Miranda Sarmento promete pacote anti tarifas “operacional dentro de algumas semanas”

  • Lusa
  • 11 Abril 2025

Ministro das Finanças diz que falta o "diálogo com a Comissão Europeia e verificar qual é o resultado final das decisões sobre tarifas" e depois avançará a "operacionalização mais administrativa".

O pacote de cerca de 10 mil milhões de euros do Governo para apoiar as empresas exportadoras portuguesas face às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos estará em vigor “dentro de algumas semanas”, anunciou hoje o ministro das Finanças.

“Ontem [quinta-feira] tivemos a oportunidade de responder com um programa muito ambicioso de apoio às empresas – cerca de 10 mil milhões de euros, 3% do PIB, muito maior do que o que Espanha tinha apresentado há uns dias – e esse pacote de medidas “estará operacional dentro de algumas semanas”, disse o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

Na chegada à reunião informal dos ministros das Finanças do euro, em Varsóvia, o governante apontou que estão em causa “cerca de 10 mil milhões de euros que empréstimos, linhas de seguros e fundos europeus” que permitirá “responder de forma firme” à incerteza comercial relacionada com as decisões da administração norte-americana.

Para estar operacional, “falta sobretudo, por um lado, o diálogo com a Comissão Europeia e verificar qual é o resultado final das decisões sobre tarifas e depois, obviamente, a operacionalização mais administrativa”, especificou Joaquim Miranda Sarmento, assegurando que “rapidamente estes apoios chegarão às empresas portuguesas”.

Segundo o ministro, este “foi um trabalho feito em colaboração com as associações empresariais e responsável, pensado e preparado ao longo do tempo e não uma resposta rápida e imediata, sem ponderação que alguns exigiram logo”.

Saudando a pausa de 90 dias anunciada pelos Estados Unidos nas novas tarifas recíprocas à UE, passo que foi também depois dado pelo bloco comunitário, Joaquim Miranda Sarmento adiantou que “agora é o momento de encontrar pontos comuns e de manter unido o maior bloco comercial que existe no mundo”.

E, apesar dos eventuais impactos na economia portuguesa, que ainda estão a ser calculados, a zona euro tem um quadro orçamental “estável”, garantiu ainda, tal como havia feito minutos antes o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, que salientou a estabilidade da área da moeda única.

Os ministros das Finanças da zona euro discutem esta sexta-feira o impacto económico das novas tarifas aduaneiras dos Estados Unidos, num contexto de alívio após o anúncio norte-americano de suspensão temporária, pausa também adotada pela UE.

Realizada em Varsóvia pela presidência do Conselho da UE assumida pela Polónia, a reunião informal do Eurogrupo – dos ministros do euro – acontece num momento de acentuadas tensões comerciais após anúncios do Presidente norte-americano, Donald Trump, de taxas de 25% ao aço, alumínio e automóveis europeus e de 20% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas entretanto suspensas por 90 dias.

Esta suspensão acalmou os mercados, que têm vindo a registar graves perdas, e foi saudada e secundada pela UE, que suspendeu, durante o mesmo período, as tarifas de 25% a produtos norte-americanos que havia aprovado na quarta-feira em resposta às aplicadas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio europeus.

A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial na UE, tem optado pela prudência e essa cautela é apoiada por países como Portugal. Bruxelas quer, neste período de pausa de 90 dias, conseguir negociar com Washington, após ter já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.

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CCP quer por Portugal a refletir estrategicamente o seu lugar na Europa

  • Conteúdo Patrocinado
  • 11 Abril 2025

Inspirada nas conclusões do Relatório Draghi, a Confederação do Comércio e Serviços reuniu personalidades da economia, da sociedade civil e da academia para construir uma agenda de ação.

A adaptação das conclusões do Relatório Draghi à realidade europeia e portuguesa foi o mote para debater, quarta-feira, cerca de meia centena de personalidades para refletir sobre “O Futuro da Europa… e de Portugal: riscos e desafios”. O debate, organizado pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), visou discutir as soluções para os desafios estruturais que a Europa e Portugal enfrentam, nomeadamente em termos de políticas económicas, geopolíticas e sociais, bem como lançar as bases para um documento estratégico com impacto real na economia portuguesa e na competitividade das empresas.

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal

Na sessão de abertura, o presidente da CCP, João Vieira Lopes, explicou que a iniciativa surge num momento particularmente desafiante, num mundo marcado por mudanças rápidas e constantes, referindo-se a uma “época de sobressaltos permanentes”. Após uma retrospetiva histórica, o responsável sublinhou que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o Ocidente viveu num quadro de relativa estabilidade, assente em alianças como a NATO, em parceiros internacionais como os Estados Unidos da América e na construção europeia. “Construímos um Estado social que muitos consideram o mais avançado da humanidade”, disse, referindo também o conforto energético e de defesa que a Europa teve durante décadas. No entanto, alertou que esse modelo está hoje em crise. O “velho continente” enfrenta desafios estratégicos e perdeu claramente a guerra tecnológica e digital, “em especial no que toca à inteligência artificial”.

Neste contexto, a CCP decidiu abrir um debate interno, tendo elaborado um documento de base para reflexão coletiva. “Portugal tem limitações, mas precisa de perceber como se posicionar neste xadrez internacional, explorando os seus potenciais.” José António Cortez, do Gabinete de Estudos e diretor do Observatório da CCP, abordou o tema “Que Futuro para a Europa”, sublinhando que o momento vigente, apesar de caracterizado por uma aceleração constante de acontecimentos, pode ser uma oportunidade para a União Europeia (UE) mas que não se pode descartar a hipótese de se desintegrar, defendendo mudanças substantivas na sua política externa e nas orientações da sua política económica ao nível interno.

A conjuntura atual é, por isso, simultaneamente uma oportunidade e um risco: a UE pode renovar-se e ganhar novo fôlego, ou “fracassar e colapsar”

O responsável apontou que a Europa atravessa um período de “recessão estrutural”, com crescimento baixo e necessidade de reformular os pilares do projeto europeu, que estão hoje sob escrutínio: o financeiro, baseado em regras rígidas sobre défices e dívida pública; o da coesão e convergência entre Estados e regiões; o modelo económico, fortemente influenciado pelo paradigma industrial alemão; o modelo social europeu, agora sujeito a novas pressões; e, por fim, a política externa, hoje confrontada com o declínio do multilateralismo. A conjuntura atual é, por isso, simultaneamente uma oportunidade e um risco: a UE pode renovar-se e ganhar novo fôlego, ou “fracassar e colapsar”.

O diretor do Observatório da CCP destacou ainda a complexidade do equilíbrio entre maior centralização das decisões e a autonomia dos Estados-membros, num espaço europeu marcado por assimetrias. Em Portugal, lamentou que o debate político sobre estas questões seja ainda “claramente frouxo”, mesmo no contexto da campanha eleitoral.

A propósito do modelo económico, destacou a fragilidade do “neomercantilismo” alemão, assente na criação de excedentes comerciais e exportações, cuja sustentabilidade está agora em causa. Observou que a Europa perdeu protagonismo na economia global, sendo notória a ausência de empresas europeias entre as maiores do mundo, já que “não tem nenhuma empresa entre as 25 maiores”.

Relatório Draghi: a urgência de uma nova competitividade para a UE

José António Cortez disse que o relatório de Mario Draghi — economista e antigo presidente do Banco Central Europeu (BCE) —, publicado em setembro, constitui o diagnóstico mais recente da situação europeia, o qual rompe com a visão otimista da Comissão e afirma que a Europa está a perder competitividade. Sublinha-se, neste relatório, a necessidade de passar de uma competitividade baseada em setores tradicionais para uma lógica de “criação de valor”, associada às novas atividades económicas, como as tecnologias digitais, além de defender que “o modelo económico atual está esgotado”. A Comissão Europeia, através da “Bússola para a Competitividade”, seguiu parte das propostas de Draghi, mas com menor ênfase na rutura e maior insistência na aceleração — ou seja, na gestão mais eficiente do que já existe, sem mudanças estruturais profundas.

José António Cortez, do Gabinete de Estudos e diretor do Observatório da CCP

Nas novas orientações estratégicas, destacam-se duas linhas principais: a promoção de uma nova política económica orientada para a competitividade através do aumento do investimento, e o reforço da “autonomia estratégica” da Europa, incluindo a capacidade produtiva interna e a adoção de medidas protecionistas quando necessário. A este respeito, Cortez assinalou que a UE, ao adotar esta postura, antecipou alguns dos traços da política do Presidente dos EUA, Donald Trump, e que poderá tirar partido do “tiro no pé” norte-americano ou, pelo contrário, agravar a sua própria fragilidade. Acrescem prioridades com a defesa e o respetivo aumento significativo das despesas com armamento, que podem impactar na gestão dos recursos financeiros, obrigando a um maior endividamento, a uma redistribuição de recurso comunitários por países e objetivos e a uma redução das trocas da UE com o exterior.

José Cortez concluiu que, embora a Comissão Europeia tenha acolhido parte do espírito do relatório de Draghi, o discurso oficial permanece “moderado” e hesitante quanto a mudanças de fundo.

Desafios da Europa no novo contexto global

A debate nos cinco painéis desta conferência da CCP estiveram outros temas relacionados, entre eles “As dinâmicas geopolíticas e geoeconómicas à escala global e o seu impacto no futuro da Europa (UE)”. O novo contexto global está sobretudo marcado por três grandes fatores que o têm vindo a delinear. O primeiro diz respeito ao enfraquecimento da posição dos EUA, iniciado com a crise financeira de 2008 e consolidado ao longo das presidências seguintes, resultou numa estratégia de retraimento. Isso tem afetado a ordem internacional, com os EUA a focarem-se principalmente na China e no Indo-Pacífico, diminuindo a sua intervenção em outras regiões, como a Europa; por seu lado, a China deixou de ser apenas uma potência económica e passou a ser vista pelos EUA como a maior ameaça à sua segurança internacional.

A questão é saber se a Alemanha tem a capacidade e a vontade política para liderar a integração europeia, dado o histórico de resistência à maior autonomia e à nuclearização.

Na análise do segundo grande tema que finalizou a parte da manhã da sessão de debate, “A economia europeia (UE): diagnóstico e desafios de um reposicionamento competitivo“, foi abordada a evolução do pensamento económico, desde a necessidade de intervenção política para corrigir falhas de mercado, até à valorização de um equilíbrio entre o funcionamento do mercado e das políticas públicas.

A transição para um novo modelo de produção de riqueza e governação foi outro dos assuntos, referindo-se a posição dos Estados Unidos, que enfrentam desafios devido à sua função como emissor da moeda de reserva mundial, e a Europa, que se construiu como um projeto de paz e bem-estar, mas agora se vê confrontada com a necessidade de redefinir o seu papel global, especialmente no que diz respeito à moeda única e à sua afirmação no mercado internacional. A questão da coesão e convergência dentro da UE também foi levantada, destacando-se os desafios de garantir o crescimento económico sem sacrificar a coesão territorial. A globalização tem mostrado sinais de desaceleração desde 2015, com a maior queda no investimento internacional em indústria transformadora. O futuro económico da Europa passa, portanto, por uma adaptação a uma economia centrada no valor, e não em volume.

A economia portuguesa no quadro europeu

O primeiro painel da tarde, sobre “A economia portuguesa no quadro da nova política da UE: fragilidades, pontos fortes e mudanças necessárias“, desenhou um retrato da economia portuguesa nos últimos 20 anos, durante os quais cresceu 22%, o que corresponde a uma taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto, em média, de 1% ao ano. Entre 2014 e 2024, o país cresceu, em média, 2,1% por ano, ou seja, o desempenho foi melhor na segunda década.

Num contexto económico internacional complexo e desafiante para o mundo e para Portugal em particular, os países de língua portuguesa estão a registar um crescimento populacional significativo, representando potenciais economias de escala para o nosso país, ganhando maior relevância económica, social e política. Apesar das fragilidades da economia portuguesa, o contexto orçamental e externo do presente são uma oportunidade única para imprimir um novo dinamismo à economia portuguesa.

Por outro lado, os intervenientes no painel defenderam que “não podemos continuar na mesma”, olhando para a Europa como uma mera origem de fundos e não como uma forma de transformação estrutural, sendo necessárias mudanças ao nível da autonomia de recursos, simplificação administrativa e consensos “duros”. Portugal tem um conjunto de pontos fortes e de ativos estratégicos de que deve tirar valor, pelo que já “é tempo de começarmos a pensar o que podemos fazer pela Europa e não apenas no que a Europa pode fazer por nós”.

A sessão continuou com a apresentação do documento “O Futuro de Portugal: impactos e desafios”, com propostas da CCP para debate e reflexão, chamando a atenção para as fragilidades e as valências e capacidades de Portugal e questionando até que ponto é possível ao país ter uma estratégia própria e quais os recursos financeiros de que pode dispor. O documento analisa também os efeitos na economia portuguesa de um “novo ciclo” de políticas europeias e os seus aspetos potencialmente positivos e negativos; as orientações com efeito estruturante que Portugal deve adotar, inclusive o seu posicionamento no debate e em defesa de alguma autonomia, além das prioridades estratégicas ao nível do modelo económico; e a política seletiva de investimentos que privilegie projetos integrados e colaborativos.

Para José António Cortez, a atratividade é talvez o conceito que melhor define hoje aquilo que são as grandes valências do nosso país, a que se junta a sua capacidade de ser competitivo e de afirmar o seu próprio percurso que em parte passa por atrair investimentos, mas também competências e talentos. “Esse é um dos desafios mais importantes. As pessoas são o verdadeiro ativo que permite fazer uma coisa que é cada vez mais decisivo para haver a tal mudança, que é o empreendedorismo, que é a criação de startups, que é a criação de coisas novas e não apenas fazer mais do mesmo”, apontou.

Na política externa, uma saída para o país é procurar uma resposta no plano da diversificação. “Já temos uma concentração, nomeadamente, das nossas trocas, demasiado concentrada na Europa. Temos um potencial, até geográfico, geoeconómico, que nos permite virar para fora da Europa, diversificar mais as nossas relações económicas. Penso que isso tem de ser feito, que responda à nossa situação geoeconómica, que responda à nossa história. Há um conjunto de valências que Portugal pode potenciar nesse domínio”, acrescenta o diretor do Observatório do CCP.

No tema final, “Que respostas e prioridades de política pública deve Portugal ter?”, os contributos dos participantes sublinharam a importância de reforçar o papel da iniciativa privada, através da redução da carga fiscal sobre as empresas, da eliminação progressiva dos incentivos ao endividamento e da simplificação dos processos fiscais. Destacaram ainda a necessidade de fortalecer a capacidade industrial em cadeias de valor com relevância geoestratégica, intensificando o investimento na economia azul, aperfeiçoando os modelos de transição energética e consolidando setores onde o país já possui competências comprovadas, como as indústrias tradicionais, a extração mineral e o turismo. A valorização do rendimento líquido das famílias e o desenvolvimento de instrumentos que aumentem a liquidez dos ativos e incentivem a assunção de risco foram igualmente apontados como eixos estratégicos para o futuro.

José Félix Ribeiro, economista e consultor da CCP

Perante as incertezas que hoje marcam o futuro da União Europeia, Portugal encontra uma oportunidade para redefinir a sua posição no espaço europeu, passando da periferia para uma maior centralidade.

"Podemos, por exemplo, ter centros de investigação e de apoio à inovação e explorar mais oportunidades na área energética”

José Félix Ribeiro, economista e consultor da CCP

Entre os caminhos identificados pelos participantes, ganha relevo a aposta nos serviços de valor acrescentado e na capacidade de tirar partido da política industrial europeia para captar investimento direto estrangeiro, com o objetivo de consolidar novas áreas de especialização com elevado potencial de crescimento. “Podemos, por exemplo, ter centros de investigação e de apoio à inovação e explorar mais oportunidades na área energética”, aponta José Félix Ribeiro, economista e consultor da CCP.

Organizada sob as regras de Chatham House, de forma a assegurar um debate aberto e reservado entre os participantes, esta iniciativa assinala o início das comemorações dos 50 anos da CCP. “Serviu de ponto de partida para aprofundarmos perspetivas sobre o futuro da economia portuguesa”, conclui João Vieira Lopes, adiantando que está já em preparação uma nova iniciativa para os próximos meses: “Vamos continuar a estruturar esta luta”.

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Hoje nas notícias: Donativos ao PSD, venda da EDP e eleições

  • ECO
  • 11 Abril 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A família Barros Rodrigues, uma das principais clientes da Spinumviva, doou 30 mil euros ao PSD desde 2018. A CriteriaCaixa, maior acionista da energética espanhola Naturgy, contactou a China Three Gorges para avaliar a abertura para uma operação de aquisição da EDP. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Maior cliente de Montenegro no top de financiadores do PSD

A família Barros Rodrigues, que detém uma gasolineira em Braga responsável pelo pico de faturação da Spinumviva em 2022 e por cerca de metade da faturação enquanto Luís Montenegro liderava a empresa, doou 30.500 euros ao PSD desde 2018, sendo que a maior parte deste dinheiro foi doada a partir de 2021. Vários familiares de Jorge Barros Rodrigues, o dono da gasolineira, fizeram donativos ao partido ao longo dos últimos anos, desde o filho João Rodrigues à nora (que chegou a trabalhar na Spinumviva) aos dois irmãos de João Rodrigues e uma cunhada.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

EDP alvo de cobiça pelos espanhóis da Naturgy

A CriteriaCaixa — maior acionista da energética espanhola Naturgy, com uma participação de 26,7% — voltou a explorar a possibilidade de uma fusão com a EDP, no atual contexto de desvalorização bolsista e de insatisfação com a gestão de Miguel Stilwell d’Andrade. O grupo espanhol contactou acionistas da elétrica portuguesa, nomeadamente a China Three Gorges (CTG), que detém 21,8% do capital da EDP e é a sua maior acionista. Fontes com conhecimento do processo dizem que o Governo português também terá sido abordado informalmente, mas terá dito que a aquisição da EDP é um tema dos acionistas.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Sondagem: PS cresce, mas não descola e mantém-se empate técnico

O mais recente barómetro da Intercampus revela um crescimento de 1,3 pontos percentuais das intenções de voto no PS, para os 24,4%, o que deixa os socialistas virtualmente em primeiro lugar, à frente da coligação Aliança Democrática (23%, menos 3,5 pontos percentuais). Seguem-se o Chega (14,5%) e a Iniciativa Liberal (5,7%), enquanto a CDU subiu do oitavo para o quinto lugar, recolhendo 5% das intenções de voto. O Livre (4,3%) fica à frente do PAN (2,9%) e do BE (2,5%). A percentagem de indecisos, por sua vez, aumentou de 13,9% para 15,4% face a março.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

AD quer proibir telemóveis nas escolas até ao 6.º ano

O programa eleitoral da coligação Aliança Democrática (AD) às eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, que vai ser apresentado esta sexta-feira, prevê a proibição da utilização de telemóveis e smartphones até ao 6.º ano de escolaridade. O objetivo é implementar a medida já no próximo ano letivo (2025-26), que arranca no mês de setembro. No início do atual ano letivo, o Ministério da Educação apresentou um plano que incluía apenas um conjunto de recomendações relativas à utilização de telemóveis nas escolas, sendo que até ao 6.º ano era recomendada “a proibição do uso e/ou a entrada de smartphones nos espaços escolares”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Governo e ANA rejeitam ampliação do aeroporto Sá Carneiro

O Governo quer reforçar a capacidade do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, ao nível do transporte de passageiros e de mercadorias, além da operação da TAP. Nesse sentido, a ANA – Aeroportos está a preparar um plano de investimentos para ser concretizado nos próximos anos, mas que exclui, porém, o alargamento para duas pistas, conforme tem vindo a ser reclamado pelo setor do turismo. O plano será apresentado até ao final do corrente semestre.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 11 de abril

  • ECO
  • 11 Abril 2025

Ao longo desta sexta-feira, 11 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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EUA cortam apoios a faculdades portuguesas e enviam questionário com 36 perguntas “intoleráveis”

  • Lusa e ECO
  • 11 Abril 2025

Estados Unidos cancelam financiamento aos "American Corners" que funcionam em seis faculdades portuguesas. Universidades receberam questionário sobre as "agendas climáticas" ou "ideologias de género".

O Governo dos Estados Unidos cancelou ao Instituto Superior Técnico (IST) um programa que permitia ter nas suas instalações um espaço de divulgação da cultura americana, tendo a instituição portuguesa sido questionada sobre ligações a organizações terroristas.

O presidente do IST, Rogério Colaço, disse à Lusa que recebeu em 5 de março a comunicação do cancelamento com “efeito imediato” do programa “American Corner” e, no mesmo dia, um inquérito com “questões bastante desadequadas” sobre se o IST colaborava ou não, ou era citado ou não em acusações ou investigações envolvendo associações terroristas, cartéis, tráfico de pessoas e droga, organizações ou grupos que promovem a imigração em massa.

“O Técnico respondeu que não iria responder ao questionário porque não se adequava a uma instituição de ensino superior pública sujeita a escrutínio público e legal de um país democrático membro da União Europeia”, afirmou Rogério Colaço.

Segundo o presidente do IST, a comunicação do cancelamento do programa, seguida de um questionário, cita uma determinação emanada do Departamento de Estado norte-americano.

O Técnico respondeu que não iria responder ao questionário porque não se adequava a uma instituição de ensino superior pública sujeita a escrutínio público e legal de um país democrático membro da União Europeia.

Rogério Colaço

Presidente do IST

Há seis “espaços americanos” ou “american corners” em Portugal, que são financiados pelo Governo norte-americano e que a Embaixada dos Estados Unidos em Lisboa descreve como “centros de informação e cultura”.

Além do IST, as universidades dos Açores, Aveiro, Porto (Faculdade de Letras), Lisboa (Faculdade de Letras) e Nova de Lisboa (Faculdade de Ciências e Tecnologia) têm estes espaços.

Rogério Colaço, presidente do Instituto Superior TécnicoInstituto Superior Técnico

No caso do IST, o “American Corner” funcionava há mais de dez anos e, de acordo com Rogério Colaço, promovia palestras, encontros e atividades de “divulgação e de cariz científico”. O financiamento anual rondava os 20 mil euros.

O diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), Hermenegildo Fernandes, disse à Lusa que recebeu o mesmo questionário, que o deixou estupefacto pela “dimensão do descaramento” das perguntas, nomeadamente sobre “agendas climáticas”, se a instituição tinha “contactos com partidos comunistas e socialistas” ou “relações com as Nações Unidas, República Popular da China, Irão e Rússia” e o “que fazia para preservar as mulheres das ideologias de género”.

A faculdade optou igualmente por não responder ao questionário, notando que “a sua dependência é com as políticas científicas de Portugal e da União Europeia”, adiantou o diretor da FLUL, sem clarificar se o programa “American Corner” foi cancelado ou não à faculdade, que tem um “espaço americano” a partilhar instalações próximas com o Instituto Confúcio, entidade oficial da China que promove a cultura e a língua do país.

Contactada a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a direção da instituição indicou à Lusa, sem mais detalhes, que o “American Corner” é “um projeto anual que terminará em setembro”. “Estamos a avaliar a hipótese de nos candidatarmos à continuação do projeto ou não”, acrescentou a faculdade numa breve declaração.

Como o ECO avançou em primeira mão, a embaixada norte-americana em Lisboa enviou também cartas às empresas portuguesas com contratos públicos com os Estados Unidos, de forma a forçá-las a abandonar as políticas de diversidade, equidade e inclusão.

Questionado sobre se esta atitude não representa uma intromissão na economia portuguesa, o ministro Pedro Reis foi evasivo e não quis tomar uma posição firme sobre o tema, com o governante a preferir “encontrar pontos de discórdia”. Pelo contrário, como sublinharam também na quinta-feira, os empresários portugueses recusam “ir a reboque dos humores” dos EUA.

Reitores denunciam perguntas “intoleráveis”

Segundo Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro e presidente do Conselho de Reitores, as seis universidades portuguesas que até agora têm beneficiado de financiamento dos EUA, através do programa “American Corner”, receberam uma inesperada comunicação da embaixada norte-americana, com a rescisão unilateral das subvenções em vigor, caso não fosse preenchido um formulário com perguntas tidas como “inadequadas”.

Do mesmo figuravam perguntas como “se não trabalham com entidades associadas a partidos comunistas, socialistas, ou totalitários”, ou ainda se receberam financiamento da República Popular da China, incluindo os institutos Confúcio, da Rússia, Cuba, ou Irão.

“O Conselho de Reitores discutiu o assunto e as perguntas, pela sua natureza, configuram uma intromissão intolerável na autonomia das instituições e na sua liberdade de investigação e da ação académica”, disse à Lusa.

Concedo totalmente ao financiador a legitimidade para decidir continuar ou cessar esses financiamentos, mas o que não me parece correto é condicionar as instituições ou pedir-lhes que informem acerca de coisas que são ofensivas para a sua independência e para a sua liberdade académica.

Paulo Jorge Ferreira

Presidente do Conselho de Reitores

Paulo Jorge Ferreira salienta que o programa American Corner “tem mais de dez anos de atividade, sem qualquer incidente, e tem sido impulsionador na comunicação da Ciência”.

No caso de Aveiro, o reitor diz que “o valor do financiamento é pequeno” e tem até a ver com o interesse americano na promoção da cultura americana.

“Concedo totalmente ao financiador a legitimidade para decidir continuar ou cessar esses financiamentos, mas o que não me parece correto é condicionar as instituições ou pedir-lhes que informem acerca de coisas que são ofensivas para a sua independência e para a sua liberdade académica”, reagiu.

Embaixada garante programas que “promovam objetivos comuns”

“Temos excelentes relações com todos os seis ‘american corners’ e continuaremos a colaborar numa série de programas e iniciativas que promovam os nossos objetivos comuns”, disse a porta-voz da embaixada norte-americana em Lisboa, Marie Blanchard, sem responder diretamente a uma questão da Lusa, mas enaltecendo que os espaços americanos “demonstram o poder inigualável dos Estados Unidos como líder económico e de inovação”.

A Lusa questionou a embaixada se, no seguimento dos cortes anunciados pela administração Trump ao financiamento de universidades e agências científicas, o programa “American Corner” iria ser afetado, e em que moldes.

De acordo com o portal da Embaixada dos Estados Unidos em Portugal, os “espaços americanos” totalizam mais de 600 em mais de 140 países e estão localizados, designadamente, em universidades, centros comerciais, bibliotecas e instalações de embaixadas.

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Oscar Herencia: “Já olhámos para aquisições em Portugal, um dia pode acontecer”

A gigante americana MetLife faz 40 anos de presença em Portugal e Oscar Herencia, diretor-geral há 15 anos, diz que a seguradora quer ficar mais de 40. E explica o futuro mais imediato.

Oscar Herencia, diretor-geral em Espanha e Portugal e vice-presidente da região EMEA da MetLife: “A ALICO inicialmente, e depois a MetLife são uma aposta por Portugal”.

A MetLife, então Alico, foi a primeira seguradora estrangeira a estabelecer-se em Portugal depois da revolução. Faz agora 40 anos no país e nos últimos 15 anos sempre contou com Oscar Herencia no comando, o espanhol mais português do país, dizem muitos. A seguradora é especialista em coberturas de Vida Risco e em 2024 emitiu prémios de perto de 120 milhões de euros. Com 145 pessoas em Portugal e 265 no total da Ibéria, de que o gestor é diretor-geral, a par com a vice-presidência da região EMEA, Europa, Médio Oriente e África, da gigante americana, Oscar Herencia em entrevista a ECOseguros, fala sobre o passado, presente e antevê o futuro do negócio MetLife em Portugal.

Qual o saldo de 40 anos em Portugal?

Temos 500 mil portugueses segurados, então isso para nós é uma honra. Num país de 10,5 milhões de pessoas, 500 mil confiaram em nós e os mais antigos estão connosco há 40 anos. Nós tivemos que evoluir com eles, crescer com eles, identificar as necessidades, identificar as ferramentas que precisamos, como responder-lhes, como estar aqui, manter a solvência e o reconhecimento de uma marca. Isto requer um esforço. A companhia fez uma aposta no país. A ALICO inicialmente, e depois a MetLife mantiveram uma aposta por Portugal.

A atividade tem-se dividido em seguros de Vida Risco, Acidentes Pessoais e Proteção de pagamentos, é para manter?

A estratégia da companhia está focada em risco. Nós fizemos muito negócio de poupança, ainda que hoje alguém possa tratar como de residuais, negócio que vem do passado até, numa determinada altura, a companhia decidir que não valia a pena, com o movimento dos bancos e das companhias cativas não tínhamos uma boa proposta para trazer uma mais-valia ao mercado na parte da poupança. Desacelerámos e decidimos focar em risco. E aí continuamos, a maioria do negócio vai continuar a ser risco e, apesar disso, Portugal é provavelmente, das operações melhor diversificadas da região EMEA (Europe, Middle East, Africa), em termos de produtos e de canais.

Que novos produtos podem nascer?

Abrimos as classes de seguros de assistência e danos para outros bens e por aí vamos crescer um bocadinho. Fizemos alguns produtos para animais de companhia e lançámos alguns componentes de saúde e cibersegurança, coberturas que vão ajudar-nos a fazer o nosso produto mais pessoalizado, mais perto das necessidades dos portugueses. Como o seguro de desemprego, uma cobertura que fazemos bem e em que mercado nos reconhece. Então, por aí pode crescer alguma coisa nova. Depois, dentro dos produtos de vida ou de acidentes, evoluímos os produtos de alguma maneira para que ofereçam uma melhor proposta.

É muito importante para nós entender o que preocupa os portugueses e deixar de pensar que os portugueses estão preocupados com o que nós achamos que estão preocupados.

O crescimento virá de novos segmentos de mercado?

Estamos a trabalhar um produto de proteção sénior. Estamos ainda a estudar porque é muito importante para nós entender o que preocupa os portugueses e deixar de pensar que os portugueses estão preocupados com o que nós achamos que estão preocupados. Não é assim. Pergunta-se aos autónomos, os empregados por conta própria, esperando que eles se encontrem preocupados com o final da atividade e eles não estão preocupados com isso. Estão preocupados com outras coisas como as doenças temporárias, invalidez temporária. Por isso estamos ainda a fazer a última pesquisa para aterrar dentro da moldura do produto que nós temos e lançar o produto.

E à procura da economia grisalha…

Sim, a silver economy, a economia grisalha. Em 2050 um de cada três portugueses será maior de 55 anos e aí vão surgir novas necessidades. A maneira que temos agora de envelhecer não é a de antigamente. Hoje quando chega a reforma, as pessoas têm uma quantidade de planos e de ideias para fazer no futuro que não conseguiu fazer durante a vida profissional e passa a existir uma preocupação gigante por estar protegido. Hoje um senhor ou uma senhora com 60 anos ou 65 anos, inclusive 70, quer comprar uma televisão, quer conseguir financiamento e quer proteger isso.

Nessas idades começam a surgir novas preocupações?

Evoluímos e estamos agora a desenhar um produto muito ligado às doenças degenerativas. Porque a vida mais longa cria problemas diferentes. Observando as curvas de mortalidade e de morbilidade verificamos que, antigamente, o infarto era a primeira doença para os homens. Hoje em dia não é tão diferente para homens e mulheres, mas o estilo de vida é diferente das mulheres agora. O AVC é a doença que nos está a dar alguma dor de cabeça porque cada vez é mais frequente. Tudo isso significa que já mudou a maneira que vivemos, mudou a maneira que envelhecemos, e agora, se vivemos 90 anos, 95 anos…

Outra mudança a dar resposta?

muitas pessoas que trabalham desde casa praticamente a semana toda. Aqueles seguros de itinerância que tínhamos antigamente, agora como que se cobrem? E se alguém tem um acidente em casa enquanto está a trabalhar, é um acidente laboral?

Os prémios da MetLife cresceram em 2024 abaixo do mercado. A que se deveu?

Houve um impacto nos juros que impactou o crédito habitação e nós temos uma linha de produto muito ligada ao crédito de habitação. Somos muito sensíveis para isso, e o mercado segurador é muito sensível para isso também. Então, há uma mudança de olhar dos consumidores para a poupança, para tentar poupar dinheiro porque a situação é de incerteza. Então, tudo isso nos impacta significativamente. Com a taxa de juro mais elevada, os bancos aproveitaram essa onda e muitas dessas contribuições para seguros de vida risco foram para outro lado.

Nos prémios emitidos quanto é novo quanto é continuado?

Estamos a crescer em novas vendas, dois dígitos, provavelmente, e esse tipo de negócio tem uma persistência e uma qualidade grande. Temos maneiras de distribuir diferentes, mas para os nossos agentes exclusivos, mantém-se um negócio muito bom. No produto individual, somos sempre identificados como uma das companhias com melhor proposta para o mercado, considerando preço, serviço, marca, solvência da companhia, tudo.

Quanto colaboradores tem a MetLife?

Somos 145 em Portugal e no total da Ibéria, estamos em 265. Em Portugal temos um canal de agentes próprios, de agentes exclusivos que requer um tipo de serviço diferente do que requer Espanha onde não temos. A contribuição para vendas e margem é 50/50. A diversificação de negócios em Portugal traz uma estabilidade maior em termos de lucros que Espanha.

Hoje em dia, as pessoas querem gerir a sua economia familiar com pagamentos mensais e a proteção por seguros funciona muito bem porque são prémios muito baixos

Isso significa que Portugal tem as funções todas?

A parte de underwriting e sinistros é gerida daqui também para a Espanha. O contrário, também acontece, nas partes de operações e tecnologia e o management é ibérico. Há colaboradores que fazem só coisas de Portugal, outros só coisas de Espanha, mas é grande a sensação de cultura ibérica.

Como se reparte a distribuição em faturação?

Pode dizer-se que 50% é a mediação exclusiva e independente, 25% é banca, 20% direto e agências e o restante entre employee benefits e ainda poupança que mantemos dos contratos do passado. Esta dispersão deixa-me muito tranquilo, se há um impacto um mês ou um trimestre em um dos canais, o outro vai cumprir. Por exemplo as agências estão a correram um bocadinho melhor que os mediadores, no primeiro trimestre deste ano. Mas, no ano passado, foram os mediadores que trouxeram um retorno maior que as agências.

Há alguma novidade de Espanha para desenvolver em Portugal?

Aqui somos especialistas em vida, mas temos uma cobertura do mercado maior. Em Espanha, somos praticamente somos um jogador de nicho, fazemos muito a proteção de produtos. Em Espanha, temos um produto que também temos aqui, a que chamamos Lifestyle, serve para cobrir todas aquelas despesas recorrentes que temos com faturas de gás, de luz, qualquer coisa. Com a NOS fazemos isso, cobrimos todo o serviço que nos dão para as casas e que têm um pagamento mensal. Em Espanha 85% do mercado é nosso e, com a NOS, começámos uma colaboração simpática, mas eu acho que ainda temos muito para fazer.

Pode ser uma tendência?

Antigamente não tínhamos tanta despesa recorrente. Pagávamos à cabeça. Hoje em dia, as pessoas querem gerir a sua economia familiar com pagamentos mensais e a proteção por seguros funciona muito bem porque são prémios muito baixos.

E com baixa sinistralidade?

Nós tentamos ter certeza que todos os nossos produtos têm um mínimo de 15% de sinistralidade, porque essa é a maneira de dizer ao cliente que somos uma mais-valia. Se não há 15% de sinistralidade temos planos de recuperação para chegar a isso, se não o produto é desnecessário. Isto também mostra como mudou o mundo dos seguros. Provavelmente, há 30 anos, a ideia era de cobrar muito prémio e pagar poucos sinistros. Temos eliminado exclusões, temos acrescentado capitais, temos simplificado muito a parte do tratamento dos sinistros para que o seguro seja útil.

Capacidade para aquisições de seguradoras não falta, a MetLife é um gigante da indústria e estamos sempre dispostos para olhar para boas oportunidades, isso de certeza

Em relação a recursos humanos como está a situação dos seguros?

Quem entra na indústria seguradora não sai. Mas se se pergunta na universidade quem quer trabalhar em seguros a resposta é ninguém. Talvez os atuários, mais ninguém. Eu quando estava na universidade, não queria trabalhar em seguros, preferia negócio automóvel ou qualquer outra coisa. E a verdade é que já estou há 33 anos na indústria seguradora.

Qual a estratégia para Portugal? Mais 40 anos?

Mais de 40 anos, é uma praça importantíssima para nós. A MetLife não vende o negócio europeu. Tem um hub na Irlanda e 17 sucursais na Europa tudo Isso está muito bem consolidada. A região ibérica contribui cada vez mais para o resultado total da companhia. São dois mercados maduros onde estamos confortáveis e onde apostamos claramente. São ainda uma maneira de aprender como fazer bem as coisas em outros mercados.

Quanto a aquisições? Não Vida é um caminho?

Não Vida não é alternativa para nós. Somos especialistas em Vida. Pode ser que tenhamos algum tipo de cobertura, algum tipo de risco pequeno, mas é estratégia clara não avançar em Não Vida. Na Europa e América Latina é sempre Vida, só nos Estados Unidos EUA é diferente. Gostamos de ser reconhecidos como especialistas em vida, não vamos ser generalistas nunca.

E em Vida?

Temos apetite de crescer aqui em Vida com aquisições, estamos de olhos abertos mas tem de aparecer a oportunidade. Já fizemos compra de alguma carteira, coisa menor, mas estamos sempre com os olhos abertos porque de facto, a MetLife tem uma história grande de comprar companhias.

E Vida em Portugal?

Já olhámos para umas coisas em Portugal e alguma vez pode ser que sim. Estamos sempre com os olhos abertos para isso. Capacidade para isso não falta, a MetLife é um gigante da indústria estamos sempre dispostos para olhar para boas oportunidades, isso de certeza.

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Solti, Geicam, SEEO, Fecma, AFC e Novartis lançam inquérito para melhorar a abordagem do cancro da mama localizado HR+ HER2-

  • Servimedia
  • 11 Abril 2025

Em Espanha, são diagnosticados anualmente mais de 37.000 novos casos de cancro da mama, dos quais cerca de 95% são localizados.

O grupo de investigação Solti, a Geicam, a Sociedade Espanhola de Enfermagem Oncológica (SEEO), a Federação Espanhola de Cancro da Mama (Fecma), a Fundación Actitud Frente al Cáncer (AFC) e a Novartis lançaram um inquérito dirigido a pessoas com cancro da mama localizado HR+ HER2- submetidas a cirurgia, com o objetivo de identificar barreiras e oportunidades de melhoria na abordagem desta doença.

O inquérito procura recolher, de forma anónima e voluntária, a experiência das doentes com este subtipo de cancro da mama, que representa cerca de 70% do total de casos, com especial atenção à perceção do risco de recidiva e ao seu impacto na qualidade de vida.

Apesar dos avanços terapêuticos, mais de um terço das pessoas com cancro da mama localizado nos estádios II e III HR+/HER2- ainda enfrentam o risco de recidiva a longo prazo, muitas vezes como uma doença avançada incurável. A adesão ao tratamento e a informação sobre o risco de recorrência são fundamentais para melhorar os resultados a longo prazo.

A Dra. Elena Gálvez, membro do Conselho de Administração da SOLTI e médica oncologista do Hospital Universitário de Basurto, salienta que “informar as doentes sobre o risco de recorrência no cancro da mama precoce é essencial para facilitar a tomada de decisões partilhadas na consulta. Estas decisões podem conseguir uma boa adesão ao tratamento, que é um dos principais desafios”.

Antonia Gimón, presidente da Fecma, acrescentou que “é essencial que as mulheres compreendam bem o seu diagnóstico, as opções terapêuticas, os possíveis efeitos secundários e os passos a seguir durante e após o tratamento, bem como o risco de recidiva. Uma doente bem informada está mais bem preparada para enfrentar a doença e para manter uma comunicação fluida e de confiança com a equipa médica.

Da parte da Novartis, Esther Espinosa, Diretora de Comunicação e Relações com os Doentes, sublinhou a importância desta iniciativa e afirmou que “o objetivo deste projeto é compreender melhor a experiência vivida pelas mulheres diagnosticadas com cancro da mama, uma vez que cada história é única e apresenta desafios particulares. A Novartis está empenhada em promover um diálogo contínuo com os doentes para garantir que as suas preocupações e expectativas sejam uma prioridade na investigação e nos cuidados.

Este inquérito destina-se a pessoas com mais de 18 anos de idade diagnosticadas com cancro da mama localizado HR+ HER2-, que tenham sido submetidas a cirurgia, e tem uma duração aproximada de 15 minutos. A participação estará aberta até 31 de maio de 2025, e os pacientes interessados podem aceder e preencher o inquérito através desta ligação.

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Advanced Factories 2025 bate o seu recorde histórico de participação com 38.714 profissionais da indústria

  • Servimedia
  • 11 Abril 2025

A maior feira de robótica e automação industrial do sul da Europa deixou em Barcelona um impacto económico de mais de 79 milhões de euros.

A Advanced Factories 2025, a maior feira de automação industrial do sul da Europa, fechou as suas portas batendo os seus próprios recordes com a visita de 38.714 profissionais. O evento gerou um impacto económico de mais de 79 milhões de euros para Barcelona e transformou a cidade no epicentro da inovação para o setor da manufatura.

A nona edição das Fábricas Avançadas foi marcada pelos novos movimentos comerciais globais que aceleram a necessidade de reindustrializar a Espanha e a Europa e, nesse sentido, de promover a sua autonomia. O Ministro da Indústria e do Turismo, Jordi Hereu, destacou o valor da digitalização neste processo durante o seu discurso na feira: “A Europa tem de investir na inovação tecnológica para gerar uma indústria mais produtiva, porque é isso que nos permitirá ultrapassar as barreiras comerciais”, afirmou.

A Hereu anunciou igualmente que, na próxima semana, será lançado um novo concurso para a concessão de auxílios no valor de 11 milhões de euros ao setor eletrointensivo, com o objetivo de compensar os encargos com a fatura da eletricidade. Trata-se de fundos essenciais para o setor, uma vez que melhoram a sua competitividade e reforçam as suas capacidades produtivas e o emprego. “Peço-vos que continuem a ter confiança no presente e no futuro da indústria espanhola, porque tem a oportunidade de ser um dos grandes pólos industriais da Europa”, disse o ministro, concluindo que “precisamos de mais e melhor indústria, para mais e melhor Europa”.

No final da sua intervenção, o CSO da Aritex e presidente da Advanced Factories, Carlos Méndez, apresentou o Relatório de Competitividade Industrial para Espanha 2025, realizado pela Advanced Factories, no qual se inclui o estado de automatização do setor produtivo nacional e os desafios que se avizinham.

Neste sentido, o documento mostra que 42% dos gestores do setor pedem mais financiamento para adotar tecnologias avançadas, e que mais de 60% das empresas industriais têm dificuldades em encontrar talento qualificado. Estas são questões que devem ser abordadas através da colaboração entre os atores e da promoção de soluções digitais para que a Espanha não perca competitividade em relação a outros mercados, como Marrocos.

INDÚSTRIA

Ao longo da semana, diferentes representantes da administração e da indústria apelaram a um maior empenho e ambição para reforçar o desenvolvimento do setor transformador, a fim de proteger o crescimento e o bem-estar do continente.

Jordi García Brustenga, Diretor-Geral da Estratégia Industrial e das PME do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, apelou à indústria para que esteja recetiva a novos cenários e relações comerciais. “É um momento de ambição, de projeto. Se tivermos de estar com os chineses em vez dos americanos, se tivermos de incorporar talentos de outros países ou vender produtos noutros mercados, temos de estar abertos a esta mudança”, afirmou.

García Brustenga aproveitou a oportunidade para defender a política de segurança e defesa de Espanha e da Europa, assegurando que “pode ser uma oportunidade para as empresas que têm mais dificuldade em vender os seus produtos, tanto em termos de tecnologia como em termos de diversificação, especialmente nos setores mais maduros”.

Por seu lado, os representantes da indústria apelaram a uma regulamentação inteligente “com o objetivo de impulsionar o crescimento e o desenvolvimento da indústria”, nas palavras de Pedro Mier, antigo presidente da AMETIC e reconhecido especialista no mundo da tecnologia. “A simplificação administrativa facilitará o acesso às ajudas e reduzirá a pressão sobre as empresas para que cumpram a regulamentação”, afirmou.

Outra das reivindicações mais ouvidas esta semana em Barcelona foi a promoção da digitalização da indústria através de investimentos que eliminem o fosso entre produtividade e competitividade que existe em Espanha. Sempre sem esquecer “a importância das áreas industriais de média tecnologia – como os sectores químico, automóvel, alimentar e farmacêutico – que continuarão a ser fundamentais em termos de competitividade, economia e emprego que geram”, comentou Xavier López, CEO da Eurecat.

Mireia Cammany, vice-presidente da Pimec, deu voz às necessidades das PME industriais que, na sua opinião, têm “um problema de talento. É preciso fazer corresponder a oferta à procura. Muitas vezes, os programas de formação profissional são lançados sem ter em conta as necessidades que temos nas empresas”. A este respeito, Laia Castany, consultora do Observatório da Indústria da Generalitat de Catalunya, salientou que “é necessário melhorar a visão social da indústria. Temos de tornar mais visível a tecnologia que ela incorpora, para que os jovens optem por ela”.

Precisamente para responder a este desafio, as Fábricas Avançadas e a AMT organizaram o Talent Marketplace, um encontro destinado a estudantes de formação profissional, estudantes universitários e jovens talentos, com o objetivo de mostrar as oportunidades de emprego na indústria, quebrar mitos e mostrar a realidade de um setor com elevada procura de trabalhadores e bem remunerado.

INOVAÇÃO

Durante os seus três dias, a Advanced Factories 2025 reuniu 639 empresas que apresentaram 1.419 inovações em automação, robótica, Inteligência Artificial, visão artificial, impressão 3D, gémeos digitais, IoT; bem como soluções para a integração de sistemas de produção, cibersegurança, manutenção preditiva, controlo de qualidade e melhoria da eficiência energética.

Além disso, passaram pelas etapas do Congresso da Indústria 4.0, o maior fórum europeu sobre indústria avançada e digital que se realiza no âmbito das Fábricas Avançadas, 427 oradores de empresas como a Stellantis, Michelin, Nissan, Almirall, Damm, Coca-Cola e Airbus, que apresentaram 217 experiências de fabrico.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 11 Abril 2025

Montenegro apresenta programa eleitoral da AD - Coligação PSD/CDS. O PRR é tema de debate e há assembleia-geral de acionistas da CaixaBank, em Valência.

No dia em que Luís Montenegro apresenta o programa eleitoral da AD Coligação PSD/CDS para as próximas legislativas, está também marcado um evento para apresentar as novidades do PRR no âmbito da reprogramação e transparência. Já lá fora, há assembleia-geral de acionistas da CaixaBank, em Valência.

Montenegro apresenta programa eleitoral

Nesta sexta-feira, o líder social-democrata Luís Montenegro apresenta, pelas 17h, no Centro de Congressos de Lisboa, o programa eleitoral da AD Coligação PSD/CDS para as próximas legislativas marcadas para 18 de maio.

Conhecidas novidades do PRR

São esta sexta-feira conhecidas as novidades do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito da reprogramação e transparência. Fernando Alfaiate, presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal – entidade que organiza o evento – faz as honras da casa, seguindo-se depois Gonçalo Regalado, presidente do Banco Português de Fomento. A sessão conta ainda com Hélder Reis, secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, e Rui Vieira, diretor de Monitorização, Avaliação e Estratégia da Estrutura de Missão Recuperar Portugal.

Assembleia-geral de acionistas da CaixaBank

Uma assembleia-geral de acionistas da CaixaBank está marcada para as 11h00 (10h00 em Lisboa) desta sexta-feira em Valência, Espanha. O banco espanhol CaixaBank, dono em Portugal do BPI, teve lucros de 5.787 milhões de euros em 2024, mais 20,2% do que em 2023.

Indicadores do BdP e INE medem o pulso à economia

Esta sexta-feira o Banco de Portugal (BPStat) revela as contas nacionais financeiras referentes ao ano de 2024. Já o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços relativos a fevereiro deste ano.

Assembleia-geral de acionistas da Nos

Os acionistas da operadora Nos estão reunidos em assembleia-geral. Entre outros assuntos, está em cima da mesa a recondução de Ângelo Paupério como presidente do Conselho de Administração da operadora para o triénio entre 2025 e 2027.

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hna supera os 688 milhões de euros de faturação em 2024

  • Servimedia
  • 11 Abril 2025

A Mutualidad de los Arquitectos, Arquitectos Técnicos y Químicos realiza a sua Assembleia Geral com a eleição do Conselho de Administração e de Leopoldo Escobedo como novo presidente da entidade.

A Mutualidad de los Arquitectos, Arquitectos Técnicos y Químicos, hna, alcançou um volume de negócios de 688,6 milhões de euros em 2024, um aumento de 7,3% em relação ao ano anterior.

O aumento verificou-se principalmente nos produtos de poupança, com um crescimento dos prémios únicos superior a 8% e um aumento de 10,2% nas contribuições extraordinárias para o SPP, o produto com o qual a hna oferece um sistema alternativo à inscrição no Regime Especial de Segurança Social dos Trabalhadores Independentes (RETA). As contribuições regulares também registaram um aumento de 4,9%.

No final de 2024, ano em que o hna celebrou o seu 80º aniversário desde a sua criação em 1944, os ativos ultrapassaram os 5,1 mil milhões de euros (4,7 mil milhões em 2023) e mais de 102,6 milhões de euros foram distribuídos pelos seus membros, mais 12% do que em 2023.

A instituição mantém os seus níveis historicamente elevados de solvabilidade, com um claro excedente em relação aos mínimos legalmente exigidos, com um rácio de 348%.

Durante a 89.ª Assembleia Geral do hna, realizada na quinta-feira, 10 de abril, na qual foram apresentadas e aprovadas as contas anuais para 2024, teve também lugar a eleição do Conselho de Administração.

Leopoldo Escobedo, antigo Secretário do Conselho de Administração, foi nomeado novo Presidente da hna, sucedendo a Juan José Garmendia, a quem se agradeceu o esforço e o trabalho desenvolvido no cargo, que ocupava desde a sua eleição em junho de 1998.

Durante estes 27 anos de presidência de Garmendia, a hna cresceu tanto em termos de faturação como de dimensão, convertendo-se no Grupo hna no início dos anos 2000, após a criação da hna Correduría e da hna Servicios Corporativos. Também esteve envolvida em várias transações empresariais importantes, como a fusão com a Mutualidad de Químicos em 2010, dez anos depois fundiu-se com a Premaat e adquiriu as carteiras da USMQ e do Canal Salud. Em 2023, adquiriu as carteiras de saúde da Sociedad Filantrópica e a carteira de vida e acidentes da Previsión Vida em 2023.

Da mesma forma, a presidência de quase três décadas enfrentou o desafio da digitalização da entidade, bem como desafios regulatórios, incluindo a universalização da saúde pública e a criação de novos produtos regulatórios para adaptar a oferta à demanda dos mutualistas ou a adaptação do SPP aos novos requisitos regulatórios para ser uma alternativa ao RETA em 2012.

Nos últimos anos, também se trabalhou na comunicação das mutualidades alternativas à Segurança Social, na redução dos limites fiscais dos produtos de previdência social em 2021 e na adaptação em 2023 ao novo sistema de contribuições baseado no rendimento real.

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“Não há mesmo margem para mais medidas”. Os avisos do CFP à navegação em vésperas de eleições

Com o "mini ciclo" de excedentes a poder ter terminado e a despesa líquida a subir, Nazaré da Costa Cabral pede prudência e avisa que não há margem para mais medidas sem outras de compensação.

A margem que os Governos dispõem para medidas de política reduziu-se e está cada vez mais curta. É este o resumo dos alertas da presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), instituição que defende a sustentabilidade orçamental e que evita imiscuir-se em decisões políticas, mas que pode servir de ómega para os candidatos a São Bento.

O CFP divulgou esta quinta-feira a atualização do cenário macroeconómico e orçamental, na qual prevê menos crescimento, deterioração de saldo orçamental e agravamento da despesa líquida, um risco para a meta assumida por Portugal com Bruxelas.

Eis os principais avisos à navegação do CFP, numa altura em que os partidos políticos começaram a divulgar os programas eleitorais dos partidos que concorrem às eleições legislativas de 18 de maio.

“Não há mesmo margem para fazer mais medidas de política”

A frase da presidente do CFP, Nazaré da Costa Cabral, durante a conferência de imprensa, espelha a apreensão que a instituição sente sobre a trajetória de despesa. O alerta já tinha sido deixado em entrevista ao ECO, no início de março, agora a responsável do CFP foi categórica. “Não há mesmo margem para fazer mais medidas de política sem medidas de compensação“, afirmou.

Está nas mãos dos decisores políticos as decisões que queiram tomar para uma eventual melhoria da situação“, disse, alertando quo país tem, assim, “menos margem orçamental para fazer face a uma inversão do ciclo económico“. Neste sentido, pediu prudência “daqui para a frente com as medidas que se anunciam“, nomeadamente no impacto orçamental.

Em março, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, considerou que há “margem para” o PSD propor “novas medidas que, há um ano, não eram possíveis”.

“Mini ciclo de excedentes orçamentais pode estar terminado”

Nazaré da Costa Cabral avisa que “os números indicam que o mini ciclo de excedentes orçamentais pode estar terminado“. O CFP prevê um saldo equilibrado este ano e um regresso aos défices a partir de 2026, depois de excedentes em 2023 (1,2%) e 2024 (0,7%).

A instituição projeta um défice de 1% do PIB em 2026. No próximo ano, o resultado é influenciado em mais de metade pelo impacto dos empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Descontando este efeito, o saldo orçamental ainda seria negativo em 0,4% devido às medidas de política. No Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), o Governo inscreveu um excedente orçamental de 0,3% este ano e de 0,1% em 2026.

O CFP torna-se, assim, a segunda instituição económica a prever défices. Em dezembro, o Banco de Portugal apontou para um défice de 0,1% este ano, de 1% em 2026 e de 0,9% em 2027.

O ministro da Economia, Pedro Reis, garantiu que “não vai haver défice em Portugal“. “Isso é claríssimo”, respondeu aos jornalistas em reação aos números do CFP. O tema das finanças públicas tem servido de arma de arremesso entre a AD (Aliança Democrática) e o PS, na pré-campanha para as legislativas de maio. No cenário orçamental do seu programa eleitoral, os socialistas apontam para um défice de 0,4% no próximo ano, o que levou a críticas do partido do Governo.

Nazaré da Costa Cabral, presidente do Conselho das Finanças Públicas.Hugo Amaral/ECO

“Crescimento médio da despesa liquida nos 4,4% está acima do que foi comprometido com Bruxelas”

O CFP alerta que Portugal poderá incumprir a meta acordada com a Comissão Europeia no plano orçamental estrutural de médio prazo. “A taxa de crescimento médio da despesa líquida nos 4,4% está acima do que foi comprometido com Bruxelas“, avisou Nazaré da Costa Cabral. No plano orçamental estrutural de médio prazo, Portugal inscreveu um crescimento médio de 3,6%.

Destacou ainda que os desvios anuais previstos para 2025 e 2027 estão também acima do que são “os desvios tolerados pelas regras europeias”.

“Perigo é podermos ter uma inflexão na trajetória da dívida pública”

A presidente do CFP alertou para o impacto que teria nas finanças públicas se os saldos primários, atualmente positivos, passarem a negativos. Isto porque têm servido para servido para a redução do rácio da dívida pública. “O perigo é de podermos ter uma inflexão na trajetória da dívida pública“, avisa, considerando que “isso é que seria preocupante”, uma vez que “significaria uma deteriorarão” da situação financeira do país.

No relatório a instituição, prevê uma redução do peso da dívida de 94,9% do PIB em 2024 para 91,8% em 2025, caindo progressivamente até 90,3% em 2026.

“Conjunto de medidas tiveram um objetivo: reforçar as políticas sociais”

Nazaré da Costa Cabral sublinhou que existiu “um conjunto de medidas” que contribuíram para a deterioração do saldo orçamental e que tiveram um objetivo”: “reforçar um conjunto de políticas sociais“, entre as quais a melhoria dos salários num conjunto de carreiras e o suplemento das pensões. “Houve uma opção política no sentido de valorizar estas funções sociais do Estado. É evidente que isto tem impacto no desempenho da despesa quer em termos de saldo, quer em termos de dívida”, disse.

“Estas medidas [que deterioram o saldo] foram adotadas por vários atores políticos, algumas pelo Governo e outras pelo parlamento, nomeadamente na discussão do Orçamento do Estado”, assinalou.

“Aumento da receita de impostos diretos de 1.167 milhões em 2025 por via da redução dos reembolsos”

Os reembolsos de IRS deverão reduzir-se em 1.167 milhões de euros em 2025 devido às alterações na retenção na fonte no ano passado, estima o CFP. O impacto será positivo na receita fiscal e, consequentemente, no saldo orçamental. “Há uma certa probabilidade de, em 2025, haver um pequeno excedente por força dos reembolsos”, disse a responsável do CFP.

“O efeito mecânico da aplicação das tabelas de retenção implicou que o Estado abdicasse de mais receita do que poderia obter se a medida não tivesse sido adotada”, o que “vai ter um impacto conjuntural em 2025 favorável”, explicou.

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“Um jovem de 16 anos até pode decidir casar ou mudar de género, mas quase não pode decidir o que come”, diz Teresa Burnay

Aumentar a notoriedade da Auto Regulação Publicitária é um dos objetivos de Teresa Burnay, a nova presidente. Em entrevista, a diretora de media da Unilever comenta também o fim do Playce.

Teresa Burnay, presidente da Auto Regulação Publicitária, em entrevista ao ECO/+MHugo Amaral/ECO

Acompanhar o aumento da regulação na comunicação publicitária e dar formação a anunciantes e agências no sentido de acomodar as alterações legislativas, é um dos desafios da Auto Regulação Publicitária (ARP), organismo que junta anunciantes, agências e meios liderado, desde o início de abril, por Teresa Burnay.

O setor bancário, com nova regulação, ou setor de detergentes e cosmética, “que nos próximos anos vai ter também uma evolução grande em termos de legislação”, são dois dos exemplos dados presidente da ARP em entrevista ao +M.

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Há sempre uma tendência na Europa para termos uma legislação bastante menos liberal do que no resto do mundo, ou nos EUA. As intenções são boas, depois as consequências nem sempre são as melhores, porque acabamos por nos tornar menos competitivos”, comenta a também membro da direção da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) e diretora das unidades de Home Care, Personal Care and Beauty & Wellbeing da Unilever.

As marcas deixaram de comunicar, canais como o Canal Panda praticamente desapareceram. Às tantas, chegamos aqui a um exagero em que um jovem de 16 anos até pode decidir casar ou mudar de género, mas quase não pode decidir o que come.

“Se a implementação for feita de uma forma razoável, as intenções são boas e é para evitar também que agora, de repente, todo o ‘gato e sapato’ se apresente como ecológico”, observa. A questão, é “quando se quer ser mais papista do que o Papa”, diz, dando como exemplo a Lei 30/2019, que restringe a publicidade de alimentos e bebidas consideradas não saudáveis a menores de 16 anos.

“A intenção é ótima, mas às tantas chegamos a um ponto em que deixamos de ter praticamente comunicação de produtos alimentares para jovens abaixo dos 16 anos”, targets que, de resto, não são definidos desta forma em media. “As marcas deixaram de comunicar, canais como o Canal Panda praticamente desapareceram. Às tantas, chegamos aqui a um exagero em que um jovem de 16 anos até pode decidir casar ou mudar de género, mas quase não pode decidir o que come”, diz.

Ou seja, “sofrem os meios mais tradicionais, sofrem os anunciantes que não conseguem comunicar nesses meios, mas a implementação não é viável”, prossegue, dando como exemplo a comunicação digital, na qual algumas das restrições “não se conseguem controlar”.

Sucedendo a Nuno Pinto de Magalhães, que exerceu nos últimos dez anos a presidência da ARP, Teresa Burnay começa por referir, sobre as novas funções, ter “big shoes to fill”, pelo que não chega ao organismo que reúne anunciantes, agências e meios com “uma postura disruptiva ou a querer fazer tudo diferente”.

Assim, e em linha com o que já vinha a ser feito, um dos objetivos é “trazer para a autorregulação tudo o que é a área de marketing digital”.

O marketing de influência é outra das prioridades. Neste campo, “estamos melhor, mas acho que ainda há muito para evoluir, especialmente quando comparamos com outros meios. Ainda há muitas irregularidades”, admite a responsável. Dar formação, “em toda a linha” e “aumentar a notoriedade” do próprio organismo são também objetivos do mandato de Teresa Burnay, detalhados em entrevista.

Fim do Playce: “Os anunciantes são os principais lesados”

O fim do Playce, na sequência de uma nota de ilicitude da Autoridade da Concorrência, é outro dos temas abordados na conversa. A também diretora de media da Unilever — e é apenas nessa qualidade que comenta o assunto, não vinculando as suas respostas a APAN — conta que na companhia ficaram “perplexos”.

O Playce “foi uma inovação tecnológica que veio adicionar imenso valor ao mercado, a nós anunciantes. Mesmo os meios de televisão linear estão completamente saturados em termos de oferta, já não têm espaço. O Playce dava-lhes mais uma possibilidade de oferta e de tirar a discussão do preço puro, do CPR (Custo por Resultado), permitindo-nos a nós fazer um bocadinho aquilo que já se faz há muitos anos em digital, que é comunicação targetizada: comprar audiências em vez de comprar o meio X ou meio Y, fazer uma comunicação muito mais eficiente. E fazer isso em televisão, onde temos uma cobertura bastante maior”, começa por enquadrar.

“Perder isto é uma pena. Acho que os anunciantes, claramente, são os principais lesados, são os mais prejudicados”, aponta. Teresa Burnay, já transmitiu a sua “preocupação” à APAN e acredita que mais anunciantes o farão. “Com isso, a direção da APAN, obviamente, tomará ou não uma posição”, antecipa.

O Playce “foi uma inovação tecnológica que veio adicionar imenso valor ao mercado, a nós anunciantes.

Embora não conhecendo “a fundo” o processo, mas “conhecendo pessoalmente toda a gente neste mercado”, a também diretora das unidades de Home Care, Personal Care and Beauty & Wellbeing da Unilever diz ter a certeza que “todos agiram de boa-fé e a querer o melhor para o mercado”.

“Para as [operadoras de] telecomunicações, isto representa um pedacinho muito pequeno, não é o seu core business. Tiveram um trabalho imenso, mas não perdem assim tanto. É muito maior o risco de coima que teriam”, reforça a responsável. Já no caso das televisões, “mesmo para as televisões lineares, era uma forma de diversificar a sua oferta, portanto vai ser uma perda também”, descreve.

E quem ganha com a decisão? “Os meios digitais nacionais também perdem, provavelmente. Aqueles meios que fazem muito programmatic, e que são principalmente internacionais, são provavelmente quem mais vai ganhar”, antecipa a também membro da direção da APAN.

“Os anunciantes que querem fazer comunicação targetizada, que querem comprar audiências, só conseguirão fazê-lo viaprogrammatic. E a compra programática, que é feita em digital, é fornecida através do DV360 da Google ou da Trade Desk”, resume.

Pode assistir à entrevista completa aqui:

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