Da “imprudência” de Hernâni Dias à lentidão no SNS e aos “demónios” nas reformas antecipadas. O debate quinzenal em 5 pontos

No primeiro embate parlamentar após a demissão do secretário de Estado, Montenegro anunciou uma reforma no Ensino Superior e avisou que só baixa ISP se a subida dos combustíveis for "insuportável".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, no debate quinzenal, no Parlamento.Hugo Amaral/ECO

O primeiro-ministro garante que está para “durar”, mesmo com a queda do Hernâni Dias e apesar de reconhecer que os resultados do plano de emergência para a saúde são “lentos”, afirmou esta quarta-feira diante dos deputados. No primeiro debate quinzenal, no Parlamento, após a demissão do secretário de Estado da Administração Local, Montenegro anunciou que o Conselho de Ministros desta quinta-feira vai aprovar uma reforma do regime jurídico do Ensino Superior e avisou que só baixa o ISP se a subida dos combustíveis for “insuportável”.

O chefe do Executivo reconheceu a existência de “injustiças” no IRS Jovem e afastou os “demónios” sobre o fim ou o travão das reformas antecipadas, assegurando, mais uma vez, que só numa futura legislatura, e após a auscultação dos eleitores, irá ponderar uma eventual mudança do regime. No frente a frente com a bancada do PCP, houve ainda um momento insólito, quando o primeiro-ministro cometeu uma gaffe ao tratar o secretário-geral comunista por “Paulo Narciso”. Veja os cinco momentos-chave do debate quinzenal.

O caso: demissão de Hernâni Dias

O debate arrancou com primeiro-ministro a reconhecer a “imprudência” do ex-secretário de Estado da Administração Local, Hernâni Dias, na criação de duas empresas, uma vez que poderia estar em causa um eventual conflito de interesses com a nova lei dos solos. “Por isso, ele assumiu a dimensão política da sua ação” e “fez bem” em demitir-se, afirmou.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, ladeado pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, e o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no debate quinzenal.Hugo Amaral/ECO

“Sobre a participação de duas empresas é verdade, foi uma imprudência do secretário de Estado, mas não fale em incompatibilidades, em negócios, porque a atividade dessas empresas foi zero”, sublinhou o chefe do Governo em resposta ao líder do Chega, André Ventura.

Questionado por que razão não demitiu Hernâni Dias, sabendo que o secretário de Estado estava “formalmente suspeito”, Montenegro foi taxativo: “Por que é que não o demiti? É muito simples, porque não foi preciso, ele tomou a iniciativa e acho que fez bem”.

André Ventura insistiu e voltou a acusar o primeiro-ministro de não “indicar a porta da rua” a quem comete crimes. No contra-ataque, Luís Montenegro criticou Ventura de confundir “propositadamente muitas coisas ao mesmo tempo para tentar passar uma mensagem”.

“Hernâni Dias não é, neste momento, arguido em processo nenhum, que se saiba. Não confunda, não fixe uma condenação sobre atos e ações que não foram ainda ajuizadas sobre um organismo de investigação criminal. Dizer que Hernâni Dias tem negócios por causa da lei dos solos é desonesto da sua parte. O senhor deputado usa intencionalmente esse argumento para ter um ganho político”, atirou Luís Montenegro.

“O senhor deputado tem de ser sério para ser respeitado e representar condignamente aqueles votaram em si, que não querem essa conversa de café”, rematou. Entretanto, André Ventura disse que estava na hora de Montenegro ir embora e o primeiro-ministro respondeu: “Não confunda o seu desejo com a realidade. Eu estou aqui para dar e durar”.

O momento: Ventura chama mentiroso a Montenegro

Depois de Ventura ter defendido insistentemente que políticos suspeitos de crimes devem ser logo demitidos, mesmo antes de serem julgados, o que mereceu a reprovação de Montenegro, o primeiro-ministro lembrou que o líder do Chega já tinha sido condenado pelo tribunal por ter ofendido a honra e a imagem da família Coxi.

“A porta da rua deveria ter sido dirigida a si”, vincou Luís Montenegro.

O líder do Chega, André Ventura, no debate quinzenal.Hugo Amaral/ECO

“Não vale a pena invocar a sua postura em comparação com a minha postura. Joga em seu desfavor. Não seja masoquista, senhor deputado. Não ando ao sabor daquilo que pretende. Somos diferentes, no final os portugueses ajuízam quem tem mais qualificação para as suas funções”, atirou.

Em reação, o líder do Chega acusou o primeiro-ministro de ter “mentido”, defendendo que foi “condenado por dizer a verdade ao país”.

O anúncio: reforma do ensino superior

O Governo aproveitou o debate quinzenal para antecipar um dos diplomas que será levado ao Conselho de Ministros desta quinta-feira. “Amanhã mesmo iremos aprovar os eixos principais de uma reforma do regime jurídico das instituições do ensino superior, que serão oportunamente tratados também e apreciados na Assembleia da República”, afirmou Luís Montenegro.

O chefe do Executivo explicou que a reforma do regime estabelecido em 2007 visa “dar às instituições mais condições para terem os seus processos de autonomia, de serviço daquilo que é o seu propósito formativo e de terem também maior previsibilidade dos projetos que não se esgotam ao sabor dos governos em funções”.

A proposta de revisão do Governo apresentada às instituições prevê uma “aproximação entre subsistemas universitário e politécnico e público e privado, permitindo a evolução e flexibilização do sistema binário e a racionalização da rede do ensino superior”.

A reforma determina ainda que a eleição direta dos reitores ou presidentes seja “alargada à comunidade de ex-alunos, para um mandato único de seis anos”, sendo “reforçada a independência do Conselho Geral e a importância dos membros externos”.

O Executivo tinha assumido ainda como objetivo a valorização do ensino politécnico, através da definição de “requisitos para a utilização da designação Universidade Politécnica, que poderá ser adotada pelas instituições politécnicas que conferem o grau de doutor”.

As obsessões: SNS e combustíveis

O plano de emergência para o SNS do Governo voltou a ser colocado em causa pela oposição. O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acusou o Governo de nada fazer em relação ao caos que se vive no Hospital Amadora-Sintra e às listas de espera para cirurgia oncológica pediátrica e de adultos.

O presidente do Chega disse mesmo que é “falso” que as listas estejam resolvidas. E a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, sugeriu que as administrações hospitalares fossem escolhidas por concurso, proposta que Montenegro afastou.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, no debate quinzenal.Hugo Amaral/ECO

Depois de ter elencado as melhorias que o Governo já alcançou no que diz respeito à execução do plano de emergência para a saúde, como a diminuição das listas de espera ou do número de utentes sem médico de família, Montenegro acabou por reconhecer que a situação do SNS “está muito longe” da que o Executivo deseja. “Os tempos de espera diminuíram 20%, mas continua a haver um conjunto de preocupações inaceitáveis” do ponto de vista da capacidade de resposta, assume.

“Os resultados são lentos e queremos ainda superá-los no futuro”, defendeu.

A guerra entre Governo e PS sobre o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) também dominou o debate. O líder socialista voltou a acusar o Executivo de ter agravado o imposto sobre os combustíveis com o primeiro-ministro a negar repetidamente tal teoria.

“O senhor primeiro-ministro está a confundir a taxa de carbono com a taxa de ISP. A taxa de carbono foi descongelada, o que acontece é que há um leilão das emissões e a taxa de carbono baixou para toda a Europa. Então, o Governo decidiu aumentar a taxa do ISP para compensar. E não voltou a reduzir”, salientou o secretário-geral do PS.

Montenegro acabou por “concordar com a exposição” de Pedro Nuno Santos, “com exceção da sua conclusão”. O primeiro-ministro reconheceu que “houve uma diminuição da incidência da taxa de carbono no valor de três cêntimos”.

“E o que fizemos foi diminuir o desconto em vigor, que era transitório em cerca de três cêntimos. Parece-me um caminho equilibrado, que não tem intervenção nenhuma na formação de preços”, afirmou. Então, “o que o Governo fez foi anular a descida da taxa de carbono”, conclui o secretário-geral do PS.

Montenegro revelou ainda que, neste momento, não é adequado voltar a baixar o imposto. Só “se houver uma escalada do preço que antecipe uma subida permanente a níveis que sejam insuportáveis” é que o Governo deverá tomar “medidas, nomeadamente na área fiscal, para desagravar a situação e repor o equilíbrio no acesso aos combustíveis”, salientou.

O demónio: reformas antecipadas e o Narciso

A sustentabilidade da Segurança Social e o fantasma do travão às reformas antecipadas ou de mexidas na Taxa Social Única (TSU) também marcou o debate. O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, questionou o Executivo se tencionava avançar com alterações legislativas que “retiram direitos” aos trabalhadores, ainda que o Executivo já tenha garantido, por diversas vezes, que alterações nestas matérias só se irão colocar numa futura legislatura.

A pergunta foi colocada pelo PCP, mas Luís Montenegro aproveitou para disparar contra os socialistas. “O PS deixou-nos um livro na mão, um livro verde para sustentabilidade da Segurança Social e o que o livro verde preconiza é aquilo que PS nos acusa”, criticou Montenegro referindo-se a uma das recomendações do relatório para travar as reformas antecipadas.

“Pedro Nuno Santos está indignado! Indignado estou eu, porque disse uma coisa sem fundamentação. O Governo em nenhum momento quis mexer nas reformas antecipadas. A seguir às eleições, depois da pronúncia do povo, vamos primeiro sujeitar ao crivo do povo, não vamos fazer nada nas costas do povo”, defendeu o primeiro-ministro.

Montenegro indicou que, “neste momento”, o Governo “tem disponibilidade para, aproveitando o estudo que foi legado, fazer uma análise profunda, fazer um grupo de trabalho e depois, sempre com a legitimação do povo português, se for essa a intenção” alterar matérias relacionadas com as reformas antecipadas ou a TSU.

O primeiro-ministro lembrou que o Executivo acabou de “transferir quatro mil milhões de euros para o Fundo de Estabilização da Segurança Social” para sublinhar a boa saúde das contas públicas. “Estamos a tratar de dar solidez ao sistema da Segurança Social. Se não for necessária nenhuma medida, tanto melhor. Mas, se for necessário, temos a frontalidade de dizê-lo ao país”, reconheceu.

“Não antecipem demónios, porque não há nenhum demónio, o que há é o reforço da proteção para o futuro”, assegurou.

Durante o debate com o líder do PCP, Paulo Raimundo, o primeiro-ministro cometeu uma gaffe e tratou o secretário-geral comunista por “Paulo Narciso”.

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“Foi uma sorte para a dessalinizadora do Algarve sair do PRR”, diz Castro Almeida

Castro Almeida garante que dessalinizadora do Algarve vai ser financiada na sua totalidade com verbas do PT2030 e promete que não "deixará cair" a construção de nenhuma casa.

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial disse, esta quarta-feira, que “foi uma sorte para a dessalinizadora do Algarve sair do Plano de Recuperação e Resiliência”. A “sorte”, explicou Manuel Castro Almeida, reside no facto de a obra estar “subdotada” no PRR e, agora, que vai ser financiada pelo Portugal 2030 poderá receber o financiamento adequado.

Castro Almeida garantiu aos deputados, na comissão eventual de acompanhamento da execução do PRR e do Portugal 2030, que por haver investimentos que caíram do PRR isso não significa que não serão realizados, nem tão pouco que as obras vão parar. Uma preocupação transversal aos vários grupos parlamentares.

No caso da dessalinizadora do Algarve, ao ser financiada através do PT2030, não só poderá ter uma maior percentagem de investimento elegível assegurada por fundos europeus, como passa a ter “um prazo mais alargado de execução”.

A opção não é tranquila para os deputados. À gestão hídrica serão retirados 224,4 milhões de euros. A Barragem do Pisão já não vai ser financiada pelo PRR, tal como a dessalinizadora do Algarve e a barragem do Pomarão que terão de encontrar fontes de financiamento alternativas. A barragem será financiada pelo Portugal 2030 e pelo Orçamento do Estado os outros dois projetos pelo Sustentável 2030. No entanto, só no Algarve os projetos hídricos no PRR rondam os 120 milhões de euros (a fundo perdido) e o Algarve 2030 tem apenas uma dotação de 66 milhões de euros para esta categoria de projetos que já estão integralmente comprometidos com as ITI e no Sustentável 2030 a gaveta onde estes projetos se encaixam é de apenas 20 milhões de euros. Caso os projetos sejam financiados através do empréstimo de dois mil milhões de euros da Águas de Portugal junto do Banco Europeu de Investimento o problema é que isso terá impacto nas tarifas da água, alertou o deputado Pedro Vaz.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional explicou que o PRR só assegurava 50% do custo do projeto, mas ao transitar para o PT2030 acaba por ter um financiamento do 65%, o que representa uma poupança para o Estado, são mais 15 milhões de euros para financiar as dessalinizadora.

E já numa troca direta de comentários com o deputado, Hélder Reis lembrou que está em curso uma reprogramação do Portugal 2030. “Não estamos a fazer a reprogramação?”, questionou o secretário de Estado. “Há-de ter” verba, disse, reconhecendo que “haverá outras coisas que não serão feitas”. “Todos disseram, incluindo a Águas de Portugal, que não seria possível ter a dessalinizadora pronta a tempo, o que implicaria perder 50 milhões de euros”, frisou Hélder Reis.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional vai deslocar-se quinta-feira à Barragem do Pisão para exprimir o empenho do Executivo no cumprimento deste investimento que até já cumpriu dois marcos no PRR e já recebeu um adiantamento superior às obras realizadas, avançou Hélder Reis. “Há regimes especiais que temos de estudar de que forma têm ou não alguma possibilidade de se manterem ou não”, disse sem explicar em que consiste este regime.

A barragem chegou a estar totalmente faseada no PRR, mas a Comissão Europeia não aceitou porque era necessário atestar que não tinham um impacto ambiental nocivo e, para isso, é precisar encher a barragem e testar a qualidade do trabalho desenvolvido e, em junho de 2026, a barragem não estaria pronta, explicou uma vez mais o Hélder Reis. “Vamos ver se os fundos europeus lá conseguem chegar”, disse ao enunciar a fontes alternativas de financiamento a que acresce o Orçamento do Estado.

Castro Almeida foi, por diversas vezes, confrontando com a opção de retirar 3.300 casas a custos acessíveis do PRR, onde ficam apenas 3.500 das 6.800 inicialmente previstas. O responsável explicou que o IHRU já tem em obra 3.500 casas, mas as restantes, que deveriam ser da responsabilidade das autarquias, não foram lançadas a tempo e como tal à componente da habitação vai ser retirado a verba de 391 milhões de euros.

Hélder Reis explicou que será com recurso a um empréstimo BEI que será assegurada a construção das remanescentes – “um empréstimo do BEI ao Orçamento do Estado”. “O BEI dá-nos o dinheiro, não todo, para financiarmos os projetos que quisermos pôr em prática”, explicou o responsável.

A maior parte das casas estão contratadas, mas não iriam ser feitas dentro do prazo. Por isso foram retiradas por precaução e terão financiamento via PRR ou financiamento BEI”, disse Castro Almeida, acrescentando que o Governo garante que vai cumprir o compromisso do Executivo anterior de construir 26 mil casas, no âmbito do PRR, e estender esse número para 33 mil até 2030. Castro Almeida disse que a reprogramação tem “uma marca”.

“Com as dificuldades de mão-de-obra, que hoje existem, acrescentar mais obra de betão era acrescentar um problemas ao problema que já temos”, frisou. Perante as “muitas carências na saúde e nas universidades e centros de investigação, a reprogramação é uma boa oportunidade de os equipar com equipamentos de última geração”.

“As dificuldades com a mão-de-obra são de facto graves. Não há dia nenhum em que não me cruze com um presidente de câmara que não tenha ficado já com um concurso deserto”, conta o ministro. “Até já me cruzei com um que ficou com o mesmo concurso quatro vezes deserto”, lamentou.

Repetidamente criticado ao longo da audição por não ter ouvido os vários quadrantes da sociedade antes de entregar a reprogramação em Bruxelas, Castro Almeida frisou que a reprogramação “não foi uma opção do Governo”.

“O Governo limitou-se a constatar que algumas das obras previstas no PRR não iriam ser executadas dentro do prazo, não iriam ser financiadas no final, a tempo e horas, e retirou-as do PRR, substituindo-as por outros investimentos que podem ser executados dentro do prazo”.

Reprogramação do PT2030 já começou e será mais participada

Castro Almeida revelou que o exercício de reprogramação do Portugal 2030 já se iniciou esta semana, depois de terminado o do PRR no sábado, e deverá estender-se ao longo dos próximos três meses.

Será um processo mais longo e mais participado do que foi o PRR“, reconheceu. “Como não pode deixar de ser”, acrescentou.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Número de inquilinos com apoio à renda volta a cair em janeiro

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2025

Em janeiro de 2025 foram processados apoios para 145.870 inquilinos. Um ano antes eram 233.323 os beneficiários.

O apoio à renda chegava em janeiro a 145.870 inquilinos, segundo o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), número que traduz uma descida face aos 233.323 beneficiários identificados um ano antes.

“Em janeiro de 2025 foi atualizado o universo de locatários com apoio extraordinário, e processados apoios para 145.870 locatários”, disse, em resposta à Lusa, fonte oficial do IHRU, adiantando que além destes há mais 46.364 inquilinos “passíveis de enquadramento na medida” tendo em conta as regras de atribuição do apoio previstas na lei.

Este apoio extraordinário, cujo valor máximo pode chegar aos 200 euros, dirige-se a pessoas cujo pagamento da renda de casa lhes exige uma taxa de esforço acima dos 35%, ou seja, que têm de usar mais de 35% do seu rendimento mensal para pagar esta despesa. A atribuição do apoio é feita de forma oficiosa pelo IHRU com base nos elementos que lhe são disponibilizados pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), Segurança Social (SS), Caixa Geral de Aposentações (CGA) e Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Há, porém, situações passíveis de ser elegíveis, mas em que a atribuição do apoio está dependente de validação prévia pelos beneficiários dos dados utilizados para apuramento da sua situação.

Em causa estão inquilinos cujo montante de renda ultrapassa o valor dos seus rendimentos ou as situações em que são detetadas desconformidades entre a declaração fiscal do rendimento de rendas do senhorio, a declaração fiscal relativas ao recebimento ou faturação de rendas, a participação dos contratos de arrendamento e a declaração fiscal dos inquilinos que a AT reporta ao IHRU.

Na mesma resposta, o IHRU refere que desenvolveu uma aplicação informática para efeitos de validação prévia dos dados pelos locatários, adiantando que a mesma “será disponibilizada durante a semana em curso”.

Depois de uma primeira subida, o universo de beneficiários tem vindo a reduzir-se: em janeiro do ano passado eram 233.323, tendo recuado para 223.200 no final de abril e agora para os cerca de 146 mil, sendo que a estes podem ainda vir a somar-se os referidos 46.36, num total de 192 mil.

Quando em junho de 2023 foi pela primeira vez pago o apoio (com retroativos a janeiro desse ano), este chegou a 154.212 agregados, tendo sido na altura identificados mais 32 mil passíveis de o receber. O IHRU salienta que a atualização que é feita sobre beneficiários “pode resultar em mudanças nas condições de elegibilidade do apoio” que podem levar à sua “interrupção, diminuição ou aumento do valor do mesmo ou a novas atribuições”.

Do universo de beneficiários a quem foi processado apoio à renda em janeiro, há 25.141 que recebem o valor máximo de 200 euros. Em termos globais, o valor médio deste apoio ronda os 100,46 euros.

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Unapologetically Iris: o leilão da coleção pessoal de Iris Apfel decorre até dia 13 

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 5 Fevereiro 2025

Iris Apfel foi considerada a senior influencer com mais estilo de sempre. Morreu aos 102 anos,em 2024, mas alguns dos seus looks mais icónicos estão em leilão na Christie's.

A coleção pessoal de Iris Apfel, que morreu no ano passado aos 102 anos, está atualmente em leilão na Christie’s, num evento intitulado “Unapologetically Iris”. A venda online, que decorre entre 28 de janeiro e 13 de fevereiro, apresenta mais de 200 peças que refletem o estilo exuberante e maximalista da designer de interiores e socialite norte-americana.

A coleção inclui um vasto espólio de vestuário e acessórios, com criações de grandes nomes da moda como Dior, Carolina Herrera, Dolce & Gabbana e Saint Laurent. Entre os itens mais emblemáticos, estão os característicos óculos de armação redonda, uma imagem de marca de Apfel, com 18 pares incluídos no leilão. Peças de joalharia assinadas por designers como Jianhui London e Alex Bittar também estão em destaque, bem como criações da própria Iris Apfel.

A excentricidade de Apfel não se limitava à moda, refletindo-se também na decoração e no mobiliário. Entre os itens leiloados, encontram-se faqueiros, serviços de mesa, banquetas e um painel políptico pintado do século XIX, de origem espanhola ou holandesa. Uma das peças mais singulares é uma cadeira de estilo Luís XVI, decorada com um retrato da própria Apfel, um presente da artista Anna Anoyo em 2021.

Elizabeth Seigel, diretora das coleções privadas da Christie’s, sublinha o caráter único da seleção: “Ela abraçou a filosofia de que ‘mais é mais’, mas nem a sua moda nem a sua decoração de interiores pareciam pesadas pelas escolhas maximalistas que impulsionavam o seu estilo e sensibilidade”.

Este leilão vem juntar-se a outras recentes vendas de coleções de celebridades, como as de Andre Leon Talley e Elton John, e espera-se que angarie pelo menos 250 mil dólares (cerca de 243 mil euros). Os lucros serão destinados a um fundo de solidariedade criado pelos herdeiro da designer.

Iris Apfel ficou conhecida pelo seu olhar irreverente sobre a moda, sendo também uma colecionadora de têxteis antigos e fundadora da empresa Old World Weavers em 1950, juntamente com o marido, Carl Apfel. O seu espírito livre e audácia no estilo transformaram-na numa figura inconfundível, cuja influência perdura no mundo do luxo e do design. O leilão “Unapologetically Iris” celebra esse legado, oferecendo aos colecionadores a oportunidade de adquirir um pedaço da sua icónica estética.

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Benfica e FC Porto no top 5 dos que mais lucraram com transferências em 2024/25

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2025

Leeds (132 milhões) e Burnley (101 milhões), ambos do segundo escalão inglês, e os franceses do Lens (106 milhões) ocupam o pódio,

Benfica e FC Porto encerram o top 5 mundial de clubes com mais lucro decorrente de transferências de futebolistas nas duas janelas de 2024/25, segundo um estudo do Observatório do Futebol (CIES) divulgado esta quarta-feira.

Somados os montantes fixos e variáveis das transações definitivas e dos empréstimos com obrigação incondicional de compra, as ‘águias’ e os ‘dragões’ tiveram o quarto e o quinto melhores saldos positivos, com 92 e 82 milhões de euros, respetivamente.

Leeds (132 milhões) e Burnley (101 milhões), ambos do segundo escalão inglês, e os franceses do Lens (106 milhões) ocupam o pódio, enquanto o Sporting de Braga está no 28.º lugar, com 28 milhões de lucro, em contraste com os 31 milhões de prejuízo acumulados no verão de 2024 e no inverno deste ano pelo Sporting, campeão nacional e líder isolado da I Liga.

Os ingleses do Brighton tiveram o balanço financeiro mais desfavorável entre compras e vendas, fruto de 253 milhões negativos, seguidos dos compatriotas do Ispwich, com 176 milhões, e dos sauditas do Al Nassr, do capitão da seleção portuguesa Cristiano Ronaldo, com 175 milhões.

Na mais recente janela de transações, que esteve ativa entre 1 de janeiro e segunda-feira para os clubes nacionais, o FC Porto destacou-se com lucros de 73 milhões, bem acima dos sete milhões do Sporting de Braga e em oposição aos saldos negativos de Sporting (14 milhões) e Benfica (12 milhões).

Os ‘encarnados’ foram, entre os 100 emblemas envolvidos no estudo, os sextos que mais dinheiro receberam em vendas, ao totalizarem 169 milhões, seguidos de perto pelos ‘dragões’, oitavos, com 160 milhões, numa lista dominada pelos ingleses do Aston Villa, com 249 milhões, e que coloca os ‘arsenalistas’ no 59.º lugar, com 57 milhões, e os ‘leões’ em 71.º, com 46 milhões.

Os três ‘grandes’ surgem de forma seguida, entre a 42.ª e a 44.ª posições, no somatório de despesas, com o FC Porto a juntar 78 milhões, contra os 77 milhões de Benfica e Sporting, todos longe do topo, ocupado pelo Brighton, com 317 milhões, e do Sporting de Braga, 85.º, com 25 milhões.

Já o volume total de negócios foi liderado pelos ingleses do Chelsea, com 481 milhões entre entradas e saídas, quase o dobro dos 246 milhões do Benfica, 16.º, seguindo-se o FC Porto, 19.º, com 238 milhões, o Sporting, 52.º, com 123 milhões, e o Sporting de Braga, 78.º, com 82 milhões.

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“Vem aí mais um ano-luz”, diz Star Channel em campanha onde celebra estreia de novas séries

  • + M
  • 5 Fevereiro 2025

A campanha dá continuidade ao projeto lançado em novembro, através do qual a Star Channel acendeu a estrela Star em 22 localidades portuguesas como forma de agradecimento aos espectadores.

De forma a celebrar a estreia de novas séries nos seus canais, a Star Channel lançou uma campanha sob o mote “Vem aí mais um ano-luz”.

O objetivo passa por destacar a estreia de quatro novas séries nos canais Star, nomeadamente “Investigação Criminal: Origens” (Star Channel), “Doctor Odyssey” (Star Life), “Mademoiselle Holmes” (Star Crime) e “High Potential” (Star Life).

Desenvolvida e implementada pela The Walt Disney Company (TWDC) Portugal, a campanha marca presença nos canais Star Channel, Star Life, Star Crime, Star Comedy e Star Movies, em mupis digitais e também em imprensa, rádio e digital.

Em Lisboa (estação de metro do Cais do Sodré) e no Porto (estação de Metro da Trindade) foram também colocadas duas instalações luminosas de grandes dimensões, sob a forma de frases em néon, numa fonte criada especialmente para este projeto.

Esta campanha dá continuidade ao projeto lançado em novembro passado, através do qual a Star Channel acendeu a estrela Star em 22 localidades portuguesas como forma de agradecimento aos espectadores. O objetivo com esta segunda vaga da campanha “pretende partilhar com os espectadores uma mensagem de otimismo, para mais um ano-luz“, explica-se em nota de imprensa.

O projeto serve também de mote para uma festa de celebração, a Star Channel Ano-Luz Party, que decorre no Pátio da Galé, em Lisboa, no dia 21 de fevereiro (23h00), e que vai contar com a atuação de Ivandro, Xinobi, Paul Soir e Girasol.

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Marco assume comunicação em Portugal da Mondelēz, dona da Oreo e Milka

  • + M
  • 5 Fevereiro 2025

À responsabilidade da agência fica a estratégia de relações públicas, corporate communication & public affairs da multinacional no mercado nacional, função que antes era assegurada pela GCI.

A Marco assumiu a comunicação em Portugal da Mondelēz, grupo dono de marcas como Oreo, Milka, Toblerone, Philadelphia, Triunfo, Royal, substituindo a GCI. A agência assume agora a comunicação do grupo em território nacional, depois de já ter assegurado a mesma em Espanha no ano passado.

À responsabilidade da agência fica a estratégia de relações públicas, corporate communication & public affairs da multinacional no mercado nacional, com o objetivo de “consolidar a sua presença em Portugal de forma alinhada com as suas iniciativas de sustentabilidade e inovação globais“.

“Especializada na construção de marcas e gestão de reputação, a escolha da Marco reflete a confiança de empresas globais na capacidade da agência para o desenvolvimento e implementação de estratégias inovadoras com impacto“, diz Diana Castilho, head of Portugal da Marco, citada em comunicado.

A nossa equipa está pronta para entregar resultados excecionais e continuar a impulsionar a comunicação estratégica da Mondelēz, alinhada com as suas visões e ambições. Este é, sem dúvida, um reflexo da confiança que as marcas depositam em nós e no trabalho de excelência que temos vindo a desenvolver em Portugal”, acrescenta.

A Mondelēz — dona ainda de outras marcas como Chips Ahoy, Côte d’Or, Tang, Belvita ou Philadelphia — junta-se ao portefólio da Marco que trabalha em Portugal clientes como a Prime Video, Action, Autodoc, Subway, Kyndryl ou Ringana.

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Loja digital Bloop concorda com fim da isenção de tarifas em compras online abaixo de 150 euros

Francisco Rodrigues, fundador e CEO da startup que se vai lançar no e-commerce em março, garante que os “vendedores vão ser todos europeus" e elogia plano de Bruxelas para proteger consumidores.

O CEO da nova “Amazon à portuguesa” considerou esta quarta-feira que o pedido de Bruxelas para pôr fim à isenção de taxas aduaneiras às encomendas mais baratas é uma “boa medida para o mercado” e garantiu que os vendedores que estão no marketplace da Bloop são todos europeus.

“Por agora, os nossos vendedores vão ser todos europeus. Não vamos estar a importar bens fora da Europa, mas acho que pode ser uma resposta ao que os Estados Unidos estão a fazer. Estamos a aproveitar e a incentivar mais o consumo aqui da Europa. É uma boa medida para o mercado”, afirmou Francisco Rodrigues, num encontro com jornalistas, em Lisboa.

A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira restrições às encomendas de baixo valor, que são comuns em plataformas como Shein ou Temu. Bruxelas está a acelerar a reforma aduaneira e pretende que os Estados-membros adotem medidas para combater os riscos associados a vendas de menos de 150 euros em sites de países estrangeiros.

A instituição liderada por Ursula von der Leyen quer ter o apoio dos co-legisladores na proposta de reforma da União Aduaneira, na qual propõe mais controlos aduaneiros (fiscalização das mercadorias importadas) ou utilizar ferramentas de IA para detetar produtos que poderão não cumprir as regras de segurança, por exemplo.

Em 2024, entraram na União Europeia cerca de 4,6 mil milhões de remessas de baixo valor, o que dá uma média diária de 12 milhões de encomendas baratas e, consequentemente, com menor controlo de qualidade e mais risco para os europeus.

Prestes a lançar um site onde se compra roupa, livros ou se reservam restaurantes, a portuguesa Bloop – que encaixou 1,4 milhões de euros numa ronda coliderada pela Monarque Funds Portugal e Insure Broker – será um alvo deste cerco caso venha a ter fornecedores não-europeus. Em causa está uma tecnológica que se apresentou esta quarta ao mercado com uma loja online que também é uma rede social de consumidores. A diferença entre um marketplace comum é que na Bloop os utilizadores recebem crédito (dinheiro para gastarem novamente na plataforma) se as opiniões que deram sobre os produtos/serviços se refletirem em novas vendas.

A decisão da Comissão Europeia segue-se à do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aplicou uma taxa adicional de 10% sobre as importações da China e pôs fim à isenção tarifária sobre os produtos de valor inferior a 800 dólares (cerca de 770 euros) que são comprados pelos consumidores de enviados por correios para os EUA.

No Brasil, existe uma política semelhante e esta tarifa é conhecida como a “taxa da blusinha”, porque corresponde ao imposto às importações abaixo de 50 dólares (48 euros) em sites como Shopee, AliExpress, entre outras.

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Os recursos mineiros da Ucrânia em números (e que Trump cobiça)

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2025

Mais de 70% dos recursos ucranianos encontra-se nas regiões de Donetsk e Lugansk, parcialmente controladas pela Rússia. Donald Trump quer que Kiev pague em minérios a ajuda militar dos EUA.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta quarta-feira que a Ucrânia está pronta para receber “investimentos de empresas norte-americanas” em terras raras, metais muito utilizados na eletrónica, aos quais o Presidente norte-americano, Donald Trump, exigiu acesso em troca da ajuda dos Estados Unidos.

Conheça, em números, quais as reservas minerais totais da Ucrânia, algumas das quais se situam em regiões controladas por Moscovo.

20 Minerais “cruciais”

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), os norte-americanos dependem da importação de certos minerais. A China é o principal produtor destes minerais, incluindo as terras raras. A Ucrânia afirma ter terras raras estratégicas, como o berílio, em seis áreas, em quantidades limitadas.

A Comissão Europeia (CE) descreveu a Ucrânia como “uma fonte potencial de mais de 20 matérias-primas cruciais”.

Minerais no valor de 14 biliões de euros

A Forbes Ukraine estimou, em abril de 2023, que os recursos minerais da Ucrânia ascendiam a 111.000 milhões de toneladas, no valor de 14,8 biliões de dólares (14,2 biliões de euros) – principalmente carvão e minério de ferro.

Mas mais de 70% destes recursos encontra-se nas regiões de Donetsk e Lugansk, parcialmente controladas pela Rússia, e em Dnipropetrovsk, onde as forças de Moscovo se estão a aproximar.

Em agosto de 2022, o Washington Post estimou as reservas minerais da Ucrânia em 26 biliões de dólares (24,97 biliões de euros), quase metade das quais se encontram em áreas atualmente sob controlo russo.

36.500 milhões de euros em lítio

A procura de lítio, essencial para o fabrico de baterias para veículos elétricos, está em plena expansão. Segundo a Forbes Ukraine, em 2023 a Ucrânia terá 33 milhões de toneladas de lítio, no valor de 38.000 milhões de dólares (36.500 milhões de euros).

As tropas russas estão a avançar perto de um grande depósito de lítio na região de Donetsk e de outro depósito em Kruta Balka, na região de Zaporijia.

7% das reservas de titânio do mundo

A Ucrânia declarou, numa apresentação de investimento de 2022, que era um dos dez principais países do mundo em termos de reservas comprovadas de titânio e que representava 7% da produção global.

Em 2023, os EUA importaram mais de 95% do seu titânio, de acordo com o USGS. O titânio é utilizado na indústria aeroespacial e na eletrónica.

19 milhões de toneladas de grafite

O governo ucraniano declarou que é um dos cinco principais países do mundo em termos de reservas de grafite, com cerca de 19 milhões de toneladas do precioso mineral. Em 2022, antes de a Rússia invadir a Ucrânia, a produção de grafite na Ucrânia era de cerca de 10.000 toneladas por ano, de acordo com o USGS, mas caiu 95% em 2023 como resultado do conflito.

Em 2023, os Estados Unidos importaram toda a sua grafite, que tem uma variedade de utilizações industriais, nomeadamente no fabrico de baterias.

10º produtor de minério de ferro

Em 2022, a Ucrânia ocupava o 10.º lugar no mundo em termos de produção de ferro, de acordo com a World Mining Data. Antes da invasão russa, a Ucrânia era o quinto maior exportador mundial de minério de ferro, com um valor de 6.800 milhões de dólares (6.530 milhões de euros) em 2021, de acordo com o Kyiv Post.

A Ucrânia também possui reservas substanciais de outros elementos procurados, incluindo urânio, manganês, mercúrio e gálio, um metal utilizado na eletrónica.

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Pagamentos a agendas mobilizadoras do PRR começam esta semana

Empresas têm até 14 de fevereiro para entregar uma declaração de um ROC a atestar o seu estatuto de PME para não terem de devolver incentivos comunitários.

O ministro da Coesão garantiu que as primeiras 22 agendas mobilizadoras, que solicitaram o sexto pedido de pagamento, vão receber já esta semana. As restantes 26 serão pagas até 14 de fevereiro, acrescentou Manuel Castro Almeida, esta quarta-feira. O responsável reconheceu que os pagamentos ainda estão a ser feitos com duas a três semanas de atraso, mas disse esperar que os pagamentos referentes ao sétimo pedido já sejam feitos dentro dos prazos legais.

Durante a audição na comissão eventual de acompanhamento da execução do Plano de Recuperação e Resiliência, Castro Almeida disse aos deputados que houve 48 consórcios a solicitar o sexto pedido de pagamento – que nada tem a ver com o sexto pedido de pagamento que Portugal submeteu à Comissão Europeia, apenas uma “coincidência” – e que em causa estão 1.018 empresas.

Os pedidos de pagamento apresentados são “no valor de 206 milhões de euros, o equivalente a um valor de incentivo 108 milhões”, precisou.

Castro Almeida reconheceu que houve “um problema pontual de quebra de liquidez, que não é habitual e foi ultrapassado”, que esteve na origem dos atrasos nos pagamentos anteriores às agendas mobilizadoras, para além dos “atrasos na análise dos pedidos de pagamento” por parte do IAPMEI.

“Em dezembro estávamos a pagar pedidos de abril, ou seja, com um atraso de oito meses. Neste momento, o penúltimo pedido de pagamento está totalmente liquidado”. No entanto, o responsável reconheceu que há “2,6 milhões de euros por liquidar, porque não estão em condições de ser pagos”.

No dia 14 de fevereiro abre-se o período para o pedido de pagamento do sétimo pedido de pagamento, com o sexto todo liquidado”. “A perspetiva é que o sétimo pedido seja pago dentro do prazo legal”, acrescentou.

O ministro da Coesão reiterou que quer acabar com os atrasos nos pagamentos do PRR. “Existe uma prática reiterada de não cumprir os prazos. O Estado é capaz de se atrasar muitos meses a cumprir as suas obrigações. Queremos acabar com esta situação”.

Castro Almeida lamentou ainda o facto de a Administração Pública ter “muitas dificuldades em lidar com os sistemas informáticos”, com exceção da Autoridade Tributária.

Um dos objetivos do pedido de audição do ministro foi também o facto de várias PME terem sido notificadas para devolver os apoios que receberam, por não terem entregado a certificação que comprova serem PME, um requisito necessário para serem elegíveis para os apoios do Portugal 2020. E não o fizeram porque as plataformas não emitiram os certificados atempadamente, sendo que esta é uma informação que o Estado já tem do seu lado, através da Informação Empresarial Simplificada.

Para que as PME não tenham de proceder à devolução das verbas comunicadas, resolvendo o problema suscitado em sede de encerramento, o Compete 2030 criou uma solução: a certificação de PME poderá ser obtida através da verificação e parecer por parte de um revisor oficial de contas desse estatuto aquando da submissão da candidatura.

As empresas têm até dia 14 de fevereiro para submeter este atestado de estatuto de PME.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Diretor clínico da ULS Viseu Dão-Lafões apresenta demissão

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2025

A administração da ULS refere que "irá agora iniciar as devidas diligências para a nomeação do novo diretor clínico para a área hospitalar".

O diretor clínico para a área dos Cuidados de Saúde da Unidade Local de Saúde Viseu Dão-Lafões (ULSVDL) apresentou a demissão do cargo, informou esta quarta-feira o conselho de administração daquela entidade.

“O Dr. Luís Nunes, em funções como Diretor Clínico para a área dos Cuidados de Saúde Hospitalares da ULSVDL desde agosto de 2024, apresentou um pedido de demissão para cessar a sua atividade enquanto Diretor Clínico”, afirma a administração hospitalar.

Em nota de imprensa, a administração da Unidade Local de Saúde (ULS), presidida por António Sequeira, sem esclarecer a razão do pedido de demissão, adianta que Luís Nunes regressa à coordenação em pleno do Laboratório de Hemodinâmica da ULS Viseu Dão Lafões.

“Função que acumulou durante os seis meses em que exerceu o cargo no conselho de administração e em que contribuiu para a realização de técnicas inovadoras na área cardíaca, num serviço que tem primado pela prestação de cuidados diferenciados à população”, sublinha o documento.

A administração da ULS refere que “irá agora iniciar as devidas diligências para a nomeação do novo diretor clínico para a área hospitalar”, uma vez que se mantém em funções a diretora clínica da área dos Cuidados de Saúde Primários, Rita Figueiredo.

“O conselho de administração manifesta publicamente o seu sentido agradecimento pela forma honesta, empenhada e transparente com que [Luís Nunes] desempenhou as suas funções públicas, convictos de que a ULS Viseu Dão-Lafões continuará a contar com a mesma dedicação, pessoal e profissional, que sempre lhe foi reconhecida”, destaca.

Um despacho da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), assinado em 1 de agosto de 2024, pelo então presidente, António Gandra D’Almeida, nomeou o atual conselho de administração da ULS Viseu Dão-Lafões, após o pedido de demissão em bloco da anterior administração, presidida por Nuno Duarte, em 13 de junho desse ano.

Do conselho de administração fazem ainda parte, como vogal executivo, Luís Manuel Chaves Soveral Botelho e, enquanto enfermeiro diretor, João António Dias Gabriel. O mesmo despacho autorizava Luís Nunes e Luís Soveral Botelho a exercer a atividade de docência em estabelecimentos de ensino superior público ou de interesse público, caso não colida com o exercício das funções para as quais estão a ser designados.

Assinado pelo então presidente do SNS, o despacho indicava a autorização de “os designados Luís Miguel Veiga Pais Nunes e Rita Maria Ferreira Figueiredo a optar pelo vencimento do lugar de origem”.

Luís Nunes formou-se na Faculdade de Medicina de Lisboa, com internato geral no Hospital de Santa Maria e internato complementar de cardiologia no Hospital de São Teotónio, em Viseu, local em que trabalha “em dedicação exclusiva de 42 horas, no Hospital de São Teotónio com períodos de consulta externa, enfermaria, Cuidados intensivos Cardíacos e Hemodinâmica”.

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Aon, Swiss Re e Floodbase lançam seguro que indemniza consoante nível da água

  • ECO Seguros
  • 5 Fevereiro 2025

Para calcular o montante a atribuir, a Floodbase recorre a bases de dados meteorológicos para avaliar a inundação provocada por tempestades relacionadas com furacões. 

A corretora Aon, a resseguradora Swiss Re e a empresa especialista em seguros paramétricos em inundações Floodbase unem forças e lançam um novo seguro paramétrico para cobrir os riscos de perdas financeiras causadas por inundações relacionadas com furacões ao longo da costa dos Estados Unidos da América (EUA).

Segundo um comunicado avançado pela corretora, o montante a ser indemnizado em caso de sinistros é acordado previamente. O cliente escolhe o pagamento que necessita para um determinado nível de inundação e o prémio será calculado em conformidade.

Deste modo, ao contrário de seguros tradicionais que atribuem indemnizações a partir da avaliação dos danos físicos, esta solução baseia a atribuição da indemnização no nível da água. Para calcular o montante, recorre a bases de dados meteorológicos para avaliar a inundação provocada por tempestades relacionadas com furacões.

De acordo com a corretora, as receitas provenientes deste produto podem ser utilizados para qualquer perda relacionado com o evento, “abrangendo um conjunto substancialmente mais alargado de exposições do que as coberturas de seguros tradicionais.”.

O seguro poderá ser comercializado autonomamente ou em conjugação com apólices de seguro tradicionais e não tradicionais, indica o diretor de soluções paramétricas da Aon. “Desenvolvemos esta solução paramétrica em colaboração para ajudar a reforçar os níveis de cobertura existentes”, afirmou Cole Mayer.

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