Portugueses são favoráveis a política comum de defesa, destaca PwC

"Entre as políticas públicas, a mais relevante desde 2022 é o Joint White Paper for European Defence Readiness 2030", disse esta quinta-feira Luís Rebelo de Sousa, diretor da consultora.

Os portugueses acompanham a opinião dos restantes europeus sobre a importância de a área da defesa ter uma política comum, materializada em estratégias como o Livro Branco sobre a Defesa Europeia. O diretor de Relações Institucionais da consultora PwC disse esta quinta-feira que o documento de Bruxelas é um dos “momentos-chave” dos últimos três anos.

Luís Rebelo de Sousa afirmou que foi em 2022 que a defesa entrou, em definitivo, na agenda europeia, tendo como ponto de partida a Declaração de Versalhes. “Desde então, várias políticas públicas foram implementadas, a que apelidamos de momentos-chave, sendo a mais relevante o Joint White Paper for European Defence Readiness 2030, referiu Luís Rebelo de Sousa, na terceira edição da conferência Relatório Draghi, organizada pelo ECO, e dedicada ao pilar da Defesa e Segurança.

“Estas políticas resultam de uma consensual e consistente opinião pública favorável dos europeus sobre a relevância e necessidade de uma política de defesa e segurança europeia comum. Portugal não diverge da tendência dos cidadãos da União”, sublinhou o diretor da PwC.

Eurobarómetro

 

Luís Rebelo de Sousa enumerou quatro realidades políticas no mundo: tensões transatlânticas (EUA criticam divergência de valores e de responsabilização para com os europeus); preocupações com a defesa europeia (alteração do comprometimento dos Estados Unidos com a NATO e divergência da noção de “interferência”); conversações de paz entre EUA e Rússia (não inclusão da Europa e preocupação com o futuro da NATO) e união da Europa em torno da defesa (pacote financeiro de 800 mil milhões de euros).

“A resposta da União Europeia é finalmente um Joint White Paper for European Defence Readiness 2030, um projeto de investimento comum, com 800 mil milhões de euros, concretizando o compromisso dos países membros da UE no aumento de entre 2 a 5% do respetivo PIB no seu orçamento anual de defesa a ser aplicados na efetivação da desejada autonomia estratégica” e na capacidade de priorizar a indústria, assinalou o especialista.

“Também relevante é a abertura dos líderes e agentes políticos europeus à possibilidade de diversificar as parcerias industriais e militares como alternativas às já estabelecidas com a NATO”, destacou Luís Rebelo de Sousa.

Luís Rebelo de Sousa, diretor da PwCHugo Amaral/ECO

O executivo da PwC listou ainda cinco tendências emergentes no setor: aumento da despesa na defesa (subida do orçamento doméstico de despesa dos países europeus); autonomia estratégica (investimento crescente nas capacidades e no crescimento da indústria de defesa europeia); reavaliação de parcerias (Europa avalia diversificação de parcerias além da NATO); tecnologias emergentes (investimento na próxima geração tecnológica como sistemas autónomos, cibersegurança e inteligência artificial) e recuperação económica através desta indústria (oportunidades de investimento na reconstrução e competitividade da indústria e economia europeias).

Por detrás do Livro Branco da Defesa estão três tipos de fontes de financiamento: ativação da cláusula de escape no Pacto de Estabilidade e Crescimento (650 mil milhões de euros), ação de segurança para a Europa (SAFE) com angariação nos mercados de capitais de até 150 mil milhões de euros e contribuições do Banco Europeu de Investimento e mobilização de capital privado em áreas prioritárias:

  • Defesa aérea e de mísseis
  • Sistemas de artilharia
  • Munições e mísseis
  • Drones e contramedidas anti-drones
  • Mobilidade militar
  • Inteligência Artificial (IA), quântica, cibernética e guerra eletrónica
  • Capacidades estratégicas e proteção de infraestruturas críticas, incluindo transporte aéreo estratégico, reabastecimento aéreo, vigilância marítima e ativos espaciais

A terceira edição da conferência ECO dedicada ao Relatório Draghi parte da declaração do ex-presidente do BCE Mario Draghi sobre defesa europeia: “A Europa tem de reagir a um mundo de geopolítica menos estável, no qual as dependências se estão a transformar em vulnerabilidades, e não pode continuar a depender de outros para a sua segurança”. Declarações proferidas meses antes da nova administração ter chegado à Casa Branca, que deu mais relevância ao tema quer numa perspetiva militar quer ao nível da independência estratégica nas matérias-primas e cadeias de abastecimento.

O relatório Draghi propõe investimentos de 750 a 800 mil milhões de euros por ano – cerca de 4,4% a 4,7% do PIB da UE em 2023 – e que 50 mil milhões de euros desse montante sejam alocados a defesa e segurança.

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El Corte Inglés acaba com Comissão Executiva que supervisionava CEO

  • Lusa
  • 17 Abril 2025

Nesta reorganização, o grupo espanhol El Corte Inglés criou um comité de acompanhamento, exclusivamente para a coordenação estratégica da empresa.

O El Corte Inglés acabou com a comissão executiva, órgão de decisão que existia há três anos e que se situava na estrutura organizativa acima do presidente executivo (CEO), segundo o Boletim Oficial do Registo Comercial (Borme).

Nesta reorganização, o grupo espanhol El Corte Inglés criou um comité de acompanhamento, exclusivamente para a coordenação estratégica da empresa. Assim, o El Corte Inglés, na sua área executiva, será dirigido pelo atual presidente executivo, Gastón Bottazzini, que responderá diretamente perante o Conselho de Administração.

O El Corte Inglés está, atualmente, a elaborar um novo plano estratégico 2025-2030 e Bottazzini está à frente desta nova direção da cadeia de grandes armazéns, que opera em Portugal.

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Governo nomeia dirigentes para entidade que substitui Direção-Geral do Tesouro

  • Lusa
  • 17 Abril 2025

José Manuel de Passos Matos será o diretor-geral em regime de substituição. Maria de Lurdes Correia de Castro, Rita da Cunha Leal e Nelson Costa Santos vão ocupar os cargos de subdiretores.

O Governo nomeou, em regime de substituição, os dirigentes da nova Entidade do Tesouro e Finanças (ETF), que resulta da reestruturação da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, apontando José Manuel de Passos Matos para diretor-geral.

José Manuel de Matos Passos era desde agosto do ano passado diretor da Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Publico Empresarial (UTAM). Antes, entre 2015 e 2024, tinha sido presidente do Instituto de Gestão Financeira da Educação, de onde se demitiu, em junho, na sequência da fraude (conhecida como “fraude CEO”) de que este organismo foi alvo e que terá lesado o Estado em 2,5 milhões de euros.

De acordo com o despacho de designação dos dirigentes da ETF, publicado esta quinta-feira em Diário da República, Maria de Lurdes Correia de Castro, Rita da Cunha Leal e Nelson Costa Santos vão, por seu lado, ocupar os cargos de subdiretor-geral até à conclusão do procedimento de seleção a realizar pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap).

Os dirigentes agora nomeados em regime de substituição já desempenhavam funções nos organismos alvo de reestruturação e que resultaram na nova Entidade do Tesouro e Finanças, aprovada pelo Conselho de Ministros em 7 de março e que corresponde a uma dos “vetores” da reforma da Administração Pública encetada pelo Governo liderado por Luís Montenegro.

Maria de Lurdes Correia de Castro tinha sido nomeada em 2017 subdiretora-geral da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, cargo em que se manteve até agora.

Já Rita da Cunha Leal era coordenadora da Unidade de Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) desde setembro de 2024 e Nelson Costa Santos era, desde setembro de 2021, técnico superior especialista em Orçamento e Finanças Públicas no Gabinete de Apoio e Coordenação do Setor Empresarial do Estado da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF).

O despacho publicado produz efeitos a 1 de abril, segundo se lê no diploma do gabinete do ministro da Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento. A Entidade do Tesouro e Finanças resulta do diploma que procedeu à reestruturação da DGTF e à extinção, por fusão, da Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial e da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos.

A ETF tem por missão assegurar as operações de intervenção financeira do Estado, acompanhar as matérias respeitantes ao exercício da tutela financeira do setor público administrativo e empresarial e da função acionista e assegurar a gestão integrada do património do Estado, com exceção do património imobiliário, bem como a intervenção em operações patrimoniais do setor público.

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DIAP do Porto arquivou em 2024 denúncia sobre casas de Pedro Nuno Santos

  • ADVOCATUS
  • 17 Abril 2025

O DIAP do Porto arquivou em 2024 uma denúncia anónima sobre os mesmos factos que levaram esta semana a PGR a abrir uma averiguação preventiva sobre Pedro Nuno Santos.

O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto arquivou o ano passado uma denúncia anónima que versava sobre os mesmos factos que levaram esta semana a Procuradoria-geral da República a abrir uma averiguação preventiva sobre Pedro Nuno Santos, avança o canal Now.

Segundo os procuradores, a denúncia levantava suspeitas sobre os imóveis do secretário-geral do PS e da sua mulher e chegou ao órgão antes das legislativas desse mesmo ano. Mas o DIAP do Porto acabou por arquivar, acabando por não abrir um inquérito formal.

Na quarta-feira, Pedro Nuno Santos foi alvo de uma averiguação preventiva por parte do DCIAP, “na sequência de receção de denúncias e tendo em vista a recolha de elementos”, disse fonte da PGR ao ECO.

Esta é a segunda vez que, no espaço de pouco mais de um mês, o DCIAP usa este mecanismo previsto na lei mas que raramente é usado pelo Ministério Público. A primeira foi a Luís Montenegro.

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Lisbon Digital School promove programa de formação online e gratuito para estudantes universitários

  • + M
  • 17 Abril 2025

Para além de talks, cada sessão do programa integra uma dinâmica interativa, quizzes e momentos de networking. A participação é gratuita, mas requer inscrição prévia.

A Lisbon Digital School volta a promover o programa “O Teu Futuro é Digital”. Na sua quinta edição, este programa gratuito de formação online dedicado a estudantes universitários de todo o país decorre ao longo de quatro sábados durante o mês de maio.

“Esta iniciativa já impactou milhares de estudantes e é, hoje, um dos projetos mais significativos da Lisbon Digital School. Ao longo destes anos, temos procurado dar ferramentas reais a quem está a dar os primeiros passos no mercado e queremos continuar a ser uma ponte entre o ensino e o mundo do trabalho digital”, diz Natacha Gama Pereira, CEO da Lisbon Digital School, citada em comunicado.

Contando com uma agenda atenta às tendências e bastante prática, o curso contempla áreas-chave como estratégia de marcas, social media, influencer marketing, dados, performance, inteligência artificial e empregabilidade, reunindo “profissionais de referência em cada uma destas áreas”, que vão “partilhar conhecimento, experiências e ferramentas com os talentos do futuro”.

No dia 10 de maio, a sessão é dedicada ao tema “As marcas: Estratégia e Branding“, com Glauco Madeira (Lisbon Digital School), Filipa Garcia (Pingo Doce), André Rabanea (Torke CC) e Alexandre Couto (Bar Ogilvy).

Na semana seguinte, a 17 de maio, Ângelo Marques (East Atlantic Engineering), Paulo Rossas (Lisbon Digital School), João Santos (WYgroup) e Pedro Caramez (LinkedIn specialist) falam sobre “As pessoas: Social Media e Influencer Marketing“.

Já no dia 24 de maioOs dados e o futuro: AI, Data e Performance” é o tema da talk que junta Pedro Gomes Mota (Grupo Brisa), Diogo Abrantes (freelancer SEO, SEA, CRO e web analytics para organizações de impacto e sustentabilidade), Eduardo Marques Lopes (Clan), Francisco Pinto e Tiago Janela (WYnova e Bliss Applications).

A última sessão, a 31 de maio, é decicada à temática “Trabalhar em Marketing Digital“, e é ministrada por Nuno Salema (psicólogo clínico e coach), Bruno Oliveira (Sumol+Compal) e Fábio Custódio (Alumni LDS).

Para além das talks, cada sessão integra uma dinâmica interativa, quizzes e momentos de networking. A participação é gratuita, mas requer inscrição prévia, a qual deve ser feita aqui.

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Fundo Ambiental pagou 80% dos apoios a compra de veículos elétricos de 2024

  • Lusa
  • 17 Abril 2025

“Arrancaram também os primeiros pagamentos do novo programa de 2025, que já recebeu 8.170 candidaturas e aprovou mais de 7.582 apoios”, adiantou o ministério do Ambiente.

O Fundo Ambiental pagou esta quinta-feira mais 1.596 candidaturas a apoio à compra de veículos elétricos, relativas a 2024, elevando as transferências feitas para 80% do total de candidaturas elegíveis, anunciou o Ministério do Ambiente.

Com os pagamentos realizados hoje, relativos a mais 1.596 candidaturas, o total de candidaturas pagas no âmbito deste aviso ascende 5.540 candidaturas, em relação a 6.871 candidaturas elegíveis”, avançou o ministério liderado por Maria da Graça Carvalho, em comunicado.

Com este novo lote de pagamentos atingiu-se 80% de candidaturas elegíveis pagas, sendo que, em março, os pagamentos feitos relativos a este aviso, que encerrou em 31 de dezembro de 2024, correspondiam a 56% das candidaturas elegíveis.

Segundo o Governo, com os pagamentos feitos esta quinta encontram-se agora pagos todos os apoios à aquisição de bicicletas de carga (tipologia 3) e 99,1% dos apoios para os veículos elétricos ligeiros de passageiros.

“Arrancaram também os primeiros pagamentos do novo programa de 2025, que já recebeu 8.170 candidaturas e aprovou mais de 7.582 apoios”, adiantou ainda o Ministério do Ambiente e Energia.

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Tarifas. CEO do grupo da Louis Vuitton é a favor de “uma zona de comércio livre” entre UE e EUA

  • Lusa
  • 17 Abril 2025

“Estas negociações são vitais para muitas empresas em França e, infelizmente, tenho a impressão de que os nossos amigos britânicos são mais concretos no progresso das negociações”, lamentou Arnault.

O presidente executivo (CEO) da LVMH apelou esta quinta-feira para que os líderes europeus resolvam “amigavelmente” as tensões comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos, dizendo-se a favor de “uma zona de comércio livre” entre ambos.

“Estas negociações são vitais para muitas empresas em França e, infelizmente, tenho a impressão de que os nossos amigos britânicos são mais concretos no progresso das negociações”, lamentou Bernard Arnault à margem da assembleia-geral Anual (AGM).

O grupo LVMH, número um mundial de artigos de luxo, realizou esta quinta a assembleia-geral anual num contexto delicado de queda das vendas, enquanto esperava um acordo sobre os direitos aduaneiros e procurava tranquilizar os acionistas sobre a sucessão de Bernard Arnault. “O ano de 2025 está a ter um início atribulado, se preferirem”, afirmou o presidente executivo do grupo.

“Até ao final de fevereiro, tudo correu muito bem, depois, deparámo-nos com uma situação geopolítica e económica mundial que foi virada do avesso por potenciais direitos aduaneiros e pelo agravamento das crises internacionais”, acrescentou. O grupo francês de artigos de luxo realiza 25% das suas vendas nos Estados Unidos e na terça-feira anunciou uma queda de 2% nas vendas do primeiro trimestre, para 20,3 mil milhões de euros.

“Temos absolutamente de chegar a um acordo, tal como os dirigentes de Bruxelas parecem estar a tentar chegar a um acordo para o automóvel alemão, é vital para a viticultura francesa”, insistiu Arnault. A LVMH realiza 34% das vendas dos seus vinhos e bebidas espirituosas (Dom Pérignon, Hennessy, Krug, etc.) nos Estados Unidos.

Se “acabarmos com direitos aduaneiros elevados (…) teremos de aumentar a nossa produção americana e não podemos dizer que a culpa é das empresas, a culpa será de Bruxelas se isto acontecer”, afirmou o empresário, que assistiu na primeira fila à tomada de posse de Donald Trump, em janeiro.

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FMI espera reduções “significativas” do crescimento, mas descarta recessão

Diretora-geral do FMI alerta que tarifas levarão a menos crescimento económico e que setores de alguns países podem ser inundados por importações baratas, enquanto outros sofrerão de escassez.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que a incerteza e as tarifas custam “caro” à economia, pelo que antecipa uma desaceleração do crescimento global. Contudo, descarta um cenário de recessão. Em simultâneo, admite que a guerra comercial se irá traduzir numa subida da inflação em alguns países.

No tradicional discurso que antecede as reuniões de primavera da instituição e do Banco Mundial, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, considerou que a resiliência é novamente testada, desta vez, por um novo capítulo no sistema global de comércio, e que este “é como a água”: “quando os países colocam obstáculos na forma de barreiras tarifárias e não tarifárias, o fluxo desvia-se“, afirmou.

Alguns setores em alguns países podem ser inundados por importações baratas, outros podem sofrer escassez. O comércio continua, mas as interrupções geram custos“, acrescentou a diretora-geral do FMI, acrescentando que o fundo quantificará esse impacto no World Economic Outlook, que será divulgado na próxima terça-feira, 22 de abril.

Georgieva adianta que “as novas projeções de crescimento irão incluir reduções significativas, mas não recessão“. Serão ainda registados “aumentos nas previsões de inflação para alguns países“.

A responsável da instituição de Bretton Woods alerta que a incerteza elevada e prolongada aumenta o risco de stress no mercado financeiro. “No início deste mês, observámos movimentos incomuns em alguns mercados importantes de títulos e moedas. Vemos como, apesar da elevada incerteza, o dólar se desvalorizou e as curvas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA ‘sorriram’ — não é o tipo de sorriso que se deseja ver. Tais movimentos devem ser interpretados como um alerta. Todos sofrem se as condições financeiras piorarem”, referiu.

Alguns setores em alguns países podem ser inundados por importações baratas, outros podem sofrer escassez. O comércio continua, mas as interrupções geram custos.

Kristalina Georgieva

Diretora-geral do FMI

Georgieva alertou ainda que a complexidade das cadeias de abastecimento modernas implica que bens importados alimentam uma ampla gama de produtos nacionais, pelo que o custo de um produto acabado pode ser afetado por tarifas em dezenas de países.

“Num mundo de tarifas bilaterais, cada uma das quais pode estar a subir ou descer, o planeamento torna-se difícil. O resultado? Navios no mar sem saber para que porto navegar, decisões de investimento adiadas, mercados financeiros voláteis, poupanças preventivas em alta. Quanto mais tempo a incerteza persistir, maior será o custo”, advertiu.

A diretora-geral do FMI realçou igualmente que o aumento das barreiras comerciais afeta antecipadamente o crescimento, argumentando que as tarifas não são pagas apenas pelos parceiros comerciais. Os importadores pagam parte com lucros menores e os consumidores pagam parte com preços mais altos. Ao aumentar o custo dos bens importados, as tarifas agem antecipadamente”, assinalou, considerando também que “o protecionismo corrói a produtividade a longo prazo”, sobretudo em economias de menor dimensão.

Kristalina Georgieva, diretora-geral do FMIBanco Mundial

União Europeia “precisa de menos restrições” ao comércio interno de serviços

Kristalina Georgieva recomenda ainda que a União Europeia (UE) avance com a união bancária e a união do mercado de capitais, ao mesmo tempo que faça progressos no mercado único. “A Europa precisa de menos restrições ao comércio interno de serviços“, apontou.

Ademais, a responsável do FMI vaticinou que “a expansão orçamental assertiva da Alemanha para facilitar os gastos com defesa e infraestrutura impulsionará a procura interna, assim como as políticas em toda a UE para melhorar a competitividade através do aprofundamento do mercado único”.

“Em conjunto, a flexibilização orçamental e uma integração mais forte impulsionariam o crescimento, aumentariam a resiliência e melhorariam os equilíbrios interno e externo”, argumentou.

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Lagarde: “Prontidão e agilidade” vão determinar decisões do BCE numa altura de “incerteza excecional”

Christine Lagarde sublinhou que, mais do que nunca, o BCE terá de depender de dados para navegar neste momento de extrema incerteza causada pela guerra comercial.

Num momento de “incerteza excecional” para as perspetivas económicas, provocada pela guerra comercial lançada pelos Estados Unidos, o Banco Central Europeu estará especialmente dependente de dados fiáveis, numa postura que será determinada pela prontidão e pela agilidade, afirmou esta quinta-feira a presidente da instituição, Christine Lagarde.

“As perspetivas económicas estão ensombradas por incerteza excecional“, afirmou Lagarde numa conferência de imprensa depois de o banco central ter cortado as taxas de juro em 25 pontos base pela sexta reunião seguida.

Em relação às tarifas aduaneiras impostas pela Administração Trump, Lagarde afirmou que o BCE sabe que se trata de um choque negativo na procura: “Podemos prever que terá algum impacto no crescimento, mas o impacto líquido na inflação só se tornará mais claro com o passar do tempo.”

Questionada repetidamente pelos jornalistas sobre a estratégia do banco central da Zona Euro durante esse período, Lagarde evitou dar pistas concretas. “Não vou comentar a direção da viagem, vou comentar o destino, que — como sabem — é o nosso objetivo de 2%”, respondeu a uma das perguntas.

A presidente do BCE reconheceu que a sua constante referência à dependência dos dados para o BCE tomar decisões “pode ser irritante” para alguns, mas sublinhou que, “mais do que nunca, agora temos de ser dependentes dos dados e temos de confiar em dados seguros e fiáveis”.

“Vamos estar particularmente atentos a tudo isso neste momento, e vamos decidir reunião a reunião, o que é certo é o destino”, adiantou.

Com esses dados na mão, a posição do BCE terá de ser determinada por dois atributos fundamentais, explicou a francesa. “E o primeiro é a prontidão, temos de estar atentos a todos os desenvolvimentos e, em particular, ao desenvolvimento desses novos choques e ser capaz de tomar as decisões adequadas”, disse. “Este é o primeiro. O segundo é a agilidade.”

Lagarde confirmou que o corte de 25 pontos base, que levou a taxa de facilidade de depósito para 2,25%, o nível mais baixo desde fevereiro de 2023, foi unânime no Conselho.

“Foram debatidas opções, mas não houve ninguém que defendesse um corte de 50 pontos base, por exemplo, pelo que 25 pontos base foi definitivamente o corte de taxas com o qual todos na sala concordaram”, sublinhou.

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Lagarde explicou 6.º corte seguido de juros. Reveja aqui

  • ECO
  • 17 Abril 2025

Presidente do Banco Central Europeu falou sobre o racional por detrás do novo corte nas taxas de juro e os próximos passos na política monetária numa altura de incerteza global.

Os potenciais impactos da guerra comercial no crescimento económico e na inflação na Zona Euro estiveram em foco na conferência de imprensa de Christine Lagarde em Frankfurt, após o Banco Central Europeu ter anunciado mais um corte de 25 pontos base nas taxas de juro. Reveja aqui a conferência de imprensa.

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Viticultores do Douro recebem cartas a cancelar encomendas e admitem boicotar eleições

  • Lusa
  • 17 Abril 2025

Mais de 150 viticultores do Douro viram encomendas serem canceladas e ameaçam agora boicotar as eleições legislativas de 18 de maio, caso o Governo não proteja a fileira do vinho.

Mais de 150 viticultores do Douro receberam cartas a cancelar encomendas de uvas para este ano, o que está a gerar receio e indignação, podendo até levar a um boicote às eleições legislativas de 18 de maio.

“Está-se a iniciar a catástrofe que já tínhamos previsto na última campanha, que no ano passado foi próximo da vindima, em que as casas compradoras de uvas disseram que não queriam comprar uvas. Este ano estamos em abril e o cenário já se está a tornar negro”, disse à Lusa Marinete Alves, que faz parte do Conselho Regional da Casa do Douro.

De acordo com a também dinamizadora da petição de 2024 “Salvem os viticultores do Douro”, que chegou às 2.600 assinaturas, “ainda se iniciou agora o abrolhamento da vinha e [os viticultores] estão na iminência de não ter a quem vender as uvas, seja para a produção de vinho do Porto seja de vinho do Douro”.

Em causa estão cartas enviadas por pelo menos cinco produtores de vinho a mais de 150 viticultores do DouroLusa

Os produtores “simplesmente não querem porque dizem que estão com stock“, referiu, confirmando que em causa estão cartas enviadas por pelo menos cinco produtores de vinho a mais de 150 viticultores.

Uma delas, a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira, fala no “acentuado decréscimo de consumo de vinho do Porto a nível global nos últimos dois anos”, frisando a empresa que não irá “comprar quaisquer uvas brancas ou tintas DOC Porto, ou quaisquer uvas brancas ou tintas DOC Douro, em 2025”.

“A verdade é que a esta empresa não resta outra alternativa que não esta decisão drástica, que lamentamos e para a qual apelamos à sua compreensão”, refere a missiva enviada aos viticultores, no caso dos Vinhos Messias.

Para os viticultores, na sua maioria pequenos e médios, os próximos passos são “alertar as entidades responsáveis, nomeadamente o Governo, pela falta de medidas implementadas para resolver a curto prazo e minimizar os prejuízos que os viticultores estão a ter”.

“Ponderamos manifestar-nos junto do Governo e, neste momento, com as eleições que agora [estão] à porta, as legislativas, mostrar o nosso desagrado e descontentamento boicotando as eleições”, admitiu Marinete Alves, referindo que pode estar em causa evitar “a abertura das mesas de voto”.

Ponderamos manifestar-nos junto do Governo e, neste momento, com as eleições que agora [estão] à porta, as legislativas, mostrar o nosso desagrado e descontentamento boicotando as eleições.

Marinete Alves

Conselho Regional da Casa do Douro

Os viticultores pedem “apoio direto, porque um viticultor que viva exclusivamente da viticultura não ter onde vender as suas uvas fica sem o seu modo de sobrevivência”.

“O que vai ser destas famílias? É uma situação mesmo preocupante”, alertou ainda, apontando que “as casas começam por prescindir dos pequenos viticultores”, mas os “que tenham uma área considerável são os últimos a serem prescindidos por estas casas”.

Segundo a viticultora, “os mais pequenos, que são realmente os que têm mais dificuldades, são os primeiros a serem penalizados”.

A também presidente da associação Lutar pelo Douro deu nota que as pessoas estão a ficar “revoltadas pela falta de comportamento mais correto” por parte do Governo e do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), acusando-os de não “assumir e resolver os problemas, que são sérios e graves”.

“Sabem da situação e nada tem sido feito”, sendo a situação “muito anterior” à possibilidade de imposição de taxas alfandegárias nos Estados Unidos da América, um dos principais mercados de exportação dos vinhos portugueses.

Os viticultores continuam a “aguardar o estudo que o senhor ministro [da Agricultura, José Manuel Fernandes] pediu sobre a aguardente ser produzida com uvas exclusivas da região do Douro” há quatro meses.

“Não podemos exigir a compra das uvas pelas entidades, evidentemente. A lei do mercado é esta, compra e venda, é assim, no entanto, até agora têm sido adotadas medidas de apoio ao comércio, nomeadamente com a destilação de crise. Nós exigimos, numa situação como a que está a acontecer, pelo menos a ajuda ao viticultor diretamente”, vincou.

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“Portugal tem de estar no ciclo produtivo” da defesa europeia, diz Nuno Melo

O ministro da Defesa afirma que há “margem brutal” e “oportunidade” para a indústria portuguesa produzir componentes ou fazer manutenção de equipamentos para segurança europeia.

Portugal deve ‘premir o gatilho’ das linhas de produção de maquinaria e componentes para a defesa. É esta a mensagem do ministro Nuno Melo, que acredita que o país tem uma nova oportunidade de reindustrialização perante os desafios que a segurança europeia enfrenta.

“Temos de produzir mais na Europa e comprar mais na Europa. As opções têm de ser as europeias e Portugal tem de estar no ciclo produtivo. Não quer dizer que esteja de A a Z, mas na produção de componentes ou manutenção”, apelou esta quinta-feira o ministro da Defesa, na conferência “Relatório Draghi” sobre segurança e defesa, organizada pelo ECO.

As aquisições da União Europeia (UE) na área da defesa, a maioria provinda de países extra-UE, também são uma preocupação do atual Governo, que considera Portugal uma nação com capacidade exportadora neste setor. “Cerca de 80% das aquisições da UE vêm de fora da UE, portanto há uma margem brutal. E têm de ser nossas também”, disse.

O ministro da Defesa referia-se a aquisições no âmbito da Lei de Programação Militar (LPM) e fora deste quadro legislativo, nomeadamente de aeronaves de instrução, simuladores, bombardeiros para combate aos fogos, sistema de artilharia, viaturas blindadas e não blindadas, drones ou navios reabastecedores.

Fabricam-se em Portugal alguns dos melhores drones que se produzem no mundo inteiro, para contextos de guerra ou de paz. Devemos encarar as fragilidades nas indústrias da defesa na União Europeia como uma oportunidade. Não a podemos perder. Portugal não pode ficar à margem da dinâmica de um processo que não volta atrás”, advertiu o governante.

Segundo Nuno Melo, o investimento nacional na defesa – atualmente de 3,1 mil milhões de euros – não requer retirar verbas de outros setores nem “se compara com outras áreas da soberania”, como a educação, para onde estão alocados mais de sete mil milhões de euros, anualmente. “Queremos gerar retorno para a economia e não retirar dinheiro do Orçamento do Estado”, reiterou.

Nuno Melo, ministro da Defesa, na conferência do ECO “Relatório Draghi: Segurança e Defesa”Hugo Amaral/ECO

“Cada KC vendido são 10 milhões para o Estado”

E deu como exemplo da recente aquisição de 12 aeronaves A-29N Super Tucano por 200 milhões de euros, cuja reforma será realizada em Portugal. Ou seja, a reconfiguração das aeronaves da Embraer para o contexto da NATO será feita exclusivamente por empresas portuguesas e 75 milhões de euros serão investidos nos privados para o desenvolvimento de tecnologias de defesa. “Mesmo na política de aquisições queremos assegurar retorno para a economia”, explicou Nuno Melo, esclarecendo que as compras em Portugal são de dimensão militar e civil.

O ministro da Defesa disse ainda que Portugal opera quase como uma agência de vendas de aviões militares KC na Europa. “Cada KC que é vendido significam 10 milhões que entram nos cofres do Estado”, revelou.

A propósito do relatório Draghi sobre a competitividade europeia, Nuno Melo elencou uma série de tópicos que se relacionam com o país, entre os quais o capital – importância da “indústria intensiva que requer reforço do investimento e financiamento” -, o controlo das contas públicas – pasta entregue a Miranda Sarmento, com quem se está a coordenar – e a contratação pública com a ‘via verde’, “que envolve transparência” e desburocratização.

Destacou ainda a estreita ligação do Ministério que dirige com o Ministério da Economia, liderado por Pedro Reis, de forma a maximizar o retorno económico do reforço do investimento em Defesa.

 

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