agosto foi de 24,2 dias, tendo este prazo médio sido de 12,9 dias no caso do IRS automático.

Este ano (para os rendimentos auferidos em 2024) os contribuintes vão pela primeira vez poder beneficiar de uma dedução por via dos encargos salariais com trabalhadores de serviço doméstico, sendo que esta situação está contemplada no IRS automático.

Entre as situações não abrangidas por este automatismo estão as dos contribuintes com o regime do IRS Jovem ou ainda quem tenha rendimentos de rendas, por exemplo.

Segundo os dados publicados pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), o valor de reembolso do IRS pago em 2024 ascendeu a 3.462,8 milhões de euros, superando em 246,8 milhões de euros o imposto devolvido no ano anterior.

Em 2024 as taxas do IRS foram reduzidas em dois momentos – primeiro no Orçamento do Estado e depois em meados do ano, na sequência de uma nova lei aprovada pelo parlamento – tendo estas reduções sido refletidas nas tabelas de retenção na fonte.

De forma a compensar os trabalhadores e pensionistas pelo imposto descontado a mais entre janeiro e agosto – por referência à segunda redução das taxas do imposto – a retenção foi ajustada nos meses de setembro e outubro, fazendo com que muitos contribuintes não tenham pago nada de IRS nesses dois meses e que os restantes pagassem um valor muito inferior ao habitual.

Esta situação será agora refletida no apuramento do imposto anual e poderá traduzir-se num valor de reembolso mais baixo do que o habitual para muitos contribuintes ou até em algum imposto a pagar para outros.

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Centro de Arquitetura do CCB reabre com novas perspetivas sobre coabitação entre espécies

  • Lusa
  • 30 Março 2025

O Centro de Arquitetura do CCB reabre na quarta-feira com uma "exposição polifónica" sobre a coabitação entre espécies e vai funcionar também como "espaço de encontro e de produção de conhecimento".

O Centro de Arquitetura do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, que reabre na quarta-feira com uma “exposição polifónica” sobre a coabitação entre espécies, vai funcionar também como “espaço de encontro e de produção de conhecimento”, segundo a curadoria. “É uma exposição polifónica porque tem muitas perspetivas. Queremos que seja uma narrativa coletiva e a várias vozes“, declarou a curadora-chefe Mariana Pestana, em entrevista à agência Lusa sobre a abertura do espaço encerrado há um ano.

O Centro de Arquitetura (CA) da Garagem Sul do Museu de Arte Contemporânea — Centro Cultural de Belém (MAC/CCB) reabre na quarta-feira, às 19h00, com entrada gratuita e uma programação que inclui uma conversa de apresentação da exposição “Interespécies” envolvendo vários investigadores, e música criada por sons de várias espécies. O Centro de Arquitetura do MAC/CCB vai estar aberto ao público a partir de quinta-feira, entre as 10h00 e as 18h30.

O espaço vai funcionar “não apenas para acolher exposições que partam da arquitetura para falar sobre as grandes questões contemporâneas, mas também como lugar de encontro, de trabalho e de produção de saber”, sublinhou a responsável, formada na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.

O CA teve uma intervenção leve, mas bastante transformadora criada pelo ateliê BUREAU, respondendo a um programa curatorial que explora formas de criação de conhecimento coletivas feitas através de exposições, residências, bolsas de estudo, programas públicos e publicações“, descreveu a curadora-chefe à Lusa, acrescentando que o público poderá ali visitar projetos concluídos e outros em curso.

O espaço já funcionava como área expositiva da disciplina de arquitetura no CCB, e agora com o novo projeto liderado por Mariana Pestana, escolhida pelo CCB por concurso no início de 2024, terá também espaços de trabalho, para eventos e conversas. No interior, o público vai encontrar o primeiro ciclo expositivo, dedicado ao tema da arquitetura interespécies, “que serve não só as pessoas, mas também os ecossistemas”.

É uma abordagem ecológica da arquitetura, mais complexa“, explicou a arquiteta sobre um projeto que contou na equipa com Anna Bertmark, Fernanda Costa, Valentina Demarchi, Bernardo Gaeiras, Mathilde Gouin, Katerina Iglezaki, Carlos Pastor e Mariana Simões (Bauhaus of the Seas Research Group).

O projeto vem no seguimento do trabalho de investigação que Mariana Pestana tem desenvolvido, nomeadamente oficinas curatoriais com aquele grupo de investigadores com doutoramento em curso e investigação na área de arquitetura, design, interação e interespécies, “numa preocupação mais que humana”.

A exposição evoca os princípios das antigas exposições que misturavam curiosidades cientificas, projetos artísticos, elementos decorativos e materiais de decoração: “Essa convivência de diferentes formas de conhecimento influenciou bastante a nossa forma de trabalhar”, comentou.

“Interespécies” vai ser dividida em três partes: uma intitulada “Aproximar”, com projetos e exercícios de novas perspetivas de ver o mundo, que não a cartesiana; outra chamada “Coabitar”, com arquiteturas, materiais de construção que são de convivência de pessoas com peixes, insetos e mais diferentes espécies; e “Conspirar”, sobre a questão dos direitos da natureza e o modo como o urbanismo e a legislação têm evoluído no sentido de proteger determinadas espécies, para garantir a sua sobrevivência, avançou Mariana Pestana à Lusa.

Os visitantes serão surpreendidos pela descoberta de novas experiências, como a do designer que se propôs viver como um bode durante três dias, pastores que falam lingas que se aproximam dos sons dos pássaros para chamar o gado, ou a vida de um flamingo no estuário do Tejo.

A exposição envolve criadores das áreas do cinema, informática, biologia, videojogos, de forma a atrair um público mais amplo – além dos arquitetos — com curiosidade para experimentar, por exemplo, um jogo em que se troca de corpo com outras espécies, ou observar arquiteturas criadas especialmente para pássaros e insetos.

O projeto vê a arquitetura “como uma prática relacional, que põe em relação pessoas, lugares, condições laborais, vidas, territórios, materiais”, resumiu a investigadora. “Consideramos que os usuários da arquitetura são pessoas mas também são pássaros, plantes e minerais“, explicou a curadora sobre uma linha de pesquisa que tem sido desenvolvida por alguns investigadores em todo o mundo.

Mariana Pestana coloca em primeiro lugar as pessoas, mas como parte de ecossistemas: “Nós vivemos em interdependência com outras espécies, como as árvores, e é importante ter isso em conta. É uma consciência para melhorar a qualidade de vida dos seres humanos”.

“É também uma posição filosófica pós humanista, a partir de dentro da natureza, e realmente um pouco crítica da forma de fazer arquitetura industrializada, virada para buscar outras referências”, sustentou cofundadora de The Decorators, um estúdio interdisciplinar que concebe objetos, ‘workshops’, eventos e edifícios através de processos colaborativos que investigam noções de lugar, comunidade e comensalidade.

Para as residências, que passarão a ser anuais no Centro de Arquitetura, foram selecionados, este ano, o ateliê dinamarquês Superflex em conjunto com os portugueses KWY e o Estúdio Obsidiana, que desenvolvem projetos de arquitetura para pessoas e pássaros.

Os ateliês em residência irão criar instalações de arquitetura para apresentar no Jardim das Oliveiras e no Jardim da Água do CCB a inaugurar em 28 de junho, com um programa paralelo de conversas, indicou.

O que também terá continuidade a partir deste ano são as duas bolsas anuais de arquitetura para todas as pessoas ou coletivos, no valor de 10 mil euros cada, e que correspondem à temática de cada ano do Centro de Arquitetura do CCB.

A curadora sublinha a importância destas bolsas num país onde existem poucos apoios para a criação em arquitetura: “É importante acrescentar um valor que permita dar um primeiro passo, fazer um projeto e promover manifestações de arquiteturas com um caráter mais de investigação ou experimentação que não sejam necessariamente obra construída”.

Questionada sobre os públicos que quer atrair à Garagem Sul, a responsável disse que os visitantes deste espaço “são muito fiéis” e espera que seja interessante para os arquitetos que estão a estudar, poder encontrar ali resposta a algumas das suas preocupações.

“Do contacto que tenho com alunos, vejo que têm muitas preocupações de ecologia, muito centrais nesta geração, e também face ao clima politico atual internacional muito desolador. Aqui queremos, através da arquitetura, investigar formas de existir, de pensar de estar no mundo que permitam alguns espaços de segurança e de esperança”, disse.

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Donald Trump diz que “não se importa nada” se preços dos automóveis subirem nos EUA

  • Lusa
  • 30 Março 2025

O Presidente dos Estados Unidos afirmou este sábado que "não se importa nada" se os preços dos automóveis nos EUA aumentarem em resultado dos direitos aduaneiros sobre os veículos e peças importados.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou este sábado que “não se importa nada” se os preços dos automóveis nos EUA aumentarem em resultado dos direitos aduaneiros sobre os veículos e peças importados.

A declaração surge dias depois de o Wall Street Journal ter noticiado que Trump ameaçou os executivos do setor automóvel com retaliações se os preços subissem. “Estou-me nas tintas. Espero que eles aumentem os preços, porque se o fizerem, as pessoas vão comprar carros feitos nos Estados Unidos. Temos muitos“, disse o chefe de Estado republicano à apresentadora da NBC Kristen Welker.

Na última quinta-feira, Donald Trump impôs um imposto adicional de 25% sobre os automóveis e camiões ligeiros importados para os Estados Unidos, que entrará em vigor a 03 de abril.

As tarifas sobre componentes automóveis provenientes do México e do Canadá, abrangidas pelo Acordo EUA-México-Canadá (MCA), serão adiadas, mas a situação permanece incerta para as cadeias de abastecimento mistas.

Os preços das ações dos maiores fabricantes de automóveis dos Estados Unidos foram já afetados pela decisão da Administração Trump, e os especialistas receiam preços mais elevados para os compradores.

Questionado pela NBC News sobre a mensagem que queria enviar às preocupações dos executivos do setor automóvel, Trump respondeu: “A mensagem é ‘parabéns'”. “Se fizerem o vosso carro nos Estados Unidos, vão ganhar muito dinheiro. Se não o fizerem, provavelmente terão de vir para os Estados Unidos“.

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Ana Abrunhosa une PS ao Livre, PAN e Cidadãos por Coimbra

  • Lusa
  • 29 Março 2025

A candidata do PS à Câmara de Coimbra anunciou que irá concorrer em coligação com o Livre, PAN e Cidadãos por Coimbra. Abrunhosa quer a cidade como capital de uma região metropolitana.

A candidata do PS à Câmara de Coimbra anunciou que irá concorrer em coligação com o Livre, PAN e Cidadãos por Coimbra, indicando ainda a vontade de a cidade vir a ser capital de uma região metropolitana.

“Esta coligação alargada está aberta a todos os que queiram contribuir para este projeto ambicioso. Esta coligação não se limita a adicionar votos, mas sobretudo a alcançar um consenso alargado em torno de uma nova estratégia para Coimbra, com compromisso com as freguesias e com os cidadãos”, sustentou.

Durante a apresentação pública dos candidatos do PS de Coimbra, que decorreu ao final da tarde, Ana Abrunhosa sublinhou que esta é uma união de esforços para “transformar Coimbra numa cidade inovadora, sustentável e inclusiva”.

Perante o secretário-geral do PS e os candidatos às câmaras do distrito de Coimbra, a antiga ministra da Coesão Territorial defendeu que os 19 municípios que compõem a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, com 440 mil habitantes, devem ter projetos comuns.

“Sonhamos com Coimbra como capital de uma região metropolitana, onde se implemente uma rede de transportes públicos eficiente, sustentável e integrada”, referiu, indicando que Coimbra “liderará esforços para desenvolver os territórios vizinhos”.

“Queremos que Coimbra seja vista como um centro que valoriza a inovação e a criatividade, onde os sonhos se tornem realidade. Vamos investir em educação de qualidade, fomentar a cultura e o desporto, apoiar ‘startups’ tecnológicas e espaços de ‘coworking’ acessíveis”, frisou.

Para além de prometer trabalhar em iniciativas que incentivem os estudantes a permanecer em Coimbra após concluírem os seus estudos, a candidata socialista disse também ser necessário apoiar os empresários e atrair investimentos.

“Uniremos as margens do Mondego e destacaremos o potencial da margem esquerda, trabalhando em proximidade com as freguesias para um desenvolvimento integrado e sustentável”, prometeu, apontando a aposta na habitação acessível para fixar emprego qualificado.

Em matéria de habitação, aludiu à implementação de um programa ambicioso de habitação pública com qualidade e a custos acessíveis, que facilite a construção de novos bairros sustentáveis, com projetos que priorizem a eficiência energética e o acesso a transportes públicos.

“Devemos encontrar uma solução que permita a recuperação de edifícios abandonados no centro histórico, transformando espaços negligenciados em habitação, edifícios para usos públicos, atividade comercial e empresarial”, clarificou.

Entre as suas pretensões figuram ainda a criação de programas para combater a solidão, melhorar a saúde mental, bem como o apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade.

“Queremos que Coimbra seja um concelho que acolhe, empodera e dá segurança a todos os seus cidadãos, seja qual for a sua idade e condição social”, sustentou.

Além de Ana Abrunhosa, já são conhecidos como candidatos o ex-deputado José Manuel Pureza, pelo Bloco de Esquerda, e o vereador Francisco Queirós, pela CDU.

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Investindo em luxo: análise do desempenho de bens colecionáveis em 2024

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 29 Março 2025

O Knight Frank Luxury Investment Index de 2024 revela uma queda de 3,3%, destacando o desempenho de carteiras de luxo e a evolução dos mercados de arte, vinho e outros colecionáveis.

Quando falamos de luxo, muitas vezes imaginamos peças de arte raras, carros clássicos e até as icónicas carteiras Birkin da Hermès, objetos que transcendem o valor material para se tornarem símbolos de status e prestígio. No entanto, o luxo também é um universo dinâmico e em constante transformação, onde as tendências de consumo e as flutuações do mercado moldam o comportamento dos investidores e colecionadores.

O Knight Frank Luxury Investment Index de 2024 leva-nos a explorar as movimentações deste mercado, revelando as peças mais valorizadas, em como o impacto das novas dinâmicas globais – como a ascensão do comércio digital e a procura por itens cada vez mais exclusivos. Dentro de um cenário de desafios e incertezas económicas, as carteiras de luxo, por exemplo, têm-se destacado como uma das melhores apostas para aqueles que querem investir em peças colecionáveis. Mas, enquanto algumas categorias prosperam, outras enfrentam uma realidade bem diferente.

O Knight Frank Luxury Investment Index (KFLII), publicado no The Wealth Report de 2024, apresenta uma visão detalhada dos investimentos de luxo, mostrando tanto as tendências de valorização quanto os desafios enfrentados por colecionadores e investidores. Em 2024, o índice de luxo caiu 3,3%, marcando seu segundo ano consecutivo de declínio. Apesar de os mercados financeiros terem registado um crescimento, as carteiras de luxo continuam a destacar-se como uma das melhores opções de investimento. A categoria de carteiras, por exemplo, foi a classe de ativos de luxo com melhor desempenho, com uma valorização de 2,8%.

O desempenho dos bens de luxo em 2024
Apesar da queda geral do índice, o mercado de luxo apresenta um panorama complexo, com alguns setores a manter-se resilientes e outros a enfrentar desafios significativos. A valorização de itens colecionáveis, como as Birkin da Hermès, continua a surpreender. Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela e Penalva, destaca a importância deste índice para entender as tendências globais no mercado de luxo.

Carteiras de Luxo: A Hermès Birkin em pele preta Togo viu o seu valor no mercado secundário atingir níveis record, consolidando as carteiras como um dos ativos mais seguros e lucrativos.

Automóveis Clássicos: Com uma valorização de 1,2%, os carros clássicos mantêm-se como um investimento estável.

Mercados de Arte, Vinho e Whisky: Em contraste, o mercado de arte sofreu uma queda significativa de 18,3%, afetado por mudanças na procura e padrões de consumo. A passar por uma mudança estrutural, com um foco crescente em arte contemporânea, especialmente de artistas femininas. As vendas em leilão das grandes casas caíram consideravelmente em 2024, mas a arte contemporânea jovem continua a crescer em quota de mercado. Os vinhos e o whisky também apresentaram um desempenho menos positivo, com quedas de 9,1% e um crescimento modesto de 9% no caso do whisky raro.

Tendências Emergentes e Transformações no Mercado: Liam Bailey, responsável pelo estudo global da Knight Frank, aponta que, ao longo do tempo, os bens de luxo colecionáveis têm-se mostrado um investimento rentável. Desde 2005, quem investiu 1 milhão de dólares nessa classe de ativos teria hoje um património de 5,4 milhões de dólares. As transformações no mercado, impulsionadas pela ascensão do e-commerce e das redes sociais, têm ampliado a definição de “colecionáveis de luxo”. O comércio de itens como NFTs, ténis raros e cartas raras Pokémon, por exemplo, tem atraído novos compradores e expandido as opções de investimento.

O mercado de luxo continua a demonstrar resiliência, mesmo diante dos crescentes desafios económicos globais e está longe de ser monolítico; ele evolui constantemente, moldado pelas novas tecnologias, por mudanças no comportamento dos consumidores e, claro, pela busca incessante por exclusividade. Para investidores atentos às tendências globais, as oportunidades de investir em produtos de luxo colecionáveis estão longe de se esgotar. Pelo contrário, elas transformam-se, oferecendo novas formas de acesso e novas áreas de valorização, como os NFTs e os itens de cultura pop.

O Knight Frank Luxury Investment Index serve como um importante termómetro para quem deseja navegar neste universo, ajudando a mapear os altos e baixos deste mercado, e a ver o luxo não apenas como um símbolo de status, mas como uma oportunidade de investimento inteligente e de longo prazo.

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📹 Portugal entra no pódio dos investimentos hoteleiros na Europa

  • ECO
  • 29 Março 2025

Conheça as principais conclusões do estudo realizado pela consultora imobiliária CBRE que coloca Portugal em destaque no mercado da hotelaria a nível europeu, a reboque dos investimentos na capital.

Portugal alcançou a terceira posição no ranking dos destinos mais procurados para investimento em hotelaria em 2024, a par do Reino e apenas atrás de Espanha e Itália. O estudo desenvolvido pela consultora imobiliária CBRE coloca também Lisboa como a quarta cidade mais atrativa no Velho Continente. Veja o vídeo.

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Pedro Nuno vê investigação do MP a obra de Espinho como “o caso mais grave” da crise política

  • Lusa
  • 29 Março 2025

"Eu acho que o caso que é noticiado este fim de semana é mesmo o caso mais grave desde que a crise política começou em Portugal envolvendo o primeiro-ministro", disse o líder do PS.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, considerou hoje a investigação do Ministério Público à maior obra pública de Espinho envolvendo o escritório de Luís Montenegro como sendo o “caso mais grave” desde que a crise política começou.

“Eu aquilo que vos queria dizer é que temos um problema de seriedade e transparência no topo do governo e a pergunta que temos todos de fazer é se queremos ter um primeiro-ministro, que em funções se manterá envolto num clima e ambiente de suspeitas e de dúvidas” afirmou Pedro Nuno Santos aos jornalistas à margem da convenção autárquica da concelhia de Castelo Branco do PS.

O semanário Expresso divulgou que o Ministério Público está a investigar adjudicações na Câmara de Espinho, incluindo a requalificação do canal ferroviário da cidade, com base numa denúncia anónima e que o escritório SP&M, onde Luís Montenegro foi sócio até 2022, consta dos denunciados no inquérito.

“Eu acho que o caso que é noticiado este fim de semana é mesmo o caso mais grave desde que a crise política começou em Portugal envolvendo o primeiro-ministro”, afirmou o secretário-geral do PS. Para Pedro Nuno Santos, o país não tem “estabilidade política, nem no presente, nem no futuro, com um primeiro-ministro envolto em suspeitas”.

“A dimensão da transparência e da seriedade é fundamental, mas igualmente importante é conseguirmos ter estabilidade politica”, sustentou. “Porque nós não vamos conseguir encerrar este capítulo se no final das eleições vencer Luís Montenegro. Continuará ensombrado em suspeitas algumas delas graves como as do caso que é noticiado este fim de semana”, disse.

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EUA diz a empresas europeias que têm de seguir normas antidiversidade

  • ECO
  • 29 Março 2025

Trump leva combate às políticas de diversidade para a Europa. Empresas que forneçam o Estado americano não podem ter programas deste género, diz carta enviada por embaixadas.

Várias dezenas de empresas francesas receberam uma carta da embaixada dos Estados Unidos em que são compelidas a abandonarem práticas de diversidade, igualdade e inclusão se quiserem continuar a trabalhar com entidades oficiais americanas.

A notícia foi avançada este sábado pelo jornal francês Les Echos. Segundo o Finantial Times, as cartas seguiram também para grandes empresas de países no leste da União Europeia e Bélgica.

A 21 de janeiro, no primeiro dia em que voltou a assumir o cargo de Presidente dos EUA, Donald Trump assinou uma ordem executiva que terminou com todas as iniciativas de diversidade, igualdade e inclusão (DEI, na sigla em inglês) no Estado federal, abrangendo também fornecedores.

A carta da embaixada dos EUA, informa que esta obrigação também se aplica às empresas na União Europeia que prestem serviços ou vendam bens à Administração americana.

De acordo com o jornal britânico, as empresas também receberam da embaixada um questionário para atestarem se cumprem esta determinação. “Os fornecedores do Departamento de Estado devem certificar-se que não operam quaisquer programas que promovam a DEI que violem as leis contra a discriminação aplicáveis e concordam que tal certificação é essencial para a decisão de pagamento do governo, estando, portanto, sujeita à Lei de Declarações Falsas”, diz o documento.

A legislação francesa impede a recolha de dados sobre a raça ou origem étnica, pelo que as empresas do país não têm habitualmente este tipo de programas de diversidade, sendo mais focados no género e situação socioeconómica, explica a Reuters.

A rejeição das políticas DEI levou o regulador de telecomunicações norte-americano (FCC) a anunciar, na sexta-feira, uma investigação aos esforços da Disney e da sua filial ABC para promover a diversidade.

As duas empresas juntam-se às visadas no âmbito dos esforços da administração do Presidente norte-americano para eliminar programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em locais como universidades, agências governamentais ou grandes empresas.

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Gigi Hadid transforma Havaianas no fashion statement do verão

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 29 Março 2025

Os flip-flops saem da praia e chegam às passerelles. Gigi Hadid é a nova embaixadora da Havaianas, elevando os icónicos chinelos a peça de moda essencial. Descubra como este clássico se reinventou.

Quem disse que os flip-flops eram apenas para a praia? A moda tem provado o contrário, e agora, com Gigi Hadid como nova embaixadora global da Havaianas, os chinelos ganham um estatuto de it-shoes. No último verão, tornaram-se presença obrigatória nos looks de street style e até nas passerelles, onde marcas de luxo os reinterpretaram de forma criativa.

Reconhecida mundialmente como a criadora do flip-flop moderno, a Havaianas sempre apostou na simplicidade, mostrando que o verdadeiro estilo não precisa de excessos. Agora, com os flip-flops a assumirem o seu lugar na moda urbana, a marca dá um passo ousado ao juntar-se a uma das maiores supermodelos do mundo para consolidar essa ascensão.

Com mais de 77 milhões de seguidores no Instagram e uma carreira que a posiciona como um ícone global, Gigi Hadid dita tendências. A sua escolha de peças influencia milhões de pessoas, e ao tornar-se o rosto da Havaianas, ela reforça que o conforto pode, sim, andar de mãos dadas com a sofisticação.

A campanha traz a supermodelo a brilhar com alguns dos modelos mais icónicos da marca, como os Brazil Logo e Slim Point. Entre cliques descontraídos e um estilo effortless chic, Gigi mostra que os flip-flops podem ser usados em qualquer lugar, do calçadão à cidade.

“Ser a embaixadora global da Havaianas é surreal e até nostálgico”, revela Gigi. “Cresci na praia e não me lembro de uma época em que não usasse este essencial de verão. Estou muito entusiasmada por trabalhar com esta equipa e adoro ver a Havaianas a fazer um regresso triunfal. Vou usar chinelos em Paris, Nova Iorque e, claro, na praia.”

Maria Fernanda Albuquerque, Vice-Presidente Global de Marketing da Havaianas, celebra esta parceria como uma conquista para a marca: “Os chinelos deixaram de ser um acessório comum e tornaram-se um verdadeiro statement de moda. Com Gigi Hadid como referência, queremos elevar os flip-flops a um novo nível de estilo e desejo.”

Os modelos Slim Point e Brazil Logo, usados por Gigi na campanha, já estão disponíveis para compra no site, nas lojas físicas da Havaianas e em todas as lojas franchisadas.

Agora, a pergunta é: até onde os flip-flops irão? Se depender de Gigi e da Havaianas, o céu — ou melhor, as ruas das capitais da moda — é o limite.

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Literacia financeira. Dos três mealheiros às lições da reciclagem

Especialistas descrevem níveis elevados de iliteracia financeira ao longo da vida dos portugueses, com impacto a nível pessoal, na dependência do Estado e na criação de riqueza do próprio país.

Saímos da faculdade a saber o que é o balanço, o passivo e o cash flow, mas não sabemos o que é o salário líquido“. A frase é de Rui Bairrada, chairman do Doutor Finanças, para ilustra o nível de conhecimento financeiro dos portugueses, que continuam mostrar elevados níveis de iliteracia financeira, com impacto na sua vida, na sociedade e na criação de riqueza do próprio país, segundo os especialistas.

Falar de dinheiro ainda é um tabu em Portugal. Perguntar a outra pessoa quanto ganha parece algo impensável. Mas, para Rui Bairrada, este receio de discutir um tema tão importante demonstra o caminho que ainda há a fazer para melhorar o nível de literacia financeira dos portugueses. “O dinheiro é uma recompensa. O dinheiro é uma coisa positiva“, alertou o chairman do Doutor Finanças, numa conferência promovida pela Fundação António Cupertino de Miranda e pela Câmara do Porto dedicada ao tema.

Como explicou o especialista, “o dinheiro serve para concretizarmos os nossos objetivos e sonhos”. E a melhor forma de gerir o orçamento é criar “três mealheiros: um para gastar, outro para poupar e outro para ajudar”. Mas para fazer esta gestão é preciso ter conhecimento. Tal como aconteceu na reciclagem, “os miúdos são a melhor fonte de absorção de conhecimento que vai influenciar as gerações a seguir”. É por aqui que se pode começar a mudar uma realidade na qual Portugal ainda está longe de aparecer bem na fotografia.

As pessoas não sabem o que é líquido nem bruto, quanto é que é para o Estado, quanto é que é para a Segurança Social, quanto é que a empresa paga, quanto é que é o custo para a empresa.

Rui Bairrada

Chairman do Doutor Finanças

As pessoas não sabem o que é líquido nem bruto, quanto é que é para o Estado, quanto é que é para a Segurança Social, quanto é que a empresa paga, quanto é que é o custo para a empresa“, sintetiza Rui Bairrada, contabilizando que dois milhões de pessoas por mês utilizam o site do Doutor Finanças e muitas delas usam ferramentas precisamente para calcular o seu salário líquido.

Ora, completou, “se todos tivermos mais conhecimento de finanças pessoais, vamos depender menos do Estado”. “Vou conseguir gerir a minha vida, em vez de dizer que têm de ser os outros a gerir a nossa vida”, acrescentou Rui Barrada.

A mesma leitura é feita por Inês Odila, country manager da Coverflex, uma start-up de gestão de benefícios flexíveis, que permitem à empresa maximizar a compensação dos colaboradores através de soluções como o cartão de refeição, o cheque infância ou o pagamento de parte do salário através de um PRR. “A maior parte de nós não sabe ler um recibo de vencimento“, anuiu.

A empresária lembra que a compensação é “muito mais” do que o salário. “Vou dar-vos um cenário de uma empresa que paga um salário, dá-me bónus, dá-me dias extra de férias — que correspondem a um determinado valor porque o meu dia tem um determinado valor — dá-me o dia de aniversário dos filhos, licença parental alargada paga pela empresa, permite-me ter uma sabática paga, ou dá-me um budget para saúde mental para poder usar durante o ano”. “Tudo isto é compensação”, sintetiza.

No que concerne a este tema, Inês Odila refere que “ muito pouca literacia sobre como é que se pode tirar melhor partido da compensação“.

Hoje, se disser a uma pessoa com 22 anos que no pacote de compensação dela tem um carro, diz ‘eu não quero carro para nada, o que gastas no carro dá-me no meu salário ou em benefícios’.

Inês Odila

Country manager da Coverflex Portugal

Segundo a mesma especialista, há ainda que considerar importantes mudanças que estão a concretizar-se no mercado laboral. “As empresas hoje têm cinco gerações no mundo do trabalho, quatro predominantes e uma quinta a começar a sair”, que têm diferentes prioridades e estão a obrigar as empresas a ser mais competitivas na forma como compensam os seus colaboradores.

“Hoje, se disser a uma pessoa com 22 anos que no pacote de compensação dela tem um carro, diz ‘eu não quero carro para nada, o que gastas no carro dá-me no meu salário ou em benefícios'”, remata. “Daqui a 10 anos, acredito num modelo onde a empresa vai definir o custo por colaborador” e depois vai-lhe dizer ‘agora tens aqui uma ferramenta para escolheres como é que queres receber’.

Literacia vs ansiedade

Se a literacia mexe com o crescimento, também é verdade que mexe com a saúde mental dos colaboradores. Lourenço Reis, cofundador da Laicos, que no ano passado realizou com o Doutor Finanças um estudo para medir o bem-estar financeiro e os comportamentos, refere que este levantamento mostrou que há comportamentos que vão influenciar o bem-estar financeiro.

“É o caminho para sermos pessoas mais felizes, mais satisfeitas com as nossas vidas”, explica Lourenço Reis, destacando que “pessoas em maior situação de escassez têm emoções negativas“.

O mesmo responsável mostrou ainda alguns dados que revelam uma situação preocupante:

  • 50% dos portugueses têm ansiedade quando pensam na sua situação financeira;
  • 30% não consegue trocar material mobiliário quando está demasiado usado;
  • 20% não consegue aquecer casa.

Números que evidenciam bem a necessidade de ensinar as pessoas sobre a importância das “atitudes que temos sobre importância de poupar ou gastar”.

Em média, uma pessoa em stress financeiro passa seis horas de trabalho por semana preocupada com a sua situação financeira e isto tem custos em termos de produtividade e por cometerem erros no trabalho.

Miguel Ferreira

Responsável pelo Finanças para Todos

Miguel Ferreira, responsável pelo programa Finanças para Todos, criado pela Nova School of Business and Economics, acrescenta que há muitos estudos que chamam a atenção para os custos “muito elevados” de não ter literacia financeira. “Em média, uma pessoa em stress financeiro passa seis horas de trabalho por semana preocupada com a sua situação financeira e isto tem custos em termos de produtividade e por cometerem erros no trabalho..

O responsável adianta que o programa lançado há três anos pela Nova SBE já está a ter um impacto positivo nos conhecimentos financeiros adquiridos, após o programa que tem uma duração de 10 horas e aborda temas como orçamento, reforma, poupança, crédito, gestão de situações endividamento, ou produtos financeiros.

Miguel Ferreira (Finanças para Todos) e Rui Barrada (Doutor Finanças)

Atualmente na 3.ª edição, o programa já chegou a mais de 5.000 pessoas em Lisboa, Porto e via online. Ainda assim, Miguel Ferreira lamenta que, ao contrário do que pretendia, não alcançaram um público com rendimentos mais baixos. “Infelizmente não conseguimos chegar a essas pessoas“, refere.

Outro target que o programa identifica são as pequenas e médias empresas (PME) e os imigrantes, estando a preparar a customização do programa para ser dirigido a essas pessoas. Um deles com uma edição para imigrantes, em português e inglês, adaptado às suas necessidades; e outro direcionado para trabalhadores de PME, um “segmento da população com mais lacunas porque têm um nível de educação e rendimento mais reduzido”.

Mas neste universo empresarial, Miguel Ferreira reconhece que o problema começa, muitas vezes, na gestão. “Ainda há um tecido de PME em que as qualificações dos gestores são relativamente baixas e é um dos problemas ao nível da produtividade“.

Há um défice de conhecimento económico e financeiro, que tem efeitos negativos, desde logo na capacidade de orçamento doméstico.

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, tem sido um promotor da literacia financeira no município. O autarca, que este ano completa o terceiro e último mandato, reconhece que “parte significativa da população [da cidade] não domina conceitos básicos” financeiros. “Há um défice de conhecimento económico e financeiro, que tem efeitos negativos, desde logo na capacidade de orçamento doméstico“, resume.

Para Rui Moreira, “a promoção da literacia financeira deve abranger as novas gerações, mas a infância em geral”, reforçando a importância de implementar estes programas de literacia financeira nas escolas.

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto

O autarca portuense considera a literacia financeira essencial para ajudar as pessoas a gerir rendimentos, criar hábitos de aforro, evitar situações de sobre-endividamento e tomar boas decisões de investimento. Só assim se vai caminhar para “uma sociedade mais justa, económica e mais próspera”.

“É essencial que as pessoas estejam mais bem preparadas para gerir o seu rendimento”, argumenta, destacando que a “capacidade de proteção social do Estado foi-se exaurindo nas últimas décadas – e para isso muito tem contribuído envelhecimento da sociedade“.

Por um lado, alerta, “os sistemas públicos de saúde virão os seus custos disparar com o aumento da esperança de vida. Ora, esta realidade vai exigir dos contribuintes e utentes uma maior compartilhação dos seus cuidados médicos”. Por outro, a Segurança Social vai ter custos cada vez mais elevados com as pensões, o que vai reduzir os valores das pensões públicas nas próximas décadas. A estimativa é que valor da pensão caia seja metade do último ordenado em 2040.

“A omnipresença do Estado nas nossas vidas tem tendência a esbater-se”, o que vai obrigar a uma maior contribuição dos cidadãos, concluiu.

 

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