“Aterragem suave” da economia global provoca explosão de emissões de obrigações

O Estado já emitiu 87% do objetivo anual e as empresas já emitiram quase o dobro do montante em igual período em 2023. O que está a impulsionar este boom no mercado de dívida em Portugal e na Europa?

As empresas têm recorrido em grande força ao mercado de capitais para captarem financiamento junto dos investidores neste início do ano. Há muito que não se assistia a valores desta ordem.

Segundo dados recolhidos pelo ECO junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), só até ao final da semana passada, com a conclusão da emissão de 60 milhões de euros do grupo CUF, foram angariados quase 2.400 milhões de euros através de emissões obrigacionistas por parte de empresas nacionais com capital aberto. Trata-se de um montante equivalente a quase o dobro do montante angariado em 2023 no mesmo período e quase tanto quando as emissões realizadas entre janeiro e maio de 2022 e 2023 somadas.

Entre as principais entidades emissoras de dívida estão os bancos Santander Totta, Banco BPI e Novobanco, que foram responsáveis por 86% das emissões de obrigações nos primeiros cinco meses do ano. Segue-se a emissão verde de 100 milhões de euros da Greenvolt, duas emissões de 60 milhões de euros realizados pela Vista Alegre e pela CUF, e ainda duas emissões de dívida de 50 milhões de euros pelas sociedades anónimas desportivas (SAD) do Sporting e do Benfica.

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Os números do regulador do mercado de capitais mostram uma clara aposta este ano pelo mercado obrigacionista por parte das empresas nacionais. Mas não só. Também o Estado tem recorrido mais ao mercado de dívida neste começo de ano do que em anos anteriores.

Com a última operação, realizada a 22 de maio através de uma emissão de dívida sindicada a 30 anos pelo qual pagou 3,678%, o Tesouro já emitiu 13,9 mil milhões de euros em obrigações desde o início do ano. Significa que, segundo a atualização do Programa de Financiamento da República Portuguesa para 2024 para o segundo trimestre, o IGCP já cumpriu 87% do objetivo de emissão anual previsto de obrigações do Tesouro.

Este fenómeno não se restringe ao território nacional. Na Europa, as emissões de obrigações atingiram a marca de 1 bilião de euros, ultrapassando na última semana de maio o recorde anterior estabelecido em 2020 em cerca de uma semana. Este valor inclui uma diversificação significativa, com quase metade da dívida a ser emitida por supranacionais — soberanos e agências.

A sustentar esta onda de emissões de dívida tem estado uma procura robusta por parte dos investidores, por conta de um ambiente económico marcado pelo diferencial crescente nas taxas de juro entre o Banco Central Europeu (BCE) e a Reserva Federal dos EUA (Fed).

“Os emitentes têm-se mostrado interessados em obter financiamento com spreads relativamente baixos”, afirmou Marc Lewell, diretor pelas operações sindicadas para a região EMEA do JP Morgan, citado pela Bloomberg.

Segundo dados da S&P Global, a emissão de títulos com grau de investimento na Europa alcançou 311,4 mil milhões de euros no primeiro trimestre, cerca de 2,6 vezes mais do que no trimestre anterior e mais de 21% acima do primeiro trimestre de 2023. “O primeiro trimestre de 2024 marcou a maior emissão trimestral com grau de investimento desde 2010”, referem os técnicos do S&P Global no último relatório trimestral de emissões de dívida.

A sustentar esta onda de emissões de dívida tem estado uma procura robusta por parte dos investidores, por conta de um ambiente económico marcado pelo diferencial crescente nas taxas de juro entre o Banco Central Europeu (BCE) e a Reserva Federal dos EUA (Fed), a que não foi indiferente o primeiro corte em quase cinco anos das taxas diretoras do BCE na última reunião do Conselho do BCE a 6 de junho.

Além disso, a procura por novos títulos de dívida tem sido alimentada pela expectativa de uma “aterragem suave” da economia global, com os mercados a mostrarem otimismo relativamente à queda da inflação e à resiliência económica, procurando neste momento uma última oportunidade para agarrarem elevadas yields das obrigações (lock in yields).

Esta combinação de fatores tem comprimido os spreads das obrigações para mínimos de vários anos, incentivando tanto empresas com elevada qualidade creditícia quanto aquelas de grau especulativo a refinanciarem-se no mercado de dívida.

No entanto, nenhum desses cenários afasta a enorme indefinição que se vislumbra pela frente, nomeadamente no que se refere ao controlo da inflação, como ficou espelhado pelos últimos números do Eurostat que mostraram uma subida do índice de preços na Zona Euro para os 2,6% em maio.

Foi sob essa prudência que, recentemente, Nicolas Trindade, gestor sénior de carteiras na Axa Investment Managers, alertou “os investidores a não serem gananciosos num ambiente como este”, devendo para isso privilegiar “as obrigações com grau de investimento, em que os fundamentos permanecem sólidos e o risco de incumprimento é muito menor, para captar oportunidades de rendimento atrativas.”

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Rayden atuou de surpresa em “La noche iluminada” na Feira do Livro de Madrid

  • Servimedia
  • 11 Junho 2024

A Feira do Livro de Madrid realizou esta sexta-feira à noite, e como novidade deste ano, um programa especial das 21h00 às 23h30 sob o nome de “La noche iluminada” (A noite iluminada).

A diretora da feira, Eva Orúe, abriu a noite e apresentou o concerto surpresa de Rayden, que reuniu um grande número de pessoas no parque El Retiro, onde o artista interpretou alguns dos seus maiores êxitos. Para além do cantor madrileno, que anunciou no ano passado a sua retirada dos palcos em 2024, “La noche iluminada” reuniu atuações surpresa de outros artistas emergentes, como Natalia Vega, El no de las niñas e Álvaro Sola, da empresa de experiências musicais imersivas Sofar Sounds, bem como atuações de microteatro de alunos da Real Escuela Superior de Arte Dramático de Madrid (Resad).

A feira apostou nas energias renováveis para a iluminação dos três palcos desta primeira edição de atividades noturnas. Com a Repsol como fornecedor multi-energia, este ano o evento instalou painéis solares que permitiram acumular a energia necessária ao longo do dia para a iluminação noturna.

A 83ª edição da Feira do Livro de Madrid procura ser cada vez mais neutra em termos de carbono. É por isso que, como parte do acordo com a Repsol, também está a fornecer energia aos cinco pavilhões da feira a partir de 4.000 litros de combustível renovável. Estima-se que esta ação evitará a emissão de 12 toneladas de CO2, reduzindo as emissões em 90% em relação ao combustível mineral que substitui, devido à menor intensidade de carbono das energias renováveis.

A Repsol também está a oferecer descontos para estes dias no seu serviço de mobilidade sustentável, Wible, para chegar ao Parque El Retiro, numa edição que se espera que volte a encher, superando os 1,2 milhões de pessoas do ano passado, entre visitantes, expositores e livreiros, e mais de 600.000 exemplares vendidos, o que significou um volume de vendas superior a 10 milhões de euros.

A Feira do Livro de Madrid junta-se a outros eventos culturais de referência nacional e internacional, como o Festival de Cinema de Málaga ou a Gala de Goya, onde a Repsol também promoveu a sustentabilidade através da sua oferta multi-energética de combustíveis feitos a partir de resíduos orgânicos, como os óleos vegetais usados.

 

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Portugal é o quarto país da UE onde há menos trabalhadores no setor financeiro e segurador

Quanto ao valor acrescentado, Portugal ocupa a 10.º posição com este setor a representar 9,9% da economia empresarial do país, segundo a Eurostat.

Portugal ocupa o quarto lugar entre os países da União Europeia (UE) com a menor percentagem (2,3%) de trabalhadores no setor de atividade financeira e segurador face ao total das pessoas empregues na economia empresarial interna em 2021. Segundo os dados divulgados pela Eurostat, Portugal partilha a posição com a Grécia e a Letónia.

A taxa portuguesa é menor do que a média da UE (3,1%) onde os Estados-membros somam 4,9 milhões de pessoas empregues nesse setor em 2021.

Importa salientar que na economia empresarial encontram-se atividades económicas como a industrial, construção e serviços. Estando excluído o setor público, a agricultura e a pesca, por exemplo.

A mesma nota dá conta que estavam ativas neste setor 759.159 empresas – representando 2,5% de todas as empresas ativas na economia empresarial da UE no mesmo ano.

Quanto ao volume de negócios líquido, este “ascendeu a 2,3 biliões de euros, enquanto o valor acrescentado foi de 1 bilião de euros.”, refere o órgão estatístico.

Este gráfico da Eurostat organiza os países da União Europeia desde aquele com maior taxa de trabalhadores no setor de atividades financeiras e de seguros na economia empresarial a começar no Luxemburgo até o que apresenta a menor percentagem (Lituânia). As barras amarelas correspondem à taxa de emprego e as azuis ao valor acrescentado. Também aparecem esses dados para a Noruega (barras mais à direita), Estado não-membro que integra o Espaço Económico Europeu e o Espaço Schengen e também os dados relativos à média da União Europeia (mais à esquerda)Eurostat

O país com maior percentagem de trabalhadores neste setor face a economia empresarial do país foi Luxemburgo com 12,1%, seguindo-lhe o Chipre com 5,7% e a Irlanda com 5,6%.

No sentido oposto, aqueles que registaram uma menor percentagem foi a Lituânia (1,8%), a Roménia (2,1%) e a Chéquia (2,2%).

Quanto ao valor acrescentado, Portugal ocupa a 10.º posição com este setor a representar 9,9% da economia empresarial do país. Neste indicador, a “percentagem mais elevada foi registada em Luxemburgo (34% da economia empresarial do país), nos Países Baixos (31,5%) e na Suécia (18,9%)”. Portugal encontra-se na 10.º posição 9,9% de valor acrescentado registado.

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Apple e OpenAI fazem acordo para integrar ChatGPT na Siri

  • ECO
  • 10 Junho 2024

A Apple vai integrar o chatGPT nos iPhones e computadores, um modelo que é designado de 'Apple Intelligence'.

A Apple e a OpenAI assinaram um acordo de parceria estratégica para levar o ChatGPT para a Siri. O anúncio foi feito no “Worldwide Developers Conference”, o encontro anual de programadores promovido pela empresa da maçã. Tim Cook, o presidente executivo da Apple, afirmou que o próximo grande passo da companhia será determinado pela Inteligência Artificial Generativa e os modelos de linguagem ‘LLM’.

A integração do ChatGPT nos produtos Apple iPhone, iPad e Mac deverá entrar em testes já este ano, e uma das prioridades anunciadas por Tim Cook no desenvolvimento do chamado ‘Apple Intelligence’, o sistema personalizado de inteligência artificial, é mesmo a privacidade. O sistema estará “consciente dos seus dados pessoais sem recolher os seus dados pessoais”, garantiu Craig Federighi, vice-presidente da Apple.

Estes serviços estarão disponíveis em teste ainda este ano e algumas das ferramentas serão disponibilizadas em 2025.

O acordo da Apple com a OpenIA é uma resposta de Tim Cook aos avanços das ‘big tech’ na Inteligência Artificial.

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“No final deste ano, Portugal terá 4 milhões de seguros de saúde”

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), José Galamba de Oliveira, considera que a razão está na aceleração do ritmo de crescimento registado desde o período pós-pandémico.

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), José Galamba de Oliveira, prevê que “no final deste ano, Portugal terá 4 milhões de seguros de saúde”, afirmara-o na IV Cimeira Ibérica de Hospitais Privados.

José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), prevê que até ao final do ano o número de beneficiários de seguro de saúde em Portugal alcance os 4 milhões.Hugo Amaral/ECO

O representante das seguradoras portuguesas nota que o ritmo de crescimento acelerou no pós-pandemia. Por isso, mantendo-se os ritmos atuais de crescimento, acredita que quatro milhões de pessoas irão usufruir de seguro de saúde, segundo indicou a APS ao ECOseguros.

Entre 2010 e 2020 o número de beneficiários de seguro de saúde subiu cerca de um milhão (de dois para três milhões). Mas nos três anos entre 2021 e 2023 registaram-se mais 561 mil beneficiários, segundo os dados da associação.

Importa salientar que a IV Cimeira Ibérica de Hospitais Privados foi organizada pela ASPE, entidade que representa prestadores privados de cuidados de saúde em Espanha e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP). Realizou-se em Madrid, Espanha, entre os dias 5 e 6 de junho onde se debateu sobre “o futuro da hospitalização privada, com especial enfoque na escassez de profissionais e nas relações com o setor dos seguros”. José Galamba de Oliveira participou no painel “A relação entre os setores da Saúde e dos Seguros: há diferenças entre Portugal e Espanha?”.

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Produção global de seguros cresceu 13,6% para 3,5 mil milhões de euros

O crescimento foi sustentado pela subida de 18,8% da produção do ramo Vida e 9,9% dos ramos Não Vida. Os montantes pagos pelas produtoras de seguros cresceram 3,3%.

A produção global de seguro direto – venda direta de seguros aos clientes – cresceu 13,6% para mais de 3,5 mil milhões de euros em Portugal no primeiro trimestre de 2024 face ao período homólogo.

O crescimento foi sustentado pela subida de 18,8% da produção do ramo Vida e 9,9% do ramo Não Vida, segundo o Relatório de Evolução da Atividade Seguradora 1.º Trimestre 2024 da Autoridade Supervisora de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

Segundo a ASF, foi relevante para o acréscimo de produção de seguro direto do ramo Vida “o aumento verificado nos seguros de vida Não Ligados (35,4%), quer nos produtos PPR (33,7%), quer nos restantes seguros de vida Não Ligados (36,3%)”. Quanto aos ramos Não Vida, estes registaram crescimentos de “17,7% do ramo Doença e 11,2% da mobilidade Acidentes de Trabalho, cujo peso relativo na produção passou a ser de 24,3% e 19,1%, respetivamente”.

Relativamente aos montantes pagos pelas produtoras de seguros, estes cresceram 3,3% face a março do ano anterior, empurrado pelo aumento de 10,1% nos ramos Não Vida, visto que o ramo Vida “manteve o valor praticamente inalterado”.

As empresas nacionais registaram acréscimos de 14,9% e 11,1% no ramo Vida e no ramo Não Vida, respetivamente. Enquanto das sucursais da União Europeia a operar em Portugal (supervisionadas pela entidade reguladora do país onde estão sediadas) cresceram 79,7% no ramo Vida e 2,4% no ramo Não Vida.

A ASF revelou também que, no primeiro trimestre de 2024, “o valor das carteiras de investimento das empresas de seguros totalizou 50,5 mil milhões de euros, o que representa um acréscimo de 0,3% face ao final do ano passado“, destacando que “na mesma data o volume de provisões técnicas foi de 42,6 mil milhões de euros”.

Por provisões técnicas entende-se o montante que as seguradoras devem manter para conseguir cobrir os compromissos assumidos com os clientes. Este cresceu 0,2% face ao final do ano passado.

Já o rácio de solvência do conjunto das empresas supervisionadas pela ASF fixou-se em 203% no final do primeiro trimestre de 2024, 1% acima do registado no final de 2023.

Por fim, o requisito de capital mínimo (MCR) registou um aumento de 92% no final do primeiro trimestre de 2024 face ao final de 2023 para 620%. O MCR corresponde ao montante “de fundos próprios abaixo do qual se considera que os tomadores de seguros, segurados e beneficiários ficam expostos a um grau de risco inaceitável”.

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Peso do setor segurador no sistema financeiro moçambicano cai para 0,39% do PIB

  • Lusa
  • 10 Junho 2024

"O setor de seguros continuou a apresentar uma margem de solvência confortável para absorver perdas não previstas", refere o relatório do Banco de Moçambique.

O setor dos seguros em Moçambique no sistema financeiro ascendeu em 2023 a 0,39% do Produto Interno Bruto (PIB), recuando face aos 0,47% em 2022, mas mantendo uma “tendência de estabilidade”, segundo um relatório do banco central.

“Dados preliminares indicam que, em 2023, a percentagem dos depósitos totais do setor de seguros no total dos seus investimentos se situou em torno de 30%, cifra próxima à observada em 2022″, refere-se no relatório de estabilidade financeira de 2023 do Banco de Moçambique, consultado esta segunda-feira pela Lusa.

“O desempenho do setor de seguros tem sido fortemente influenciado pela evolução da conjuntura macroeconómica e pelo desenvolvimento do setor bancário nacional. Em 2023, dados preliminares apontam que o setor de seguros continuou a apresentar uma margem de solvência confortável para absorver perdas não previstas e assim cumprir com as suas obrigações para com os seus clientes”, acrescenta.

“Em geral”, a taxa de cobertura da margem de solvência disponível no setor de seguros “manteve-se estável, sendo que a margem de solvência exigida representa em torno de um quarto da margem de solvência disponível nos últimos anos”, estando “bastante acima” dos limites exigidos.

“O setor de seguros exerce um papel importante na proteção do setor bancário, na medida em que configura uma forma de gestão de vulnerabilidades e riscos que ameaçam a estabilidade do sistema financeiro doméstico. Por outro lado, este setor está ligado ao mercado financeiro através das suas atividades de investimento, captação de fundos e emissão de dívida”, refere ainda.

Relativamente aos investimentos representativos das provisões técnicas, o Banco de Moçambique sublinha “uma tendência para redução dos depósitos a prazo” e, paralelamente, evidencia “o aumento dos investimentos do setor de seguros em títulos da dívida pública, em detrimento de aplicações no setor bancário, aumentando deste modo a sua exposição ao risco soberano e com potencial impacto na dinâmica do risco sistémico”.

Dados do Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (ISSM) indicam que estão registadas em Moçambique 19 companhias de seguro, entre os setores vida e não vida.

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Safe-Crop lança Seguro Apícola “Está bem, abelha!”

  • ECO Seguros
  • 10 Junho 2024

Mais um nicho de mercado vai ser explorado pela Safe-Crop e pela Caravela. Parceria com associação apícola vai começar pretendendo atingir um mercado potencial de 50 milhões de euros em risco.

A Safe-Crop, em parceria com a FNAP – Federação Nacional dos Apicultores de Portugal, lançou esta segunda-feira, durante a Feira Nacional de Agricultura, um novo seguro destinado a apicultores. Este seguro abrange responsabilidade civil, riscos meteorológicos e doenças – é a solução “Está bem, Abelha!”, colocada em parceria com a seguradora Caravela.

Um bombeiro tenta salvar colmeias durante um incêndio que deflagrou ao início da tarde numa zona de mato em Rio de Mouro no concelho de Sintra em 2022. É um risco comum para os produtores apícolas. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSAJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Este Seguro de Responsabilidade Civil cobre lesões corporais e materiais causadas a terceiros, oferecendo uma proteção clássica, segundo Filipe Charters de Azevedo, responsável pela Safe-Crop. A cobertura ainda protege terceiros contra riscos decorrentes da atividade apícola.

“Mais diferenciadora é a proteção contra riscos meteorológicos, que cobre colmeias em casos de Incêndio, Queda de raio, tempestades e chuvas intensas, Golpes de calor e Queda de neve”, diz o Charters de Azevedo.

“Estamos aqui para proteger contra catástrofes, compensando o produtor quando as coisas dão errado”. Este tipo de seguro já existe em países tão diferentes como Espanha, Turquia e Reino Unido.

Além disso, o seguro também pode cobrir os riscos de doenças nas colmeias. “No Reino Unido, esta cobertura de doença já existe e acreditámos que poderia ser interessante para os nossos produtores”.

Empresa procura mais mediadores de seguros

“Para o sucesso deste novo modelo de negócio é necessário construir novas redes de distribuição. Continuamos à procura de mediadores e corretores em todo o país. Defendemos que mediadores e corretores precisam de um novo catálogo de produtos especializados. E, no que se refere à agricultura, pecuária e silvicultura, estamos aqui”, diz o CEO da empresa.

Quanto à Vespa Asiática, Charters de Azevedo, refere que se trata de “uma praga que tem de ser combatida de outra forma – riscos certos não podem ser segurados”.

A Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP), fundada em 1996, é uma organização socioprofissional com 46 organizações de apicultores filiadas, entre cooperativas, associações e agrupamentos de produtores, oriundas de todo o país e regiões autónomas.

A produção de mel é considerada um “emprego verde” pela União Europeia, na medida em que é uma atividade económica capaz de explorar recursos silvestres, preservando-os e contribuindo de forma positiva para a sua manutenção e renovação. A produção nacional de mel atingiu em 2022 as 11.465 toneladas, das quais cerca de 20% são exportadas. Existem em Portugal 11.471 explorações apícolas e um efetivo de 667.685 colmeias registadas. O valor do setor apícola na economia portuguesa (REL – Rendimento Empresarial Líquido) está avaliado em mais de 15 milhões de euros. O consumo nacional de mel per capita é de 0,7kg/ano.

A Safe-Crop, segundo o seu CEO, está a apostar no crescimento da fileira apícola, uma vez que Portugal é o quinto país da UE que mais importa mel. Em 2021, Portugal importou 7.100 toneladas de mel, representando 4% das importações da UE. Portugal tem cerca de 11,5 mil produtores, dos quais apenas uma pequena parte possui mais de 150 colmeias. “Espera-se que este novo produto ajude a estabilizar o rendimento e aumentar o número de colmeias por produtor, dinamizando a produção efectiva”, acredita o CEO,

Se todos os produtores tivessem seguro, e toda a produção estivesse coberta, o capital em risco seria em torno dos 50 milhões. Charters de Azevedo reconhece que é um produto de nicho: “É impossível ter uma taxa de penetração alvo, tanto mais que é um produto novo e não temos grande tradição de seguros na agricultura, mas queremos estar junto dos nossos produtores. Aliás, de todos os produtores”, conclui.

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Sánchez e Scholz serão negociadores do Partido Socialista para renovação de cargos na UE

  • Lusa
  • 10 Junho 2024

Os socialistas europeu nomearam Pedro Sánchez e o chanceler alemão Olaf Scholz como os negociadores de altos cargos nas instituições da União Europeia para os próximos cinco anos.

O Partido Socialista Europeu nomeou esta segunda-feira o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, como os negociadores no processo de renovação de altos cargos nas instituições da União Europeia para os próximos cinco anos.

Fontes do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) afirmaram que os resultados destas eleições, nas quais os sociais-democratas europeus obtiveram 135 lugares, consolidam como segunda força no Parlamento Europeu e dão “um sólido poder de negociação” para a distribuição das presidências da Comissão Europeia, Conselho e Parlamento Europeu, assim como do representante da União Europeia (UE) para a política externa.

Os socialistas e democratas reiteram a sua vontade de dialogar e negociar com todas as forças políticas à exceção da extrema-direita”, asseguraram as fontes.

O Partido Popular Europeu, por sua vez, terá como negociadores o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, e o grego, Kyriakos Mitsotakis.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia vão reunir-se informalmente no dia 17 de junho num jantar em Bruxelas para discutir a divisão e irão realizar nos dias 27 e 28 de junho uma cimeira com o objetivo de chegar a acordo.

O PPE venceu as eleições para o Parlamento Europeu nos 27 países da União Europeia (UE), com 185 eurodeputados, mais 48 do que os socialistas do S&D.

Segundo a atualização mais recente dos resultados provisórios, o S&D (de que faz parte o PS) tem 137 eleitos.

Os liberais do Renovar a Europa (que a IL vai integrar com dois eleitos) conquistaram 80 lugares no hemiciclo, mais sete dos que Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), com 73 eurodeputados.

Juntos, o centro-direita, os socialistas e os liberais conseguem 402 lugares, acima dos necessários 361 (metade dos eurodeputados mais um) para uma maioria parlamentar absoluta e estável.

Ainda segundo os resultados provisórios, a extrema-direita do Identidade e Democracia (ID), de que vai fazer parte o Chega com dois eurodeputados, conseguiu eleger 58 representantes e os Verdes 52.

A Esquerda no PE alcançou 36 eurodeputados (incluindo os eleitos pelo BE e CDU, um cada).

Os resultados provisórios indicam que há 46 eurodeputados não-inscritos, 36 que entraram e que tendencialmente estão alinhados à esquerda e 53 com alinhamento à direita.

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George Clooney junta-se à campanha para a reeleição de Joe Biden

  • Lusa
  • 10 Junho 2024

É dos últimos atores a juntar-se à campanha para a reeleição de Joe Biden como presidente dos EUA, estando prevista a sua presença num evento esta semana, segundo fontes da campanha.

George Clooney é dos últimos atores a juntar-se à campanha para a reeleição de Joe Biden como presidente dos EUA, estando prevista a sua presença num evento esta semana, segundo fontes da campanha.

No sábado, Clooney e a atriz Julia Roberts participarão numa angariação de fundos para a campanha em Los Angeles, juntamente com Biden e o antigo Presidente Barack Obama.

O evento é apresentado por Jimmy Kimmel, que moderará uma conversa com o Presidente e receberá a elite de Hollywood em apoio à reeleição do democrata.

Este anúncio surge depois de, na semana passada, ter sido revelado que Clooney falou com a equipa de Biden, criticando a posição da sua administração relativamente ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que a sua mulher, Amal Clooney, especialista em direito humanitário, está a aconselhar sobre a crise de Gaza.

De acordo com o The New York Times, Clooney transmitiu a sua queixa a Steve Ricchetti, um conselheiro de Biden que no passado já foi angariador de fundos para a campanha.

Amal Clooney tem sido uma das principais conselheiras dos procuradores do TPI no processo contra Israel por causa do impacto humanitário da sua ofensiva contra o Hamas em Gaza, que já causou mais de 35.000 vítimas civis.

A Casa Branca reiterou que não reconhece a jurisdição do TPI e considera “intolerável” o pedido de mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, e não o considera comparável às ações da milícia palestiniana Hamas, cujos líderes são também procurados pela acusação.

Apesar das diferenças criadas pela posição de Biden sobre a invasão de Gaza, que lhe está a custar o apoio da ala mais progressista do Partido Democrata, o Presidente dos Estados Unidos tem muitos apoiantes entre as celebridades de Hollywood, que já mostraram o seu apoio em várias ocasiões, como festas de angariação de fundos e mensagens de campanha.

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Chega/Madeira vai votar contra o Programa de Governo do PSD

  • Lusa
  • 10 Junho 2024

O Chega/Madeira vai votar contra o programa do Governo Regional do PSD, partido sem maioria absoluta no parlamento madeirense, afirmando que o presidente do executivo não tem condições para o cargo.

O Chega/Madeira anunciou esta segunda-feira que vai votar contra o programa do Governo Regional do PSD, partido sem maioria absoluta no parlamento madeirense, reiterando que o presidente do executivo, Miguel Albuquerque, não tem condições para estar no cargo.

Miguel Albuquerque não tem condições políticas, nem éticas, para liderar o governo da Região Autónoma da Madeira. É arguido num processo judicial que o implica em redes tentaculares de influência e jogos de interesses, que não podem existir na governação, nem, muito menos, serem premiadas com o silêncio ou com a complacência parlamentar”, afirma o presidente do Chega/Madeira e líder parlamentar, Miguel Castro, citado numa nota enviada às redações.

O partido “rejeita quaisquer responsabilidades nos cenários que possam advir de um eventual chumbo do Programa de Governo”, defendendo que a culpa é do “PSD/Madeira por insistir num candidato que já sabia não recolher o apoio da maioria dos partidos com representação parlamentar”.

“Se houver instabilidade a culpa é totalmente do PSD, que insistiu num arguido como presidente. Sabem, há muito tempo, que o Chega não apoia Albuquerque, pois é isso que andamos a dizer há meses. Não venham agora pedir ao Chega que abdique da sua palavra só para que o PSD possa manter tudo como está e continuar a alimentar as redes de compadrio que asfixiam a Madeira”, reforça Miguel Castro.

O líder da estrutura regional do partido, que viabilizou a eleição do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues (CDS-PP), que só foi eleito à terceira, refere ainda que o voto contra o Programa de Governo “nada tem a ver” com essa votação.

Miguel Castro explica que o Chega viabilizou a eleição do presidente do parlamento madeirense “por se tratar de um candidato de um partido de direita” e que a luta do seu partido “não é contra a direita, mas contra a corrupção”.

O PSD venceu as regionais antecipadas, em 26 de maio, com a eleição de 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta.

O PS elegeu 11 deputados, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.

O PSD firmou um acordo parlamentar com os centristas após as eleições, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta.

As eleições antecipadas na Madeira ocorreram oito meses após as anteriores legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Albuquerque foi constituído arguido.

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O que mudou nos principais países da Europa

Em cenário de subida generalizada da direita, os principais países da Europa seguiram essa linha, mas os equilíbrios políticos internos podem ter sido abalados. Não tão radicalmente como França, claro

A noite eleitoral das Europeias 2024 trouxe alguns reequilíbrios no xadrez político em alguns países europeus. Provocou eleições antecipadas em França, mas também algumas novas realidades, com o avanço da extrema direita a ser o foco dos comentários e das “preocupações” de uma esquerda que continua em queda.

 

França (79 deputados): Le Pen com o dobro dos votos de Macron

Aumentou o apoio a partidos populistas, mas a surpresa veio do presidente francês, Emmanuel Macron, que convocou eleições legislativas antecipadas depois de uma derrota esmagadora para o Rassemblement National, de Marine Le Pen. O RN obteve cerca de 32% dos votos franceses, mais do dobro dos cerca de 15% obtidos pelos aliados de Macron, de acordo com as projeções. “Não posso agir como se nada tivesse acontecido”, disse Macron ao anunciar as eleições para a assembleia nacional em 30 de junho. À esquerda, o Partido Socialista francês subiu para 14% dos votos.

Alemanha (96 deputados): Sociais democratas com o pior resultado desde a 2ª guerra

A coligação governamental do chanceler de centro-esquerda Olaf Scholz perdeu para a oposição conservadora. O bloco conservador – dominado pela União Democrata Cristã (CDU) – manteve a sua posição como o partido alemão mais forte em Bruxelas, com mais de 30% dos votos. As projeções mostraram que os votos nos sociais-democratas de centro-esquerda de Scholz eram 14% do total, o seu pior resultado pós-Segunda Guerra Mundial numa votação nacional. A Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, obteve ganhos enquanto os Verdes da Alemanha, centrais para a política climática da UE de importância global, viram o apoio cair.

Áustria (19 deputados): Extrema-direita ganha por pouco

Os resultados quase finais indiam que o partido de extrema-direita FPOe ficou em primeiro lugar nas eleições austríacas para a UE, com 25,7% dos votos, à frente do seu conservador Partido Popular (OeVP), liderado pelo chanceler Karl Nehammer que obteve 24,7%. Os Sociais Democratas (SPOe) ficaram em terceiro lugar com 23,2%, seguidos pelos Verdes – que atualmente governam a Áustria como parceiros juniores dos conservadores – com 10,7%, abaixo dos 14% em 2019. Espera-se que a FPOe lidere a votação nas eleições nacionais previstas para setembro, mas resta saber se consegue encontrar parceiros para formar uma maioria para governar.

Bélgica (21 deputados): Extrema-direita também por pouco

Este domingo foram eleições triplas para os belgas que também votaram nas eleições gerais e regionais.
Os assentos do país no Parlamento Europeu foram divididos entre a extrema-direita do Vlaams Belang, o partido liberal francófono Mouvement Reformateur e o nacionalista N-VA (Nova Aliança Flamenga), que obtiveram cerca de 13% dos votos. Embora o Vlaams Belang tenha ficado em primeiro lugar na votação por pouco, ganhando terreno em relação aos resultados anteriores, o partido de extrema-direita ficou aquém das expectativas das pesquisas.

Dinamarca (14 deputados): Esquerda e verdes com ganhos

Os países nórdicos contrariaram a tendência geral das eleições na UE, com os partidos de esquerda e os verdes a obterem ganhos, enquanto os partidos de extrema-direita viram o seu apoio diminuir. A Dinamarca registou um aumento surpreendente no apoio ao Partido Popular Socialista (SF), que se tornou o maior partido com 17,4% dos votos, um aumento de 4,2 pontos percentuais em comparação com o resultado de 2019 – com todos os votos contados. Os sociais-democratas no poder perderam 5,9 pontos percentuais, obtendo 15,6% dos votos.
A primeira-ministra Mette Frederiksen disse que SF era o partido politicamente mais próximo dos sociais-democratas e que estava feliz em ver os partidos de esquerda a ganhar terreno.

Hungria (21 deputados): O pior resultado de Orbán em anos

O partido Fidesz, de Viktor Orbán, da Hungria, recebeu o maior número de votos, mas o seu desempenho foi o pior em anos. Esperava-se que o partido de Orbán obtivesse 43% dos votos, mas caiu quase 10 pontos em relação às últimas eleições da UE em 2019. Péter Magyar, que rompeu com o partido de Orbán em fevereiro, conseguiu construir o partido de oposição mais forte da Hungria numa questão de meses, esperando-se que o seu partido Respeito e Liberdade (TISZA) obtenha 31% dos votos.

Itália (76 deputados): Meloni duplica deputados

O Fratelli d’Italia, liderado pela primeira-ministra italiana Giorgia Meloni obteve cerca de 28% dos votos, à frente de seus rivais de centro-esquerda, com cerca de 25%. O partido de Meloni mais do que duplicou o seu número de lugares no Parlamento Europeu desde as últimas eleições, o que lhe confere ainda mais apoio do que nas últimas eleições nacionais de 2022. O Movimento 5 Estrelas ficou em terceiro lugar com 10,5% – o seu pior resultado a nível nacional desde a sua criação em 2009. A participação ficou pouco abaixo dos 50%, um mínimo histórico num país que tem tido historicamente uma forte participação eleitoral.

Países Baixos (29 deputados): Esquerda e verdes ganham

O partido de extrema-direita de Geert Wilders ficou em segundo lugar, atrás da aliança Esquerda-Verde, ficando aquém das expectativas. O partido da Liberdade obteve 17% dos votos, enquanto a aliança Esquerda-Verdes, liderada pelo ex-vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, obteve 21%.

Polónia (52 deputados): Tusk com dois pontos de vantagem sobre extrema direita

O antigo líder da UE e actual primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, derrotou por pouco o partido populista da oposição Lei e Justiça, que governou o país entre 2015 e 2023. Uma sondagem mostrou que o partido de Tusk venceu com pouco mais de 37%, em comparação com 35% dos seus rivais.

Espanha (59 deputados): PP e VOX reforçam, Acabó la Fiesta em estreia

O PP obteve 34,2% dos votos e 22 lugares enquanto o Partido Socialista dos Trabalhadores Espanhóis (PSOE) obteve 30,2% e 20 assentos, e o partido de extrema direita Vox terminou em terceiro com 9,6% e seis lugares, mais dois que em 2019. Outra fação de extrema-direita – Se Acabó la Fiesta – fez uma estreia enfática, conquistando três lugares, o mesmo número que os parceiros de coligação do PSOE na plataforma de esquerda Sumar. O Podemos viu o seu número de lugares cair de seis para apenas dois. O Ahora Repúblicas, uma coligação de partidos nacionalistas regionais que inclui grupos da Catalunha e do País Basco, conquistou três deputados. O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo – congratulou-se com os resultados e observou que o seu partido obteve mais 700.000 votos do que os socialistas.

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