Rússia escolherá a “versão da paz que lhe convém”, diz Putin

  • Lusa
  • 6 Março 2025

“Não precisamos de nada que pertença a outros, mas não vamos desistir do que é nosso”, acrescentou o presidente russo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu esta quinta-feira que Moscovo não desistirá dos limites definidos nos últimos três anos para terminar a guerra na Ucrânia, escolhendo, portanto, “a versão da paz” que melhor sirva os seus interesses. “Temos de escolher a versão da paz que nos convém”, declarou Putin, que, durante um encontro com trabalhadores de uma fundação, insistiu na necessidade de a Rússia obter “tranquilidade” em termos de segurança.

Putin também excluiu a possibilidade de concessões territoriais, numa aparente referência às zonas ocupadas da Ucrânia que a Rússia atualmente considera suas. “Não precisamos de nada que pertença a outros, mas não vamos desistir do que é nosso”, acrescentou, segundo as agências de notícias russas.

Moscovo também voltou a deixar clara a sua rejeição da potencial adesão de Kiev à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), embora a parte ucraniana insista em procurar alguma forma de garantia de segurança para o proteger.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou também esta quinta que considerará a presença de tropas europeias na Ucrânia um “envolvimento da NATO” no país vizinho.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

As Forças Armadas ucranianas confrontaram-se, durante o terceiro ano de guerra, com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram depois a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da autorização dada à Ucrânia pelo então Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

A novidade é que agora também o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer terras: terras raras, ricas em minerais essenciais para inovações tecnológicas, que vão desde veículos elétricos e turbinas eólicas a aviões de última geração, em troca da ajuda militar que Washington lhe forneceu e que entretanto suspendeu.

Antes de regressar à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, Trump defendeu o fim imediato da guerra na Ucrânia, asseverando que o conseguiria em 24 horas, mas não foi bem-sucedido até à data.

Trump tem exigido um cessar-fogo imediato e, numa discussão sem precedentes ao receber na Sala Oval da Casa Branca o homólogo ucraniano, perante a comunicação social, criticou Zelensky por não estar “pronto para a paz”, disse-lhe que ele “não tinha as cartas” para ditar os termos do fim da guerra e acabou por congelar a ajuda militar dos Estados Unidos, essencial a Kiev, depois de o Presidente ucraniano abandonar Washington sem assinar o acordo sobre as terras raras.

Na quarta-feira, o chefe de Estado norte-americano admitiu restabelecer a ajuda à Ucrânia se as conversações de paz forem retomadas, segundo o conselheiro da Casa Branca para a Segurança Nacional, Mike Waltz.

Zelensky e Putin garantiram em várias ocasiões que estão prontos para negociações de paz, sob determinadas condições, mas nada foi materializado e continuam em lados opostos. A Ucrânia pede garantias sólidas de segurança aos seus aliados, para evitar que Moscovo volte a atacar, ao passo que a Rússia quer uma Ucrânia “desmilitarizada” e que entregue os territórios que a Rússia afirma ter anexado, o que Kiev considera inaceitável.

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Governo propõe aumentar financiamento do setor social

  • Lusa
  • 6 Março 2025

“Trata-se da maior atualização de sempre das comparticipações financeiras ao Setor e Solidário”, refere o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

O Governo pretende aumentar em 224,4 milhões de euros o financiamento ao setor social, para respostas como lares, creches ou pré-escolar, para os anos de 2025 e 2026, segundo o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Segundo nota enviada à agência Lusa, o Executivo adianta que apresentou aos parceiros sociais um aumento do valor pago pelas comparticipações nas várias respostas sociais, que será de 224,4 milhões de euros para dois anos, depois da atualização aprovada em 2023 de 123 milhões de euros para 2023 e 2024.

A titulo de exemplo, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) refere que propõe aumentar em 12% o valor da comparticipação paga por utente em Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI), que passaria dos atuais 593,90 euros para 666,90 euros. Por cada criança em creche, o Governo propõe pagar 515,90 euros (+8,7%) e no pré-escolar 208,05 euros (+16,85%).

De acordo com a nota do MTSSS, esta proposta foi apresentada aos parceiros sociais, “resulta de uma reavaliação dos custos reais das respostas sociais” e deverá ser assinada nos próximos dias.

“Trata-se da maior atualização de sempre das comparticipações financeiras ao Setor e Solidário”, refere o MTSSS, salientando que “o processo negocial permitiu alcançar um compromisso mútuo no sentido de não fazer as atualizações de forma cega, com base apenas num valor médio, em vez disso reforçando as respostas mais deficitárias”.

Acrescenta que “este reforço traduz também o compromisso do Governo em garantir a sustentabilidade e previsibilidade do financiamento das instituições sociais” e demonstra a aposta no setor social e solidário “como parceiro privilegiado do Estado na defesa dos mais carenciados e vulneráveis”.

O MTSSS salienta ainda que, ao contrário do que era prática no Governo anterior, esta proposta é apresenta no início do ano para que as atualizações entrem já em vigor em vez de apenas no segundo semestre, com retroativos, o que “obrigou as IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] a suportar durante todo o ano os encargos decorrentes do aumento do salário mínimo e da inflação”.

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Liberty Mutual faz fusão de marcas para centrar o marketing

  • ECO Seguros
  • 6 Março 2025

A marca Safeco Insurance vai desaparecer em 2026. Mas os clientes vão manter as relações comerciais com os agentes e as suas apólices não serão alteradas pela mudança do nome, garante a Liberty.

A Liberty Mutual Insurance vai passar a vender os seus seguros para particulares sob a marca Liberty Mutual nos Estados Unidos a partir de 2026, e assim fará desaparecer a marca SafecoInsurance. Uma das razões para a mudança é simplificar o negócio ao permitir que a Liberty Mutual Insurance dedique o seu “poder de marketing numa única marca”, assinalou Tyler Asher, Liberty Mutual chief distribution and marketing officer, US Retail Markets.

Tyler Asher, Liberty Mutual chief distribution and marketing officer, US Retail Markets: “Esta transição permitir-nos-á tirar o máximo partido do valor da marca Liberty Mutual para todos os nossos clientes, agentes e parceiros, em todos os canais de distribuição”

O grupo assegurou em comunicado que os clientes vão manter as relações comerciais com os agentes e as suas apólices não serão alteradas pela mudança do nome.

“Esta transição permitir-nos-á tirar o máximo partido do valor da marca Liberty Mutual para todos os nossos clientes, agentes e parceiros, em todos os canais de distribuição”, assinalou Tyler Asher. De acordo com o responsável, além de facilitar a publicidade, usar apenas uma marca nos Estados Unidos “permite-nos tirar partido e dimensionar a nossa tecnologia para fornecer produtos e experiências unificados mas diferenciados em todos os canais”.

Luke Bills, presidente da independent agent sistribution da Liberty acrescentou que “o legado da Safeco é de força, parceria e um compromisso inabalável com os agentes independentes. Levaremos esse legado adiante e traremos aos nossos agentes um valor ainda maior com essa mudança de marca.”

A Liberty Mutual adquiriu a Safeco em 2008. Desde aí, o canal de agentes independentes cresceu para mais de 13 mil milhões de euros em prémios brutos anuais, oferecendo produtos de seguro Automóvel, Patrimonial, e especiais em 48 estados dos EUA através de uma rede de mais de 22.000 agências independentes.

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AD merece “maioria absoluta”, diz Paulo Rangel

  • ECO
  • 6 Março 2025

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros defende que, após as eleições, o partido que sair derrotado tem de deixar governar o vencedor.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, está confiante que a Aliança Democrática terá maioria absoluta se houver eleições legislativas. Em entrevista ao Observador, esta quinta-feira, o ministro foi perentório: “Acho que merecemos a maioria absoluta”.

O social-democrata acusa o PS pela crise política que assola o país. E defende que após as eleições, o partido que sair derrotado tem de deixar o vencedor governar.

Paulo Rangel destacou ainda “os resultados muito importantes na área social e económica” da governação deste Executivo. Entre eles, elencou, os avanços conquistados nas questões do aeroporto e da alta velocidade, além da baixa de impostos para os jovens.

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Nova CEO da Logoplaste renuncia cargo de vogal na administração da Navigator

A renúncia ao cargo de vogal do conselho de administração da Navigator acontece dez dias depois de Sandra Santos assumir a liderança da Logoplaste.

A The Navigator Company anunciou esta quinta-feira que Sandra Maria Soares Santos apresentou a renúncia ao cargo de vogal do conselho de administração da empresa. A renúncia produzirá efeitos no final do mês de março.

Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Navigator informa que “a vogal do conselho de administração, Sandra Maria Soares Santos, apresentou a sua renúncia ao cargo em 28 de fevereiro de 2025, a qual produzirá efeitos a 31 de março de 2025″.

Reportagem na Fábrica da BA Glass em Avintes - 17JAN24

A renúncia ao cargo de vogal do conselho de administração da Navigator acontece dez dias depois da antiga líder executiva da BA Glass, Sandra Santos, assumir a liderança da Logoplaste.

A papeleira, liderada por António Redondo, fechou o ano passado com um resultado líquido de 287 milhões de euros, o segundo maior da história da empresa, após uma subida de 4% face aos lucros que tinha obtido em 2023.

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Parlamento volta a enviar desagregação de freguesias para Belém

As próximas autárquicas terão 302 novas freguesias no mapa eleitoral. PS e PSD deixam palavras de respeito ao Presidente da República, mas alertas caíram em saco roto.

Alcácer do Sal
O mapa de fusão da “Lei Relvas” envolveu mais de um milhar de freguesias. Entre elas, um trio no concelho de Alcácer do Sal, que criou uma união de freguesias com mais de 900 km2, maior que a Região Autónoma da Madeira e que 295 concelhos do país. Santa Maria do Castelo, Santiago e Santa Susana voltarão a ter o seu próprio presdente da juntaHugo Amaral/ECO

 

O Parlamento reafirmou, no Plenário, nesta quinta-feira, a decisão de desagregar 135 uniões de freguesias e criar 302 novas freguesias para o mapa eleitoral das eleições autárquicas deste ano, desafiando o veto de Marcelo Rebelo de Sousa. Os votos favoráveis do PSD, PS, CDS, Livre, PCP, PAN e BE votaram a favor e secundaram o seu próprio voto de 17 de janeiro, levando adiante a reformulação territorial. A mesma coerência de posição foi mantida pela Iniciativa Liberal, que votou contra nesta reapreciação do decreto da Assembleia da República. Já o Chega alterou o sentido de voto, da abstenção de 17 de fevereiro para voto contra nesta quinta-feira.

Ao contrário da primeira votação, em que bastou uma maioria simples para aprovar a medida, agora exigia-se uma “maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções”, tal como preconizado no artigo 136 da Constituição.

O encontro de posições entre PSD e PS que, somados, têm 156 deputados, foi por si suficiente. O diploma regressará agora a Belém, de onde, prometeu Marcelo Rebelo de Sousa, não voltará a surgir oposição à desagregação.

“Qualquer mensagem dirigida ao Parlamento pelo senhor Presidente da República deve ser ouvida, deve ser escutada, deve ser considerada. Ponderámos muito as palavras do senhor Presidente da República na fundamentação do veto exercido”. As palavras iniciais do deputado Jorge Paulo oliveira, do PSD, no debate de reconfirmação da desagregação das uniões de freguesias, poderiam indiciar uma mudança de sentido de voto inicial, depois do veto presidencial a 12 de fevereiro.

Contudo: “Dessa ponderação, concluímos que parar esse processo violaria de forma desnecessária e injustificada as legítimas expetativas das populações”. Além disso, prosseguiu o social-democrata, há “expetativas” da população “que cresceram” com a lei 39/2021, do Governo de António Costa, a qual definiu as metas a cumprir pelas uniões de freguesias que pretendessem o divórcio e partilha de território entre as freguesias unidas pela reforma de 2013.

Lei essa que foi “promulgada sem qualquer reparo por parte do senhor Presidente da República” – que à data era, precisamente, Marcelo Rebelo de Sousa –, frisou o deputado social-democrata. Esta é uma “correção da reforma e não de uma qualquer contrarreforma como muitos alegam”.

Na subida à tribuna do hemiciclo, seguiu-se Jorge Botelho, o mesmo que já defendera a desagregação na primeira votação parlamentar, a 17 de janeiro – ao contrário do PSD, os socialistas mantiveram o seu porta-voz nesta discussão.

As dúvidas de Marcelo Rebelo de Sousa “mereceram a devida análise” pelo grupo parlamentar do PS, disse Jorge Botelho, assegurando que a sua bancada “salienta o papel fundamental do Presidente da República” e “respeita o teor das dúvidas manifestadas” aquando do veto. Mas “discorda das mesmas, pelo que irá confirmar o diploma, porque no nosso entender o mesmo deve entrar em vigor o mais rapidamente possível”, ou seja, a tempo das autárquicas de 2025.

O apoio expresso à desagregação teve a oposição clara da Iniciativa Liberal, que reforçou a sua oposição inicial à criação das novas freguesias, e uma ressalva do CDS. Mariana Leitão, da IL, considera que “em janeiro já havia poucas condições políticas para a desagregação de mais freguesias, em março, em plena crise política e após um veto presidencial, insistir neste processo é irresponsável”. Mais freguesias “significa aumentar o Estado à custa de todos para beneficiar uns poucos”, defendeu.

Já o centrista João Almeida repetiu o entendimento de que “uma reforma do território não devia ter sido feita da maneira que foi feita” e que “a lei que esteve na génese deste processo [39/2021] é uma lei errada, que não deveria ter vigorado”.

Frisando o voto do CDS contra a lei de 2021, Almeida explicou que “a partir do momento em que a lei foi aprovada, é uma lei da República, criou condições e expetativas” às populações e freguesias, “seria incompreensível e uma frustração de direito que o Parlamento não tinha direito a fazer, tirar agora, no final do processo, a estas populações, a possibilidade de concretizarem a sua ambição e a sua expetativa”.

Mais à direita, Barreira Soares, do Chega, deixou críticas que indiciaram a posição de oposição à desagregação que o partido viria a firmar na votação final, dissonante da abstenção verificada a 17 de janeiro. “A reposição de freguesias levanta questões fundamentais que não podem ser ignoradas. Como bem assinalou o Presidente da República, estamos perante uma reversão parcial de uma reforma que procurava racionalizar e modernizar o poder local”.

Para o deputado do Chega, “todo este processo foi marcado pela falta de transparência, avanços e recuos constantes, mudança de posição dos partidos e critérios poucos claros na escolha das freguesias a desagregar. Como se pode esperar uma decisão rigorosa e informada sobre uma proposta que foi construída sem clareza”, perguntou o porta-voz do Chega, partido que protagonizou, ele mesmo, uma mudança de posição, passando da abstenção para o voto contra, alegando agora “risco de conflitos patrimoniais, financeiros e operacionais entre as freguesias agora desagregadas”.

A contagem final

O processo de desagregação das 135 freguesias conheceu uma travagem, para muitos inesperada, quando o Presidente da República vetou a decisão tomada por mais de dois terços dos deputados do Parlamento. Se a 17 de janeiro, data da votação no hemiciclo, se festejou o surgimento de 302 novas freguesias no mapa eleitoral das autárquicas de setembro ou outubro de 2025, no dia 12 de fevereiro os ânimos arrefeciam abruptamente.

“A minha ideia não é travar por travar. É pedir à Assembleia que reflita uma vez, porque do que se trata não é apenas mudar uma lei eleitoral”, mas sim “pôr em funcionamento freguesias que há 11 anos não funcionam autónomas. É dividir o património, as finanças, organizar coisas”, salientou o Presidente da República após a chuva de críticas ao seu veto.

Teria preferido que isso tivesse sido preparado com mais tempo. A razão por que me apressei a vetar foi para dar chance do Parlamento, se quiser, dizer ‘é este ano, tem de ser este ano’. Eu ficaria de consciência pouco tranquila por não chamar a atenção para isto. Separar ou unir não se pode fazer a correr. Foi por causa disso que eu fui contra a agregação que foi feita muito a correr em 2013”.

Nessas declarações aos jornalistas, Marcelo deixou a garantia de não fazer tentar reverter nova decisão do Parlamento, aquela que nesta quinta-feira se consolidou: “É a vontade popular quem mais ordena. Não fico preocupado, ferido, melindrado, nada”.

A reversão destas uniões de freguesas é “um erro crasso”, na opinião de Miguel Relvas, dinamizador da reforma administrativa efetuada em 2013, em consonância com o acordo firmado com a “troika”. “É um erro crasso e um retrocesso político, que o país vai pagar caro”, disse ao ECO/Local Online o ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares no Governo de Pedro Passos Coelho.

A reforma foi bem além das uniões de freguesias, acentuou, abrangendo a designada “Lei dos Compromissos”, que estabeleceu limites nas despesas das autarquias e a criação das Comunidades Intermunicipais (CIM), estruturas potenciadoras de ganhos de escala.

A votação favorável nesta quinta-feira ainda permite levar o processo avante nas autárquicas do final de setembro ou início de outubro. Ao ECO/Local Online, o presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), Jorge Veloso, dizia, a 17 de fevereiro que “se houver promulgação [pelo Presidente da República] até dia 15, 20 de março, tem tempo, não há problema absolutamente algum. Ficaremos a seis meses e mais uns dias do ato eleitoral, portanto estamos dentro do prazo”.

Ora, como Marcelo Rebelo de Sousa tem, por lei, dez dias para se pronunciar, e considerando a sua garantia de que não voltará a levantar barreiras à desagregação, a promulgação ainda poderá ocorrer nesta janela temporal considerada pelo líder da ANAFRE. Contudo, se o Parlamento repetir a demora no envio do diploma para Belém – Marcelo disse aos jornalistas que só 13 dias depois da aprovação da Lei esta lhe chegou às mãos –, não é de excluir que seja furado o prazo para alteração do mapa territorial, e que é de seis meses antes das eleições, ou seja 28 de março, a confirmar-se a data avançada informalmente a Jorge Veloso.

A escolha da data para as eleições autárquicas caberá ao Governo, o qual poderá ser de Luís Montenegro, ou de outro primeiro-ministro que venha a sair das legislativas que tudo indica venham a ocorrer em maio deste ano.

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Câmara do Porto discute revogar contrato com uma das concessionárias de outdoors

  • Lusa
  • 6 Março 2025

A revogação implica o pagamento de contrapartidas financeiras de 364 mil euros por parte da empresa. Já a autarquia tem de adquirir os 50 equipamentos instalados pela empresa no valor de 239.850 euros

O executivo da Câmara do Porto discute na segunda-feira revogar o contrato celebrado com a Exibopinião, uma das empresas a quem foi adjudicada em 2022 a concessão dos suportes publicitários de grande formato tipo outdoor.

Na proposta, o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, esclarece que a revogação diz respeito ao contrato celebrado com a Exibopinião, Lda. por 1,1 milhões de euros relativo ao lote V.

Em causa está o concurso público para a instalação, manutenção e exploração da publicidade em mobiliário urbano, divido por cinco lotes, cuja adjudicação foi aprovada em 10 de janeiro de 2022 pelo executivo.

O contrato celebrado com a Exibopinião abrange os suportes publicitários de grande formato tipo outdoor, que foram repartidos pelos lotes 4 e 5. Depois de “inúmeros incumprimentos contratuais“, a empresa e o município decidiram avançar com um acordo de revogação do contrato.

A revogação implica o pagamento, por parte da empresa, de contrapartidas financeiras, juros de mora e penalidades contratuais, que ascendem a cerca de 364 mil euros, bem como a aquisição, por parte do município, dos 50 equipamentos instalados pela empresa no valor de 239.850 euros.

Na reunião privada de segunda-feira, o executivo municipal discute ainda outras decisões e pedidos referentes aos lotes I, II e III do mesmo concurso.

O lote I foi adjudicado por 13 milhões de euros à empresa Alargambito II, Mobiliário Urbano, Lda., cuja titularidade é detida pela dreamMedia Portugal, e abrange todos os abrigos e suportes publicitários de pequeno formato, tipo mupi, localizados no perímetro interior da Via de Cintura Interna (VCI). Relativamente a este contrato, o executivo vai discutir a aplicação de uma penalidade “pelo não pagamento da remuneração fixa anual contratual de 2024” no valor de 24.486 euros.

Já o lote II foi adjudicado por 11,1 milhões de euros à JcDecaux Portugal e abrange todos os abrigos e suportes publicitários de pequeno formato, tipo múpi, localizados no perímetro exterior à VCI. Quanto a este lote o executivo vai discutir a prorrogação do contrato de concessão por seis meses, como solicitado pela empresa.

Por sua vez, o lote III foi adjudicado à Brand Exposure por 10,5 milhões de euros e diz respeito aos suportes publicitários de médio formato do tipo painel. Relativamente a este lote, o executivo municipal vai discutir o pagamento da anuidade em falta em 2024, no valor de 520.993 euros e os respetivos juros de mora, valores que devem ser pagos “após a notificação da presente decisão, sob pena de reponderação da possibilidade de aplicação de penalidades contratuais”, lê-se na proposta.

No âmbito do concurso, o lote IV foi adjudicado à MOP — Multimédia Outdoors Portugal por 1,2 milhões de euros e abrange os suporte publicitários de grande formato do tipo outdoor.

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Moção de confiança debatida e votada na terça-feira no parlamento

  • Lusa
  • 6 Março 2025

José Pedro Aguiar-Branco consultou os partidos e teve a concordância de todos para que o debate da moção de confiança decorra na próxima terça-feira, a partir das 15:00.

A moção de confiança que o Governo entregou ao parlamento vai ser discutida e votada na terça-feira à tarde, confirmou à Lusa fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República.

De acordo com a mesma fonte, José Pedro Aguiar-Branco consultou os partidos e teve a concordância de todos para que o debate da moção de confiança decorra na próxima terça-feira, a partir das 15:00.

O Conselho de Ministros reuniu-se por via eletrónica esta quinta-feira de manhã e aprovou o texto da moção de confiança que será entregue no parlamento, anunciou o Governo.

O primeiro-ministro anunciou na quarta-feira que o Governo avançará com a proposta de uma moção de confiança ao executivo pelo parlamento, “não tendo ficado claro” que os partidos dão ao executivo condições para continuar.

 

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Marques Mendes pede a Marcelo que interceda junto de Montenegro e PS para evitar eleições

  • Lusa
  • 6 Março 2025

O candidato presidencial apelou a Marcelo Rebelo de Sousa para "fazer uma última tentativa, um último esforço, para evitar eleições" e interceder junto de Luís Montenegro e o PS.

O candidato presidencial Luís Marques Mendes pediu esta quinta-feira ao Presidente da República para fazer uma “última tentativa” junto do primeiro-ministro e do PS para evitar eleições, considerando-as indesejáveis face ao atual cenário internacional e à execução do PRR.

Em declarações à agência Lusa, o antigo presidente do PSD afirmou que o “país está incrédulo com a ideia de ter eleições antecipadas”, não as deseja, nem compreende a sua utilidade, salientando que ele próprio partilha dessa apreensão. “Por isso, gostava de fazer um apelo ao senhor Presidente da República e o apelo é que o senhor Presidente da República possa fazer uma última tentativa, um último esforço, para evitar eleições, para garantir a estabilidade”, pediu.

Essa tentativa do Presidente da República, segundo o plano de Marques Mendes, deveria passar por “três diligências”, a primeira das quais passaria por assegurar que o primeiro-ministro se compromete a “responder por escrito e à comunicação social a dúvidas que alguns ainda têm relativamente às questões que têm vindo a ser discutidas” sobre a empresa da sua família.

“Segundo, um compromisso do PS que, na sequência disso, retiraria a sua proposta de criação de uma comissão de inquérito. E, finalmente, o compromisso do Governo de que, na sequência de tudo isso, retiraria também a sua moção de confiança”, enumerou. Marques Mendes reconheceu que “estas diligências podem ser muito difíceis em termos de resultados práticos”, mas considerou que “não se deve deitar a toalha ao chão”, frisando que o papel de um Presidente da República é “ser mediador nestes tempos de crise”.

“E eu acho que são importantes duas coisas: evitar umas eleições que são indesejáveis e garantir um mínimo de estabilidade, pelo menos até ao fim [da execução] do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, em 2026, defendeu. O também ex-líder do PSD sustentou que, numa altura em que o mundo “está mais perigoso do que nunca” e a Europa “está numa posição cada vez mais frágil e vulnerável”, a estabilidade política é essencial.

“Não há garantias nenhumas de que, das novas eleições, se elas existirem, possa sair um parlamento mais governável do que está hoje. Ou seja, é tudo muito a perder. O povo não quer eleições e eu acho que não deve haver aqui um divórcio entre os partidos e o povo. É por isso que faço este apelo”, disse.

Questionado se, dada a postura dos partidos nos últimos dias, lhe parece viável que o Governo e o PS sigam as diligências que sugere, Marques Mendes reconheceu que “as posições estão muito extremadas” e, por isso, é difícil que o façam, mas recordou as negociações do Orçamento do Estado para 2025.

“Muita gente achava que íamos ter uma crise política e foi possível evitá-la. Aí houve sentido de responsabilidade. Porque é que não pode haver também desta vez?”, perguntou, pedindo aos partidos que tentem fazer um esforço “para colocar o país em primeiro lugar”. Interrogado se, como forma de evitar eleições, também admitiria que o Presidente da República nomeasse outro primeiro-ministro que não Luís Montenegro, Marques Mendes disse que acha que a única maneira de evitar a ida às urnas é fazer as diligências que enumerou.

“Qualquer outra questão acho que é distrair as atenções do essencial”, sustentou. Já sobre se Luís Montenegro cometeu uma imprudência relativamente à Spinumviva, Marques Mendes não quis pronunciar-se sobre esse assunto neste momento, por querer “ajudar a construir uma solução” e não “tornar as posições mais extremadas”, e prometeu fazê-lo na reunião do Conselho de Estado, caso venha a realizar-se.

Interrogado se acha que esta crise política poderia ter sido evitada, o candidato presidencial respondeu: “Acho que, neste momento, interessa falar do presente e do futuro”.

“Ou seja, tentar uma solução ou deixar que vamos para umas eleições que ninguém compreende, que ninguém percebe, que ninguém acha que possam ter alguma utilidade para o país”, reforçou.

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Metade dos inquilinos da Área Metropolitana de Lisboa mudaram de casa nos últimos 5 anos

  • Lusa
  • 6 Março 2025

Um em cada 10 inquilinos na Área Metropolitana de Lisboa já se sentiu alvo de assédio, no sentido de ver forçada a saída da casa antes do termo do contrato.

Metade dos inquilinos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) tiveram de mudar de casa nos últimos cinco anos, um terço dos quais contra vontade e por decisão do senhorio, conclui um estudo divulgado esta quinta-feira.

Entre os inquiridos para o caderno dedicado ao arrendamento habitacional na AML realizado pelo Observatório sobre Crises e Alternativas do Centro de Estudos Sociais, 18% referem mesmo que tiveram de mudar de casa três ou mais vezes nos últimos cinco anos. Estes dados atestam uma das características apontadas ao mercado de arrendamento da AML por quatro investigadoras, Carlotta Monini, Raquel Ribeiro, Ana Cordeiro Santos e Rita Silva: a “elevada insegurança e instabilidade”.

O sentimento de insegurança relativamente à permanência na habitação é reconhecido por 53% das pessoas inquiridas, percentagem que aumenta para 70% se tiverem nacionalidade estrangeira, 60% se tiverem entre 35 e 50 anos e 58% se forem mulheres.

Acresce que, de acordo com os inquéritos realizados, um em cada 10 inquilinos já se sentiu alvo de assédio, no sentido de ver forçada a saída da casa antes do termo do contrato, situação que afeta sobretudo pessoas com mais de 65 anos e de nacionalidade estrangeira. As investigadoras notam que é no mercado protegido, de rendas controladas, que os inquilinos sofrem mais pressões dos senhorios.

A habitação “cada vez mais é um fator de reprodução das desigualdades económicas e sociais entre proprietários e inquilinos”, assinala Rita Silva, alertando que a tendência “tem vindo a agravar-se e pode agravar-se no futuro, se nada for feito em contrário”. O estudo “é o retrato de uma crise habitacional que é transversal a um grupo alargado da população inquilina, ainda que com significados distintos em cada componente do mercado de arrendamento”, liberalizado, protegido ou informal, resume Rita Silva.

O caderno 21 do Observatório sobre Crises e Alternativas – que é apresentado esta quinta à tarde na Biblioteca Nacional, em Lisboa – revela que três em cada quatro famílias residentes na AML pagam mais do que os 35% do seu rendimento pela renda de casa, valor acima do qual se considera sobrecarga financeira. Em concreto, 45% das famílias gastam mais de metade do salário na renda, a que se somam outras 29% que desembolsam entre 35% e 50%.

“A elevada taxa de esforço […] constitui um fator de empobrecimento e de reprodução das desigualdades sociais”, nota Rita Silva. A sobrecarga financeira – segundo os dados divulgados – afeta mais pessoas de nacionalidade estrangeira, agregados familiares encabeçados por mulheres e a faixa etária entre os 35 e os 50 anos, sendo de assinalar que é no mercado liberalizado que os inquilinos estão mais sujeitos a uma sobrecarga financeira.

Entre os setores da população mais vulneráveis à crise habitacional em geral estão as pessoas migrantes, as mulheres, os idosos, “sujeitos a más condições de habitabilidade e a um aumento do assédio”, e os casais que trabalham e têm crianças, com as investigadoras a chamarem a atenção para o risco de pobreza infantil associado à sobrecarga financeira e às más condições de habitabilidade.

Num mercado de arrendamento que classificam como “segmentado, inacessível e inseguro”, as investigadoras assinalam a “persistência de problemas habitacionais”. Quase 90% dos inquilinos vivem em casas com pelo menos um problema relacionado com condições de habitabilidade, sendo que 41% referem níveis de privação elevados, com quatro ou mais razões de queixa. Apenas 13% dizem viver numa casa sem problemas.

No mercado informal, em que as pessoas não têm contrato de arrendamento, há de tudo: “precariedade laboral, precariedade habitacional, precariedade de cidadania, sobrecarga financeira, más condições de habitabilidade, instabilidade e ‘bullying‘”, enumera Rita Silva, descrevendo o cenário como “preocupante” e antecipando um agravamento no futuro.

“A liberalização do mercado não trouxe uma melhoria muito significativa das condições habitacionais, uma vez que temos uma qualidade deficiente do parque de arrendamento nos diferentes segmentos de mercado e a liberalização das rendas também não aumentou enormemente a disponibilidade de casas no mercado, nem baixou o valor das rendas, como foi prometido”, considera.

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Filipe Rodrigues passa a digital director da Havas Media Network

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  • 6 Março 2025

A transição reforça o compromisso da Havas em "valorizar os seus talentos" ao mesmo tempo que "assegura uma liderança digital robusta e inovadora para os desafios do presente e do futuro".

Durante os últimos quatro anos head of digital & innovation na Arena Media, Filipe Rodrigues assume agora, de forma transversal, o cargo de digital director da Havas Media Network, ficando responsável pela gestão e transformação digital das agências e clientes do grupo.

“Assumir a liderança de uma área que é fundamental nas estratégias de comunicação das marcas, num grupo de agências que é líder de mercado, mas que nem por isso deixa de inovar e de se preparar para o futuro, é um enorme privilégio e orgulho, que vem acompanhado com um também enorme sentido de responsabilidade”, diz Filipe Rodrigues, citado em comunicado.

Há um desafio claro de apoiar os nossos clientes na sua jornada de evolução e transformação digital, de os ajudar a inovar e fazer crescer os seus negócios, mas também de capacitar da melhor forma as nossas equipas para responder aos desafios estruturais que a área digital atravessa“, acrescenta.

Esta transição “reforça o compromisso da Havas Media Network em valorizar os seus talentos e investir no crescimento e evolução das suas equipas, assegurando uma liderança digital robusta e inovadora para os desafios do presente e do futuro”, refere-se em nota de imprensa.

Licenciado em Publicidade e Marketing pela Escola Superior de Comunicação Social (ESCS) e com um curso de Criatividade Publicitária na Restart Creative Education, Filipe Rodrigues trabalhou primeiro, durante quase oito anos, na Wavemaker, da WPP. É também professor de Social Media Management na pós-graduação em Marketing Management do ISEG.

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Autoridade da Concorrência aprova compra da Claranet Portugal pela Nos

O negócio de 152 milhões de euros entre a tecnológica e a operadora de telecomunicações ultrapassa assim a principal etapa regulatória, embora ainda não esteja concluído.

A Autoridade da Concorrência (AdC) aprovou esta quinta-feira a aquisição da tecnológica Claranet Portugal pela operadora de telecomunicações Nos NOS 0,00% . O negócio de 152 milhões de euros ultrapassa assim a principal etapa regulatória, embora ainda não esteja concluído.

A informação foi transmitida pela Nos, o comprador, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM): “No seguimento da comunicação efetuada no passado dia 27 de janeiro, a Nos SGPS vem por este meio informar que foi notificada da decisão final de não oposição da AdC à operação de concentração que compreende a aquisição de 100% do capital social da Claranet Portugal”.

O fecho da operação ocorrerá após praticados os atos materiais necessários para a concretização da aquisição e será oportunamente comunicado ao mercado”, esclarece a empresa liderada por Miguel Almeida, sem apresentar detalhes sobre esses materiais.

Numa recente entrevista ao ECO, CEO da Claranet Portugal, António Miguel Ferreira, revelou que o grupo britânico não pretendia vender a subsidiária portuguesa, que é uma das suas maiores operações, mas acabou por aceitar um valor que lhe permitirá investir mais noutros mercados onde já está presente.

A transação, anunciada a 27 de janeiro, é mais um movimento para a Nos se tornar numa verdadeira fornecedora de Tecnologias de Informação (TI) para empresas.

Fundada em Londres em 1996, a Claranet foi evoluindo de um ISP (Internet Service Provider) para um fornecedor de serviços geridos (managed services provider), contando mais de 10 mil clientes empresariais em todo o mundo. Atualmente, está especializada em armazenamento na nuvem (cloud), cibersegurança, aplicações e programas de dados e inteligência artificial. A maioria do negócio está ligada à cloud e workplace, o nome que se dá aos softwares de comunicação internos das empresas ou programas colaborativos para os trabalhadores.

O grupo Claranet, do qual a subsidiária nacional faz parte desde 2005, conta com cerca de 3.300 colaboradores espalhados pelos 24 escritórios em 11 países (Reino Unido, Portugal, Brasil, França, Alemanha, Países Baixos, Suíça, Espanha, Itália, Índia e Estados Unidos da América), além de 50 centros de dados. O crescimento da empresa também tem sido por aquisições, como a nova casa-mãe. Entre 2014 e 2017, a Claranet Portugal adquiriu a Echiron, Flesk, Outscope, Inok Consulting e a ITEN Solutions.

Notícia atualizada às 18h

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